TV digital vai perder na luta por espaço com a web

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Há um sem número de afirmações sem embasamento e com uma acentuada visão generalista sobre a TV digital. Não é uma assinatura de decreto, nem intenções de estudos e investimentos por parte do governo e da iniciativa privada, que serão suficientes para termos em prática e no prazo esperado a tão badalada rede de televisão digital no Brasil.

Quem acompanhou o NAB 2007, em Las Vegas, sabe que ainda há um caminho demasiado extenso até que a tecnologia decole de fato. Nos Estados Unidos, o próprio governo estendeu o prazo para extinção da difusão analógica por mais 15 anos, ciente de que a estrada é longa. Incrivelmente, no Brasil o prazo ?final? é 2016. Uau! Antes dos Estados Unidos!

Alguém arrisca um prazo real? 2020? 2030?

Apesar das dificuldades que ainda virão, logicamente, qualquer avanço é sempre muito bem-vindo, sobretudo quando promove inclusão social e, neste caso, digital em seu amplo sentido. Um rol importante de interesses e tendências que permeiam o tema, todavia, não tem recebido a devida atenção.

São benefícios claros e diretos, oriundos da tecnologia apresentada pela TV digital, independente de ser a japonesa, americana ou européia. A significativa melhora na qualidade do áudio e da imagem. Esta, perderá todo o ruído. No sistema digital, ou a imagem é perfeita ou não existe.

Vamos ao tema espinhoso. Estima-se um gasto da ordem de bilhões de dólares para os próximos anos e ninguém ainda arrisca um número preciso. A maior parcela do custo ficará por conta do consumidor, apenas na aquisição de receptores e unidades decodificadoras dos sinais digitais ou de aparelhos televisores preparados, além de transmissores para comunicação bidirecional. Outra parcela dos custos ficará com as emissoras, na renovação dos estúdios, dos transmissores e para a aquisição de sincronizadores (clocking) que resolverá o problema de concorrência de sinal onde mais de uma antena atuar. Apenas estes últimos, sozinhos, consumiriam todo o recurso disponibilizado no Brasil pelo BNDES e muito mais.

Investimento com dinheiro público

O SBT acaba de conseguir o primeiro financiamento junto ao BNDES para o início do processo de digitalização. Valor de R$ 9,2 milhões, que deverá, apenas, preparar o caminho para começar a gastar. Aliás, precisavam pedir emprestado?

Por falar em BNDES, o Programa de Apoio à Implementação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (Protvd) assegura uma política de financiamento à implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, com o montante de R$ 1 bilhão divididos em grupos com atividades de pesquisa e desenvolvimento, modernização da infra-estrutura, produção de seus insumos (software, equipamentos e componentes) e novos conteúdos digitais.

Porém, esse financiamento deverá gerar recursos aos empreendimentos para que justifiquem seu retorno aos cofres públicos. E justamente aí é que está o problema. Aumento na qualidade da imagem e de áudio não aumenta a receita das emissoras, talvez um pequeno aumento na abrangência do seu sinal, questionável, dadas as características dos sinais digitais.

Se pautarmos os argumentos na qualidade, encontraremos pesquisas que mostram que cerca de 5,2 milhões de brasileiros ainda possuem apenas televisores em preto e branco, que costumam ter um custo máximo na ordem dos R$ 100, que é o preço inicial estimado apenas para o Set Top Box (STB) que funciona para a recepção do sinal digital.

Imaginem a festa de todo esse povo recebendo sinal de imagem com alta definição (HDTV) e som em Dolby Surround… nas caixinhas de 10 polegadas e em preto e branco. Uhu!

Ainda podemos falar sobre detalhes comparativos entre o número de domicílios com TVs em cores de pequeno porte frente às TVs de alta definição (HDTV), de plasma e LCD ? estes últimos felizardos, sim, os principais beneficiados com um sinal de melhor qualidade. Apenas os consumidores das classes A e B terão benefício direto ? os mesmos que já possuem acesso à internet, em sua maioria, banda larga.

