Honrar web standards ou entregar projetos em dia?

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Todos sabemos da importância suprema de entregar sites 100% aderentes a padrões de senvolvimento web. Ao mesmo tempo, o cliente pressiona por entregas para ontem e prazos impossíveis. Nas agências e grandes produtoras esta pode ser uma questão já mais estruturada, mas nas micro-empresas é um dilema muito comum e recorrente na cabeça dos pobres desenvolvedores.

Muitas vezes a aderência aos web standards nem é um pré-requisito no projeto, porém os programadores que entendem a essência dos web standards têm como norma utilizar os padrões em seus projetos.

O grande problema surge quando o cliente pede algo lunar e nós, desenvolvedores, temos que entrar em um mundo paralelo highlander solicitado por ele e desenvolver soluções à altura. O problema é que geralmente soluções mirabolantes pedem implementações mirabolantes; em consequência o nível de manipulação do documento XHTML por meio de Javascript é alto e muitas informações são expostas na marcação HTML, para que o JavaScript possa se guiar.

Certamente alguns leitores vão lembrar de um caso parecido. O grande pensamento vem à cabeça:

– O sistema não esta validando, e agora? Eu só consigo implementar esta solução desta forma; não consegui pensar em outra forma de implementar e fazer com que meu código consiga se guiar de maneira eficiente, para manipular este documento.

– Perco mais um, dois ou três dias pensando em uma nova solução somente para implementar esta solução sob o plano B ou deixo este erro de validação passar e sigo em frente com o cronograma?

Sem desespero. Já se foi o tempo em que os programadores eram neuróticos por validação. É importante entender (e repetir) que validar o seu código pela W3C nada mais é do que verificar se ele está ?gramaticalmente? escrito de maneira correta. E o fato de estar validado não garante que o seu código será renderizado da mesma forma em outros navegadores.

E entramos no dilema da guerra dos browsers. Você segue os padrões, mas o browser do seu cliente não, e aí? O que acontece depois?

Se você se preocupa com os padrões, ótimo! Deve!

Colocar em risco o ciclo de vida do projeto por causa de um erro de validação não compensa para você nem para sua empresa. Pode ter certeza que se você tiver somente este erro, o seu site/sistema não vai se comprometer ou deixar a desejar para o seu cliente.

Pense muito bem na hora de fazer esta decisão. Se você tem um código 100% validado, ótimo! Se você tem próximo a 95% validado, ótimo também!

Houve o tempo onde as pessoas eram loucas e fissuradas pelo validador da W3C. O validador deve somente ser usado como parâmetro para verificar a sintaxe do seu código XHTML. Muitas coisas podem passar despercebidas na correria do desenvolvimento, da mesma forma que muitas coisas podem ser corrigidas sem comprometer o andamento do projeto com a “ajuda” do validador.

Use o validador como uma ferramenta aliada e não como uma ferramenta inimiga.

O W3C é uma organização que documenta “recomendações” e não “obrigações”. Existem recomendações que são extremamente fundamentais para a renderização e comportamento correto em diferentes plataformas, porém temos que ter um meio termo para tudo.

Links úteis:

A questão tem muitos lados e espero ter contribuído. [Webinsider]

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Igor Escobar é desenvolvedor e mantém um blog.

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24 respostas

  1. Regra básica, nunca mentir para o cliente. A empresa que deve escolher pelo seu método de trabalho, se escorrega nas regras para entregar em dia, acredito que o gerente de projetos errou ao dar o prazo e a empresa escorrega ao longo prazo. Entregar em dia é o produto de um processo sem erros, desde a elaboração do projeto até a aceitação final pelo cliente.

  2. Ola Ricardo Lima,

    Para complementar o seu comentário.

    Eu estou me especializando em acessibilidade e usabilidade web e converso muito com deficientes, principalmente os visuais.

    Uma das regras importantes em acessibilidade web é, logo após tornar um site acessível, testá-lo com pessoas com diversos tipos de deficiência: visuais, auditivos, motores etc.

