A visibilidade das marcas no século 21

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Sim, é bom colocar já no título uma diferenciação por século, pois é justamente este o impacto que esta reflexão pretende provocar: o que significava divulgar, promover, propagar e solidificar uma marca até o final do século passado e de que maneira estas mesmas missões deveriam ser encaminhadas agora, no século 21.

Pois é, já faz quase uma década que estamos em um novo século. Mas o tratamento dado às marcas, de uma forma geral, continua sendo muito ?receita de bolo?. Muito 1990. Se funciona? Sim, funciona. Ainda…

A boa notícia é que o segredo continua sendo o mesmo: identificar onde o público-alvo está e colocar a marca lá. Esta é a essência. O problema é que a forma tradicional de pensar marcas/propaganda/promoção considera quase sempre ? quase, ressalto – um contexto apenas semi-atualizado. Vislumbra somente os pontos do nosso velho e bom mundo real como ?visitáveis? pelas pessoas. Se existe outro mundo, que não seja o real? Sim, existe. Mas falaremos dele mais abaixo…

Ainda no contexto tradicional, se os consumidores almejados freqüentam shopping centers, investe-se em mídia visual no próprio shopping e em suas cercanias; se estão em estádios de futebol, mesma estratégia; se são leitores de um grande periódico, anúncio lá. Idem para um programa ou canal de TV. Tudo isso continua valendo, é correto e não acabará tão cedo.

Ele está na internet…

Porém, a grande questão é que hoje, graças à internet, o público pode ?estar? ? e está ? em lugares ?não-físicos?, por assim dizer. Quantas vezes você já perguntou por alguém e escutou: – ?Ele está na internet!? Mas, na internet onde, especificamente? No MSN, conversando? No Orkut ou no LinkedIn, ampliando contatos? No Google, pesquisando? No YouTube, vendo vídeos?

No Second Life (xiii, será que alguém ainda vai lá?!?!?), voando? Ou estaria no UOL, no Estadao.com, no G1, no ClicRBS ou na BBC Brasil, lendo notícias? Poderia ainda estar na Loja X, ou na Loja Y, comprando.

Aqui está o impacto que traz consigo a força simbólica de uma mudança de século: as pessoas estão cada vez mais freqüentando locais ?virtuais? (no parágrafo acima citei nominalmente 11 deles, de um universo de milhares) e, por conseqüência, estas mesmas pessoas estão cada vez menos enxergando as mídias costumeiramente utilizadas.

Então, anunciar e expor a marca apenas em locais físicos, em papel, nas ondas de rádio e TV, acaba excluindo uma parcela cada vez mais significativa de pontos de contato com potenciais clientes. Agora passo uma notícia defasada: Web ultrapassa TV e jornais como mídia mais consumida no mundo, diz ONU. Esta foi a conclusão do estudo Digital Life 2006, realizado pela entidade. Estamos em 2008, mas a TV e os jornais desta notícia de 2006 continuam sem sofrer questionamentos na hora de abocanhar verbas de comunicação.

É bem verdade que já são muitas e muitas as empresas que perceberam esta migração de destino (do real para o virtual) e têm inserido a internet nos seus planejamentos estratégicos. Assim como também é fato que as agências de propaganda, legítimas ?belas adormecidas? da era digital, despertaram do seu torpor com o doce beijo de um príncipe chamado ?Custo-Benefício? (sobrenome ?Efetividade?) e aderiram a estratégias interativas.

Nem todas elas, deve-se salientar, e nem sempre fazendo da melhor forma, ou explorando todas as possibilidades. Mas esta já é outra discussão (e bem cabeluda!). O fato ? positivo ? é que estamos todos olhando para o mundo digital e percebendo que ali falta exposição de marca. E que quando ela ocorrer, deverá ser realizada de forma adequada, respeitando todas as peculiaridades que um meio interativo e dinâmico tem.

Há muitas agências digitais trabalhando este novo modelo, em todo o mundo. No Brasil não é diferente. E sem a acalorada polarização que por vezes surge entre as agências ?tradicionais? e as ?digitais?.

Mas, sim, fazendo a convergência destes dois mundos, sincronizando anúncios em papel com ações virtuais, cruzando informações de web analytics (nova disciplina em ascensão) com resultados de pesquisas de mercado. Realizando, enfim, um trabalho muito mais rico e preciso do que… no século passado! [Webinsider]

.

Ricardo Formighieri de Bem (ricardo@divex.com.br) é sócio-diretor da Divex - Internet gerando valor, foi diretor da ABRADi RS - Associação Brasileira dos Agentes Digitais - RS durante dez anos e escreve regularmente sobre Internet. Mais no Google.

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4 respostas

  1. Caro ricardo do bem….parece-me que voce ficou no mesmo ponto do século passado…apenas dizendo o que outros sempre disseram…falta-lhe o olhar de reconhecer que o que voce está propondo nada mais é do que sempre foi, apenas mudando o suporte…digamos que voce tbm chegou bem atrasado…basta navegar e verificar que as marcas todas também figuram por lá…ou não??
    A mudança necessária se dará no momento que todos perceberem, que deveremos nos libertar das marcas das corporações…os homens estão corporativizados…quase escravos…rendidos pela ação das empresas….o público e o privado nunca estiveram tão sem norte como hoje. Nós devemos ter a coragem de fazer as mudanças de paradigmas, e não de chocar o mesmo ovo de sempre.

  2. Ricardo,

    parabéns pelo artigo!
    Acredito que ao mesmo tempo que tornou-se fácil encotrarmos alguém (email, celular, SMS, Skype, Smartphone, MSN, Rede Wireless, 3G etc.), ficou muito difícil de saber onde esse alguém, de fato, está!

    Estamos rodeados de pessoas e sozinhos… Estamos em todos os lugares e não estamos… Sabemos nossa localização exata no planeta Terra e estamos perdidos…

    …tanto quanto os profissionais de marketing e publicidade!

    Abs,

    Eric Ouchi
    Fandango da Web 2.0
    http://yellowp.wordpress.com/

  3. Ricardo,

    Muito pertinente o seu texto! Já venho batendo em teclas parecidas com as suas, mas ainda estou vendo pouco resultado por mundo (e digimundo).

    Acho que um fator que muitas marcas acabam ignorando ao entrar no mundo digital é que, por mais que elas pareçam divindades modernas em seus kitnetes de marfim no plano físico, aqui na web ela está cara-a-cara com o seu consumidor – não há mais uma divisão clara de quem é influenciador e influenciado.

    Na web, as marcas precisam aprender a colocar a cara a tapa, pois quem as frui está bem ali, na sua frente, seja com flores ou pedras.

    Um grande abraço,

    .faso

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