Não existe webdesigner

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Sobre esta discussão, Alexandre Wollner*, um dos mais importantes designers gráficos do país, é taxativo. Ele diz que “o web design é um fragmento do design. Não existe web designer. Existe o designer que faz web e este profissional tem que aprender tudo, tipografia, fotografia, semiótica, gestalt, matemática, ótica, percepção, comportamento humano, etc. Senão, ele não consegue fazer web”.

Toda afirmação taxativa deve ser analisada de acordo com o seu contexto, levando-se em conta quem disse e porque disse. Nesse sentido, devemos ler esta afirmação de Wollner levando em conta sua formação acadêmica e sua luta pelo design no Brasil. A formação de Alexandre Wollner vem de uma escola de design com inclinação científica, a Escola Superior da Forma de Ulm, que foi a precursora do primeiro curso de design no Brasil (Escola Superior de Desenho Industrial – Esdi, no Rio de Janeiro).

Analisando mais a fundo a afirmação, observa-se que um designer que faz web precisa (lendo nas entrelinhas do discurso de Wollner) de um processo criativo bastante aguçado. E onde começa este processo criativo? Com certeza começa no momento em que você decide que quer ser um designer. A partir deste momento, tudo que você olhar, sentir ou fizer irá alimentar a sua “inteligência visual” e contribuir para que você se torne um verdadeiro designer.

Mas não para por aí. O que Wollner diz também é que apenas alimentar nossos sentidos com informações visuais não é suficiente.

Para entender mais esta questão, pense no seguinte: um design bem feito parece sempre ser muito simples, parece inclusive ter sido feito sem esforço algum. Esta sensação é, sem dúvida, um dos propósitos do design. Quando nós encontramos um design assim, que nos inspira, queremos poder fazer algo tão bom quanto ou melhor do que o que estamos vendo. E por parecer tão simples, temos certeza absoluta de que somos capazes de fazer algo assim também.

Mas no momento em que partimos para a prática, notamos que tudo é muito mais difícil do que parecia à princípio.

Isto acontece porque design não é feito simplesmente de estética e emoção. Esses são apenas alguns elementos da função do design. Existem muitos outros elementos no processo de criação do design, como o mercado, o produto em si, a usabilidade e o ambiente onde este design vai existir. Existe uma necessidade de se atualizar a relação da tecnologia com os designers para além da expressão artística. O termo design se relaciona não só com a criatividade, mas também com a tecnologia, com o significado, com a linguagem.

Daí a necessidade de uma formação mais sólida por parte dos designers (inclusive aqueles que fazem web), uma formação que seja capaz de “traduzir” as informações visuais que nos bombardeiam constantemente em elementos que possam gerar uma inteligência visual. Esta formação não deve ser entendida como uma amarra à nossa criatividade, muito pelo contrário. É ela que vai propiciar o surgimento de um profissional muito mais seguro na hora de expressar sua criatividade.

* Alexandre Wollner (1928 – ) começou seus estudos no Instituto de Arte Contemporânea criado por Pietro Maria Bardi no Masp. Esta passagem pelo IAC propiciou-lhe uma vaga na Escola Superior da Forma de Ulm, Alemanha. De volta ao Brasil, participou da criação da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro. É autor de célebres logomarcas, como a da Klabin, da Santista, da Eucatex e do Itaú. [Webinsider]

.

Marcos Nähr (Marcos_Nahr@Dell.com) é formado em Design Gráfico, consultor de conteúdo para o Global eCommerce da Dell Computadores e professor do Comunicação Digital da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

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52 respostas

  1. Não concordo com ele, a informática se divide em milhares de áreas, e uma dela é o web design, aprendi muita coisa nesse ramo, que se me pedir algo fora desse contexto de design, seria bola fora, eu admito que qualquer bom design pode fazer web design sem problemas, mas um web designer não é designer de outras coisas, ou seja, web designer não é obrigado a saber design ‘cru’

  2. Uma consideração sem fóco, essa é uma tentativa de “agua mole, pedra dura, tanto bate até que fura”, estou com ( Marcelo ), ele tirou as minhas palavras.

