A TV digital não consegue iniciar, de tão importante

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Há muita agitação entre os empresários do ramo de telecomunicação por conta do padrão a ser escolhido pelo governo brasileiro para a implantação da TV digital.

A disputa é forte entre os modelos europeu (DVB) e japonês (ISDB). Deixando de lado as siglas que infestam o mundo virtual – e que existem aos montes – estão em jogo investimentos bilionários, desenvolvimento tecnológico e novas formas de domínio da informação e do entretenimento oferecido à sociedade como um todo.

Em termos de marketing e propaganda, o novo formato trará perspectivas imensas, como alto grau de interatividade com o público–alvo e condições excepcionais de medir a penetração das peças criadas, para ficar nos itens mais visíveis.

Pesquisadores brasileiros também se mobilizaram em defesa de um modelo nacional já desenvolvido e testado. Garantem que o Brasil pode estar na linha de frente e depender o mínimo possível de tecnologia estrangeira. Não há ranço xenófobo na posição dos cientistas brasileiros. Eles admitem que o resultado do projeto nacional de TV digital comporta a utilização de mecanismos já em operação nos modelos europeu, japonês e o norte–americano, sendo que este último é tido como descartado na disputa porque tem peculiaridades incompatíveis às necessidades do Brasil.

As empresas de do ramo de telecomunicação, sejam voltadas à transmissão de dados, à produção de equipamentos ou produtoras de conteúdo, vivem um clima de suspense. A decisão que o governo abraçar vai definir as ações que tomarão conta dos setores envolvidos durante os próximos anos.

Para os usuários está chegando o tempo de acompanhar transmissões de TV em telefones celulares, laptops e outros receptores digitais de imagens e som. As mais poderosas mídias estarão disponíveis no bolso, na maleta de pessoas em trânsito. A primazia do sofá está com os dias contados.

Um balão de ensaio está preste a ganhar o céu virtual. A Gradiente decidiu não esperar a definição do padrão de TV digital e anunciou o lançamento de uma microssérie com seis episódios que poderá ser acompanhada pelos usuários do novo aparelho celular que colocará no mercado. Os filminhos terão no máximo 2 minutos e, segundo a empresa, vão permitir aos internautas interferir no rumo da história. Os capítulos serão renovados semanalmente.

O aprimoramento que se seguirá à definição do projeto de TV digital do Brasil vai dar uma agilidade fantástica às transmissões. Hoje, as empresas de TV a cabo oferecem alternativas impensáveis pouco tempo atrás. Nos pacotes mais completos, o assinante pode assistir no horário que melhor convier o noticiário que já foi ao ar. O filme pode ser congelado enquanto um telefonema é atendido e retomado a partir daquele ponto, como se fosse um DVD. Essas e outras ações serão possíveis durante um passeio no parque ou entre um mergulho e outro à beira da praia. O espetáculo da vida é cada vez mais visual, rápido, e precisa caber em outras telas.

É certo que a expansão da TV digital móvel estará atrelada a uma série de soluções tecnológicas absolutamente viáveis, que dizem respeito principalmente à transmissão de dados em alta velocidade via internet. A palavra de ordem é convergência de mídias.

Enquanto a novela da escolha do padrão brasileiro de TV digital é transmitida e acompanhada da forma convencional, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, no olho do furacão, tenta equilibrar o jogo de interesses em torno da polêmica. As declarações dele dão pistas, mas não admitem que se faça uma aposta certeira de como o governo baterá o martelo. Até o adiamento da definição para 2007 já é tido como provável. [Webinsider]

Conde Roberto Guarniei (roberto.guarnieri@a1.com.br) é o Global Chairman do A1 Group.

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