A geração das classes A e B nascida após 1990, hoje consumidores, passam muito mais tempo em frente ao computador do do que em frente à televisão, efeito paradoxal ao que se espera com os investimentos em TV digital. Será necessário que os investimentos nessa tecnologia gerem um retorno financeiro capaz de cobrir os custos e ainda dividendos. Mas, como? Nem David Copperfield vai dar conta do recado.

Se o novo consumidor, público alvo da TV digital, passa mais tempo na internet do que em frente à TV, e considerando a premissa indiscutível da super interatividade proporcionada pelo ambiente web, que sentido faria tirar dinheiro daqui para aplicar em algo com apelo talvez social que, ao que tudo indica, terá baixa aderência a quem interessa realmente?

A web como plataforma televisiva

A web proporcionará às emissoras algo inimaginável de se conseguir com a TV digital, tanto quanto com a TV analógica: a interatividade plena e bidirecional, por conceito, com o consumidor. Nesse sentido, a TV digital ficará às mínguas.

Obviamente, não significa a extinção da TV, nem migração em massa, porém, quando se pensar em interatividade e participação, não se pensará nela, mas na web. Isso não significa que o Joost, o novo EyeVio, da Sony, o YouTube ou mesmo os sistemas de redes privadas, como o Globo Mídia Center e o PipeLine da CNN, serão a revolução. Falta, a todos, atender aos interesses das emissoras ao invés de apenas do público.

Nos corredores das grandes emissoras de TV e das novas WebTVs, circulam comentários sobre o HYPEst, um projeto brasileiro que deverá mudar de forma irreversível o conceito de medição de audiência (hoje duvidosamente estimada) à aplicação de campanhas de marketing, direcionadas e assertivas.

Se é para gerar mais custo, que se invista na própria internet, que já é o principal meio de informação e comunicação dos novos consumidores. Por que uma emissora, com claros fins lucrativos, investiria bilhões em equipamentos para o sistema de TV Digital se o seu maior consumidor, fonte de maior receita, está na internet? Um ambiente no qual se consegue resultados muito mais positivos com cerca de um décimo do investimento.

Outro ponto a favor da TV digital é a possibilidade de assistir a programas em horários alternativos, porém ainda sincronizados com a transmissão das emissoras. Na web, isso nem existe, de tão simples, pois a web tem como conceito básico a flexibilidade da audiência em qualquer tempo, sobre qualquer plataforma e em qualquer lugar.

Opa… Em qualquer lugar? Exatamente. Através da web qualquer pessoa pode assistir a qualquer programa de qualquer emissora, a partir de qualquer lugar no mundo e quando bem entender. E onde fica a TV Digital? Sumiu novamente? Opa.

Para encurtarmos a reflexão, deixando uma boa margem para discussões e críticas, deixo um pensamento sob forma de questionamento:

A digitalização do sistema de televisão é um caminho sem volta e muito bem-vindo e almejado, pois nos coloca numa nova etapa repleta de possibilidades ainda não discutidas, porém, erra-se em afirmar que a TV digital é revolucionária, sob vários aspectos. Então, pontos positivos e negativos considerados, qual o futuro dessa tecnologia frente ao poder da web como nova plataforma para as emissoras? [Webinsider]

.

<strong>Stivy Malty Soares</strong> (stivy@malty.com.br) ministra palestras sobre marketing, tecnologia e design, é diretor executivo da <strong><a href="http://www.deepmind.com.br" rel="externo">DeepMind</a></strong> Marketing Estratégico e atua como consultor de estratégias de vendas e comunicação.

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14 respostas

  1. A TV WEB
    É uma TV por Internet com suas atividades voltadas ao entretenimento público ousando na tecnologia moderna em um mercado cada vez mais crescente e de domínio cada vez maior pela população de forma, que seu alcance abrange não só as fronteiras de nosso país bem como ,as colônias de brasileiros residentes em diversos países do mundo.Sendo citada como a televisão do futuro por revista renomada no mercado, a tv via Internet vem rompendo barreiras e nós da Brasil show,TV,BR , contando com profissionais capacitados desde o jornalista a áreas operacionais internas e externas, com uma grade de apresentadores com programas diários ao vivo onde o público pode interagir em tempo real mandando mensagem e obtendo do apresentador retorno de imediato criando assim um laço de amizade e parceria.Com acessos que cada dia mais são superados em números podemos ter em nossos patrocinadores e colaboradores a certeza de um retorno financeiro a baixo custo mais de maneira significativa.

