Sobre o marketing espontâneo, viral e de participação

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A moda agora é o tal do marketing viral. O que é isso? De onde surgiu? Como começou? Como se faz? Bom, estas e outras tantas perguntas devem estar entre as ?dez mais? do pessoal que está diante este tema pela primeira vez.

Na verdade a prática que está por trás deste conceito, que nem de longe é novidade, já é adotada por muito e há muito tempo. Quando se depara com a ciência percebe que alguns termos novos surgem de práticas antigas, mas que ninguém se deu conta de que elas existiam, pois eram aplicadas de forma natural e sem a proposta de ganho comercial. Tantas coisas já estão concebidas, mas ninguém percebeu, não é mesmo?

Um exemplo é o Marketing de Relacionamento. Há cinco anos atrás a possibilidade de conhecer o seu cliente ao ponto de oferecer algo que ele precisasse muito, mas nem se quer tinha percebido, se tornou o grande trunfo das organizações. Nem o termo e nem tão pouco a forma de se relacionar foram criadas neste mesmo período, pois as relações pessoalizadas e personalizadas sempre existiram e o ato de conhecer ?intimamente? o cliente já era uma prática de muitos.

O que houve foi apenas a análise e aplicação científica sobre o objeto de estudo (cliente) e suas relações com o ambiente (mercado). O mais curioso é que mesmo tendo algumas experiências interessantes e vitoriosas, este método não se aplica para todos os casos e os resultados negativos de uma má aplicação são uma realidade constante e muito maior do que os sucessos. Afinal, nem todos os negócios precisam se relacionar desta forma com os clientes, correto?

Voltemos ao caso do vírus. A idéia central desta aplicação é fazer com que a sua idéia (mensagem, pensamento, desejo…) se multiplique contaminando todos que se deparem com ela.

Para entender melhor esta prática vamos voltar à análise deste conceito em uma retórica convencional. Perceba que o dispositivo de entrada deste sistema não é a mensagem e nem a tecnologia utilizada e sim o homem – a parte que age. Uma pessoa só indica algo para outra caso saiba que aquela mensagem lhe interessa de alguma maneira. Então, o homem é o que inicia o processo, mas a rede em que ele participa é a base do sucesso.

Entraríamos aqui em uma análise sobre tribos, grupos sociais e influenciadores, mas acredito que estes pensamentos já estão bem concretizados se tratando em uma aplicação da comunicação. Logo entendemos que para uma idéia ter o poder de contaminar outras pessoas é preciso possuir algumas características: valor, contexto, rede, tempo e naturalidade.

  • Valor. Impossível entender como a informação será retransmitida se ela não tiver valor. Torna-se imprescindível que a informação a contaminar os outros tenha um grande valor percebido. Quanto mais valor maior a possibilidade de aceitação da contaminação.
  • Contexto. Ir direto ao assunto nem sempre é bom. Neste caso, é indicada a criação de um contexto. Uma mensagem com objetivo comercial certamente não será tão aceita quanto à outra que é orientada por uma história interessante e interativa. A criatividade ainda é o diferencial.
  • Rede. As grandes diferenças do meio digital para outras mídias convencionais são a possibilidade de ter vários transmissores e vários receptores e não ser interruptiva, permitindo um melhor aproveitamento da informação e possibilidade de expansão da palavra/texto (hiperlink). Se o sucesso depende da indicação de alguém, quanto maior a rede deste indivíduo maior será a elasticidade da informação. Os blogs vêm se tornando uma ferramenta importante para a disseminação da idéia viral.
  • Tempo. A ação viral depende de uma rede. Quantos mais nós mais indivíduos serão contaminados. Quanto maior o tempo maior a possibilidade de atrair e contaminar mais nós.
  • Naturalidade. Quanto mais comercial a mensagem for menor será a propensão da aceitação do vírus. Perceba que quanto mais a mensagem for natural maior é o resultado. As pessoas indicam algo através das suas próprias percepções e o receptor sente este sentimento.

