Testamos o XO da OLPC. Bom demais.

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xo_001.jpgO laptop de U$ 100 da OLPC (One Laptop Per Child), aquele do Negroponte, chamado de XO por ter o formato de uma criança, deve ter sua primeira versão comercial lançada até o final desse ano.

Algumas peças de demonstração já rodaram o mundo e uma delas caiu em minhas mãos (e consequentemente de meus filhos…) esse mês, gentileza de Rodrigo Mesquita da Rede Peabirus, um dos colaboradores da OLPC no Brasil.

Aqui vai um pouco de minha breve experiência com o XO durante esses dias.

A atração das crianças pelo visual do aparelhinho é magnética! Parece mesmo um brinquedo, com uma alça enorme, todo de plástico duro resistente e um verde cítrico bem cheguei. Após abrí-lo, as antenas do wifi o deixam com uma simpática cara de robô-marciano-tranformer! Claramente o objetivo de ser convidativo para crianças foi atingido.

xo_002.jpgQuando ligamos, o Linux Fedora (sistema operacional livre e gratuito) é carregado rapidamente e uma interface gráfica muito simples é apresentada. Essa nova interface se chama Sugar, e é a primeira desenvolvida com foco nas possibilidades de trabalho ou construção de conhecimento em rede.

Alguns aplicativos básicos para desenho, textos, jogos, entre outros, estão disponíveis e são bem simples de usar. Ícones grandes e cursor enorme são ótimos para movimentos finos não refinados das crianças.

Destaque para o aplicativo que utiliza a webcam e microfone embutidos do XO (quase imperceptíveis ao lado da tela LCD) para capturar vídeos, fotos e sons de forma muito fácil. No wiki da OLPC na web é possível ter mais informações sobre todos os aplicativos, todos livres, e você também descobrirá que o Python é uma das linguagens mais usadas para desenvolver novos aplicativos para o XO.

O teclado é de borracha contínua, sem deixar espaços nas laterais das teclas, o que o torna bem resistente a água, suor, sucos e afins. O touchpad também é protegido e possui um desenho mais largo. A tela LCD é pequena, mas com ótima resolução. Ela pode girar, possui alto-falante embutido, entrada e saída de som e 3 entradas USB, onde podem ser ligados, por exemplo, mouse e teclado para facilitar a utilização por parte de um adulto.

xo_003.jpgE não possui entrada de rede… com fio. Bye-bye RJ-45. A grande estrela do XO é mesmo a rede sem fio.

Com uma interface única, simples e divertida, você é capaz de enxergar graficamente todos os pontos wifi próximos. Nesse momento pude ver como as tais anteninhas “orelhas de marciano” são poderosas… enquanto meu notebook de trabalho detecta aproximadamente quatro ou cinco pontos, no mesmo local o XO me mostra mais de dez pontos wifi próximos.

Com a rede automaticamente detectada, em segundos o laptop está pronto para navegar com um Firefox light. E uma vez na web, já se tem aquela aquela sensação de abstração do computador. Testei alguns novos serviços em AJAX, verifiquei e-mails no Gmail e documentos no Google Docs, entrei em minha agenda do Aprex e postei um vídeo para o Youtube, tudo sem problemas.

Só não consegui assistir os vídeos do Youtube no XO; o plugin de Flash para o Linux ainda não é compatível. Ainda.

E a grande atração do XO em termos de rede é que ele se torna também um propagador de sinal (mesmo desligado!). Assim outros computadores podem se conectar a ele para utilizar sua conexão de internet. Essa é a chamada rede Mesh.

