Pequenas empresas, as que mais sofrem com as pragas

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Sabe–se que as micro e pequenas empresas têm um papel relevante na economia nacional. São responsáveis por uma boa parcela da geração de renda e de empregos no País. Para se ter uma idéia, segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE, estas companhias responderam, em 2002, por 99,2% do número total de empresas formais, 57,2% dos empregos totais e por 26% da massa salarial. O número total de pessoas ocupadas em microempresas foi de 9.967.201, neste ano.

Ironicamente, devido ao reduzido capital para investimentos, estas empresas são as que mais sofrem com restrições, principalmente tecnológicas, o que impacta negativamente nas possibilidades de redução de custos e otimização de recursos. Neste sentido, são, também, as maiores vítimas das pragas disseminadas pela internet.

Enquanto as médias e grandes empresas conseguem manter políticas de segurança, com implantação e atualização das mais avançadas tecnologias, a maioria das micro e pequenas empresas não tem, sequer, um servidor.

Muitas partem para softwares piratas para garantir alguma proteção o que, além dos riscos da contravenção, geralmente trazem problemas de funcionamento. Desta forma, o conceito de qualidade, para os menores, acaba se tornando relativo, já que, por motivos óbvios, o segmento é extremamente sensível a preço.

E, infelizmente, a maior parte destas companhias descobre da pior maneira possível o valor da proteção eficaz. Normalmente, quando as brechas em seus sistemas resultaram em invasões e prejuízos. Até então, conta–se com a ‘sorte’, enquanto a segurança computacional funciona com arranjos domésticos.

Outro fator que compromete é a falta de adoção de políticas abrangentes de segurança, que incluam a conscientização dos usuários sobre os riscos. É evidente que os computadores ficam vulneráveis se os usuários ignorarem as medidas de segurança.

É preciso explicar que tanto a tranca, como o alarme e o cachorro é que afugentam o ladrão. Nenhum deles isoladamente funciona melhor do que o conjunto.

Na verdade, ainda faltam ofertas adequadas para este segmento. Os fabricantes de softwares apenas recentemente começaram a pensar em soluções que dêem conta de suas necessidades próprias e que sejam, ao mesmo tempo, acessíveis financeiramente.

Apesar da crescente inclusão digital destas companhias, principalmente quanto ao uso da internet, a adoção de sistemas de segurança modernos e eficientes deixa a desejar.

Por outro lado, é difícil para os fornecedores formatarem uma política de segurança, totalmente adequada, já que a diversidade de necessidades e particularidades é extensa. De qualquer forma, pode se atribuir a esta fatia do mercado um terreno fértil para iniciativas. Afinal, estamos falando de demandas não atendidas, cujo universo tem aumentado muito. Segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE, o número de microempresas no Brasil, entre 1996 e 2002, evoluiu de 2.956.749 para 4.605.607, o que representa um crescimento da ordem de 55,8%.

Apesar do aumento numérico do universo de empresas, sabe–se que o crescimento e a sobrevivência dessas companhias se dá de forma vegetativa e não ordenada, em virtude das restrições de crédito e, mesmo, de capital humano.

De qualquer modo, as perspectivas para estas companhias são mais que positivas, com estimativa de crescimento na demanda por tecnologias de segurança compatíveis.

Assim, os fornecedores precisam trabalhar no sentido de entender as demandas específicas deste segmento para, então, alinhar as tecnologias, já que há diferenças tanto em nível de conhecimento como na própria maturidade tecnológica das empresas classificadas no segmento de pequenas e médias no Brasil.

E, para ser efetiva, a solução tem que atender a algumas regras também: precisam ser fáceis de instalar e atualizar, ter muitos recursos, bem como ser tecnicamente competente. Além disso, fica muito difícil conseguir efetividade de softwares de antivírus e anti–spam, já que a maioria dessas companhias não tem os recursos para realizar seus próprios testes, o que requer a garantia de fornecedores idôneos.

Felizmente já é possível encontrar produtos com estas características, com custo e facilidades administrativas, fundamentais para redes pequenas. Obviamente, além das soluções, as micro e pequenas empresas precisam receber já pré–formatados os elementos básicos relativos às políticas de segurança, que incluem a conscientização dos usuários.

A participação e o entendimento do fator humano no uso da tecnologia é um fator chave na efetiva proteção, seja ela física ou mesmo lógica dos ativos digitais das pequenas e médias empresas. A proteção do elo mais fraco é que torna a corrente forte. Apenas assim, integrando a tranca, o alarme e o cachorro, pode–se minimizar os riscos digitais. [Webinsider]

Fernando Neves é presidente da RPost do Brasil.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *