2006 foi do usuário. 2007 será o ano de quem?

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Dois mil e seis ficará marcado na história da internet e da comunicação como o ano em que transformações que vinham ganhando espaço tornaram-se reais. O mercado web provou definitivamente sua relevância pela vasta gama de serviços e utilidades que oferece. O que antes eram promessas e especulações tornou-se realidade. A descrença que acompanhava a internet desde 2000 está mais distante e o mercado começa a colher sucesso e importantes conquistas.

A web 2.0, até então um mito, alavancou o crescimento da rede e molda um novo fluxo comunicativo. Já somos mais de 22 milhões de brasileiros com conexão domiciliar, o PC tornou-se popular e a democratização digital começa a permitir o acesso em escolas públicas para crianças carentes. Este ano mais barreiras sociais serão ultrapassadas.

O mercado online

A Microsoft continua correndo atrás do prejuízo que a web e a pirataria vêm causando ao amplo domínio que mantén no mercado. O novo Windows Vista não obteve a repercussão desejada e o software livre vem ganhando força através do Linux e dos aplicativos open source.

A guerra da Microsoft contra a pirataria se fosse vencida poderia ser um equívoco estratégico, considerando que os usuários buscam a liberdade tecnológica e os baixos custos. As apostas de Bill Gates, que anunciou sua aposentadoria para 2008, ficam focadas na conectividade. Quem sabe a empresa não tente a compra da AOL ou a Yahoo!, que estão perdendo espaço, e assim turbine a briga frente ao Google.

A aquisição do YouTube por 1,6 bilhões de dólares foi até hoje o valor mais alto pago por um negócio deste tipo na internet — e o Google, novo dono, prossegue sua oferta de serviços gratuitos dos mais diversos tipos, para aumentar sua base de usuários e garantir o sucesso dos seus AdSense e Adwords.

O Yahoo! lidera índices de audiência na Web, contudo em vantagem competitiva menor e queda de market share. No final do ano promoveu mudanças no seu corpo executivo, na tentativa de reverter o quadro, diante da ameaça que tira o sono dos principais executivos da empresa.

Em novembro de 2006 o Yahoo! teve sua audiência superada pelo Google em 400 mil usuários. A Microsoft continua na liderança com 501,7 milhões de acessos mensais, considerando as atualizações do Windows no montante.

O ano de 2006 também destacou uma grande batalha entre os browsers Internet Explorer da Microsoft e o Firefox da Mozilla. Mais uma vez a empresa de Bill Gates sofreu uma queda nos índices de uso, enquanto o Firefox prosperou e já detêm quase 15% do mercado. O IE começa 2007 abaixo dos 80%, algo inédito na guerra dos browsers até 2006.

Web 2.0

Muitos apostaram que a web 2.0 seria mais uma bolha a estourar ou desinflar, uma moda ?hype? de momento, uma expectativa equivocada, passageira e com prazo de validade. Mas durante o ano de 2006 o fenômeno prosperou.

A cada dia vemos surgir mais e mais serviços web 2.0, dos quais poucos fracassaram até agora. A tríade relacionamento, participação e inteligência coletiva, as principais estruturas de sustentação da web 2.0, foram bem aceitas pelos público e estão produzindo impacto.

O poder outorgado ao usuário foi muito aceito. Em tempos de ?we media?, quem não quer ter a chance de se destacar na multidão? A web 2.0 é um grande passo para a democratização da informação e o reposicionamento do fluxo comunicativo.

Publicadores sociais ? blogs, fotologs, comunidades e serviços participativos ? estão se popularizando rapidamente. O fluxo comunicativo sofre uma transformação, onde o emissor diminui seu poder de ?dono da verdade? e o receptor participa da mensagem não apenas como consumidor passivo, mas também como construtor. Se bem explorada, a web 2.0 poderá ser a ?Prensa de Gutemberg? do século XXI.

Outras tendências e conjunturas

O Orkut é um sucesso ou um fracasso? Como comunidade de discussões densas certamente fracassou. Como um espaço social para encontrar amigos ou espionar a vida alheia é um sucesso. Com o ?Efeito Katilce? o Orkut provou seu poder de viralidade.

O modelo do Myspace mostrou-se muito mais eficiente que o do Orkut, principalmente fora do Brasil. Até mesmo outros sites focados em redes sociais como o Linkedin, del.icio.us, digg, iLike e Flixter superam o modelo do Orkut. A receita de instalar uma comunidade partindo do caos foi reprovada. Hoje acredita-se que organização e foco são fundamentais para o sucesso de uma rede social.

Pensando em aplicativo, o Youtube foi a vedete de 2006. Mais um projeto criado por dois jovens visionários, escondidos em um ?bunker?. Uma idéia sensacional, uma aposta audaciosa e Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim ficaram ricos.

O game online Second Life chamou bastante atenção. Possui um modelo interessante: uma rede social mais viva e menos gélida que as demais. Um laboratório para a vida real que transforma o internauta no seu alterego. Indústrias de vários setores perceberam sua força e tentam aproveitá-lo com instrumento de branding.

Será que em 2007 a web mobile decola? Colocaria algumas fichas nessa aposta.

Conclusão

No ano passado a internet invadiu o mundo real. Mas, dentro da velocidade dos acontecimentos, isso já é passado. 2007 promete ser mais um grande ano e inicia com usuários muito mais engajados e preparados para navegar em mares mais remotos. Muitas guerras comerciais e concorrências entre os principais ?players? do mercado deverão esquentar ainda mais o ano.

Assim, a vida virtual se aproxima cada vez mais da vida real e a convergência pode ser solidificada em 2007. A internet, desde 1994, vem trilhando uma história de sucessos, fracassos e grandes desafios. O usuário conquistou o merecido lugar ao sol e certamente conquistará muito mais. Afinal o que seria da internet sem aqueles que dão vida à ela? [Webinsider]

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<strong>Diego Cox</strong> (dcoxbr@gmail.com) é analista de produtos sênior na <strong><a href="http://globo.com/ "rel="externo">Globo.com</a></strong>, publicitário e mantém um <strong><a href="http://www.reflexoesdigitais.com.br/ "rel="externo">blog</a></strong> focado em comunicação digital e internet.

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7 respostas

  1. Acredito que neste ano veremos uma adesão cada vez maior aos dispositivos móveis, como foi ressaltado no artigo. A venda de Notebooks foi bastante grande em 2006, e é cada vez mais comum pessoas com MP3 Players e celulares com múltiplos recursos. Se os preços melhorarem, veremos mais e mais pessoas com Smartphones e equipamentos similares. O que continua uma incógnita é qual será o papel este ano da indústria fonográfica e do entretenimento, bem como das empresas de software em geral, em seu eterno combate à pirataria. Afinal, a cada ano eles nos proporcionam novas surpresas.

  2. Ótimo texto, com certeza uma ótima retrospectiva tecnológica de 2006, ano marcante com certeza.
    Assim como você, arrisco algumas fichas na mobilidade também, acho que já está na hora de algo realmente bombástico. O único ponto do seu texto com o qual descordo, é o trecho onde você cita usuários mais engajados, o que ao meu ver, no Brasil esta ainda é uma realidade bem distante, haja vista a atitude da maioria diante da internet. Aos desfavorecidos, tudo é novidade e há um certo medo, aos que tem acesso de longa data, a atitude é de baderna, tudo se resume a chats e preguiça. Distante, porém possível de acontecer, acredito que esse quadro pode ser revertido em nosso país.
    Mais uma vez parabéns pelo texto.
    Abraços!

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