Além disso, um XO enxerga outro via wi-fi sem necessidade de rede local ou internet; assim qualquer arquivo criado ou editado em um XO pode ser compartilhado com outros XO locais para colaboração. Imagine isso em sala de aula, mesmo sem rede local ou internet…

E por aí vai… uma surpresinha atrás da outra: a tela LCD gira e se encaixa para virar um aparelho de game; a bateria pode durar mais de 12 horas; pode ser usado até debaixo de sol e a tela continua visível…

É compreensível que muitos achem estranho que o novo laptop não tenha disco rígido, nem leitor de CD/DVD e não rode Windows, o sistema oficial e pirata mais utilizado no mundo. Mas você verá que isso, na verdade, não importa tanto para quem nunca pegou num computador. O XO deve ser encarado como uma fascinante ferramenta para alfabetização e inclusão digital, um trampolim para uma nova fase. Espere para tirar suas conclusões quando, em breve, tiver um XO em suas mãos. Aproveite que vai estar se sentindo uma criança com brinquedo novo, e comece sua análise desse ponto de vista mesmo: de uma criança.

xo_004.jpgO foco da OLPC (One Laptop Per Child) com o laptop XO parece estar longe das regras comerciais estabelecidos pela indústria atual. O foco claramente está na rede, no software livre, no cloudware, na colaboração, na educação, nas crianças, e acima de tudo na simplicidade. O laptop é apenas uma parte dentro de todo um programa que busca novas formas sustentáveis de disseminar a inclusão digital pelo mundo.

Mas o caminho para o sucesso não será fácil… A OLPC com seu XO e outros programas de inclusão digital terão que vencer muitas barreiras para avançar, desde a resistência da indústria de informática estabelecida, até governos mal-estruturados e mal-intencionados.

Na última semana de setembro pude participar do Fórum Internacional de Inclusão Digital Sustentável em Campinas, e vi muitas iniciativas caminhando, em todos os setores (Governo, ONGs e empresas privadas). Lá foi falado que o Governo já anunciou a compra de 1 milhão de laptops XO para escolas públicas, mas pretende adquirir somente 150 mil unidades no lançamento, pois não possui um programa adequado para absorção de 1 milhão de máquinas em um primeiro momento.

O motivo principal é que os próprios professores ainda não possuem competência suficiente para o ensino digital, então teríamos uma indigestão de XOs. Também me chamou a atenção o deputado federal Julio Semeghini, indignado, apontar que o FUST, fundo criado pelo Governo que obriga as teles a doar 1% anuais de suas receitas para projetos de inclusão digital, já possui mais de U$ 700 milhões arrecadados e nada ainda foi investido em quatro anos…

Falta de projetos? Um programa de capacitação digital para professores teria sido um dinheiro bem investido, para agora rapidamente disseminar a utilizacao dos XOs nas escolas. Quatro anos (ou mais) de atraso na era digital podem nos custar muito caro daqui a alguns anos no mercado mundial. [Webinsider]

.

<strong>Guilherme Coelho</strong> (coelho@zeroum.com.br) é sócio da <a href="http://www.zeroum.com.br" rel="externo">ZeroUm Digital</a> e CEO do <a href="http://www.aprex.com.br" rel="externo">Aprex</a>.

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40 respostas

  1. Bom Dia,Guilherme e amigos. Gostei do seu relato.Como professor, no ano de 2008 e 2009,participei de um curso de formação com o XO, para ser um multiplicador.Eu era professor no Colégio de Aplicação da UFRGS, em Porto Alegre.No curso de formação e capacitação de professores, também frequentavam professores da rede estadual de ensino.O CURSO ,TENHA ENTRE UMA DE SUAS COORDENADORAS A PROF.a Léa Fagundes, do Laboratório de Estudos Cognitivos, do Instituto de Psicologa da UFRGS. Ela é uma grande entusiasta da tecnologia e do estudo do seu uso na aprendizagem. Mas ,sinto que o nosso governo , tenha aberto uma licitação, e que aasempresas brasileiras não foram escolhida. Escolheram uma empresa indiana,o que aconteceu. Entraam com uma ação, inviabilizando o acesso dos estudantes brasileiros aos laptops. Na realidade, as empresas, não conseguiram garantir a mesma tecnologia, e com um custo baixo.Parece que o Xo, até já está nos Portos, aguardando liberação. Existem outras iniciativas e modelos, uma é de Portugal.Eo XO, no Brasil poderá ser apresentado com o sistema operacional Windows e não Linux, com a distribuição Fedora, específica para o XO. Um ponto levanto no seu artigo, e que experenciei é a falta de plugins para flash e de problemas com browsers para sua tela.

