Como medir a qualidade de um site

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A definição acadêmica (segundo o curso de Administração da Unifei) é que qualidade é tudo aquilo que complementa uma oferta ou atende às necessidades implícitas do cliente.

São três atuações em relação à qualidade:

Qualidade de Conformidade: é a qualidade mínima, se eu comprei um livro sobre usabilidade, eu quero receber um livro sobre usabilidade, não um livro sobre flash.

Retenção de clientes com uso de CRM: baseia-se no histórico do cliente, se eu comprei um livro sobre usabilidade eu posso ter interesse em um livro sobre AI.

TQM: qualidade total, com certificação ISO, 6Sigma?

Tudo isso no meio acadêmico funciona muito bem, mas pode não se aplicar à nossa realidade. Para simplificar, vamos utilizar uma definição mais mensurável (mesmo em algo tão subjetivo) vinda da Wikipédia, que me pareceu bem clara:

?A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço.?

É fato conhecido que o selo de qualidade ISO 9000 (e família) funciona muito bem para produtos e qualificação do gerenciamento dos processos, mas será que eles funcionam tão bem para certificar a qualidade de um serviço tão ?artístico? como o Web Design?

Mesmo o ISO 9002, que é específico para prestação de serviços (mas na verdade tem o mesmo conteúdo do ISO 9001, sem a parte referente à criação de novos produtos) ele parece não se adequar ao nosso meio.

É comum vermos selos em sites. ?(X)HTML válido?, ?CSS válido?, ?Feito em PHP?, ?Usando BD MySQL?, ?Prêmio BláBláBlá de ?melhores? sites?, ?Perfect Score?, ?Esse site é bom demais para o I.E.?? Será que eles afirmam a qualidade do site? Na grande parte das vezes, eles não dizem nada. Ou muito pouco.

Layout é sinônimo de qualidade?

Em aspectos estéticos, definitivamente não. Layout não é o foco do site, o foco é a informação que o site passa através do layout.

Imagine um livro com uma capa linda, mas as páginas em branco. É atraente à primeira vista, mas depois é esquecido. Não estou dizendo para você abandonar tudo e fazer um site com texto puro e marcação simples, mas um layout bonito-lindo-maravilhoso não garante que o site tenha qualidade. O valor para o usuário de um layout ?lindo? é quase o mesmo que um ?organizado?. O custo é muito mais alto.

Além disso, ?estética? é algo extremamente subjetivo. Há quem diga que o site do Nielsen é feio. Eu o acho a 9ª maravilha do mundo, o que me impede de pensar isso? Nada. Se eu achar ele lindo é problema meu. Mas dizer que ele é ?desorganizado?, ou que não remete ao profissionalismo, é outra história. O simples fato de ele justificar (muito bem, por sinal) o não uso de imagens já conta um forte ponto para ele.

Outro ponto muitas vezes esquecido é que há uma parcela de usuários que simplesmente não vê o layout do site. Seja porque usam leitores de tela, porque usam leitores de Feeds, ou simplesmente porque querem ver o site com CSS desabilitado.

O fato é que, para alguns usuários, o layout do site não existe. Há apenas o conteúdo.

Usabilidade, AI, acessibilidade… sinônimos de qualidade?

Vale aqui também. Alguns usuários não vêem aquele trabalho impecável de usabilidade, código limpo/semântico, e scripts para melhorar a acessibilidade que você fez.

E o Useit pode ser um exemplo novamente. O site do Jakob Nielsen tem algumas falhas de Usabilidade e Acessibilidade. Isso o torna menos relevante para seu público?

E o código pode realmente não ser o foco do site. Ainda há muitos sites que não seguem os padrões, e não é por isso que eles ficam sem visitas.

Então, qual é a base que podemos usar para definir a qualidade de um site?

A verdade é: não há apenas um ponto que defina a qualidade, mas sempre há algum ponto que pode servir de base para essa análise. A base que eu defendo é a utilidade.

Uma vez definida a utilidade do site, antes de realizar o projeto, o produto final tem grandes chances de atender ao esperado.

Basear em conceitos que são apenas usados posteriormente é colocar o carro na frente dos bois. Não adianta você querer fazer o HTML do site se você não tem idéia de como é o layout. É ter trabalho dobrado, menos eficiência, mais gastos, menos valor agregado, menos qualidade.

Claro que há fatores que também devem ser levados em conta para a análise de um site de qualidade:

Layout Profissional – Como eu já disse, não é necessário algo lindo de morrer, mas um layout que dê confiança ao usuário, que mostre a ele que o seu site é um projeto sério, é essencial.