  3. Eu concordo c o Marcos e achei excelete a forma cm ele abordou o assunto..Maravilhoso…Eu sou uma Designer que foca em web….
    Adorei

  4. Acho que esse tipo de discussão não leva a nada, pois esbarra-se na semântica e aí cada um tem uma interpretação diferente.

    Me formei em Desenho Industrial em 95, hoje sou Administrador de Empresas e trabalho com internet há 10 anos.

    Dizer que não existe web designer, existe designer que trabalha com web é como dizer que não existe engenheiro agrônomo, existe engenheiro que trabalha com agronomia (dannnnnnn). Mas aí, como colocar no mesmo saco engenheiros agrícolas, engenheiros aero-espaciais etc??

    Nessa linha, não existem hair designers, fashion designers, interior designers, só designers. E um hair designer não precisa conhecer saber a diferença entre uma Times e a Garamond, para ser o melhor “designer que tranbaha com “hair stiling” do mundo

    Num dos conceitos de design, design é planejar. Por isso existe espaço para muitas variações. Mas o que vejo aqui não são discussões sobre o conceito, são discussões de terminologia, rótulos. E isso, no meu entender, pouco importa.

    Enfim, my 2 cents.

    abs e parabéns pelo artigo.

  5. Pingback: Conceitos de Design: função das letras, cores e formas | Agni.art
  6. Bom, eu não consigo fazer web então. Pois não sei semiótica e nem gestalt. Não sou designer pois a faculdade que eu fiz foi de web designer e lá também não me ensinaram o que aprendi, pois o que eu aprendi foi na prática, na época em que diziam que a gente era webmasters.
    Ah que coisa. Logomarca não existe e daqui uns anos, mudam o jeito de chamar a gente também. Bah, o que importa que nome se dá?? mas afirmar que se não sabe isso ou aquilo nao sabe fazer web, acho exagero.

  7. Gostei muito do artigo, nunca fiz curso, quanto menos faculdade e nem nunca vou fazer, tudo que aprendi foi auto de data e nao acho que pra alguem se auto intitular (WEB DESIGN) precise ter um canudo embaixo do braço, pra voce ser um web design no sentido amplo da palavra, no minimo voce tem que ter visao de mercado, e fazer exatamente o que o cliente quer,ou melhor, voce tem que superar as expectativas do seu cliente, o que importa na real é o resultado final. Ai voce pode se intitular (WEB DESIGN). Nao é a questao de usar a ferramenta tal, que o corel draw nao presta, alias gosto muito do corel. A verdade é que na maioria das vezes o problema ta na pecinha de traz do teclado e ai falam que a ferramenta nao presta… tudo que eu aprendi foi pesquisando na internet e hoje graças a deus consegui montar a minha empresa de web design e ganho muito mais que alguns que tem um canudo embaixo do braço…e eu me considero um WEB DESIGN de sussesso!!!

    valeu

  8. o pior é que na maiorias das vezes o webdesigner tem que se preocupar com outras atribuições como programar, quando sua real função é desenvolver o projeto visual de acordo com as necessidades do cliente.

    Eu também acho que todo Webdesigner deve estudar e aprender os processos de criação como qualquer outro designer, pois que adianta as ferramentas mais atualizadas sem os conceitos que diferenciam um trabalho bom de um trabalho ruim.

    é isso!

    Gostei muito do texto e dos comentários.

    abraços!

  9. completando…….

    ter sempre um visão bem ampla e uma sensibilidade para captar quando essa oportunida aparece, é um chance de mostrar seus conhecimentos e percepção do mercado…

  10. eu li o texto e todos os comentarios, (trocando conhecimento)
    isso tudo se resume num bom Design: Competência, Criatividade, esta atualizado, esperiencia e nunca copiar nada.

    Independente dos cursos que se tem. Mais é sempre bom ter, teve um comentario que disse que não adianta ter cursos facudades e etc… se ele não for um bom design. É claro que se a pessoa que estiver tudo isso vai ser uma ótimo design, e , a pessoa que estiver tudo isso e não for um bom design, é bom ele trocar de profição então, por que ele não atinge os requisitos básicos de um design ( compêtencia, criatividade, esta atualizado e esperiência se adiquire conforme o tempo…)

    essa é minha opnião.

    ah e mais uma coisa, não é facil criar uma boa coisa num estralo de dedos, mais é possivel criar, juntando com seus conhecimentos.

    abraço, a todos .

