Quando 1% é muito: também é assim na vida real

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Segundo estatísticas, no YouTube, por exemplo, de cada 100 pessoas que acessam o serviço, só uma coloca um vídeo no site.

Esse número de 1% tem levado a uma série de discussões em relação ao futuro da web 2.0 e sua capacidade de se estabelecer como um modelo de negócios. São especulações que alimentam comentários do tipo ?esse negócio não funciona” ou “essa nova internet ainda vai levar tempo para amadurecer”.

A questão é que essa percepção é parcial e se esquece de que as pessoas estão no centro do debate. Tudo gira em torno do ser humano. Diferentemente do que acontecia nos modelos antigos, o que está em jogo é a liberdade que se dá ao indivíduo para criar, colaborar, participar.

Se ele vai usar ou não essa liberdade, já é outro ponto. O importante é que ela está lá à sua disposição, ninguém tem dúvida. Além do mais, em qualquer lugar, em qualquer momento da história, sempre houve mais ouvintes do que falantes, ou seja, essa tal regra do 1% sempre existiu.

Podemos observar essa relação nos exemplos mais simples que quisermos criar. Quando um professor ensina uma equação de matemática em uma sala de 100 alunos, não é raro que apenas um tenha coragem de levantar e dizer que não entendeu (olha o 1% aí).

O mesmo acontece quando milhares de pessoas assistem a 22 jogadores em uma partida de futebol ou quando as crianças assistem a uma determinada apresentadora infantil na TV.

A web 2.0 não veio para trazer fundamentalmente mais quantidade de emissores ou falantes (apesar de isso ocorrer), mas, em essência, trazer democracia. Todos têm chances iguais de competir pela atenção do público, dando espaço para o talento e nada mais.

Essa democracia possibilita liberdade de criação, originando um novo espaço de interatividade. E não nos esqueçamos de que o número de usuários de internet cresce a cada dia, assim como tecnologias acessíveis de banda larga. Há cada vez mais gente nesse espaço, permitindo que mais e mais pessoas possam criar conteúdo e disponibilizá-lo na rede.

E, como num ciclo virtuoso, com mais conteúdo à disposição, as audiências terão também a liberdade de assistir aquilo que querem, e não mais unicamente o que vem de imposição pelos modelos tradicionais. Quem ainda duvida, que se prepare para o impacto. [Webinsider]

Diego Monteiro (diego@directlabs.com.br) é consultor de redes sociais da Direct Labs.

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5 respostas

  1. Concordo plenamente com o Senhor Diego…rs

    A comparação é mais que apropriada para trazer os ?internautas? que se refugiaram no mundo virtual a realidade. Muitos acreditam que a internet (o mundo virtual em si) é outro mundo, mas ele não é…

    A internet é reflexo da sociedade real e por isso é tão real quanto o mundo real. Agora filosofei que nem o Arquiteto do filme Matrix. Mas, a coisa gira por ai. A maioria esmagadora do mundo virtual é passiva e não ativa. E não estou colocando um valor negativo em ser passivo.

    Com bem o Diego disse: a democracia preza a liberdade do individuo fazer o que bem quiser com sua vida. Se ele quer opinar parabéns, se ele quer só ler e não se manifestar parabéns também…

    Uns, são negros, outros brancos, outros amarelos outros albinos! E daí? Da mesma forma vejo os que são ?ativos? (fazem conteúdo) e os passivos (consomem conteúdo). Um não pode viver sem o outro! Há brancos que curtem rap (Snoop Dog Dog) e há negros que curtem música clássica (Vivaldi, Mozart) como há brancos que criam rap (Eminem) e negros que vão criar música clássica (ainda não sei de nenhum!).

    O lance é que em um período da história mundial um branco jamais curtiria música de negro (lembremo-nos de que o famoso Jimi Hendrix teve que vender seu primeiro disco com uma loira na capa para que as pessoas brancas comprassem sem constrangimento) e um branco jamais cantaria música de negro (desde Vanilla Ice muita coisa mudou). Mas, agora a democracia permite que tenhamos essa possibilidade e esse direito…

    Entendo que a web 2.0 tem que correr pelo mesmo principio! Dar liberdade as pessoas para que elas criem (ou apenas consumam) o que bem quiserem. E o Diego disse bem: isso ocorrem em um jogo de futebol, ocorre nas eleições presidenciais, ocorre na sala de aula, ocorre nas empresas, nas Ongs etc.

    Agora a pergunta que fica para o Diego é a seguinte: em todas as atividades citadas sabemos bem qual é o espaço dos que fazem (os jogadores ficam no centro do estádio, nas eleições os políticos sobem no palanque, na sala de aula o professor fica em pé e no centro, nas empresas a sala do chefe é diferenciada, e nas ONGs o principio de valores é do fundador) e o dos que consomem esse ?fazer? (o público fica na arquibancada, os votantes ficam focados nos seus candidatos, os alunos ficam nas carteiras virados para o professor etc)

    Mas, e na Web 2.0? Qual o site que diferencia um do outro? O youtube agora vai remunerar os criadores, outros sites dão destaque para os ?conteudistas? e outros ainda oferecem prêmios para eles. Acredito que só quando os grandes portais da Web 2.0 (como a via6) entenderem a necessidade de diferenciar um do outro (o ativo e o passivo) conseguiram trazer a leva de Bloggeiros profissionais para dentro dos seus portais e começar a organizar (e findar) as dezenas de milhares de bons blogs que existem por ai.

    Minha barra de favoritos (blogs favoritos) esta superlotada! Não consigo ler e ficar acessando todos os blogs que gosto e seria ótimo que todos esses caras estivem em um único portal colaborativo de web 2.0 ganhando sua grana e economizando o tempo dos usuários!

    Imaginem que no horário político cada candidato falasse em um canal diferente. É assim que eu me sinto quando aos Blgos! Cada um tem seu canal e tenho que ficar lendo cada um em um espaço diferente! E vamos ver a ?Revolução Gloriosa? que o Diego esta preparando!

    E, como num ciclo virtuoso, com mais conteúdo à disposição, as audiências terão também a liberdade de assistir aquilo que querem, e não mais unicamente o que vem de imposição pelos modelos tradicionais. Quem ainda duvida, que se prepare para o impacto

    Abraços!

  2. É intrigante.
    As vezes parece que quanto mais acessível a informação, mais baixo o paradigma.
    Indivíduo comum e formador de opinião são pessoas distintas viu senhora pesquisa famosa!

  3. Diego, excelente contribuição. Um tapa na cara de quem ainda prefere ficar batendo cabeça. Um exemplo real disso que você citou está na comunicação. nesse caso, os publicitários, que confundem audiência com colaboração. observe onde estão a maioria dos cliques dos principais vídeos das principais campanhas publicitárias: em sites focados em comunicação e publicidade. ou seja: virou bengala. um lugarzinho para encostar a incompetência. Pois, quando criam alguma ferramenta para colaboração no mesmo formato das que já existem, ficam frustrados. Aqueles que duvidam já estão sentindo o impacto: não existem mais fórmulas para ganhar dinheiro, apenas oportunidades.

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