    Ma acho que ele veio para ficar , e revolucinará o conceito de espaço de ensino, com uma rede sem fios, onde os professores estarão livres de laboratórios fechados.Basta apenas resolver o problema de softwares pagos e livres e ou de formatos para se interagir em páginas com conteúdos de mulimídia.

  2. Boa materia mais eu gostaria de sabe se o Xo ja chego no brasil e se ele e so pro ensino fudamental menor:1ª a 4ª ou e de Ensino Fundamental ao ensino medio.
    Ele ja vem com um programa expessifico pra pode atua com a escola.
    Ele vem com Internet?
    Ele tem drive de CD?
    Ele vem entrada USB?

  3. A minha dúvida é: quem será que vai passar mais tempo usando o XO eu ou meu filho, Michel de 3 anos, pelo que tô vendo vai ser uma briga.

  4. Gostaria de parabenizar o autor pela clareza do texto.
    Em si tratando de educação na atualidade, inclusão digital é a palavra de ordem… só precisamos ousar mais no sentido de começar pelos usuários, pelos alunos… pois aguardar o professor significa perder novamente o trem da história.

  5. Todo este atraso é bem simples, algumas pessoas do governo, isto desde a época do Negroponte, não são muito a favor de software livre e tal. Não estão muito dispostos a colaborar. A inclusão já era para estar muito a frente, em relação a tudo que é divulgado e mostrado. Gostei do artigo e o foco é inclusão a inicialização, é o mesmo que eu der uma Ferrari para minhã irmã aprender a dirigir. Espero que as coisas melhorem e o mais rápido.

  6. Guilherme, muito bom o seu texto. Muito instigante… Tanto que gerou excelentes e polêmicos comentários: pontos de partida para novas e necessárias discussões.

    Sempre que falamos de alfabetização/inclusão digital, TICs e suas relações com o ambiente escolar, estamos mexendo não apenas com questões técnicas, econômicas ou políticas, mas principalmente, filosóficas.

    Destaco parte da fala de Fabiano: Deve-se pensar em utilizar os recursos oferecidos para a construção do conhecimento e a estimulação da criatividade, da colaboração, do senso crítico e de pesquisa (curiosidade), nas crianças.

    É a concepção de homem, sociedade e educação que está em jogo!

    Estes são pontos que deveriam estar sempre sendo discutidos pelos professores em seus centros de estudo e capacitações continuadas e por aqueles que formam os professores em Centros Universitários.

    Projetos como o OLPC assustam muito mais àqueles professores que fecharam-se numa concepção de homem, sociedade e educação que já não dão conta da realidade atual e que, por isso mesmo, mostram-se ineficientes na arte de educar (com ou sem o uso das modernas tecnologias) do que àqueles que possuem pouca intimidade com as máquinas mas já perceberam que as questões centrais da educação passam pela necessidade de se repensar a VIDA.

    Um grande abraço,
    Rosângela

  7. Guilherme, parabéns pelo artigo e desculpe eu ter demorado tanto a chegar aqui.

    Precisamos divulgar e discutir o Projeto proposto pela OLPC e que, por aqui, acolhido pelo Governo Federal, ganha o nome de UCA (Um Computador por Aluno).

    A minha contribuição é reiterar o que o Guilherme já falou: não dá pra esperar capacitar primeiro os professores, para só depois chegar com os computadores. Essa história já está anunciada e as coisas irão acontecendo concomitantemente.

    Mas é extremamente necessário que haja uma política de capacitação contínua para o pessoal do magistério.
    Estamos falando de milhares e milhares de profissionais do ensino que precisam, com ou sem laptops, de atualização constante.

    Convido-os a visitarem os blogs http://laptopsnaescola.blogspot.com/ e
    http://dvilardo.blogspot.com/

    Um grande e fraterno abraço

    Denise Vilardo

  8. Mas que brinquedinho mais bem bolado. Muito interessante mesmo, desde o design marciano ao uso de softwares livres.
    Agora o governo de uma das maiores economias mundiais AINDA não ter preparado profissionais para a época ATUAL só pode ser piada.
    O Brasil precisa de pessoas que o enxergem como é de verdade, com todo o imensuravel potencial que temos.

