Os números não mentem: conheça a sua audiência

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Na época do colégio, uma das matérias mais detestadas era a matemática. Aquelas aulas envolvendo números, regras, xises e ípsolons infindáveis e ininteligíveis – eram pequenas doses semanais de torturas, bimestralmente apresentados ao carrasco-mor: as provas.

Com todo esse histórico ruidoso, muitos de nós não gostamos e nem queremos saber de algo mais complexo que soma (de dívidas), subtração (de impostos e do holerite) e multiplicação (dos problemas); mas como tudo que é mal compreendido tem uma linda face que pouco se (quer) ver.

Quando refiz o visual do .mundesign, uma dúvida me bateu: qual resolução utilizar? A página temporária de um ano trabalhava com um layout fluído, ou seja, ele se moldava de acordo com o navegador do visitante. Isso é legal, até descobrir que você não possui controle sobre a página, o que a deixava desgostosa para ser lida. Então o que fazer? Runas? Não – apelei para os dados do Oráculo, e ele me disse coisas interessantes.

800×600

Do nascimento até o dia 28 deste mês, mais de 2000 pessoas visitaram o .mundesign usando 800×600 pixels de resolução. Há números maiores, mas este dado me alerta que por mais que outras pessoas utilizem o .mundi com mais espaço de tela, uma parcela considerável dos meus leitores usa 800×600, logo não posso ignorar essa dado. Mas o que diabos isso tem haver com design?

Por ter tido uma graduação em Design e Construção de Marcas (vulgo branding design), eu e minha turma sempre fomos incentivados a prestar mais atenção nos dados do que na intuição. Isso significa que ao trabalhar com dados reais, um desenhador tem uma base real e sólida do que está acontecendo e, a partir daí, ter subsídios para tomar suas decisões. Ainda não acredita muito? Vamos a mais dados.

Linux e Windows

Todo mundo que me conhece sabe que sou um grande partidário do uso do software livre em design. Meu sistema operacional de todo dia é o Ubuntu (que é um Linux com gostinho mais humano) – uso, recomendo e tenho CDs aqui para quem quiser experimentar (mande-me um e-mail pedindo o seu CD de brinde). Só que essa é a minha realidade, mas o que será que você e tantos outros usam?

Olha só que interessante: só eu e mais 729 pessoas, em dois anos acessaram o .mundi a partir do Linux. Traduzindo: apesar das críticas e piadas, valeu e muito a pena ter comprado o Windows para poder manter o .mundi e sua empresa, afinal são ?apenas? 14.102 pessoas que acessam o site com esse sistema. Quer mais?

Quase dez mil visitas com o Internet Explorer e cinco mil com o Firefox. Se cruzarmos esses dados com os de Sistemas Operacionais, temos mais informações interessantes:

Dos dados do parágrafo anterior, quase 90% dos usuários usam o Internet Explorer e Firefox no Windows – aliás, não tem como usar o Internet Explorer de forma satisfatório fora do Windows.

Sobre o viés do design, tudo isso significa que por mais que existam ideologias, é preciso conhecer o seu público – a sua audiência. Se você é um designer que trabalha com web, dados como estes demonstram que é imprescindível que o seu produto funcione corretamente e em plena forma no Windows, seja com Firefox ou Internet Explorer. É por causa desses dados que a resolução mínima do .mundi fica sem barra de rolagem em 800×600, que me fez pesquisar como deixar imagens no formato PNG com camada Alpha (transparente) funcionar na versão 6 deste último browser.

Se você já é um visitante antigo do .mundi, sabe que fiz várias pesquisas, sempre com o intuito de obter subsídios reais para as minhas tomadas de decisão. É por causa desses dados que consegui aumentar a permanência do usuário no site, diminuindo sua saída (que ainda é alta).

Fazer design não basta ser criativo imageticamente. Precisamos amar obter dados, fazer pesquisas, gostar do que a matemática pode fazer para melhorar o nosso ofício, afinal o mundo é muito maior e mais diversificado do que as nossas pranchetas e desktops. [Webinsider]

.

Fábio Sousa (faso@marcamaria.com) é empresário, blogueiro e bonequeiro. Está a frente do .marcamaria, empresa de criação de personagens e brinquedos e mantém o blog/projeto social .mundesign.