  2. o asunto é estenso e incomentavel:
    o crescimento da tv web é estrodoso, cada vez mais vemos atraveis de pesquiza dos orgão competente que a cada dia que passa as pessoas passam mas tempo em frente ao pc que na frente da tv convencional, a tv web nos dar interatividade que o fator principal, em seguida the dar apossibilidade de escolher o que realmente vc quer asistir, o setor de marketing tem um campo imenso de trabalho e os clientes a certeza de que seu produtos esta de fato no melhor veiculo de propaganda.

    nivaldo filho
    diretor de vt

  3. É realmente concordo na parte em que o brasileiro ñ tem três paixoes e sim quatro o futebol, mulher,carro,tv…………

  4. Computador para Banda Larga… Francamente, isto não existe. Só na mentalidade de quem ainda anda no universo Microsoft.

    E em qualquer supermercado se encontra PC de 800 reais em 24 prestações mensais… Sem nenhuma firula extra de governo financiando. Todos, completamente funcionais em uma banda qualquer (seja estreita ou larga).

    A gama de funcionalidades que um PC oferece a mais que um Box de TV digital já deveria servir de motivo pra se entender a vantágem de um sobre o outro.

    Além disto, os aspectos sociais imbuidos das próprias dinâmicas de uso de uma TV e de um computador.

    Computador, em geral, é utilizado por UM usuário de cada vez. Um par teclado e mouse para cada Usuário de computador. Para TV, esta relação numérica não se aplica. É toda uma família frente a um dispositivo que vai passar a ter funcionalidades que demandam uma interação diferente. Achar que este choque cultural não faz diferença no final das contas, é uma tolice sem tamanho.

    E pra fechar…
    TV não é a coisa mais inclusiva que existe. Isto é balela da grossa. A coisa mais inclusiva que existe, são os aparelhos celulares. End Of Papo.

  5. Tanto a TV Digital como a TV por Internet (envolvendo novos conceitos tais como IPTV) necessitam de grandes investimentos, entretanto, em questão de potencial de retorno e conteúdo, a segunda opção dá um banho na primeira.

    O grande problema para se transmitir TV pela Web com qualidade é adequação da infra-estrutura presente para a grande capacidade de dados!! Os backbones instalados, que há pouco tempo tinham espaço de sobra, já estão começando a ver suas bandas ficarem estreitas. Outro detalhe importante é o conteúdo: se não tiver conteúdo bom, vão existir poucos espectadores e consequente pouca receita. É complicado investir em infra pesada para atender apenas alguns nichos de espectadores. É sabido que o nicho é pequeno, porém é um pessoal que consome bastante. Acho que esse tipo de definição é muito mais econômica e política do que tecnológica, pois tecnologia para suprir essa necessidade já existe.

    Eu particularmente aposto em uma outra vertente: TV a cabo. Com a agregação de serviços de internet e telefonia no cabo, vc consegue aliar transmissão de conteúdo (tv, vídeo por demanda, músicas…), com serviços de internet, interatividade e telefonia. Geralmente quem tem acesso banda larga, tb tem acesso à TV a cabo, o que engloba o mesmo nicho. A grande questão nesse caso é a cultura do povo brasileiro, que não tem tanto costume com tv a cabo. Nos EUA, o acesso a TV a cabo é maior que 90%. Nossos hermanos Argentinos a pouco tempo chegaram a 50% dos lares. Acho que esta seria a melhor solução em se tratando de custo de infra/qualidade/serviços agregados/receita.

    É isso aí!! Vamos dicutir!! Legal todos os comentários!!

  6. A questão nisso tudo é de cultura e não propriamente de que plataforma ou meio de comunicação será utilizado.

    A nossa cultura é uma cultura de televisão. É o meio de comunicação unilateral mais utilizado no Brasil. Os números ainda são claros, enquanto 98% da população têm acesso a televisão. Apenas, cerca de 15% têm acesso a internet.