  9. Olá a todos,

    Primeiramente gostaria de parabenizar o Guilherme pelo texto. Muito legal a análise feita! Dez os dois enfoques dados: (i) XO para a criança, (ii) XO para o professor/processo educacional.

    Tenho acompanhado de perto o projeto, visto que trabalho em um dos laboratórios que contribuem com ele aqui no Brasil, o LIA-DC/UFSCar. Sou apaixonado pelo projeto e acredito que, se soubermos aproveitar essa oportunidade, podemos dar uma guinada na educação brasileira.

    Gostei muito da discussão que está sendo conduzida aqui e gostaria de chamar a atenção para um ponto que precisa estar bem claro. Muitos comentaram sobre ensinar o professor a ?mexer? na maquininha, usar os programas disponíveis, etc. e tal. Um dos colaboradores sugeriu a contratação de professores de informática para viabilizar a utilização desse equipamento.

    Contudo, o saber ?mexer? não é suficiente. Concordo com a Prof. Kelly quando ela menciona o uso das TICs considerando requisitos pedagógicos. Acredito que esse é um ponto muito importante: o professor deve saber utilizar a maquininha para atingir metas pedagógicas. Esse é o verdadeiro preparo que deve ser dado aos professores. Quais atividades um professor pode realizar para atingir quais metas pedagógicas? Como usá-lo em sala de aula? O potencial do laptop vai muito além de disponibilizar textos para leitura ou explorar materiais de aprendizagem propostos pelo professor. Deve-se pensar em utilizar os recursos oferecidos para a construção do conhecimento e a estimulação da criatividade, da colaboração, do senso crítico e de pesquisa (curiosidade), nas crianças.

    []?s

  10. Como vai Guilherme…

    É bem verdade que tudo o que vem para somar é válido. Uma crinça passa horas na frente do video game sem aprender muita coisa, e agora pode ter uma opção melhor, mais interativa e muito mais cultural que o video game. Não quero com isso dizer que deva deixar o video-game.
    Mas daqui cinco ou dez anos esta mesma criança, já adulta, terá muito mais informação, preparação e cultura. É como uma criança que dirige carte numa pista de corrida em comparação com outra que não dirige. Ela aprende a se relacionar com outros pilotos, enfrentar a velocidade e lidar com os perigos da pista e das curvas. Mesmo um adolescente poderá usufruir muito deste novo modelo, mesmo porque a maioria dos computadores que utilizamos em nossas casas e nas empresas não são aproveitados nem em 20% de sua capacidade total. Queremos sempre uma máquina super, mas aproveitamos dela o mínimo, e ás vezes nem isso.

  11. o que reamente, nos constrange, é querer impor aos novos e despreparados alunos, um programa que realmente, não atinge a perfeição do Windows, e que estas crianças despreparadas, irão enfrentar um mercado de trabalho incompatível com os seus conhecimentos pois o linux nada é, que um programa
    que poucos tem conhecimento. E incopatível com o mercado de trabalho do mundo inteiro.

  12. Oi Guilherme

    Gostei muito do artigo 🙂

    Mas, enquanto programas governamentais só favorecerem as indústrias que fabricam equipamento, não acredito que a realidade mude muito.

    E, se algo mudar, será porque forças sociais, e não governamentais, exercerem sua influência.

    Logicamente, o esforço governamental em oferecer computadores tem o seu mérito e importância.

    Mas, evidentemente apenas colocar um computador à frente das pessoas ou vendê-lo a um preço menor não inclui qualquer pessoa em nenhum processo. É absolutamente necessário ensinar a usar o equipamento e os programas, em benefício próprio e coletivo.

    Assim, para garantir a democratização da informação, é necessário haver muitos cursos básicos, com explicações práticas sobre o uso de computadores e a configuração de programas e sobre sua utilização, em linguagem clara e não técnica. Esses cursos são um inestimável auxílio para os iniciantes.

