Conhecimento tecnológico sem saber para onde vai

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A tecnologia avança acelerada em nosso cotidiano. Tudo agora é digital. Até o sinal da TV e o controle da iluminação na sala de estar. Mas a superficialidade que a sociedade impõe aos assuntos tecnológicos, de maneira geral, se reflete nas organizações.

É notório que um dos maiores custos de uma empresa está nas pessoas que ela emprega. Não há negócio, no mundo moderno, que não necessite de colaboradores, mas a pergunta que fica é se a informática não tiraria o emprego das pessoas e reduziria estes custos.

E por que, então as empresas continuam aumentando seus quadros, tendo dificuldade de gerir despesas, se os sistemas computacionais estão cada vez mais aprimorados? Em primeiro lugar, tecnologia não desemprega ninguém, mas tira todos da zona de conforto; em segundo lugar, a resposta é simples, mas dificilmente enfrentada com a firmeza que se espera de um gestor: não existem processos de gestão tecnológica dentro da maioria das corporações.

É comum que o gestor delegue, por total desconhecimento, a profissionais, autodidatas em informática, sem nenhuma formação administrativa, incapazes de elaborar o planejamento  estratégico, os rumos técnicos da empresa que permitiriam acelerar  seu crescimento. 

A conversa com estes profissionais não vai além do bit e byte. Uma pergunta que deveriam fazer é o que a tecnologia pode fazer pelo negócio da empresa? Pergunta singela, mas raramente praticada. Não é de estranhar que os grandes executivos de Tecnologia da Informação (TI), hoje, no Brasil, sejam profissionais administradores, engenheiros, economistas, advogados e até médicos… mas poucos, da própria área de informática.

Muitas empresas desconhecem seu próprio patrimônio – computadores e softwares instalados,  por não terem um processo de coleta para isso. Desconhecem  quanto custa, por exemplo, uma ligação de um ramal interno para outro, no horário de expediente, porque não têm indicadores para controlar o processo de telefonia, que agora é digital, e passa “por dentro” de um software.

Não é porque se trata de um assunto de tecnologia que não se possa utilizar o melhor da administração diminuir custos e lucrar mais.

Há exceções é claro, e, invariavelmente, estas são líderes em seu segmento. Em 2005, a empresa KeyStone Strategy juntamente com a Harvard Business School, em levantamento com empresas, de portes diversos, questionando o uso que estas faziam da tecnologia em seus negócios.

Independente do porte, mostrou as que mais utilizavam informática em seus processos produtivos, lucrando, pelo menos, dez pontos percentuais a mais do que as  que não tinham em sua estratégia, o uso da tecnologia.

Empresas que não são líderes em seu segmento devem descobrir o seu limite de conhecimento tecnológico ou, modernamente, seu grau de maturidade tecnológica e buscar a inovação sob pena de serem, diariamente, superados pela concorrência. [Webinsider]

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<strong>Reges Bronzatti</strong> (assecom@cpovo.net) é advogado e consultor em Tecnologia da Informação.

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4 respostas

  1. Boa, Régis.

    É crucial que as empresas percebam na tecnologia uma alternativa eficaz e coerente em sua gestão estratégica. acredito que a implantação de ferramentas tecnológicas deve agregar valor à empresa, e não, preocupação.

    Imagino que a própria formação educacional dos novos profissionais já deveria abranger conteúdo estratégico, fomentando o potencial gestor de cada um.

    Mas como disse certeiramente o Elias, só isso é insuficiente para formar bons profissionais.

    Abraço.

  2. Eu vejo que apenas o nível superior seja insuficiente para formar bons profissionais.
    O problema é anterior à Universidade – por que é desde pequenos que aprendemos (ou não) a interpretar o mundo e fazer conexões entre o que está acontecendo ao redor com a nossa própria realidade, que aprendemos a ser éticos (e céticos).
    O conhecimento adquirido na Universidade é insuficiente quando o profissional opta por se preparar apenas sob o ponto de vista técnico – que não lhe possibilita entender o mundo sob um prisma político, por exemplo.
    Veja bem, é a visão política/social/ambiental que guiará o trabalho de um profissional (qualquer que seja a sua área de atuação) no sentido de economizar energia, papel, água, de optar por software livre, etc.
    Um profissional excessivamente técnico é um sujeito tacanho (com o perdão da palavra), que não consegue enxergar que o uso de software proprietário colabora para o nosso país ser cada vez mais dependente tecnológica e politicamente dos países mais ricos.
    Um programador sem visão política não se dará conta de que pode desenvolver programas que mostrem melhor os seus resultados na tela, para evitar que as pessoas tenham que imprimir (o que economizará papel, o que contribuirá para o desaceleramento do aquecimento global), etc.
    Parafraseando o Reges: Não é porque se trata de um assunto de tecnologia que não se possa pensar também no meio ambiente, na independência tecnológica do país, etc.
    Em resumo… em resumo… a chave para termos profissionais mais inteligentes, que pensem com mais qualidade e tenham visão mais ampla da realidade está na educação – mas teria que começar lá no ensino básico.

  3. Concordo com o Reges, principalmente no que se refere a essa visão superficial da tecnologia e seus diversos recursos e possibilidades.

    Realmente na maioria dos casos, os profissionais de TI não possuem a devida visão estratégica do business da empresa, sendo isso um contra-senso, a partir do momento em que a presença desses profissionais nas empresas visa, na maioria das vezes, a consultoria e o suporte tecnológico ao negócio-chave da organização.

    Parabéns pelo artigo!

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