  11. Generalizou os WebDesigners. Entendo nesse artigo que Web Designers são as pessoas que fazer cursos de WEB DESIGN.

    Que Web Design é uma área do Design isso tem que ser óbvio.

    Sou favorável ao termo Web Design, que como já foi dito é inglês como muitas palavas também utilizadas na nossa área.

    Agora, triste é ver pessoas que fazem cursos em escolas que nem sequer formam operadores de softwares se denominando Web Designers. Isto é lamentável.

  12. Só mais um comentariozinho pra falar da grande pertinência do assunto. Mas é assim, como a web é algo novíssimo e cresce igual raiz de árvore, vai um bom tempo ainda para se dar nome aos bois… Mas o que importa mesmo só tem um nome: COMPETÊNCIA.

  13. Achei muito interessante as colocações de wollner referente aos pré-requisitos de um web designer, Por ser uma área muito complexa e por abranger diversos estudos. É normal que sempre haja uma discussão como por exemplo definição do nome da profissão.

    O Rochester foi muito feliz em sua colocação, Todo web designer é design, mas nem todo design é web.

    Concordo com ele por diversos fatores mas principalmente pelo fato de o web designer ter uma obrigação de saber muito de tudo. (design,ergonomia,usablidade,arquitetura,lógica e por ai vai.)

    A cada dia o mercado exige mais e mais dos web designers dessa forma fazendo uma grande maratona em busca do conhecimento.

  14. Olá Marcos,

    Muito boa sua matéria e o modo como você traduziu as palavras do mestre Wollner. Se alguém sabe o que é o design nas suas mais diversas formas, esse é o Sr. Wollner. Tratar o trabalho de pensar um site como se pensa em produto é fundamental para a evolução, não só tecnológica, mas conceitual dessa ferramenta de comunicação.

    Parabéns,

    Abraço

    PS: só um comentário, de acordo com o mesmo Wollner, não existe logomarca e sim o logotipo, e uma coisa não significa outra. Pesquise sobre o assunto e escreva uma matéria para gente!

  15. O que eu acho engraçado é só o seguinte muitos ai pra cima deveriam enteder web designer existia e agora batem opé concordadno, vou falar a verdade, pra mim o tal webdesigner existia e ainda existe. A questão é o ponto de vista. POis um cara que faz desing para web muitas vezes não teria a visão e ou o trabalho apropriado para um outdoor e vice e versa… Então quem faz web tem uma analogia deifrente de Desenhos e desnhos. da mesma forma quem faz impressos e outdoors n teria a astúcia necessária para encantar em um site…

  16. Com certeza o Rochester não é designer.
    Na realidade TODO webdesigner é designer se não for ele não é webdesigner, ele é um micreiro (pessoa que entende dos dispositivos para se fazer um site, porém tem deficiencias em elaborar o projeto do site). Contudo é importante afirmar que para ser designer não precisa ser graduado academicamente na área, mas é nescessário que se tenha o estudo sobre o assunto.

    As teorias de composição, diagramação, ergonomia visual, cores e outras, se aplicam tanto a revistas, jornais e web. Portanto se você não sabe projetar para meios impressos, não saberá projetar para o digital.

  17. Pessoal,

    Estou com uma dúvida meio implacável, no que diz respeito ao mercado de trabalho: quem ganha mais é o designer que estudou por 5 anos na faculdade de Desenho Industrial (na verdade ele deveria ser chamado de desenhista industrial, mas designer soa mais bonito…) ou aquele que se entitula web designer porque fez uma série de cursos para receber certificados (o que na verdade poderia ser chamado de Sobrinho que evoluiu, ou web designer porque também soa mais bonito…)?

    A impressão que passa é a de que quem conseguir ostentar um nome que venda mais o seu peixe é quem terá condições de engolir os outros.
    Faz mal a co-existência?
    Faz mal tentarem se conhecer um pouco melhor e trocarem experiências?
    Faz mal partilharem conhecimento?