    Às vezes, fazendo estes testes você descobre alguma recomendação que acabou deixando passar e como resolvê-las, conhece através dos testes dicas de usabilidade principalmente; não adianta o site estar acessível mas pecar na usabilidade.

    Eu sempre converso com deficientes, mas seguir os padrões de acessibilidade web antes é importante pois resolve grande parte dos problemas antes de se chegar aos testes.

    Um abraço

  3. Maravilha,

    Já fui neorótico por 100% válido. Hoje se conseguir convencer o cliente a usar webstandard já está ótimo 😉

    Abraços,
    Gustavo Loureiro

  4. Outros pontos a considerar:

    * Por que todo novo desenvolvedor odeia tanto o Internet Explorer? Isso é caso de terapia. Pensem nisso.

    * Por que todo novo desenvolvedor ama tanto Macintosh e acha que tudo deve ser desenvolvido para Safari, mesmo que o browser represente apenas 0,00001% do universo de clientes?

    * Por que todo mundo adora falar sobre deficiente visual, sendo que, na maioria dos casos, nunca conversou com algum? Façam esse teste. Descubram algum deficiente visual, conversem, comentem e peçam ajuda no desenvolvimento. As coisas são muito mais simples do que os manuais costumam apregoar. Muito mais simples mesmo.

    * Por que todo novo desenvolvedor adora citar siglas, sem a mínima parcimônia?

    Desconfiem sempre de regras propostas e do excesso de conteúdo que a internet disponibiliza.

    Ótimo artigo, Igor.

  5. A opção por CAGAR REGRAS surgiu tarde demais na internet. Quando a conexão girava em torno de 14.400 kbps ou 33.000 kbps, não surgiu nenhum GÊNIO da raça com uma idéia brilhante que viabilizaria o acesso de milhões de internautas mundo afora.

    Hoje, época em que qualquer ser humano minimamente conectado dispõe de conexões de 8 mb, qual a função prática de padronizar o código segundo uma regra que supostamente melhora o código? Aliás, melhora para quem? Até hoje só vi páginas iguais relacionadas ao assunto. Será que os gênios não conseguem desenvolver além dos templates? O futuro da internet é padronização, inclusive de layout? Todo mundo produzindo igual? Páginas iguais? Onde foi parar a celebrada criatividade, mãe de todos os profissionais da web?

    Amigos, bebam na fonte dos concursos de sites 5k, de uns 10 anos atrás, bebam na fonte dos primeiros sites da internet, bebam na fonte das extintas BBSs, precursoras da internet…

    Antes de falarmos de padrão, se faz necessário falar de essência e foco.

    Abraços.

  6. Legal Eder,

    Como o Igor mesmo falou: 100% validado, ótimo! Se você tem próximo a 95%, ótimo também!

    Está ótimo, mas não retira o fato de que o site está errado.

    No caso de abrir mão dos web standards é devido os princípios de empreendedor falam mais auto do que os princípios de Levar a Web ao seu pontencial máximo…. Talvez o Igor pensou assim porque provavelmente deve ter filhos e uma família para sustentar. Só que mesmo assim, isso gera problemas no futuro. Hoje você pode entregar no prazo e ganhar dinheiro, mas depois, quanto a necessidade for padrões, o que você já poderia ser você não vai ser, entende? A Sua empresa poderia ser considerado a melhor, porque ela desde de sei lá quando já era rigorosa com os web standards.

    Que isso quer dizer? O que você faz agora é refletido no futuro.

    Frase de vó: O que você planta é o que você vai colher

  7. Concordo com o comentário da Simone.

    Hoje eu passo por uma situação mais ou menos parecida com o comentário dela e com o seu texto.

    Estou pra fechar sociedade com uma pessoa que já têm uma agência de publicidade e ele não sabe quase nada de Padrões Web, mas tem uma lábia que faz ele vender até areia no deserto, a intenção dele é ganhar dinheiro e só. Mas ele é preocupado com isso, até porque ele me pede pra desenvolver o XHTML, CSS.