    E aí chegamos aos professores das primeiras séries, que estarão diretamente envolvidos no processo, mas não tem qualificação em Informática. (Aliás, quantos professores de fato a têm?)

    Evidentemente, considerando o número de professores, um enorme esforço de qualificação deve ser feito, e melhoria salarial deve acompanhá-lo.

    Outro aspecto que é muito preocupante é a manutenção. Implantar é uma coisa. Manter é outra. Muito diferente. E pode encarecer e dificultar, em muito, todo o processo.

    Acho que a qualificação dos professores poderia provocar uma enorme mudança social.

    Mas, a que governo interessa que o povo, de fato, aprenda?

  13. Grande Guilherme, excelente texto.
    2 comentários:
    – vai custar mais que 100 dólares
    – o dinheiro do FUST é virtual, ou seja, não está numa conta disponível para saque. Como alguém já comentou, não será tão fácil de utilizar.
    Abs

  14. Computadores portáteis na educação está sendo um desafio para os educadores, gestores e alunos.
    Hoje as tecnologias de informação e comunicação estão implantadas de uma forma sólida na nossa sociedade. Entretanto, os educadores ainda apresentam grandes dificuldades na utilização delas no campo educacional e, principalmente em sua apropriação para utilização pedagógica. Considero que o maior desafio para os educadores na sociedade atual é entender seu novo papel e compreender as TICs como ferramenta mediadora da aprendizagem. Isso está atingindo tanto os professores das escolas públicas como as privadas. Todavia, o desenvolvimento das TICs estão promovendo mudanças nas relações entre os seres humanos e desses com o meio. Os atores envolvidos no processo educativo já começaram a atuar em seus novos pápeis, apesar de, o hoje nos mostrar que este aluno é um nativo desta sociedade, mas este ainda não compreendeu sua real importância como ator neste processo educativo. Como ajudá-lo articular os recursos disponíveis às suas necessidades educativas que está sendo um desafio para todos.
    Atualmente estou pesquisando (PUC/SP) sobre o XO e outros, meu objetivo da minha pesquisa é identificar o sentido que os educadores atribuem ao uso de computadores portáteis e sua utilização na escola.

    Parabéns pela reportagem.

  15. Pingback: Blog e Fisica
  16. Ah, eu disse que não tem nada a ver com crianças, mas tem um ponto interessante: quebrar a privacidade de crianças é um problema bem mais sério que adultos. (O bitfrost impede o uso da câmera e microfone por programas maliciosos e que um programa malicioso tenha acesso a arquivos pessoais ou envie algo via rede)

  17. A Wi-Fi do bichinho é um espanto. São 1km de cobertura!

    Isso unido com os 2W de consumo, os recursos multimídia e o visual brinquedo o torna perfeito para crianças.

    Mas a inovação que mais me agrada não tem nada a ver com o uso específico por crianças: é a segurança. O XO usa um novo sistema de segurança, chamado Bitfrost. Ele trata os programas baixados na internet exatamente como eles deviam ser tratados: com confiabilidade mínima. Eles não podem fazer nada. Nenhum programa tem acesso aos arquivos pessoais no laptop (a não ser que ele abra uma janelinha de seleção de arquivo, onde o programa terá acesso ao arquivo selecionado e somente ele), nenhum programa pode se conectar à rede (sem ser autorizado).. nenhum programa em segundo plano pode consumir mais que 10% da cpu, e nenhum programa pode consumir mais que 5mb de espaço temporário..

    Esse tipo de inovação usa soluções conhecidas, mas que ninguém quer por em prática: quase todos os programas dos sistemas operacionais em uso atualmente (como windows, linux e mac os x) foram projetados com a insegurança do sistema em mente. O linux, por mais seguro que ela seja do lado de fora, usa a arquitetura do unix, que não foi projetado pra fornecer segurança contra os programas que o próprio usuário roda. O XO foi projetado pra isso. (Por mais que o XO rode um linux, ele roda um linux bem pouco usual, cheio de melhoramentos).