    Nesse sentido o investimento como é de massa é mais rentável e o retorno mais seguro.

    Acredito que o investimento em internet é muito importante (trabalho com web a mais de 10 anos, acredito nisso), porém será que a maior parte da população têm essa percepção. Ou na verdade o que consideram mais importante para elas no momento.

    Será que é melhor ter uma TV de LCD, chamar a família para assistir um filme no DVD com pipoca e guaraná, ou ter um computador com acesso super banda larga com um monitor de 21 e assistir os filmes sozinho na tela do computador!

    Acredito que será melhor para a web o investimento na TV Digital, uma vez que no futuro a convergência será inevitável. E aí sim poderemos dizer que 95% dos lares no brasil têm internet, sendo que a maioria acessa seus e-mail direto de seu aparelho de televisão!!!!

  7. O tempo que vai demorar pra internet no Brasil, com a banda que temos hoje, ter a mesma penetração da TV, certamente é infinitamente superior ao tempo que vai levar pra ter TV totalmente digital.

    Se pensarmos, então, em internet com Banda suficiente para imagens em HD, vixi maria! Bota décadas nisso.

    Sem contar que transmissão digital possibilitará, também ,o uso do espectro para, inclusive, internet de altíssima velocidade. Já pensou?

  8. A TV via web está longe de sair do estágio BETA, desde que lançaram o JOOST , não vi progressos, o sistema é lerdo, pouca variedade de canais e sempre com Lagging, fica dificil imaginar (pelo menos agora) uma tv pela web.
    Ainda mais em paises como nosso que a banda larga custa uma furtuna, quem sabe no dia que pagarmos R$20 por uma conexão de 2MB a TV pela web seja um mercado emergente. por enquanto aqui na américa do sul ainda é apenas um sonho que só alcançado na terra do tio sam (USA) e do Pai mei (JAPAO).

  9. Bingo!
    O tema é mesmo espinhoso e a certeza das críticas era evidente, do contrário não teria escrito o artigo. Precisamos gerar discussões e abrirmos a mente sobre o que está acontecendo aos nossos olhos.

    Gabriel,
    A web certamente não será, tão cedo, a plataforma única de TV. É clara a permanência de ambas de forma cada vez mais natural. Todavia, criou-se uma esfera sensacional sobre uma tecnologia que nada mais é do que a simples evolução da TV, neste caso a TV Digital. A revolução, esta sim, já está acontecendo na web e tomando um espaço importante em nossas vidas, proporcionando acesso a uma gama espetacular de informações e conteúdo rico. De qualquer modo a implantação da TV Digital ocorrerá, inevitavelmente, aos poucos, exatamente como muito bem comentastes.

    Thiago,
    Os atenuadores funcionam e são muito utilizados nos Estados Unidos, com um excelente algoritmo de correção de pacotes colididos ou perdidos. Esses mesmos equipamentos amplificam o sinal para que cheguem ao seu destino, mesmo que recebam erros e não os consigam corrigir, neste caso repetindo as falhas, porém transmitindo. A questão é que eles representam mais investimentos para a garantia de sinal, e ainda assim há um limite para o seu alcance, a partir de onde o sinal também se extinguirá, não deixando margem para funcionar com baixa qualidade, a não ser que seja convertido para analógico.

    Opa… YouTube é mesmo um lixo em matéria de qualidade, concordamos. Porém, estamos entrando numa segunda fase dos vídeos na web, com qualidade no ponto preciso para ser assistido em HDTV.
    Logicamente, apesar de já termos mais de 10 milhões de usuários de banda larga no Brasil, nem todos comportam, por enquanto, assistir aos vídeos com 1280 x 720 pixels, mas, proporcionalmente, nem todos comportariam tal resolução em suas TVs de 29 polegadas com 720 x 480. Quem tem dinheiro para investir numa HDTV, muito provavelmente pode pagar por uma conexão com boa velocidade e assistir aos seus vídeos com alta resolução.
    Confesso que também ainda sinto falta de conteúdo em alta definição na web, mas tenho plena certeza de que isto é questão de pouco tempo… muito menos tempo do que levaremos para a implantação da TV Digital. Hehehe
    Até lá, assistir a filmes em tela cheia no computador, ou mesmo ampliar para uma 29 polegadas na sala, já está de muito bom tamanho e já é totalmente viável, com qualidade.