Implementações de Usabilidade, Acessibilidade, SEO, AI, Web Standards – É comprovado que ao utilizar essas teorias o site tem mais retorno, logo há um valor agregado maior ao usuário, mais qualidade.

Testes do site – A única forma de se ter um site excelente é testando e corrigindo os erros.

Uma outra coisa (muito) importante é o tal do ROI. Mostre que o investimento gera retorno. E se não gera, saiba como melhorar.

Mostre ao seu cliente que ele perde acessos ao não ter um site de qualidade. Mesmo que ele não saiba definir essa tal de qualidade (nem nós). [Webinsider]

Rochester Oliveira é webdesigner e mantém o blog Web Bem Feita, sobre design de interação e web standards.

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20 respostas

  1. Eu acredito que tudo depende do nicho que você queira atingir. Mas, observando os grandes sites de mídia, podemos ver uma grande evolução nas formas e cores. No entanto, valeu o artigo. Tudo deve ser pensado.

  2. O meu professor pediu para que fizessemos um trabalho sobre um layaut no caso a planta da empresa para que possamos aprender a distribuição de equipamentos, funcionarios, divisão por area, e equipamentos de proteção. Mas nunca entrei numa gráfica portanto não sei por onde começar, se voceis puderem me ajudar agradeço muito desde já meu muito obrigado.

  3. venho por meio desta. pedir informaçao
    sobre. venda de site. ja pronto. pois nao achei.
    nehuma resposta.
    explo tenho site que estamos contruindo
    vai dar cobertura em festa balada. vai ter
    um coluna. de guia, cidade. onde vai constar
    nome de rest. hotel. motel fcia. supermecardo
    acompanhantes taxi. informatica e outros.

    so que depois que ter os clientes cadastrado
    quero saber se este site pode ser vendido
    ter um valor para venda

    aguardo resposta.

    abraços
    edison campelo

  4. Acredito que qualidade engloba dois fatores.
    Deve-se existir um equilíbrio entre o design e o conteúdo.
    Claro que o conteúdo deve sempre prevalecer. Porem, deve-se existir algo que chame a atenção para a leitura do mesmo.
    Concordo com o autor em relação a organização.
    Acho que o sentido de organização é um caminho para se chegar a este equilíbrio.
    Conseguir unir utilidade a qualidade é a certeza de satisfação de qualquer usuário pois realmente passa ao usuário seja ela qual for a idéia de seriedade (exposta pelo autor).
    Agora. É lógico que se sou um cliente que gosta de tecnologia, não irei consumir por melhor que seja a qualidade, conteúdos ou layouts sobre Bem estar e saúde. Mas isso não me impede pela vida sedentária que levo, um dia a me preocupar melhor com isso e procurar qualidade, layout e conteúdo, relacionados a estes assuntos.
    Por fim, acredito que o foco deve ser o usuário final, mas uma parcela de preocupação no projeto , para conquistar públicos diferentes se faz necessária, pois estas pessoas vão buscar qualidade.

  5. Eu acho que entendi o que você quis passar Rochester. A idéia central que me passou foi: existe sempre qualidade no website, quando o usuário, que é quem utiliza, consegue alcançar todos os seus objetivos, ou seja, ele consegue alcançar com clareza a informação que deseja(textos, imagens, códigos, etc).

    O layout, a usabilidade, a forma com que ele consegue esta informação depende do público. A medição da qualidade fica atrelada a informação e aos gostos visuais e intuitivos do público alvo.

    Muito boa a matéria cara. Gostei.

  6. *Rodrigues Comandolli

    ótima analise. Mas meu objetivo não era falar que apenas um ponto deve ser considerado, e sim mostral qual é a base para a analise da qualidade..

    []s

  7. Vamos responder por partes:

    *Eduardo Saraiva:
    Você não pode comparar produtos e serviços. São coisas completamente distintas, e a forma de avaliar a qualidade deles também é.

    *Manuel Bertelli:
    Valeu 🙂

    *Davis Leandro Perdigão Peixoto:
    Olha só, se você prestar atenção no começo eu falo sobre o que é a BASE da definição de qualidade, o foco. O foco é utilidade, sem ela as outras coisas são inúteis(:P). Mas elas são o MEIO utilizado para AUMENTAR a qualidade, uma vez que se tenha a utilidade do site.

    *Eder:
    Quanto ao segmento, cada caso é um caso, não existe fórmula de bolo. Mas que o layout tem que passar seriedade e profissionalismo, isso tem.
    O subtítulo (apesar de não ser meu e sim do Vicente) descreve muito bem o artigo. Voltemos ao raciocínio anterior, sem UTILIDADE qual será a qualidade que algum projeto poderá ter? Ela vai ser lindo, bem codificado, e inútil.