    Quando essa tecnologia chegar ao desktop a internet vai se tornar um lugar bem mais seguro 🙂

    Pra quem quiser saber mais sobre o Bitfrost:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Bitfrost (artigo básico na wikipedia)
    http://wiki.laptop.org/go/Bitfrost (uma introdução sobre o sistema)
    http://wiki.laptop.org/go/OLPC_Bitfrost (descrição completa)

  18. Guilherme, parabéns pelo artigo. Realmente não sabia que o XO tinha tanto potencial. Infelizmente ainda vejo muita demagogia nos programas do governo. Muita intenção e pouca ação. Vamos torcer para que surjam políticas e programas verdadeiramente eficazes não só para levar o XO para as crianças brasileiras, mas para capacitar nossos professores e professoras de forma que consigam extrair o máximo dessa excelente ferramenta pedagógica.
    A propósito: ainda não vi claramente em nenhum site se o XO será comercializado no varejo, ou seja, minha filha poderá utilizar o XO em algum momento?

    Abraços!

  19. Gulherme, bom artigo! Agora pergunto existe um jeito de instalar o sistemas do XO em pcs antigos, penso em usar alguns que tenho em um programa social com crianças carentes aqui em diadema.

  20. Guilherme… parabens pela divulgação, antes de tudo é defender um projeto a longo prazo para educação de nossas cranças… mas faço uma pergunta a ti e aos leitores… existe um jeito de instalar o XO em pcs antigos… tenho quatro antigos pcs aqui na associação em que trabalho, estão parados, gostaria de instalar um sistema leve com navegador e alguns programinhas tipo os do XO para doar ou emprestar para um programa de reforço escolar para crianças carentes que temos aqui no bairro… seria para navegar elazer… sem preciasr instalr um distribuição pesada… já emulei o sistema uma vez…grato!

  21. Muito interessante, mas acho que antes de ensinar a usar o computador, devemos ensinar os alunos a pensar, a ler e a escrever SEM o computador. Depois ensinamos a usar o computador. Antes, nem pensar.

    Respondendo ao Fernando:

    Baseado em sua afirmaçao as crianças deveriam estar usando pedaços de carvao para escrever em tabuas de madeira ate hoje!

    O OLPC nao eh direcionado as primeiras letras (prezinho/primeiro ano). A criança vai ter que aprender a ler e escrever e fazer conta manualmente antes de ter acesso ao OLPC. Mesmo porque, do que adianta um computador para um anafabeto? Computadores sao ferramentas que precisam de gente que leia para que possam ser usados. Faça um teste: entregue um PC para um adulto analfabeto e peça a ele para ir para o site da Playboy. Ele nao vai conseguir, mesmo com todo apelo sexual que o site da Playboy possa ter para um adulto. Mas se voce, por outro lado, entregar o PC ja com o site sintonisado ele com certeza vai ficar interessado em aprender a ler e escrever para poder acessar o site da Playboy por si mesmo (na hora que ninguem estiver vendo, como eh de praxe) so para ler as entrevistas ;)!

    Crianças sao mais espertas: vao querer aprender a ler e escrever para acessar o site das Meninas Super Poderosas por exemplo.

    Educaçao nao pode ser logo nos primeiros anos como eh hoje em dia: uma tortura! Nao eh atoa que os numeros de abandono da escola aumentam a cada dia. Para que fazer esforço para ser torturado por um sistema obsoleto e excludente como o nosso? Com o OLPC, talvez, a criança seja abençoada com um desejo extra de continuar a estudar ate completar seus estudos – mesmo que a realidade excludente brasileira aconselhe justamente o contrario!

    Boa reportagem!

  22. O dinheiro do FUST parece não ser tão fácil assim de gastar, afinal está parado desde 2000, quando o Sr Deputado Julio estava no Governo.