    Charles,
    Você está coberto de razão ao afirmar que a TV ainda é muito mais inclusiva do que a internet e que o custo para a segunda tecnologia é consideravelmente maior do que para a primeira.
    Analise, porém, o custo para se adquirir uma TV de alta definição e todos os apetrechos necessário para gerar a interatividade prometida pela TV digital e compare com a web. O set up box será apenas o mínimo necessário para que o povo brasileiro possa continuar a assistir à sua novelinha e aos desfiles das escolas de samba. Se quiser mesmo usufruir de qualidade, aí vai mais uns R$ 4.000,00 numa boa TV HD e mais uma mensalidade de uns R$ 100 para obter interatividade com a TV Digital, que é justamente o custo da banda larga para a comunicação bidirecional, ou muito mais em antenas transmissoras para locais que ainda não têm internet rápida.
    Resumindo, para que se obtenha os todos os benefícios da TV Digital, o custo para o usuário será muito maior do que para obter os mesmos recursos via internet.
    Expusestes de forma clara e precisa a nossa realidade econômica… teremos problemas e reafirmo, o prazo imposto pelo governo é totalmente irreal!

    Elton,
    Ponto chave!
    Se é para deixar de comer para gastar com entretenimento, no caso citado, com uma TV de qualidade, então que se invista num computador com boa conexão, através do qual se obtém muito mais informações de alto nível.
    Agora entraremos num outro tema, o perfil cultural do brasileiro, que mereceria várias teses.
    Sua exposição corrobora meu ponto de vista. Grato!

    Paulo,
    Tua complementação foi perfeita.
    Em poucos parágrafos expusestes com maestria um dos grandes problemas nacionais, a ditadura implícita aplicada por alguns órgãos do governo.
    Se quem entende do assunto diz que a melhor tecnologia é a Japonesa, para que criar um novo padrão, híbrido, como estão cogitando, ou ainda, o que mais precisam discutir? Estou prevendo a recorrência do erro do padrão de cores como comentastes.
    Por tudo isso defendo a web como o meio mais ágil para o crescimento tecnológico da TV no Brasil. Sem imposições e sem intervenções, crescendo no rumo natural dos fatos, baseado nos resultados e no conhecimento de quem realmente entende do assunto.
    Precisamos conversar. Gostei bastante do teu ponto de vista.

    Agradeço a todos que escreveram até agora, pela colaboração e exposição dos seus pontos de vista.
    Continuem participando e gerando discussões, pois este é o meio correto para o crescimento inteligente.

    Abraço,
    Stivy

  10. Stivy,

    A sua análise está corretíssima!

    E se você me permitir meter o bedelho onde não sou chamado, gostaria de acrescentar o seguinte:

    O maior problema que este país sempre enfrentou, e isto está historicamente comprovado, é misturar política de baixo nível nos órgãos reguladores de padrões técnicos. Na realidade, eu estou para ver um só momento onde as tais agências reguladoras tomem qualquer iniciativa em favor do consumidor. A Anatel é um claríssimo exemplo disso, com uma vergonhosa lista de iniciativas que terminam por acarretar despesas desnecessárias por parte do consumidor, que enfrenta, via de regra, os efeitos locais dos monopólios da teles, que cobram o que querem, do jeito que querem, etc.

    A situação da TV digital, por acaso, não é a mesma? Se o governo tivesse deixado esta coisa por conta dos vários grupos de pesquisa e das emissoras de TV, perfeitamente capazes de resolver padrões técnicos, a TV digital já tinha saído do papel há muito mais de quatro anos atrás ou mais. O Brasil transmitia a cores na década de 1960, por iniciativa de algumas emissoras de São Paulo, usando o sistema NTSC. E, diga-se de passagem, pouca gente tinha condições de receber este tipo de sinal. Mas, foi a intervenção do governo militar da época que jogou tudo pelo ralo abaixo, e por causa disso a gente deu vários passos para trás, com a imposição do sistema PAL-M, que só existe aqui. O PAL-M acarretou prejuízo técnico e financeiro nas emissoras, e segundo o testemunho de alguns profissionais que eu ouvi em 2003, só recentemente o governo permitiu que o sinal corresse dentro das emissoras em NTSC, passando para PAL-M somente no momento da transmissão. O mercado de home vídeo, que não foi afetado por esta bomba, acabou por se tornar sólido, e o Brasil tem recorde de vendas de DVD, apesar da pirataria e da Internet.

