Teoria e prática

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Responda rápido: o que o Michel (ao lado) tem a ver com intranets e portais corporativos? E o que você, leitor, tem a ver com gestão do conhecimento, Ford, Taylor e Matrix?



Claro que o Michel sabe criar belas e eficazes interfaces para estas ferramentas, mas não é esta a resposta.



Quem teve, como eu, o privilégio de assistir ao workshop que Michel iniciou no dia 22/11, provavelmente daria outra resposta. Foi com surpresa e felicidade que o vi iniciar o curso falando não em design ou em estética, mas sim em história, mudanças de paradigma e sobre como é viver “no olho do furacão”.



Sabe o porquê da minha felicidade? Porque também assim inicio o meu workshop, sobre intranets e portais corporativos: falamos da nova era, da época de transição e das dúvidas e questões que ela enseja. Só então partimos para colocar a mão na massa, procurando desenhar uma metodologia para tentar alavancar o poder da ferramenta.



A postura comum que eu e Michel temos – embora nunca tenhamos travado qualquer debate anterior sobre o tema – demonstra que, de fato, somos todos peças de um grande e único quebra–cabeça. E demonstra também que, antes de mais nada, seja qual for nosso ramo de atuação, é fundamental tentar compreender o que está se passando antes de querer partir para “realizações concretas”. Para quem trabalha em áreas de vanguarda, isso se torna crítico, além de ser um grande diferencial também.



Costumo dizer, na abertura do meu workshop, que se você não compreende o que as intranets e portais representam e qual o objetivo maior delas no contexto da gestão do conhecimento, então não precisa fazer o curso… Michel, com outras palavras, diz o mesmo ao afirmar que é importante saber onde estamos, de onde viemos e para onde vamos – algo que nos ajuda a enxergar e a criar novas oportunidades, inclusive. Nos dois casos, há uma ênfase comum na necessidade de uma visão holística.



O ontem, o hoje e o daqui a pouco



Uma das coisas que este exercício de afastamento do objeto nos traz é a visão de que a história da humanidade se parece mesmo com uma mola: se olhamos de cima, os círculos são concêntricos e, portanto, os avanços acabam parecendo simples retornos ao mesmo ponto. Olhando de lado, vemos que, sim, estamos sobre o mesmo ponto da volta anterior – mas estamos mais alto também.


Assim, de certa forma, tudo se repete. De outra, nada será como antes.


A humanidade já viveu, recentemente (cerca de 100 anos atrás, portanto), um momento de virada como o que se avizinha. Quando passamos da era agrícola para a era industrial, nos braços de Ford e Taylor, vimos o mundo mudar por completo. Depois deles, outras pequenas e grandes mudanças aconteceram, claro. Estamos sempre evoluindo (?). Mas um momento de ruptura mais drástico, como o que vem por aí, só mesmo quando a linha de montagem mudou a economia, as relações de trabalho, o mundo, a vida de cada um, o perfil familiar e suas relações… tudo. Tudo veio a reboque.



Não vou chover no molhado: afinal, já existem vários livros e gurus que demonstram clara e cientificamente o que estou tentando dizer. Não seria em um artigo, portanto, que daríamos cabo de toda a complexidade envolvida.



O que me interessa destacar, nisso tudo, é que os webinsiders – você incluído, caro leitor – precisam acordar para o fato de que a internet não é um brinquedinho novo, mas sim o cerne de toda a mudança que está ocorrendo. Ela viabilizou a interconexão que está mudando a nossa forma de pensar, trabalhar, amar e viver.



Ao ignorarmos este fato e não buscarmos um aprofundamento que nos permita ganhar contexto, dois efeitos são imediatos: 1) nos sentimos perdidos, sem compreender o que acontece e, 2) em conseqüência, nos tornamos barcos à deriva, sem conseguirmos construir um planejamento mais consistente, seja para nossa vida profissional, seja para nossa vida pessoal. Quem nunca se sentiu sufocado e estressado no mar de informações que atire a primeira pedra…



Velocidade x Pressa



Todo mundo concorda que tudo está muito mais veloz do que antes. Com isso, estamos sempre nos sentindo defasados, gerando uma ansiedade que muitas vezes leva ao imobilismo ou a uma sensação equivalente, que nos paralisa. Vários alunos dos meus workshops, e também os do Michel, afirmaram isso.



Então, se o tempo é curto e tenho que correr contra o prejuízo, como parar para estudar a história, para refletir sobre os nobres caminhos do mundo? Esta é a pergunta que volta e meia nos fazem – e que também costuma aparecer em alguns questionários de avaliação dos workshops. Nos “pontos a melhorar”, alguns alunos colocam coisas como “Gostaria de ver mais cases” ou “menos teoria e mais prática”…


Nessas horas, é bom ter com quem fazer coro: está errado quem pensa que o importante é saber o último urro (como diria minha mãe) do Flash, sem se preocupar com os conceitos fundamentais do design, disse Michel. Assim como está errado quem quer implantar a intranet e se preocupa tão somente em definir qual “solução de software” irá comprar.


A grande pegadinha dos novos tempos é essa: quem acha que velocidade é o mesmo que pressa, está dando com os burros n´água. Se é tudo tão veloz e o conhecimento se expande de forma exponencial, então, ao invés de querer abarcar o mundo com as pernas (mamãe de novo…), o macete é entender o novo mundo, descobrir sua vocação neste novo cenário e, sobretudo, aprender a dialogar com os outros, com áreas diversas. Sim, se cada um de nós já não é capaz de dominar todas as tecnologias, o importante para quem está na vanguarda é compreender o que cada uma delas pode nos fornecer, para então ser capaz de coordenar os elementos.