    Parece que vai começar a ser gasto agora, mas o Sr Deputado, como membro da comissão de Ciencia e Tecnologia, poderia ter apresentado projetos para seu gasto na Câmara ou apresentado projeto de lei para facilitar a realização deste gasto. O problema é a eterna guerra entre Governo e Oposição. E é uma pena o Governo e o Sr Deputado fazerem política partidária em cima do FUST.

    http://www.direitoacomunicacao.org.br/novo/content.php?option=com_content&task=view&id=1210
    http://www.forumpcs.com.br/coluna.php?b=195440

  23. Pessoal,

    Produzi recentemente uma reportagem sobre o XO. Se alguém quiser ler, acesse:

    http://www.rogeriosilveira.jor.br/reportagem2007_09_12_laptop_100dolares_lsiusp.php

    Abraços em todos e parabéns ao Guilherme pelo excelente texto,

    Rogério Mascia Silveira – Jornalista e Webdesigner
    http://www.rogeriosilveira.jor.br – cel. (11) 9845-9197

    Skype – rogeriomascia
    GoogleTalk – rogeriomascia@gmail.com
    MSN – rogeriomascia@hotmail.com

  24. O governo poderia criar programas de ensino para professores aprenderem a utilizar o próprio sistema do XO. Ou para uma inicialização mias rápida, poderia colocar nas escolas professores de informática, o que traria uma agilidade maior para um inicio imediato.

  25. Vejam vídeos-reportagens da molecada usando um laptop educacional Caderno Digital em http://www.e-duc.com (vídeos) há 5 anos atrás, já no ano de 2002. O que mudou de lá pra cá? Por que perdemos tanto tempo? Por que o Governo não resolveu os problemas de capacitação dos professores? Por que mesmo em países desenvolvidos (EUA, França, Canadá e muitos outros) ainda não conseguiram resultados satisfatórios usando a informática na educação? O artigo e os comentários são muito superficiais a respeito da matéria. O hardware é uma das peças e a meu ver a mais fácil de resolver, temos que levar em conta ainda: treinamento e capacitação de professores, infra-estrutura, softwares voltados à pedagogia, conectividade, suporte e manutenção, avaliação da metodologia etc etc etc. Essas e outras questões devem ser focadas olhando a realidade da educação no Brasil e no mundo, a realidade dos professores, a realidade dos alunos, os mecanismos estão quase todos aí, mas falta vontade política, recursos financeiros mas acima de tudo falta olhar a escola de dentro para fora e ouvir os educadores sobre o assunto, sobre o que eles desejam, o que eles precisam, o que é possível de se fazer e como pode ser feito…

  26. Patetico o comentário do sr Eduardo.

    Com os métodos atuais de ensino, as crianças estão desmotivadas e tão pouco interessadas. Os professores são terríveis, analfabetos em tecnologia, uma vergonha.

    Acompanhei a informática muito precocemente e hoje eu não teria domínio de inglês tão pouco facilidade para aprendizagem se não fosse a minha inclusão digital. Um privilégio pra poucos, graças a Deus.

    Gostaria de ver mais jovens descobrindo seu potencial. OLPC + acesso GPRS/Edge são pequenas atitudes que poderiam mudar uma simples vila! Imaginem wimax, 3G ou Wifi publico……

    Parabéns pelo artigo Guilherme. Vamos continuar apoiando projetos como esse.

    Ricardo

  27. Parabéns !
    Guilherme, o tema abordado é de grande e essencial importância para o desenvolvimento com base sólida para os países emergentes, que carregam durante décadas uma educação vergonhosa e defasada.
    a OLPC é uma prova de que existe esperança para todas as nações que sofrem dessa deficiência, e investir nas criânças e nosso dever.
    As crianças são o futuro de uma nação forte e estruturada.

    Agora essa história de que precisamos ensinar as crianças a pensar e etc, etc, sem o uso de microcomputadores é realmente uma infelicidade daqueles que assim pensam…é provado que o ser humando desenvolve com mais qualidade em menos tempo exercitando a mente de forma lógica e sádia e para isso é necessário ferramentas aptas paraisso.
    É de fato triste tal pensamento, justamente agora que podemos de certa forma colaborar para que seja possível a evolução do ensino de base realmente sólida para nossas crianças.