Nem todas as ações virais conseguem contaminar. Uma prática que surge com toda a força é a criação de hotsites, mas nem sempre o resultado é o esperado. Primeiro as pessoas já entendem que esta ação é mais uma jogada publicitária e por isso não tem muito valor; segundo que normalmente estas ações são integradas a uma campanha publicitária e por isso tem tempo para começar e terminar e, além disso, dependem de uma outra mídia convencional; e terceiro esta ação deveria encontrar rapidamente o público que irá iniciar a contaminação, mas isso não acontece.

Percebo que para uma idéia ser contaminada tem que parecer ingênua e ao mesmo tempo com certa usabilidade. Um exemplo existente no meio convencional pode ser aquelas bandanas (lenços) que são lançados de cima dos trios elétricos com a marca de cervejarias e de outras empresas patrocinadoras. As pessoas que as recebem gostam do produto por diversas maneiras e permitem que a marca do anunciante fique em um local estratégico para a visão de outros. Eu posso nem beber cerveja, mas acabo contaminando os outros por estar usando a peça promocional.

Hoje, o foco está nas pessoas e não mais no produto ou processo. O Marketing espontâneo e de participação realmente é a grande jogada para os próximos anos. Mas, como sabemos que o comportamento do consumidor é alterado constantemente, como será esta relação no futuro? [Webinsider]

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<strong>Claudio Nossa</strong> (claudio@inpromo.com.br) é administrador, professor universitário e mantém o blog <strong><a href="http://www.midiasativas.com.br/" rel="externo">Mídias Ativas</a></strong>.

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7 respostas

  1. parabens pela materia muito boa acredito que o marketing espontaneo ou viral nao seja facil de se aplicar mas e uma ferramenta importante para se sair na frente de concorrentes e ser o diferencial no mercado atras de ideias inovadoras e natural

  2. Realmente a matéria é muito boa. Trabalho com mída digital e embora ações como essas estejam crescendo de maneira vertiginosa vejo que é difícil achar boas matérias a respeito do tema. Também me interesso por matérias e monografias a respeito do tema !

    Abraços

    Yuri

  3. Parabéns pela matéria.
    Realmente é uma mídia que deve ser bem planejada, para que tenha bons efeitos, ainda mais se tratando de interesse por parte dos leitores, de reenviar ou não.

    Se possível, gostaria de receber indicações de monografias, teses, ou trabalhos publicados sobre marketing viral.
    Acho esse assunto muito interessante, e talvez futuramente ele fará parte da minha monografia.

    Obrigada.

  4. Achei a matéria muito oportuna. Nos dias de hoje é preciso estar ligado as novidades,reinventar as ações e ter criatividade, principalmente quando a é mídia digital.

  5. Muito bom o artigo.
    Realmente, os métodos de se comunicar e se relacionar mudam a todo instante e precisamos ficar atentos para acompanhar essas novas tendências culturais criando novas formas de apresentar a mensagem ao público.

  6. Adorei a matéria, mas ainda eu continuo achando que o marketing espontâneo é uma ferramenta muito complicada, pois um dia ela da certo e outro dia não, tem que ser algo que realmente faça com que a pessoa repasse eu mesmo nao gosto de repassar nada para ninguem, por eu não sei se a pessoa na qual eu vou repassar vai gostar ou não!
    Mais ainda tem muitas pessoas que não são igual a mim, gosta de passar tudo que vê! mas realmente tem que ser algo importante, bonito e não muito direto, tem que ser uma promoção que interessa muito!
    Ainda eu não apliquei o viral aqui na Honda Caiuás, mas acredito que um dia uma idéia venha a minha cabeça para que possamos fazer o teste!

    obrigado e espero saber mais a respeito!
    Abraços

  7. Gostei muito do artigo! Parabéns!
    Gostaria de saber onde encontro publicações especializadas sobre o assunto, alguma tese ou trabalho analisando a aplicação pratica do Viral. Se puder ajudar agradeço muito! Abraços!

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