    A idéia de se fazer uma TV brasileira onde cada um tem condição de receber um sinal de alta definição é atraente, mas, como você mesmo nos mostra, distante da realidade econômica do país. E pior: é demagógica, como aliás tudo deste governo que está aí! Antes de mais nada, o governo deveria se preocupar com a educação e a saúde, gastando de maneira limpa onde o dinheiro público precisa ser gasto. As universidades públicas, que são o maior patrimônio de educação e pesquisa do país, vivem à míngua financeira, cheias de dívidas e dificuldades de manutenção, enquanto que os hospitais, muitos dos quais representavam acervos equivalentes, já passaram do patético.

    Se o governo e suas agências saírem de cima, aí sim eu vou acreditar que a TV digital vai ter algum futuro, a despeito da Internet. Eu só não sei se os grandes grupos de comunicação brasileiros vão querer sair das costas do governo, e por isso mesmo me arrisco a dizer que nada de positivo em tecnologia de ponta vai sair, a não ser por mero acidente de percurso!

    Parabéns pela sua matéria: muito lúcida e no ponto certo!

  11. O brasileiro passa fome mais não fica sem assistir tv, o cara deixa de comprar no açougue pra comprar a tv de 29 de última geração.

    Quantas pessoas não conheço que não colocam uma tv no banheiro porque não cabe. Particularmente preferia o investimento na internet, pois nós buscaríamos informações que queríamos e não as impostas pelas programações das tvs.

    Pelo jeito vamos ver muitas festas de quem tem tv em PB por esse Brasil afora, hehe.

  12. Levantar esse questionamento é louvável, porém, precisa-se enxergar que a Tv esta em 95% dos lares brasileiros e o computador aidna é um item de luxo para mais de 70% do nosso povo. Mesmo os que de alguma forma tem acesso à Interent em centros de inclusão sofrem a falta de banda que possa gerar ao menso uma experiência com as grandes possibilidade da web.

    O televisor, portanto, ainda é a ferramenta mais inclusiva que temos. Se as garndes redes de tv não transmitem conteúdo que possa ajudar a população nessa inclusão, ai é outra história.

    É mais barato adquirir um setup box por R$100,00 com opções de financiamento do governo ou um microcomputador com configuração mínima para banda larga por R$ 1.200,00 (sem falar na mensalidade da conexão)???

  13. Texto interessante, porém alguns equívocos:

    – esta idéia de sinal digital é tudo ou nada (1 ou 0), não é integralmente verdadeira – apesar de existirem ótimos algoritmos para recuperação e correção de sinal, algumas áreas de sombra de recepção (ou mesmo baixa amplitude do sinal) podem atenuar a recepção;
    – a web pode fornecer conteúdo, flexibilidade, mas até então é mais fácil aplicar a tv de conteúdo HD do que proporcionar banda suficiente para uma imagem em HD. Hoje em dia, já começa a ser considerável o pessoal que possui telas de 29 e até 42 (algumas já HDTV) e ninguém gostará de ter imagem de youtube em uma LCD/Plasma HD. Assim, restringir a assistir tv no monitor é muito limitante (pelo menos para mim e outras pessoas que tb adoram A/V).

  14. A web como plataforma televisiva?No Brasil, sim, mas daqui a algumas decadas.Disconcordo com o autor ja que Se é para gerar mais custo, que se invista na própria internet, visto que a realidade no Brasil atualmente é outra.Vejo que nao deveria ser gerado altos custos, e a implantaçao deveria ser ao poucos, assim como nos paises mais desenvolvidos.Porem algo é indescutivel a TV nao sera mais a mesma, e os programas deveriam tambem nao ser.

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