    Obrigado aos comentários de todos..

    []s

  8. Rochester, conforme coloquei na lista de AI, discordo um pouco da sua visão para medir a qualidade, portanto vou colocar aqui meu ponto de vista também:

    Acredito que não se pode definir a qualidade de um website levando em conta apenas um ponto de análise. Vou dar alguns exemplos que constroem a minha opinião:
    – Se você tem um site, onde foi realizado um grande trabalho de direção de arte, criação, estilo gráfico, utilizando metodologia para tal, você pode até ter qualidade gráfica, mas não necessariamente terá um website de qualidade;

    É necessário analisar as etapas que constroem um website, para então determinar a qualidade do trabalho como um todo. Supondo que em uma metodologia para desenvolvimento de websites temos as seguintes etapas:
    – Análise / Planejamento / Estratégia
    – Arquitetura da informação / Usabilidade
    – Direção de arte / desenho
    – Desenvolvimento front-end
    – Desenvolvimento back-end
    (vejam isto como um exemplo, sem questionar se esta metodologia dá certo ou não)

    Portanto, se um website teve um bom trabalho de análise, poderíamos considerar que foram levantadas as necessidades do usuário, do mercado, inovação, enfim, planejamento em geral. Deve-se então dar um peso para este ponto na análise e então analisar os outras etapas também.

    Talvez um bom método para esta medição seria algo tipo uma análise heurística comparativa, onde se elegem as heurísticas (no caso, teria de se pesquisar as heurísticas para cada etapa, talvez) e depois se faz o cálculo e aponta-se a posição do produto avaliado (pode-se buscar também referências em metodologias já existentes para avaliação de qualidade em geral).

    Um ponto que discordo, já metendo mais lenha na fogueira, é que a qualidade não deve ser medida pela visão do cliente (leia-se este cliente quem paga para o website ser desenvolvido). Porque afinal, o cliente do cliente (o tão falado usuário final), que deve ser considerado. Design centrado no usuário 😉

    Bom, como disseram, de qualquer forma vale a discussão.

  9. Layout Profissional – Como eu já disse, não é necessário algo lindo de morrer, mas um layout que dê confiança ao usuário, que mostre a ele que o seu site é um projeto sério, é essencial.

    Mas em qual segmento?! Há usuários que querem entretenimento, outros querem diversão.

    Infelizmente não gostei do texto, achei muito estranho um subtítulo desse: Layout, usabilidade, arquitetura de informação, acessibilidade, web standards… nada disso é sinônimo de qualidade sem antes definir qual é a utilidade do seu projeto na web. Trabalhe menos e faça mais. e logo em seguida começa falando sobre Administração e talz, eu cansei de ler textos no Wikipedia sobre isso, depois fui parar num blog perguntando se faço site e não tive nem cabeça no fim para acaber de ler e concluir a idéia.

    Disse muita coisa mas PRA MIM não disse nada!

    Abraço,
    Valeu a discussão!

  10. O artigo rodou, rodou, se recheou de buzzwords, no final a clássica sopa de letrinhas para gringo ver.

    Não há muita coerência entre partes do texto. Primeiro diz que o layout não é sinônimo de qualidade, e no final define um layout profissional como algo vital para a qualidade do site. Critica de certa forma as certificações e standards, para no final dizer que é comprovado que eles são eficientes.

    Parece que o negócio é: definir qual a utilidade do site (sim, mas qual empresa séria não define isso?), e depois sempre ficar no meio termo de tudo (para trabalhar menos como o resumo do artigo afirma) – layout, usabilidade… sem se esquecer de meter um ROI (para fazer mais como o resumo também diz, ou seria impressionar o cliente?).

    Desculpe mas sou obrigado a concordar com Eduardo Saraiva. Neste artigo faltou o que ele apregoa: foco e utilidade.

  11. Excelente matéria.

    Muito conceito técnico cega a finalidade do projeto.

    Definir a utilidade como caminho a seguir e trabalhar usabilidade, layout e conteúdo como veículo pra andar no caminho.

    Pra mim, a idéia está muito clara.

    Parabéns novamente.

  12. De acordo com o seu raciocínio de qualidade de sites (utilidade), uma BMW e um GOL têm a mesma qualidade, já que os 2 têm condições de te levar ao mesmo lugar. Você também deve concluir que uma caneta Bic e outra Mont Blanc têm exatamente a mesma qualidade, pelo mesmo raciocínio. Eu também não entendi o que qualidade tem a haver com CRM. Enfim, acho que você misturou muitos conceitos de forma muito jogada tentando defender um ponto de vista sem uniformidade no raciocínio. De qualquer forma, valeu por gerar a discussão.

    abs

    Eduardo

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