  28. ops, apertei a tecla sem querer… só pra terminar a frase:

    Mas na minha opinião, essa contradição é aparente, pois a educação e o conhecimento devem ser os pilares para o desenvolvimento.

    abs, Guilherme

  29. Eduardo, acredito que a questão não é antes ou depois. Acho que é tudo ao mesmo tempo agora, e o computador pode ser uma ferramenta fabulosa para ensinar a pensar, ler, escrever.

    Como disse, o XO terá que enfrentar muitas barreiras para entrar nos países menos desenvolvidos, e uma das principais será justamente o dilema que os governos viverão na hora de investir em computadores enquanto existem analfabetos e até mesmo crianças morrendo de fome em seus países.

    Mas na minha opinião, essa contradiç

  30. Guilherme, parabens pela sua reportagem, muito interessante e tambem, importante, para o melhoramento, conhecimento do que a informática ao todo, pode proporcionar ao usuario, mas infelizmente, tem que ser todo repensado, pois, existem muitos professores (as), que ainda nunca tiveram um contato com um computdor, como ensinar um aluno a manusear um pc, sem conhecimento,e tabem, um bom ponto de vista do Eduardo, acima descrito, como vc vai ensinar a usar um pc, sendo que, infelizmente, uma grande parte dos brasileiros, nao sabem ler e escrever, pois o nosso ensino é péssimo, escolas sem estruturas, professores sem condições de ensinar pelo desânimo das condições hoje vividas, como salário e demais particularidades, que todos sabem. Primeiramente, é necessario uma melhor educação, e restruturar o ensino em geral, para que possam entrar inclusão digital..

  31. Parabéns pela matéria!

    Acredito que esse projeto de OLPC seja um grande salto na inclusão digital das crianças. Não vejo a hora de poder compra rum pra minha filha.

    Mas devo descordar dos comentários do usuário Eduardo, acredito que as crianças de hoje tem um raciocínio muito rápido e facilidade de realziar várias tarefas ao mesmo tempo.

    A responsabilidade de ensinar as crianças à pensar é dos pais, que precisam acompanhar mais a evolução da vida de seus filhos.

    Ler e escrever sem o computador é a mesma coisa que trocarmos os metrôs nas grandes cidades por bondinhos, é uma evolução natural! Um exemplo são os sistemas de reconhecimento de voz e a leitura ajuda a praticar a gramática, seja ela feita num livro ou na tela de um computador.

    Afinal, esse é um dos objetivos da inclusão digital: facilitar e agilizar o acesso as informações (educação) e preparar as crianças para o futuro.

    Abraço à todos!

  32. Muito interessante, mas acho que antes de ensinar a usar o computador, devemos ensinar os alunos a pensar, a ler e a escrever SEM o computador. Depois ensinamos a usar o computador. Antes, nem pensar.

  33. Olá Guilherme, parabéns pelo excelente relato.

    Tenho acompanhado há pouco tempo as iniciativas relativas ao OLPC. Ele se tornou uma ótima referência ao meu trabalho de conclusão.

    Além dos diversos paradigmas que ele quebra – e que tu bem colocaste – queria compartilhar um dos conceitos mais legais que estão sob o OLPC: a idéia das atividades, em que ele não se baseia nos aplicativos da forma como temos hoje.

    Infelizmente ainda não pude ter um em minhas mãos (apesar de Porto Alegre ter uma escola que já está utilizando OLPC, ainda não consegui ir lá visitá-los…). Mesmo sem ter visto ele ao-vivo, é muito fácil perceber a simplicidade do sistema XO (sugar) e como isso pode ser útil para a formação das nossas crianças.

    Abraços!

  34. Guilherme, parabéns pelo artigo e também por relatar a indignação do deputado federal Julio Semeghini.
    Se a capacitação digital dos professores da rede pública não for urgente e encarada com a devida seriedade, nem com toda a facilidade de uso do XO será suficiente para que a inclusão digital seja efetiva. []s – Carlos Henrique Rech

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