    Fechando a sociedade com ele, podemos aliar a facilidade de venda dele, com a minha facilidade em desenvolvimento. Somos em dois e mesmo assim podemos oferecer produtos de qualidade.

    O futuro é ilusório, você não sabe ao certo qual será o rumo, mas faça certo hoje, no presente.

    Porque quem pensa pequeno, continua pequeno!

  8. Caro Igor,
    seu artigo e seu argumentos são perigosos. Se sou uma empresa pequena, posso abrir mão da validação, da qualidade do produto, da flexibilidade da estrutura, da acessibilidade, de compatibilidade futura e assim por diante até conseguir fechar o prazo? Não é o tamanho da empresa que vai definir estes parâmetros e sim quem está a frente do projeto tomando decisões, projeto a projeto.

    No mercado hoje, as empresas pequenas são justamente as mais atraentes por causa da qualidade do produto que desenvolvem.

    Será que você não está pregando o amadorismo documentando desculpas?

    Abraços,

    Simone

  9. Trabalho 100% validando e consigo desenvolver rapidao com qualquer layout sem utilizar muito IE6 hack, a tendencia e melhorar o padrao dos browsers. O IE8 esta nos padroes. Hoje utilizo o reset de CSS da yahoo e isso tem ajudado em 95% dos casos de incopatibilidade, Achei esse artigo um pouco amador, mais valeu a intencao..

  10. E viva o gerente de projetos, é para questões como essa, e para muitas outras, que ele existe.
    Planejar é o melhor jeito de ganhar dinheiro.

  11. Belchior,
    A realidade da maioria esta longe de ser a sua realidade.

    O objetivo aqui é apenas retratar um cenário comum nas pequenas empresas, isso existe! até hoje!

    Não estou aqui falando de problemas que acontecem comigo e sim que acontecem no mercado, na grande parte das agências, principalmente nas de pequeno porte e profissionais liberais.

    Podemos ser utópicos e ignorar que tudo isso existe ou podemos fazer algo para instruir as pessoas que sofrem do problema, tentar se levantar e não se perder mais.

    É tudo uma questão de encher com outros olhos e não somente com os nossos.

  12. Olá Escobar, tudo bom? Espero que sim!

    Ao abordar o desenvolvimento de sistemas utilizando web standards você comenta sobre os desvios de prazo, creio que ao utilizar uma abordagem ineficiente sobre a definição de escopo, validado por um compromisso de sua companhia (Contrato), deva solucionar problemas contratuais, a geração de valor para os stakeholders deve estar alinhado com o acordado inicialmente no projeto e deve ser gerenciado ao longo do tempo, a abordagem de uma visão pragmática sobre o projeto evita erros e abordagens mal definidas, nesse caso na recorrente dúvida sobre desenvolver no padrão ou cumprir o cronograma, em projetos temos basicamente 9 áreas de conhecimento que devem ser levadas em consideração, sendo estas subdividas em 44 tópicos, um exemplo é o PMP. Onde recorre de práticas e excelêngia em gestão de projetos, que deve ser utilizadas com técnicas de interatividade, definidas por Nielsen. Uma abordagem sobre tópicos relacionados com o mundo atual, em seu comentário ao dizer que o mundo não é tão redondo assim, sugiro ler Freedman O mundo é plano, onde pode-se refletir sobre a alta competitividade comercial que as empresas enfrentam em um mundo capitalista onde não existe mais espaço para amadores e visões mecanicistas como a abordagem desse artigo.

  13. Validar código na W3C?! Acho legal termos um consórcio para orientar profissionais da área, uso o validador apenas para correção de sintaxe, aspas, virgulas, etc.

    Jamais penso em ter um código 100% válido pela W3C, pois como menciona no artigo: ela faz recomendações e não imposições. Portanto fica a seu critério seguí-las ou não.

    Não me preocupo com a validação do meus códigos pela W3C, pois o foco dos meus projetos são os usuários e eles não acessam os projetos pelo validador da W3C, eles utilizam navegadores.

