Design híbrido

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Outro dia estava numa livraria pensando nas diferenças entre compras online e no mundo real.

Além das facilidades do mundo online de se comparar preços e pesquisar em diferentes livrarias online, estava também pensando na experiência qualitativa por trás destas interações.

Segurar um livro e folhear suas páginas. Existe algo especial nesta experiência física que não pode ser substituída por Ajax ou Flash (ou o novo Silverlight). Ao menos para aqueles (meu caso) que primeiro aprenderam a lidar com o mundo físico e depois conheceram o mundo digital.

Mas todos concordamos que com a velocidade com que tudo ?vai para dentro do computador?, não vai demorar muito para que surja uma geração que não terá a oportunidade de comprar um livro em uma livraria como nós fazemos hoje.

Hoje em dia o que percebemos é uma série de tentativas de se passar coisas e conceitos do mundo físico que nos são familiares para o mundo digital.

Vamos pensar em algumas destas tentativas e analisar o que funciona e o que não funciona.

Nosso primeiro exemplo é o catálogo online da Dell Computadores nos Estados Unidos.

É uma ?publicação? mensal, com os lançamentos e promoções em destaque. O site é implementado em Flash e combina elementos tradicionais de um catálogo com soluções digitais inovadoras que produzem uma experiência nova aos usuários. Ele realmente parece um catálogo real, pela sua forma e pela possibilidade de folhear pelas páginas. O catálogo disponibiliza uma mistura de conteúdo estático e interativo. O conteúdo parece o que você encontraria em um típico catálogo da empresa, mas ele agrega elementos de interatividade. O fato desta implementação utilizar elementos do mundo físico é interessante, mas o que mais impressiona é a adição natural e intuitiva de elementos interativos, somente possível no mundo digital.

Muito antes de a Dell adicionar uma sensação de ?mundo real? ao seu catálogo eletrônico, pesquisadores já faziam o oposto – trazer a sensação digital para um dos nossos objetos mais conhecidos e apreciados, o papel. O papel eletrônico, ou e-paper, começou a ser desenvolvido por volta de 1970 na Xerox. De acordo com a Wikipedia, as futuras aplicações incluem livros e-paper – capazes de agrupar versões digitais de vários livros, com um deles sendo mostrado na tela de cada vez. Quando isto acontecer em uma escala comercial, nós vamos folhear um livro digital e também interagir com ele como interagimos hoje em uma página da web, usando gestos.

Isto nos leva para o próximo capítulo na corrida para mesclar o físico e o digital – o iPhone. A Apple tem se mostrado uma das empresas de ponta no aspecto reinvenção. Eles se reinventaram com o iPod e parece terem conseguido novamente com o iPhone (existem divergências neste ponto, mas não vou entrar nesta discussão agora).

A maioria de nós ainda não pôde experimentar a tecnologia multi touch do iPhone ou do recém lançado iPod Touch, mas ao que parece a Apple lançou no mercado uma maneira realmente nova de se interagir com as informações digitais. Uma das disposições da Apple é justamente redefinir nossa experiência digital, fazendo com que objetos digitais pareçam e se comportem como seus ?primos? do mundo físico.

Isto não significa prometer uma interface com o usuário e um objeto para se brincar, significa criar coisas tão intuitivas quanto aquelas do mundo real.

Tentar mesclar e reconciliar nossas experiências nos mundos digital e físico não é algo fácil e trivial. Muitas tecnologias estão tentando criar uma combinação que produza uma experiência do usuário ao mesmo tempo consistente, simples e rica.

Os objetos no mundo real obedecem as leis da física. Os objetos no mundo digital obedecem? bom, pelo menos as leis do bom design. Já as leis dos híbridos ainda não foram totalmente formuladas.

A chave do sucesso é garantir que este mix entre físico e digital não confunda o usuário. Elementos que se utilizam deste mix devem se comportar da maneira que se espera que eles se comportem. Inventar novas maneiras de ?remixar? elementos, mantendo os usuários felizes e satisfeitos, é o que estas novas tecnologias devem se preocupar em fazer. [Webinsider]

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Marcos Nähr (Marcos_Nahr@Dell.com) é formado em Design Gráfico, consultor de conteúdo para o Global eCommerce da Dell Computadores e professor do Comunicação Digital da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

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2 respostas

  1. Marcos,

    Muito boa a matéria. E uma prova de que as pessoas realmente se interessam por esse tipo de tecnologia híbrida é o filme Minority Report, onde mostra o cara mexendo num computador totalmente dinâmico com seus movimentos.

    Com certeza cada vez mais as empresas vão investir em tecnologia dinâmica com os movimentos da física, e isso torna qualquer tecnologia mais interessante. Como você disse, provavelmente a Apple vai estar em primeiro na corrida.

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