    Vamos tentar nos conhecer melhor, vamos trocar informações sobre como tirar boas fotos, sobre como utilizar melhores os programas, sobre como adquirir mais conhecimento e lapidarmos a nossa cultura para podermos evoluir como pessoas… porque no frigir dos ovos, todo mundo é igual, de carne-e-osso e esse lance de rotulação não ajuda em nada.

    Vamos progredir como pessoas, acima de tudo.

    Grande Abraço.

  18. No fundo, é tudo corporativismo. Como designer, o Marcos tem uma resistência, digamos um certo desprezo, pelos pobres webdesigners de cursos Microlins e SOS Computadores. Mas o importante mesmo é o resultado. Porque conhecer os conceitos de Design (Gestalt, Tipografia, Tipologia, etc etc) é bom, mas não é isso que faz um bom webdesigner. O bom webdesigner é aquele que atinge os objetivos do site, que faz sites que têm a cara da empresa. E isso não se aprende na escola, nem na Microlins, nem na PUC. Sites que tem a mesma regra básica? Cabeçalho, corpo, rodapé? Tá valendo, mas é bom evitar.

  19. Não sei se poderiamos abolir o termo webdesigner.
    Gostei muito do texto, mas me fez lembrar algumas coisas dos primeiros dias de faculdade.
    O que é design? Aí nos acostumamos a postular como projeto.
    Se ser designer é ser um projetista, focado em interfaces, como o Gui Bonsiepe disse. Então, se todos somos projetistas de interface (ou de interação) e devemos nos acostumar a aplicar nossos conhecimentos em qualquer plataforma que nos dê suporte. Isso vai desde uma placa de Aço até um sistema de Web.
    Se traduzirmos dessa forma para o português, teriamos: projetista de teias (redes).
    E acho que só por essa tradução ja podemos dizer que o webdesigner deve se acostumar com todos os conceitos de Design (Gestalt, Tipografia, Tipologia, etc etc) junto a todo um estudo de sociologia, psicologia do desenvolvimento humano, psicologia das relações humanas e também de publicidade e propaganda. (Reforçando a ideia do Michel Lent sobre a internet ser a casa da propaganda).
    Ser um webdesigner requer tantos conhecimentos (tecnológicos e conceituais) que eu concordo com o aumento de nossos salários huahuauah.

    Um Abraço!

  20. Ter ou não diploma depende do posicionamento que vc quer ter no mercado, é como nadar…

    Vc pode aprender a nadar sozinho e ser um exelente nadador, mas para disputar as olimpíadas, além de treinar parte prática, tem que saber a teoria…

    Alexandre Wollner estudou, estudou muito e não ficou satisfeito apenas com o seu talento, por isso chegou onde chegou…

    Basta olhar para grandes empresas e observar os profissionais que lá estão.

    Portanto para ser um bom designer basta ter talento, ou diploma, ou experiencia…mas para se tornar um excelente PROFISSIONAL é necessário que se tenha as tres coisas, diploma, talento, e experiência…

    Com essas 3 palavras na bagagem, não importa o nixo em que se trabalhe, que com toda a certeza será reconhecido…

  21. Conheço designer que é ótimo no papel, mas quando vai para a web se estrepa. Então acho que tem que entender a cultura da mídia ou da interface, como queiram.

  22. acho que o andre azeredo matou a pau.

    não importa o nome, a ferramenta ou o diploma.
    o que importa é o resultado final do trabalho, e sem isso, todo o resto se desmancha no ar.

  23. Acho q não se pode impedir ninguém de se intitular Designer. Acho q cada um fala por si, não se pode agir com este tamanho preconceito e achar que para ser designer é preciso ter um curso superior.
    O que acontece é que surgem bons e mals designers, isto sim é evidente e salta aos olhos.
    Na UFSC, onde faço meu curso, considero pelo menos metade das pessoas que encontro medíocres, e no entanto, tenho muitos colegas designers não formados que dão um banho em composição.
    Podemos lembrar que Washington Olivetto não tem faculdade de publicidade, Da Vinci viveu antes das faculdades…
    Lembremos sempre que os cursos superiores sempre serão incompletos, e que cada estudante faz o seu curso, e procura por conta própria aprender.
    A universidade é só um trampolim que pode ou não ser usado.

