O telejornal SBT Brasil, apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão, já vai completar dois meses no ar, mas a inovação e dinamismo que se desejava oferecer ao telespectador desde o seu lançamento é acompanhada por uma política bem modesta quando o assunto é internet.
O investimento no novo programa e na reestruturação do departamento de jornalismo da emissora de Silvio Santos ainda não chegou ao desenvolvimento de uma plataforma web mais madura, capaz de hospedar as análises e reportagens especiais produzidas pelo novo programa.
O site do telejornal de “Padrão”, assim como o de outras atrações, é muito limitado, para dizer o mínimo. Quem procura na página do telejornal as notícias da última edição encontra um “modelo institucional” que contém apenas uma breve descrição do jornal, da estrutura e equipe engajadas no projeto, além de um resumido histórico profissional da âncora Ana Paula Padrão.
O site do SBT em geral optou por não se empenhar muito na implantação de tecnologias e serviços a seu público. Os programas que oferecem um mínimo de interatividade ou até mesmo utilidade são os das séries, novelas e atrações que utilizam cadastros online para levar participantes a programas que dão prêmios em dinheiro, como o Family Field. Pouca coisa é feita para integrar os telespectadores e tornar a relação destes com seus programas favoritos mais útil e recíproca. O “cara da poltrona” interage mais apertando os botões do controle remoto.
Esse comportamento recuado no ambiente virtual é curioso, tendo em vista que o SBT é a segunda maior emissora de TV do Brasil, perdendo apenas para a Rede Globo de Televisão, cuja orientação é oposta.
Quando Ana Paula Padrão informa que “mais informações” sobre determinada notícia podem ser obtidas na internet, passa o endereço direto do serviço oferecido (site da Receita Federal, por exemplo) e não o site da emissora, que poderia aproveitar a oportunidade para criar um relacionamento com os telespectadores mais antenados.
Em contrapartida, a Rede Globo há anos transforma os “acessos empolgados” de seus visitantes em uma experiência web mais prazerosa. Investiu em tecnologia e elaborou uma interface que reúne boa parte de todo o acervo já produzido pela emissora. O resultado de tanto esforço é a atual “menina dos olhos” do portal: o serviço “Globo Media Center”. Aliados a ele, notícias, análises, serviços ousados e até revistas online das novelas da TV Globo ajudam a construir uma rede que alimente a expectativa de uma nova visita do usuário às páginas da Globo.com.
Enquanto o SBT opta pelo “low profile”, outras “colegas” da TV aberta, como Band e Rede Record, se esforçam para tentar acompanhar a velocidade típica da internet. [Webinsider]
Rodrigo Leão Brasileiro
<strong>Rodrigo Leão Brasileiro</strong> (rodrigoleaobr@msn.com) trabalha na edição de um site regional, na Bahia.
Uma resposta
O texto foi muito bem redigido e abordou um tema bastante interessante. Hoje mesmo tentei acessar o site do telejornalismo do SBT e dei de cara com um site que optou por não se empenhar muito na implantação de tecnologias e serviços a seu público.
Sabe o que é mais curioso? A matéria é de 7 de outubro de 2005. E hoje é dia 15 de julho de 2008… E ela poderia ser escrita hoje.
Parabéns pela matéria!