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9 respostas

  1. Ariel: obrigado pela a informação! Vou implementar por aqui.

    Nex: é exatamente isso que busquei mostrar com o artigo – conheça o seu público, só assim você poderá desenvolver soluções que se encaixem perfeitamente no perfil de quem você quer conversar.

    E, por mais que se invista em pesquisas, muitos acabam ignorando completamente sua audiência, como naquele recente caso do VW Fox e seu banco decepador de dedos. Depois de muios reclamarem, a culpa foi do cliente que não seguiu a instrução (de fato, isso é verdade).

    Mas como a função do design é melhorar a vida das pessoas, esse problema não deveria existir. E é assim em muitos sites, softwares e etc. …

    O consumidor tem muito o que nos dizer, mesmo que ele não precise abrir a boca para falar.

    Um grande abraço,

    .faso

  2. Bom, lá vamos nós,
    eu respondi mais tiraram meu post.
    Seguinte o esquema é conhecer seu publico. Se ele tiver monitores grandes, ok, se não for – então utilize 800×600. Em ultimo caso utilize um layout hibrido como os paises de fora fazem e fica bom.
    Lembre-se, o Brasil é grande. Tem que fazer uma pesquisa depois adotar a melhor resolução.
    Se não tiver jeito, o esquema é utilizar um layout coringa . Exemplo:
    http://www.panasonic.co.uk/technics-dj-home/

    Pronto! qualquer resolução fica bacana!
    Bom, t+

    Valew
    Nex

  3. Caro Fábio Souza.

    Inflelizmente – Brasil é isso, monitores para o povo de no máximo 15 – 800×600 , áreas do Mato grosso do Sul que a luz elétrica ainda não chegou, e no nordeste pessoas que não tem o que comer / e falta de água. No geral, acreditem , é bacana conhecer o publico Brasil – ele é diferenciado… é fato! Acredite, isso é importante. O mundo não gira apenas nas grandes cidades, eixo São Paulo – Rio de Janeiro. Existe algo muito além, e é importante se lembrar deste além. Pois nosso objetivo, é que a informação chegue a todos os pontos. Sem distorções.. beleza?

    Bom, t+

    Valew!
    Nex

  4. Nex,

    Isso é uma coisa que eu tenho notado (padrão 800×600 aqui no Brasil). Em sites extrangeiros, principalmente os que são americanos, o formatos mínimos dos sites estão se transformando em wide – acredito que deva ser por causa dos monitores que deixaram de ser quadradões (hipótese minha, se alguém tiver dados, me mande um e-mail).

    Acho que a melhor solução nesse caso seria um layout híbrido (misturando o fixo com o fluído), mas confesso que ainda não consigo trabalhar direito com o vazios que sobram quando a resolução vai muito além do esperado.

    Um grande abraço,

    .faso

  5. César,

    Esse problema com o Opera vou corrigir logo. Estranho que ele não estava ocorrendo na época em que testei, mas na nova versão do browser (pelo menos aqui no linux) tá acontecendo – estranho.

    Essa mentalidade de produzir sites funcionais para apenas um tipo de browser é muito arriscado. Se esse não é o seu target, pode-se até ignorar esse fato, mas acredito que tudo tenha que ser usável em qualquer ambiente, principalmente quando é algo público,

    Um grande abraço,

    .faso

  6. Realmente interessante prever o usuário em geral.
    Mas pra Brasil 800×600 ainda é base na maioria dos computadores. Então, o esquema é se adaptar.

    No mais, obrigado!
    Valew

    Nex

  7. O script do .mundesign é uma boa solução para usar PNG com transparência no IExplorer. Pena que provoca um bug no Opera. Mas no Firefox funciona bem. Talvez seja só questão de fazer o Opera ignorar o script. Acessando de novo com o javascript desabilitado exibiu corretamente o PNG.

    E dica do IExplorer no Linux também vale a pena conferir. Além de ajudar muito na migração para o Ubuntu, permite ter mais de uma versão do IE instalada para os obsessivos por testes. E infelizmente ainda tem sites importantes que só funcionam direito nesse navegador, inclusive bibliotecas de universidades, o que é quase inadmissível.

  8. Oi Geise! Tudo bom?

    Nunca me atrevi a utilizar esses browsers IElike que rodam no Linux – os poucos relatos que pude ver, são sempre negativos.

    Quem sabe não é a hora de meter a cara a tapa e testar?

    Muito obrigado pela dica,

    Abraços,

    .faso

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