  24. pelamordedeus!
    vamos nos orientar!

    primeiro: vamos parar com designer de interação, designer para web, designer de calçados vermelhos
    para canhotos. poxa, é designer gráfico e designer de produtos (ou designer-decorador, mas aí é com o pessoal da arquitetura). sítio (ou web, como preferirem) é GRÁFICO. é VISUAL. e também é AUDITIVO. (ainda) não é TÁTIL. alguém aí se considera um sound designer porque escolhe uma trilha pra um sítio?

    porque vocês querem se limitar cada vez mais? o cara que faz sítios não pode fazer marcas? não pode fazer um panfleto? as ferramentas não são, basicamente, as mesmas? o RESULTADO não é visual?

    segundo: o comentário do Eliseu Drummond é terrível. por favor. cara de Corel. eu não uso Corel, mas não acho que a ferramenta seja um limitador, Eliseu. Aleijadinho foi a prova disso.

    se tu tivestes uma experiência ruim com o Corel ? ou não teve a capacidade de trabalhar direito com ele ? não o deprecie. muitos profissionais fazem bom uso dele. assim como muita gente fala mal do Power Point ou do Keynote. o que importa é o resultado. se for bem feito, um sítio pode ser programado todo no Bloco de Notas. não precisa de Dreamweaver, Coldfusion e afins.

    terceiro: estamos discutindo uma nomenclatura! pelamordedeus! só falta começarem com aquelas histórias de precisar de diploma, criar um sidicato e coisas afins. o bom profissional não precisa de diploma. o bom profissional não precisa de sindicato. precisa trabalhar, isso sim! não interessa se a minha formação é de Design na Uniritter ou se até os 18 anos ajudava meus pais na colheita de milho. não interessa. o que interessa é o resultado. não interessa metodologia. o trabalho ruim não dura e é desmascarado.

    metodologia é importante? é sim. mas com a experiência, o designer até esquece e faz tudo naturalmente. se vocês garantem a pisada, podem se intitular do jeito que quiserem. trabalho não vai faltar.

    abraços

  25. Fico muito feliz com todos os comentários a este artigo. Principalmente aqueles que, de alguma forma, criticam a mim e ao designer Alexandre Wollner.

    Deixa eu explicar.

    Em uma entrevista, Wollner afirmou que uma das coisas que mais fez o design evoluir foi justamente esta discussão de idéias, este embate de diferentes visões.

    Quanto ao fato de existir web designers que produzem sites muito melhores do que aqueles produzidos por bachareis em design, concordo 100%. Mas com este artigo quis ir além.

    O designer Gui Bonsiepe em uma palestra sobre Os novos rumos do design argumenta justamente que certas habilidades são adquiridas com a prática. Não há como aprender a nadar somente com a ajuda de livros sobre natação. Aprende-se nadando. Esse é um dos problemas enfrentados pelos designers brasileiros dentro das universidades, pois não há como ficar apenas na teoria.

    Porque não tentamos aprender uns com os outros? Os web designers (aqueles que fizeram cursos de softwares ou que aprenderam sozinhos ou ainda que, como o Frederick comentou, conhecem arquitetura da informação, banco de dados, linguagens de programação, hipermídia, usabilidade e etc) podem ensinar muito aos bachareis, catedráticos em design e estes podem ensinar muito aos web designers.

    Discutir a nomenclatura é sem dúvida discutir o sexo dos anjos, mas dizer que discutir se webdesigner existe ou não existe é uma coisa desatualizada é querer estancar a troca de conhecimentos e ditar uma verdade suprema, que felizmente não existe.

    Vamos continuar a discutir, vamos continuar a aprender!

