Branding blogs: a gestão de marcas como nos blogs

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Os blogs são ágeis, flexíveis, mutantes e sabem bailar como ninguém, mas um aspecto fascinante é o paralelo que podemos traçar com o mundo das marcas (ou “branding” para os mais chegados).

Quanto maior a marca, maior o tombo

Um coisa que toda marca almeja (ou pelo menos deveria) é se relacionar de forma cada vez mais íntima com os seus -correntes e futuros – consumidores. Muitas delas buscam concretizar isso através de produtos personalizados, comunidades de marca e neo-religiões. Particularmente vejo que essas soluções estão muito aquém do que poderia ser feito.

Façamos um exercício de reflexão: você fica maravilhado com um produto e está louco para comprá-lo. Sua felicidade é tamanha que você começa a espalhar para os seus amigos sua intenção de compra, quando repentinamente aquele seu amigo do coração diz “não compra que isso não presta! Tinha um e vivia dando pau”. Desiludido e desacreditado, você deixa de comprar o determinado produto.

Por mais que uma empresa invista em divulgação e propaganda, basta um comentário negativo de uma pessoa próxima a você para derrubar toda aquela aura de magia e bling-blings. Cifras de pesquisa e desenvolvimento não são páreo para um comentário. Um simples comentário. O que fazer?

Olhando além do umbigo

Qualquer marca está suscetível ao acontecimento descrito anteriormente. Mas por que isso ocorre? Nós temos uma tendência natural a desacreditar nas marcas, pelo simples fato de existir por trás delas empresas ávidas pelo nosso parco dinheirinho – logo presumimos que serão capazes de tudo por ele.

Quando uma pessoa nos provê informações necessárias que corroborem com essa presunção, não existe departamento de marketing ou campanha de publicidade que resolva o estrago.

Nós, Homo comsumus, ainda valorizamos a entidade por trás das palavras grafadas em negrito; nós valorizamos o contato humano – o contato pessoa-pessoa. Isso significa que se uma marca quer falar diretamente (e ser compreendida e entendida), ela precisa necessariamente destes seres de carne, osso e muitas idéias na cachola. É aqui que surgem os blogs.

O eu-blog e o eu-marca

Até onde eu sei, blogs são criados e mantidos por pessoas. É preciso pelo menos uma pessoa para manter um blog; menos que isso é bolo sem recheio. A vida de um blog está intimamente ligada ao seu progenitor. Ele é a mola mestra; a verdadeira entidade por detrás da marca que singra os textos dos seus artigos.

Posso arriscar com muita segurança, mas não deve haver um único blog que seja encarado como algo em terceira pessoa. É sempre o blog do fulano ou do sicrano. Se essa pessoa toma uma decisão considerada errada, os usuários reclamarão de sua atitude e não sobre a postura etéria da marca do blog. É exatamente aqui que se encontra a minha reflexão sobre marcas e blogs.

Se uma marca fosse edificada como um blog, sendo sempre próxima, sincera e atenciosa com o seu público, será que os seus erros e acertos seriam tratados de forma diferente? É uma questão pertinente, com tantos pontos claros e escuros que você possa imaginar.

Acredito que o modelo branding blog possa funcionar perfeitamente com pequenas empresas, pois o contato com “os cabeças” da companhia é muito mais direto e simplificado como num blog. É muito gostoso você descobrir que após usar um formulário de contato ou deixar um comentário, o blogueiro(a) te responde da forma mais humana possível, sem nada daqueles “prezado Sr(a) Cliente” – é ali mesmo cara-a-cara, ao redor da mesinha de um bar.

O que você acha? Puxe uma cadeira e vamos prosear um pouco. [Webinsider]

.

Fábio Sousa (faso@marcamaria.com) é empresário, blogueiro e bonequeiro. Está a frente do .marcamaria, empresa de criação de personagens e brinquedos e mantém o blog/projeto social .mundesign.

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6 respostas

  1. Na minha opinião, quando você escreve sobre um assunto que é apaixonado e vê no uso do blog um veículo para compartilhar essa paixão, seu blog vai naturalmente se diferenciar na blogosfera. O que buscamos é conteúdo e verdade. Assim, acho que as empresas devem tomar cuidado com a criação dos seus blogs, um blog comercial a gente não quer não…

  2. Oi pessoal!,

    Tudo bom? Obrigado pelos comentários! Estive conversando com o Vicente (Tardin) e acho que não consegui ser claro no texto, pois mas a idéia não é todo mundo ter um blog, mas administrar as marcas como os blogueiros fazem com seus empreendimentos: com coração, próximo e acessível ao seu leitor, sempre com a mente aberta para o que ele diz (ou não).

    As ferramentas web como o Cezar mencionou, auxiliam nessa aproximação do cliente com a marca, mas isso também deve ocorrer no Ponto de Venda (PDV), no pré e pós-venda ou em qualquer ponto de contato com a marca.

    Gustavo, isso que você disse é verdade, mas o que deveria ser explícito para os consumidores e lei/valor para as empresas é que o lucro, o retorno financeiro é apenas uma conseqüência de um trabalho bem feito, que atendeu todas as expectativas dos clientes, sem tentar os ludibriar.

    Depois postarei no meu blog um novo pensamento sobre isso.

    Um grande abraço a todos,

    .faso

  3. Por outro lado as pessoas nunca deixaram de saber que o que as organizações querem é seu dinheiro, por mais pessoal que seja a comunicação com o consumidor, ele nunca deixará de saber disso.
    Portanto um Brand Blog não teria a identidade que tem um blog normal.

  4. Concord plenamente com o que você disse. Não só os blogs, mas qualquer ferramenta colaborativa da Web 2.0 é bem vinda se bem usada, pois as pessoas ficaram mais íntimas da marca e, conseqüentemente, acreditarão mais nela.

  5. Pedro,

    Tudo bom? Não sei muito profundamente a quantos anda os blogs corporativos no Brasil, mas se me permitir, atrevo-me a fazer uma analogia com o design.

    Muitas pessoas e empresas acreditam que o design é puramente estética, que não é uma ferramenta estratégica que pode modificar ou até mesmo alterar negócios e relacionamentos com clientes e consumidores. Acredito que seja dessa mesma forma, uma visão mais superficial, que os blogs corporativos são vistos.

    Deve ser um pouco assustador para uma empresa, acostumada dentro do seu micro mundo, abrir o corpo e alma para um blog, uma ferramenta que trará elogios e reclamações dos seus consumidores – pense no trabalho que um setor de relações públicas e marketing teria que fazer para aprender a lidar com tudo isso – é aí que moro todo o problema.

    Se as empresas que não adotam um blog corporativo por pensar que é apenas uma ferramenta em que o consumidor poderá trazer mais problemas do que soluções, não há motivo para adotar; as empresas precisam descobrir que o blog é uma ótima ferramenta de relacionamento com o seu consumidor, uma ótima forma de iniciar um belo diálogo entre todas as partes envolvidas na cadeia. As empresas que enxergam desta maneira, são aquelas que já adotam esse tipo de ferramenta de relacionamento.

    Consegui me explicar?

    Um grande abraço e obrigado pelos elogios,

    .faso

  6. É impressão minha ou blogs corporativos no Brasil ainda engatinham?

    Nos setores considerados tradicionais (bancos, indústrias etc), então, nem se fala.

    Você tem alguma opinião sobre o porquê disto?

    ps: parabéns pelos seus – sempre bons – artigos.

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