Afinal, o que é incluir uma pessoa digitalmente?

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Voltei a ler as resoluções da Cúpula Mundial sobre a sociedade da informação, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), no fim do ano passado, na Suíça.

A principal decisão foi a de que “todos os países devem preparar antes de 2005 ciberestratégias nacionais em especial, que apontem para o desenvolvimento das capacidades humanas, conforme cada realidade”.

Ou seja, está aberto finalmente o debate mundial: o que afinal é incluir uma pessoa digitalmente? E qual a melhor forma de fazer isso? No documento oficial, defende–se muito o acesso aos computadores, mas fala–se pouco sobre a etapa posterior: conectar para quê?

Na verdade, temos duas fases no processo de inclusão do cidadão. Uma, quando ele tem acesso à “televisão com mouse” e outra quando passa a “ganhar conhecimento”. A segunda etapa significa aprender na rede e com a rede, melhorando assim sua vida, com resultados positivos para toda a sociedade.

Não existe ainda, na verdade, o “conhecimetrômetro”, mas é preciso criá–lo para saber se um usuário está mais bem preparado do que o outro. Ou, ainda, se determinado telecentro consegue melhores resultados em termos de ganho de conhecimento de seus usuários.

Nesse novo instrumento metodológico, arrisco–me a dizer, o fator interatividade terá um peso significativo. Aqueles que apostam na integração dos novos usuários por área de interesse elevarão em muito o ponteiro para cima. Os que não o fizerem, o empurrarão para baixo.

O contato permanente entre os internautas será o grande fator de sucesso – vide os resultados obtidos pela Amazon e pela comunidade Linux. Alguns resultados previsíveis são:

* aprendizado rápido e de baixo custo da tecnologia;
* filtro coletivo das diversas fontes da internet;
* socialização virtual acelerada;
* ampliação de contato para geração de iniciativas virtuais;
* possibilidade de criação de ações sociais fora da internet;
* educação continuada.

As organizações não–governamentais (ONGs) defenderam, no encontro da ONU, projetos nessa linha, “nos quais o conhecimento, a criatividade, a cooperação e a solidariedade humana sejam considerados elementos essenciais e promovam não só a criatividade individual, como também, a inovação coletiva, baseada na cooperação”. Veja o documento.

Na avaliação do encontro, os coordenadores do Comitê para a Democratização de Informática (CDI) – uma das principais ONGs brasileiras na área de inclusão digital -, Rodrigo Baggio e Ricardo Schneider, reforçam que devemos apostar “no desenvolvimento das redes de conhecimento como meio de a sociedade civil passar da teoria à prática cotidiana de uso das tecnologias da informação e possa assim se beneficiar ainda mais das ferramentas digitais”.

Sugiro iniciar o debate com o livro Cibercultura, de Pierre Lévy, da Editora 34. Ali, com outras palavras, está claro o primeiro parâmetro que devemos adotar: a internet não é uma tevê com mais canais e um controle remoto com rabinho! [Webinsider]

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A Cibercultura – segundo Pierre Lévy. Grupo de estudo pela web.


Carlos Nepomuceno vai orientar um curso de 1º a 30 de junho, onde será debatido o Cibercultura. O livro de Pierre Lévy apresenta uma nova visão do impacto da rede, com perspectivas ao trabalho em comunidades virtuais e formação de inteligência coletiva.

A idéia é que os participantes consigam ter uma visão mais ampla e possam aplicar estes conhecimentos na sua vida profissional. Investimento: R$ 250,00. Veja mais detalhes sobre o grupo de estudo.

Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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