  26. Só mesmo alguém que está desatualizado iria discutir se webdesigner existe ou não existe. O fato é que a Web está aí há mais de 10 anos e já existe todo um mercado em volta de projetos voltados para essa mídia. Existe inclusive profissionais especializados nisso e eles se intitulam webdesigners e não webprogrammes ou webcomunicadores, devido à maior afinidade com o Design do que com as outras disciplinas que dão base para este trabalho.

    Esse design aplicado à web, encurtado para webdesign requer conhecimentos específicos que as faculdades de Design brasileiras não estão oferecendo ainda. É preciso ter habilidade em tipografia, fotografia, semiótica, gestalt, matemática, ótica, percepção, comportamento humano e tudo o mais que o professor Wollner citar, mas também é preciso conhecer arquitetura da informação, banco de dados, linguagens de programação, hipermídia, usabilidade e etc. Isso as faculdades de Design tradicionais não ensinam ainda.

    O problema, na minha opinião, de chamar a especialização do Design que envolve esses conhecimentos específicos de webdesign é que se foca numa mídia que daqui há alguns anos pode ter outro nome ou deixar de existir da forma como conhecemos. As pesquisas em computação ubíqua apontam para um mundo de computadores e interfaces em diversos aparelhos espalhados pelo mundo, não restritos a um computador desktop e à interface web.

    O que há de comum entre as interfaces web e essas interfaces tangíveis é o conceito de interface. Sendo assim, essa especialização poderia ser chamada de Design de Interface. Entretanto, o Gui Bonsiepe já havia dito que todo design é design de interfaces em 1994, uma vez que o designer projeta o ponto de contato entre o produto e o usuário.

    O que há de novo nessa história toda, pra mim, é a participação cada vez mais ativa dos artefatos nas atividades do dia-a-dia. O designer não está só projetando o ponto de contato entre o produto e o usuário, mas sim está projetando o que as pessoas vão estar fazendo com esse produto. Sendo assim, prefiro chamar essa especialização de Design de Interação.

    Mais sobre:
    http://usabilidoido.com.br/afinal_o_que_e_design_de_interacao.html

  27. Alexandre Wollner é o cara, eu fui numa palestra dele na minha faculdade inesqueivel.. ele sabe oq fala…

    ps. não existe logomarca.

  28. writer = escritor (write)
    reader = leitor (read)
    programmer = programador (program)

    designer = projetista (design)

    web designer = projetista de web
    system designer = projetista de sistema
    interface designer = projetista de interface
    graphical designer = projetista de gráfico

  29. Ótimo artigo, e realmente expressa aquilo que um designer deve ser quando parte para a web. O termo webdesigner surgiu no principio da web como uma forma de se categorizar quem desenvolvia web. Infelizmente foi algo categorizado errôneamente e que até hoje deixa resquícios de problemas categóricos nesta nossa profissão de desenvolvedor web.

  30. Fotografia, semiótica, gestalt, percepção etc, tudo papo blogesfera intelectualóide. Peça para um designer offline, desses formados em New York, fazer um site para ver que lindo layout com cara de corel vai sair. Aí sim vc entende porque existe webdesigner.

  31. … Aliás, o que tenho visto frequentemente são designers egocêntricos, que não entendem patavina de tecnologia, dos recursos e possibilidades da web, vomitando as teorias da academia para justificar a mediocridade dos seus trabalhos – gerando brigas intermináveis com os programadores, clientes, etc.

    Thats the point!

    Bom designer não precisa se preocupar se é chamado de Desenhista Industrial, Projetista, Ilustrador ou o que seja. Se ele é bom e sabe fazer o melhor, isso é totalmente irrelevante. Às vezes, ele nem sabe aquele monte de conceito que citei lá em cima (tipografia, gestalt, ruffles e fandangos) e é um super profissional.

    Portanto, essa preocupação com o termo webdesigner, e se ele precisa saber X ou Y, só serve pra mascarar profissional medíocre tentando se diferenciar, não pelo talento, mas por um monte de conceito e terminologias totalmente sem sentido pro cliente ou chefe.

  32. Alguns pontos e considerações:

    1) O termo webdesigner, como apontado por vários, se tornou corrente, e acho impossível mudar. Melhor do que inventar buzzwords oportunistas que pululam de tempos em tempos no e-mundo.