    Para os navegaores sim, eu faço todo tratamento nos 4 principais para que o site possua as mesmas funcionalidades e apresente o mesmo layout implementado.

    Não percam tempo validando códigos na W3C, corrijam os erros nos navegadores, principalmente no FireFox.

    Acho que o validador da W3C tem mais a função de auxiliar quem está se aventurando no mundo da programação online do que restringir os profissionais já existentes.

    Breve lançarei a nova versão do meu sistema operacional online, se eu fosse seguir o que recomenda a W3C, mais da metade das funções e aplicações dele não funcionariam. Mas não me preocupo com isso, pois meus usuários estão contentes com a ferramenta, ela não apresenta erro nos navegadores e é isso que importa. Cuide do seu usuário, o foco é seu usuário… Você desenvolve websites para W3C ou para USUÁRIO?

  14. Acho essa questão importante, até porque muitos acham que só poderão liberar o projeto, depois de validado.
    Eu particularmente sou a favor de um site funcionar cross, mais que a validação pela W3C. Esses padrões são mais fáceis pelo W3C mesmo, porém, existem coisas que é simplesmente impossível no contexdo de hoje fazer rodar em pelo menos IE(6,7), FF, SF, OP, sem artificios tecnicos (enjambrações). Acredito que um site ou sistema que rode nesses 5 browsers, está muito bem feito.

    Mas é bom dar um gelo no pessoal que pensa errado. Acredito que temos muito que amadurecer no desenvolvimento da web e saber o momento certo de se liberar um projeto web ainda está longe de um veredicto

    Parabén Igor

  15. Olá Igor,

    Encorajamento para uma empresa seguir o padrão WCAG: O produto da empresa poder estar disponível para cerca de 34.580.721 pessoas com deficiência segundo dados do censo 2000 do IBGE e seguir os conceitos de design universal (http://www.serpro.gov.br/acessibilidade/duniversal.php).

    Fica a idéia de você escrever um artigo somente sobre essa área de acessibilidade e usabilidade web que é muito vasta, interessante e atraente.

    Um abraço

  16. Mark, o objetivo do texto é demonstrar o cenário recorrente na mente de muitos funcionários de pequenas empresas.

    Todos sabemos que estas são as palavras mágicas além de muitas outras que você esqueceu de citar, porém, o mundo não é tão redondo para todos.

    Jorge, com certeza eu poderia ter citado a preocupação com os padrões da WCAG, mas se em uma pequena empresa ja é dificil seguir os padrões da W3C, que tipo de encorajamento um funcionário de uma pequena empresa para colocar em prática tais recomendações ?

    Mas claro, não tiro a sua razão, vamos por em foco o objetivo proposto neste texto, sem abranger muito pois este assunto é bem vasto e detalhado.

    Muito obrigado pela complementação.

    Igor.

  17. Olá,

    Foi esquecido um detalhe com relação a este artigo: as pessoas com deficiência.

    Deficientes visuais, auditivos, motores etc; somente conseguem acessar um site se ele estiver o máximo possível respeitando a validação W3C e a validação WCAG (recomendações para que sites estejam acessíveis para pessoas com deficiência).

    Para quem se interessar pelo assunto que acho muito importante, recomendo a leitura do seguinte site: http://www.geocities.com/claudiaad/acessibilidade_web.html , nele se encontram as recomendações WCAG.

    Um abraço a todos

  18. É tudo uma questão de analisar o tempo que você tem a administra-lo com as ferramentas que você possui.

    Obrigado pelo comentário!
    Abração.

  19. Bom artigo. É realmente um inferno fazer um site que cumpra com os padrões e rode bem nos principais browsers. Ainda por cima pelo fato que 30% dos usuários ainda usam o asqueroso Internet Explorer 6.

    Eu acho perfeitamente aceitável usar um atributo deprecado ou um hack CSS que resolve um problema de forma mais fácil do que seguir os padrões à risca. Mas não dá pra aceitar quando vem alguém e salva um documento do Word em HTML e publica, ou escreve HTML na mão desrespeitando a gramática da linguagem por falta de conhecimento.

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