Cabeça digital

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Saiu na mídia: “Secom tem 11,1 milhões para contratar uma agência digital”!

Me belisquei 10 vezes! Secom é a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

O quê? O Governo Lula vai contratar uma agência digital?

Isso só pode ser sonho de uma noite de outono! Quanto mais eu me belisco, mais roxo eu fico e ainda assim não consigo acordar.
Ora, então não é sonho!

Puxa, é verdade, não é sonho! Eu mesmo li o documento público que estabelece a mecânica do processo licitatório da Secom. O documento é muito bom, está bem montado, é coerente e coloca um surpreendente equilíbrio entre as necessidades técnicas dos projetos a serem desenvolvidos na plataforma web e a sua correta utilização como canal preferencial de comunicação para o governo.

Trabalho para uma cabeça digital

Definitivamente isso não é trabalho para uma agência de publicidade, tampouco para uma agência de publicidade travestida de digital. Não é trabalho para um núcleo ou para um braço digital. É, como diz um amigo, trabalho para uma cabeça digital.
Ou seja, parece que as agências digitais finalmente entraram no radar das grandes marcas e da gestão pública, as well!
Precisamos agradecer ao companheiro Lula?

Claro que não, pelo menos não por isso, pois a Secom simplesmente sinaliza em 2008 uma tendência inexorável de mercado: verbas migram de outros canais de comunicação, de forma muito mais acelerada do que prevíamos recentemente, para os canais digitais. Lógico que nesse processo ganham relevância as agências que têm maior intimidade com o ambiente digital.

Além do caso da Secom, alguns outros elementos mostram que 2008 é um ano interessante para as agências digitais ? vejamos:

  • 1. A General Motors do Brasil abriu um processo de concorrência com várias agências para produzir a primeira campanha 100% digital de uma grande marca no Brasil.
  • 2. Várias marcas anunciaram o aumento das verbas para a publicidade online em 2008.
  • 3. As agências digitais cresceram em média acima de 30% no primeiro trimestre de 2008, comparado a 2007.

O interessante é que nesse complexo mundo digital, até muito pouco tempo, salvo honrosas exceções, coube às agências digitais o papel de coadjuvantes, e não de protagonistas.

As agências digitais, em geral, brigavam por verbas departamentais e pequenos projetos nas grandes corporações, quase nunca discutiam verbas ou representavam uma linha de budget.

Essa mudança vem acontecendo no Brasil nos últimos anos, mas apenas agora, após um enorme avanço no aculturamento sobre as disciplinas envolvidas num processo de construção de marca no ambiente digital, isso ganha forma e corpo. É incontável o número de fóruns, seminários e workshops sobre os novos modelos de comunicação. Só sobre web 2.0 (arghhh!) fui convidado a participar em mais de 30 nos últimos dois anos.

Enfim, estrada pavimentada para as agências digitais, que têm razões de sobra para comemorar, mas como essas empresas ainda têm um modelo de operação confuso, estruturas muito frágeis e ainda descapitalizadas, é sempre muito bom manter a cabeça digital no lugar e evitar grandes euforias. [Webinsider]

.

Cesar Paz (cesar@ag2.com.br) é Board President na AG2 Nurun.

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7 respostas

  1. Matsumoto. Agência digital de sucesso mesmo só temos a Click. E agora a Gringo. As demais tentam, mas sempre apanham das grandes agências tradicionais. O pensamento de uma Africa, por exemplo, é olhar pra internet como mais um canal de TV. Enchem de banners que são a mesma coisa da campanha offline, levando pra uma página pra assistir o vídeo do comercial de TV. E as agências digitais não conseguem muita liberdade porque quem comanda é a agência offline maior.

  2. Cesar,

    Assim como o Daniel, tambem gostei da frase agencia de publicidade travestida de digital, pois trabalho em uma. Sua essência vem da publicidade, mesmo que tenha eles ainda repassaem ao design 10% do sucesso das campanhas, o que é raro ver em uma agência publicitária.

    Sou adepto da metodologia digital, das cabeças digitais, pois desenvolver pra web está muito além do que vemos hoje em qualquer agência que tenta ser digital. Crirar processos incisivos e ao mesmo tempo garantir que toda essa engrenagem funcione não é mole não. Mas mesmo assim ainda quero me arriscar a ter a minha agência digital!

    Assisti tua palestra no encontro de profissionais da Locaweb em Porto Alegre, e achei interessante tua citação de que Pelotas é um centro de novos talentos ao design digital. Muito bom ver essa valorização, pois Pelotas exporta top designers espalhados pelo Brasil e pelo Mundo! =)

    Abs,
    Xico

  3. Cesar.
    Não apenas a GM, mas a Danup recentemente lançou uma campanha 100% digital. Lembro que no final de 2006, como planejamento e mídia lançei uma campanha 100% digital para a Pirelli, com ações em mídias sociais, YouTube, e-mail marketing, hotsite. Os resultados foram surpreendentes e a agência conquistou a conta definitiva depois dessa campanha.
    Como publicitário interativo, torço a cada dia que passa pelo crescimento do online!

  4. Realmente é uma que vai mudar totalmente a forma que vemos as agências digitais, ou seja, uma nova era pode está começando no mercado.

    Bom artigo.

  5. É isso aí companheiro. Valeu a pena esperar. Todos aqueles anos se perguntando, onde será que isto vai parar? Com certeza não é por aqui que isso para. Mas esta movimentação de budget é um sinal promissor.

    Achei muito interessante a frase de botar a cabeça digital no lugar. Certamente existe ainda um trabalho não de aculturamento, mas de amadurecimento das estruturas de gestão das agências digitais, que ainda tem dúvida se seguem o modelo das agências tradicionais, ou do enquadramento técnico das software houses.

    Esta é um bandeira interessante de levantar, agora que o dinheiro parece que vai chegar, seria bom investir em gestão criativa e não só em tecnologia criativa.

    Abraço e parabéns pelo bom texto novamente.

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