Uma introdução à usabilidade (parte II)

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Andre de Abreu

As pessoas acessam um site geralmente pelo seu conteúdo. Pense nos sites que você costuma visitar. Astrologia ou física quântica, o que geralmente se busca em um site é o conteúdo.

A maioria dos especialistas defende que o texto deve ser o mais curto possível, ter o menor número de palavras por parágrafo e sem barras de rolagem. Não deixam de ter sua razão, já que tudo isso que afirmam tão categoricamente é baseado em anos de testes de usabilidade. Autores partem da premissa que o conforto do usuário está em primeiro lugar; realmente textos mais curtos são mais agradáveis de ler perante o monitor. Porém, eles esquecem o fator interesse.

Uma parcela significativa das pessoas pode ter um grau de interesse extremamente maior que o grau de conforto, ou seja, quem está em busca de material para pesquisa, obviamente desejará textos mais longos e profundos.

Ao seguir à risca a lei do texto curto, os profissionais também deixam de lado um dos melhores recursos da web comparada à mídia tradicional, o espaço ilimitado. A maior decepção de um redator é podar um texto ao extremo para preencher o espaço pré–definido das páginas dos jornais. Na web não há problemas de espaço para aprofundar.

De qualquer forma se não devemos colocar textos extremamente longos, também não devemos usar textos demasiado curtos. O segredo é encontrar o meio termo que agrade a todos.

O público da internet é variado; é praticamente impossível definir o usuário padrão. A audiência de um site pode ser composta por pessoas atraídas pela leitura de pequenas notas sobre o assunto do seu site, mas também por interessados em informações extensas sobre a empresa onde você trabalha. Como agradar a esses dois públicos e acertar a medida certa da usabilidade?

O ideal é pegar esse conteúdo longo e quebrá–lo em pedaços lógicos, de modo que os mais apressados possam dar uma olhada na abertura do texto para saber do que se trata. E quem quiser mais profundidade prossegue ao clicar nos sublinks da matéria.

Se temos um longo texto chamado Minha Vida, talvez possamos dividi–lo em três partes relacionadas: infância, adolescência e profissional. O redator poderia acrescentar uma pequena introdução sobre o que o leitor irá encontrar no texto e fornecer os links para as seções infância, adolescência e profissional. Quem estiver interessado em tudo sobre Minha Vida já sabe o que fazer.

Além disso, podemos usar o hipertexto, uma das propriedades mais antigas da rede e ainda pouco aplicada.

Mas como quase tudo na usabilidade, não existem normas estanques. Todas as sugestões para tornar um site mais acessível variam; cada caso é um caso. O que se deve aprender são as idéias básicas e aplicá–las ao seu site.

A regra geral da usabilidade no conteúdo é o bom senso. Existem ainda vários casos de como aplicar a usabilidade em textos, mas isso vai ficar para a biografia e sites recomendados, na próxima parte deste artigo. Por agora, vamos para a interface.

Embalando o produto

Com o conteúdo pronto, vamos partir para a segunda fase de um site voltado ao usuário. Agora contaremos com a ajuda do designer. Se você não é o designer, pode ser uma guerra. O design na web serve como suporte para o conteúdo ser exibido de forma que o usuário final o absorva (salvo casos de portfólios artísticos e sites com fins de experimentação, onde o design é a peça chave da página, e não o texto).

O designer pode brigar, mas todo o espaço visual de uma página deve converter ao seu conteúdo. Quando começar a desenhar os layouts do seu próximo site, reserve, pelo menos, 70% da área da tela para conteúdo. A criatividade deve agir dentro de certos padrões da rede.

No caso dos menus, tornou–se convenção a localização à esquerda da tela. Ao invés de querer reinventar a roda, a preocupação deveria ser como tornar esse menu mais atraente e não em deixar ele no meio apenas para ficar diferente. Existe centenas de modelos de cadeiras, mas todas mantêm os traços básicos que caracterizam uma cadeira. É mais ou menos assim no design de sites, salvo exceções.

Sobre o uso do Flash, um subitem na luta design vs. usabilidade: enquanto a equipe de arte ama utilizar Flash, os especialistas de usabilidade têm aversão. Mas o problema não é o Flash, e sim o que às vezes fazem dele.

A ferramenta de animação da Macromedia deve auxiliar o entendimento da página, sem atrapalhar com animações desnecessárias. É interessante conferir a opinião do expert em usabilidade Jakob Nielsen em uma de suas colunas Alert Box sobre o que seria o bom uso do Flash.

Se você acha radical, é bom dar uma olhadinha também no site feito pela própria Macromedia para tentar pôr ordem ao caos que os desenvolvedores deram à sua ferramenta. É um endereço com artigos, links, estudos de caso, espaço para discussões etc., tudo sobre como aplicar a usabilidade em projetos que envolvem Flash.

Mas você deve também conferir o recém–lançado Flash 99% Good, uma clara contestação ao texto de Nielsen. Alguns designers se uniram e criaram esse site para provar que o Flash, quando bem utilizado, pode ter um índice de usabilidade tão bom quanto qualquer página HTML.

Assim como na etapa do conteúdo, a fase do design também tem sua recomendação básica: a simplicidade. Procure desenvolver layouts que privilegiem as informações oferecidas pelo site aos seus usuários, de modo que um complemente o outro. Lembre–se, simplifique o que puder ser simplificado, pois elementos de página que não têm razão de ser, não devem existir.

No próximo texto, conteúdo embalado pelo design, vamos organizar esse produto dentro do site, de uma maneira a ser encontrado facilmente pelas pessoas. [Webinsider]

<strong>Andre de Abreu</strong> (<a href="http://www.andredeabreu.com.br" rel="externo">andredeabreu.com.br</a>) é gerente de comunicação interna e portal corporativo da TAM, professor de jornalismo digital da Universidade Anhembi Morumbi e um dos autores do blog <strong><a href="http://imezzo.wordpress.com" rel="externo">Intermezzo</a></strong>.

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