Maturidade é ter o foco no negócio do cliente

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Quando a web começou a ser utilizada comercialmente, os recursos eram mínimos e a visão de negócios resumia-se a ?outdoor na web?. Isso mesmo, o pensamento dos empresários era quase que unânime ?poderei ter um outdoor na web e minha empresa estará numa vitrine mundial?. Bons tempos aqueles, em que o modelo ?fordiano? era uma realidade, quase todos os websites tinham a mesma estrutura e resumiam-se a uma apresentação da empresa, seus produtos/serviços e uma maneira de entrar em contato.

Hoje o grande apelo da web é integrar todas as iniciativas de anos anteriores, sejam elas parrudas como ERPs (complexos softwares de gestão) ou simples como aplicações web departamentais. Nas grandes empresas a confusão é tamanha que há quem pense em criar software para gerenciar usuários e senhas de acesso. Definitivamente essa não é a solução mais elegante. Precisamos de integração e single sign on (login único).

Dos sobrinhos à qualidade

Após a fase das páginas cinza, as empresas web se proliferaram e os famosos ?sobrinhos? começaram a agir, criando websites com preços competitivos. As empresas discriminavam os ?sobrinhos? porque seus preços eram imbatíveis, já que não tinham os custos das empresas e, muitas vezes, nem contribuíam com impostos.

A verdade é que as empresas não tinham diferenciais para com os ?sobrinhos?. O resultado era o mesmo! Quase ninguém usava metodologia e a qualidade se resumia à qualidade da equipe alocada. Se os profissionais eram bons, o resultado provavelmente também o seria.

As empresas não possuíam processos, controle de qualidade metodologia ou produtos para oferecer agilidade, competitividade e reutilização. Não pensem que isso existiu apenas no passado, é uma realidade na grande maioria dos fornecedores web de hoje.

A supervalorização dos profissionais

A corrida pela web está em seu auge. Todas as empresas de software precisam dela, é uma questão de sobrevivência. Várias empresas que criaram seus produtos/softwares sobre a plataforma cliente x servidor, vendem a interface web como um diferencial. Isso não é diferencial, é exigência do mercado, dos seus clientes!

O problema da ?corrida pela web? é que gerou uma procura de profissionais maior que a demanda. Em praticamente todas as áreas do desenvolvimento de software web (planejamento, análise, desenvolvimento, gerência de projetos, testes, etc) falta mão-de-obra qualificada. E isso gerou uma supervalorização dos profissionais. Profissionais que há um ano atrás eram estagiários já estão sendo contratados para cargos como se tivessem cinco anos de experiência, porque falta mão-de-obra qualificada. E principalmente por isso, a qualidade na web ainda é um diferencial e não um requisito básico.

Preço não é mais a única variável

É comum encontrar projetos desastrosos no mercado. Algumas empresas percebem que o trabalho de um ano deu em nada e procuram empresas com referência de qualidade para avaliar o resultado gerado pelo fornecedor (geralmente contratado pelo menor valor) e propor uma maneira de consertá-lo. Muitas vezes o que se detecta é que a melhor solução é jogar tudo no lixo. É difícil convencer o cliente de que ele fez o pior negócio possível e que economizará dinheiro se fizer da maneira correta agora. Infelizmente esse tipo de situação também é uma realidade.

A preocupação na contratação de fornecedores de software não se limita mais ao valor do projeto. Outras variáveis passaram a ser tão importante quanto, como metodologias utilizadas, equipe, prazo de entrega, certificações e documentação, coisa rara de se encontrar em projetos web e que dificulta que um projeto seja assumido por outra empresa, porque a única maneira de se entender os códigos macarrônicos é fazendo engenharia reversa, mais caro, demorado e arriscado.

A importância da web no negócio

A maioria das empresas procura criar suas novas aplicações baseadas em web, é mais barato, rápido e efetivo. Mas os sistemas legados não podem ser substituídos com facilidade, então o caminho é integrá-los a portais corporativos ou simplesmente criar interfaces web para eles.

Com isso, a web passou a ter uma grande importância para o negócio e as empresas estão chamando seus fornecedores para lhes ajudar a definir a arquitetura padrão da companhia e para identificar a melhor maneira de resolver problemas sem criar outros novos. Esse é o nível de parceira que todo fornecedor de software sonha, porém quase nenhum consegue alcançar. Para isso, é preciso ter transparência e trabalhar como sendo uma área de seu cliente. As empresas de software que não tiverem foco no negócio do cliente estão fadadas à morte.

A terceirização já está consolidada no Brasil e ainda se confunde com body shop (simples alocação de profissionais no cliente), mas essa confusão não deve durar muito. As empresas querem outsourcing, ou seja, querem que a empresa terceira assuma a gestão da tecnologia ou dos sistemas e não simplesmente joguem profissionais e deixem a gestão com o cliente.

Cada empresa precisa ter seu foco definido e mirado em seu negócio. A tecnologia é um dos principais meios de aumentar a competitividade e reduzir custos, porém cada empresa tem sua especialidade e as empresas de software que conseguirem mergulhar e entender o negócio de seus clientes conseguirão ajudá-los a ganhar mercados e aumentar a competitividade, aumentando, assim, os seus próprios. [Webinsider]

Roberto Dariva (info@navita.com.br) é diretor de negócios da Navita

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6 respostas

  1. Artigo retrata a realizade das áreas de TI, especialmente as que lidam diretamente com desenvolvimento.

    O relacionamento com o cliente, realmente deve ser visto como o principal para a prestação do servico. Bem como a pirâmide demonstrada no livro do James Hunter, sobre o Lider Servidor.

    O trecho Dos sobrinhos à qualidade também é ótimo e retrata como alguns executivos tomam a decisão errada e colhem o prejuído, as vezes, de forma irrevogável.

    Parabéns!
    Eduardo Lima

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