A indústria pornô e o copyright

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O Private Media Group, grupo espanhol listado na Nasdaq, anunciou que deseja adquirir os restos mortais do Napster. Para isso, oferece 1 milhão de ações, o que daria uns US$ 2,9 milhões de dólares (cada ação do Private Media Group cotada a US$ 2,96 dólares). O anúncio de cara já fez com que as próprias ações do grupo crescessem, pois estavam a US$ 2,41 na data do anúncio da oferta, na quinta–feira passada.

O presidente da Private Media, Charles Prast, disse que a cópia ilegal de material adulto também é um problema no mercado da pornografia e que “comprar o Napster é a nossa maneira de entrar no peer–to–peer marketplace de conteúdo adulto em um ambiente fechado”.

O grupo espanhol pretende usar a tecnologia do serviço para permitir que milhares de pessoas troquem material pornográfico pagando uma mensalidade. Afirma possuir o maior material pornográfico disponível na internet, com direitos autorais respeitados. “Assim como Hollywood e a indústria do disco, temos nos preocupado cada vez mais com o nível de quebra de copyright inerente aos sistemas gratuitos de trocas de arquivos”, disse Prast. “Até 35% de todo o conteúdo baixado de sites P2P é adulto, estima–se, o que cria preocupações em termos de quebra de copyright e de falta de controle de acesso a menores. É uma indústria que possui no momento 150 milhões de usuários. (…) Pretendemos usar a força da marca Napster e construir uma comunidade de adultos para troca de conteúdo fornecido por nossa empresa e nossos parceiros”, conclui.

Ninguém do Napster apareceu para comentar a possível compra até o fim da semana. Até porque da empresa sobraram apenas uns poucos funcionários e mesmo o fundador Shawn Fanning foi demitido dias atrás.

Superficialmente a história sugere uma ironia. O primeiro serviço P2P da história, que representou um marco na maneira de se gerenciar direitos autorais, foi levado à falência e agora recebe uma oferta de compra um tanto quanto esdrúxula. Parece piada, mas há um negócio real por trás da notícia, com dinheiro fluindo, e possivelmente um novo período na conturbada história da troca de arquivos online.

O que temos aqui é uma oferta de business muito mais real e concreta do que a da Bertelsmann, que gastou milhões de dólares para embargar e depois controlar o combalido sistema e consumiu quase dois anos tentando ressuscitá–lo, até finalmente tirar o time de campo. Durante boa parte desse tempo, a tecnologia ficou disponível, mas as grandes gravadoras (incluindo a própria BMG, da Bertelsmann) se recusaram a disponibilizar seus catálogos. Ou seja, a Bertelsmann tinha loja, mas nada para vender nela.

No cenário da oferta do Private Media Group há agora uma empresa que, para mal ou para bem, está listada na Nasdaq (portanto obrigada a conduzir seus negócios com transparência e profissionalismo), está no azul (o que significa uma base sólida para fazer ofertas de compra), existe faz mais de 34 anos possui um valor atual de mercado de mais de US$ 84 milhões de dólares.

Naquele contexto, até que não é tanto, pois qualquer empresa precisa valer um mínimo de US$ 35 milhões para continuar listada na Nasdaq. O produto que a empresa comercializa é no mínimo polêmico, o que a separa das outras na Bolsa. Porém, a proposta é uma tentativa real de fazer dinheiro de verdade a partir de um modelo que até agora não deu nunca nenhum tostão.

Neste sentido seria um marco na história do P2P, a primeira tentativa de se criar um modelo rentável. Certamente veremos ofertas semelhantes a outros serviços (Kazaa, Audiogalaxy, Morpheus…) no futuro, até chegarmos à criação de um novo modelo de negócios rentável. No fim, veremos a criação de mecanismos e associações dessa nova indústria para proteger os seus interesses, como acontece com qualquer mercado. A indústria fonográfica possui a RIAA (Recording Industry Association of America) para defender seus interesses. Já a indústria do cinema possui a MPAA (Motion Picture Association of America) para defender os seus. Seria no mínimo cômico então nos depararmos eventualmente com uma PIAA (Porn Industry Association of America) ou coisa parecida tentando tirar sites de P2P do ar porque não respeitam direitos autorais.
[Webinsider]

<Alvaro de Castro (acastro@kviar.com) é empreendedor.

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4 respostas

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