    2) A formação do webdesigner deve passar sim, pela formação acadêmica, mas isso não garante que ele vai ser um BOM webdesigner. Já tive em minha equipe designers com formação autodidata melhores do que récem-formados em design. Aliás, o que tenho visto frequentemente são designers egocêntricos, que não entendem patavina de tecnologia, dos recursos e possibilidades da web, vomitando as teorias da academia para justificar a mediocridade dos seus trabalhos – gerando brigas intermináveis com os programadores, clientes, etc.

  33. Designer eu penso sempre naquele cara que desenha um móvel sofisticado um carro futuristico ou seja um artista.

    design: Entende-se o design (em alguns casos projeto ou projecto) como o esforço criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e definição de algo, como um objeto, uma imagem, entre outros, em geral voltados a uma determinada função.
    Design é, portanto, um esforço criativo através do qual se projetam todo tipo de coisas, incluindo utensílios, vestimentas, peças gráficas, livros, máquinas, ambientes e (recentemente) também interfaces de programas.

    arte: A arte (do latin ars, significando técnica ou habilidade) normalmente é entendida como a atividade ligada a manifestações de ordem estética por parte do ser humano. A definição de arte, no entanto, é fruto de um processo sócio-cultural e depende do momento histórico em questão, variando bastante ao longo do tempo.

    fonte: wikipédia

    o designer portanto não é artista. está relacionado a, mas não é.

  34. Marcos, concordo contigo nesses pontos:
    Existe o designer que faz web e este profissional tem que aprender tudo, tipografia, fotografia, semiótica, gestalt, matemática, ótica, percepção, comportamento humano, etc. Senão, ele não consegue fazer web

    Só não consegui entender se você está discutindo o termo ou a profissão?! Discutir um termo já batido no vocabulário é a mesma coisa que você dizer que Pão de Sal não existe e o que existe é Pão francês!

    Existe o Pão de Sal e o Pão Francês, Motoboy e o Entregador, tal como existe Designer que faz Web, Designer de Web, Designer de Internet, Webdesigner. Na verdade, tudo é a mesma coisa, é só termo que muda.

    Gostei da descrição do que o Webdesigner precisa saber!

    Abraço,
    Eder Prado

  35. Pra mim o cara tinha que chamar PROGRAMADOR WEB, porque na maioria das vezes o cara que cria o visual também programa em html (html também é uma linguagem). (mesmo que seja por uma ferramenta tipo dreamweaver).

    Designer eu penso sempre naquele cara que desenha um móvel sofisticado um carro futuristico ou seja um artista.

    O cara que cria um visual (site), realmente interessante, eu acho que deveria chamar WEB DESIGNER DE INTERFACE.

    Na grande maioria dos sites atuais é um monte de cabeçalho, corpo e rodapé. Num tem um tema. Os sites que tem um tema geralmente são de campanhas…mas sites institucionais a grande maioria é muito simplista..se resume a icones muitas vezes chupinhados de outros sites, uma fotos diferentes de banco de imagens..e dai já se intitulam-se designers web

    Tem que entender que o Designer sempre existiu, na confecção de objetos, carros etc.. e como texto explica tem um monte de conhecimentos de devem ser adquiridos… Agora o web designer é aquele garoto que aprendeu FOTOSHOPE e FRONTPAIGE e acha que é artistia.

    Pra mim o PROGRAMADOR WEB é o cara que tem que desenvolver um site para atender a expectativa do cliente e saber fazer o arroz com feijão..que já ta bom demais.

  36. Muito bom o artigo. Gostaria que quem está entrando no mercado conseguisse perceber isso. Mas acho que será muito difícil. Quem sabe daqui uns anos né ?

    Mas de qualquer forma, é um texto que faz pensar, principalmente quem não conhece o que realmente é design. O resultado do trabalho do designer é como você citou um design bem feito parece sempre ser muito simples, parece inclusive ter sido feito sem esforço algum.

    As pessoas criticam quando vêem um trabalho (eu me incluo nessa) sem ver o esforço todo feito anteriormente (pesquisas, levantamento de conceitos, experimentos, até mesmo a questão do cliente não aceitar). Afinal quando já está pronto é fácil falar.