A interdisciplinaridade, que tanto se apregoa, é mais uma necessidade do que uma palavra bonita, portanto. Mas, se conversar com o outro é fundamental, como aprendo isso? Ampliando sua cultura geral, eis a resposta. É a tal visão holística, do todo. Sem preconceitos, com mente aberta, para poder conversar com um expert em tecnologia (que vê o mundo pelo prisma das ciências exatas) e com o pessoal de RH (humanistas, certamente) e ser capaz de tangenciar esses mundos, aproximando–os.



Se informação somada à ação é igual a conhecimento, então ser capaz de filtrar e coordenar as informações desconexas que nos chegam e ser capaz de criar um novo contexto para elas, gerando algo novo, é o “pulo do gato”. E isso vale tanto para um portal corporativo quanto para um webdesigner. Tanto para mim quanto para você, nas nossas vidas pessoais e profissionais. Pois participamos, todos, da vanguarda desse novo tempo.



Matrix é aqui



Se você assistiu “Matrix” (o primeiro, que é o melhor, claro) e acha que aquilo tudo é ficção científica, está na hora de rever seus conceitos, como diria uma propaganda da Fiat…



Milhões de nós vivemos apáticos, ignorantes, de casa para o trabalho, do trabalho para o Ratinho ou Faustão… É da energia destes que o sistema todo se alimenta – qualquer semelhança com as plantações de Matrix não é mera coincidência. As grandes massas, manipuladas, nem sonham com nanotecnologia ou com os avanços da medicina. Nem tampouco sabem as reais intenções das grandes corporações e o porquê da guerra do Iraque…



E aí surgem Morpheus, Neo e companhia, que teimam em sair dos casulos para tentar enxergar a realidade como ela é, de fato. Não aceitam a versão que lhes é imposta. Neo vai além: é o primeiro que consegue, mesmo estando imerso no simulacro, enxergar além das aparências. Quem não se lembra da cena em que ele renasce e, pela primeira vez, consegue enxergar os bits e bytes que formam os cenários e os agentes?



Me parece que é esse o grande desafio: você precisa ser Neo. Precisa olhar para a internet, para portais, para gestão do conhecimento e para Matrix e ver o que está por trás de tudo. Há, sim, um elo comum.



Sem dúvida, é um tanto assustador, uma grande responsabilidade. E não é fácil. Tanto assim que muitos preferem ser como (Lu) Cypher, o Judas que trai Morpheus e Neo: a certa altura do filme, olhando para um pedaço suculento de bife, que ele diz saber que não é real, afirma: “a ignorância é mesmo uma benção”…



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Off–topic, pero no mucho: sem querer fazer propaganda – e já fazendo –, os objetivos dos Cursos Webinsider têm muito a ver com tudo que foi dito. Se os participantes saírem dos workshops enxergando mais claramente o que está acontecendo e quais são as oportunidades da nova era, então estaremos atingindo uma das metas.



Procuramos sempre aliar teoria e prática, apontando para o futuro, com os pés no presente e na prática, focando nas áreas emergentes nesses novos tempos.



Assim, fica aqui mais um convite, já que estamos iniciando no próximo sábado (6/12) a última rodada dos cursos em São Paulo. Confira os quatro workshops que serão ministrados:



Renata Zilse vai falar sobre Arquitetura da Informação, o workshop mais procurado no Rio. Sinal de que a chuva de bytes no cartaz de Matrix de fato preocupa e é necessário estruturar o mundo de informações desestruturadas, procurando facilitar o caminho para que elas produzam novos conhecimentos, levando muito em conta o usuário.



Kavinski e Rojo vão falar sobre Webmarketing, mostrando que o marketing é mais uma área que está mudando com os novos tempos, como acontece com o design e com as intranets. Mas se há novas dicas e técnicas, há também a necessidade de conhecer um pouco sobre o dito marketing tradicional para que possamos avançar.



Ricardo Theil vai falar sobre um tema importantíssimo: Segurança na internet. A mais nova preocupação das empresas está ligada ao furto, tão antigo como a humanidade. Mais uma vez o ontem, o hoje e o amanhã vão estar em foco, apresentados por um dos maiores especialistas do setor, com muitas dicas imediatas a oferecer.



Já Eduardo Lapa traz o excelente Comunidades Virtuais no ambiente corporativo, workshop já apresentado no Rio com grande sucesso (eu também assisti este, garanto que vale a pena). Lapa mostra que é preciso muita preparação e cuidado para que iniciativas de comunidades online dêem certo. Elas permitem conectar cérebros, rumo à inovação, algo de suma importância na nova era. No workshop, ele apresenta uma metodologia de implantação e gerência, além de casos de sucesso.



Se você, como o Michel, quer olhar o mundo com outros olhos – e tornar–se diferenciado em função disso –, a hora é essa, seja continuando a acompanhar o Webinsider, seja aprofundando os temas aqui abordados, nos workshops. As inscrições estão abertas. Te vejo lá? ;o)



Ricardo Saldanha é especialista em Digital Workplace e ex-presidente do Instituto Intranet Portal. Atualmente atua como Key Account na Totvs Private.

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