  37. Existem entrelinhas nesse artigo que poderiam derivar uma série.

    Uma delas é a disponibilidade promíscua de recursos e a falsa ausência de riscos que permitem a criação de webdesigners informais, criados por cursos de informática oportunistas que de fato formam apenas operadores de software.

    Concordo no que diz respeito à necessidade da formação de um profissional de design/desenho industrial para o bem da própria classe de profissionais. Pessoalmente tive a oportunidade de trabalhar com dois profissionais de desenho industrial e pude reconhecer no texto coisas que testemunhei. O trabalho é feito como se não houvesse esforço. Ou pelo menos como se houvesse um objetivo traçado desde o início. Coesão. Algo que só uma grade curricular decente e anos de estudo podem construir.

    E quem discorda provavelmente não consegue se ver noutro ponto de vista (o cliente) ou outra situação (dor de dente, por exemplo) e parar para refletir a diferença entre um dentista e um prático…

  38. Manuel, do jeito que você fala, parece q webdesigner é um cara tosco, que sabe martelar e prega o prego na parede pq alguém cabeçudo mandou.. parece um cara que não sabe o que é prego, nem martelo, nem viga na parede, nem diferencia parede de madeira, nem que se martelar seu dedo vai doer.

    Enfim, o termo webdesigner é um designer que trabalha com web. É uma braço do design, assim como Designer de Interação, Arquiteto de Informação, Designer de Moda… pô, essas termaiadas lascadas ae só servem pra denominar melhor a área de atuação que o cara meio que se especializa.

    Dêem uma olhada no Usabilidoido.

    Bem.. ao fim das contas, eu sou é designer. Trabalho construindo sites, portais corporativos, banners, animação 2d e 3d, arte gráfica, folder, livro, direção de arte, faço consultoria, etc..

    Como deveria me chamar, uma vez que formei em design gráfico e estou apto a atuar em todas essas áreas entre outras?

  39. Aqui onde eu trabalho tem webdesigner mesmo, daqueles da Microlins e da SOS Computadores.

    Esse monte de nome bacana de designer (tipografia, semiótica e – cuma? – gestalt?) é coisa pra agência.

    Na vida real, é tudo curso técnico de Photoshop. E no trampo, se não entregar como o diretor queria, vai ter que voltar e colocar o banner piscando e aquele vermelho tomate em todas as frases, porque precisa de destaque, sabe?

    Webdesigner existe, sim! 🙂

  40. Sabe, acho que tem gente que complica demais.

    Web Designer é designer foca em web.

    Todo web designer é designer, mas nem todo designer é Web Designer.

    😛

  41. Bom artigo. Só descordo em dizer que o termo WEBDESIGNER deveria desaparecer. Falar sobre as qualidades que este profissional deve ter é mais que justo, acabar com o termo não, uma vez que ele diferencia.

    Em relação a opinião do colega que diz que o termo deveria ser DESIGNER para WEB, não vejo nenhum sentido ou argumento que o faça valer, uma vez que isso é apenas uma tradução literal do termo WEBDESIGNER, que tem sua origem no inglês, assim como a palavra LAYOUT, que se tornou LEIAUTE no bom português brasileiro, mas que não pegou até agora, assim como pode acontecer com DESIGNER para WEB. Se fosse no começo da internet, vá lá, mas o termo já se enraizou, acho um pouco tarde para tal mudança. Até um leigo que não sabe nada de internet, já fala WEBDESIGNER.

    É isso.

  42. Parabéns Marcos! Muuuuito bom esse texto. Ele reflete exatamente o que um profissional qualificado na área de criação para web, deve ser. Webdesigner é uma palavra que não deveria existir, e sim Designer para Web.

    A análise dos vários pontos importantes e cruciais para o projeto precisam ser levados em consideração antes e durante o processo criativo, até o resultado final de entrega ao cliente.

    Quanto ao sr. Wollner, com certeza ele é um dos dinossauros na área e tudo que ele disser, será de grande valia para estes profissionais.

    Abraço!

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