TV digital ou internet, o que é melhor para o Brasil?

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A televisão digital está aí. Com toda sua imagem perfeita, em alta definição e interatividade, som 5.1 límpido, mobilidade e portabilidade. Vocês viram? Eu não.

O único digital que vejo aqui no Rio de Janeiro é o ?HD? escrito nas cartelas que as emissoras colocam ao lado de suas logos na tela ? que recebo analogicamente via televisão por assinatura (desculpem, comunicação audiovisual de acesso condicionado).

Após anos de discussão, consultas públicas, incentivos financeiros à pesquisa e desenvolvimento, conversas informais e formais, reuniões com diversos setores da sociedade, o modelo criado para o Brasil ignorou todos os debates pró-democráticos de acesso à comunicação e baseou o padrão inteiramente em inovações mercadológicas.

Padrão fechado

Algumas justificativas apresentadas pelo governo (leia-se: radiodifusores) ao optar pelo modelo híbrido Brasil-Japão são o potencial inclusivo da tecnologia, a melhoria da imagem e som e a superioridade sobre os outros padrões. Tudo muito lindo se fosse verdade.

Vamos por partes. Realmente, o padrão brasileiro é o melhor do mundo por ser o mais novo (pegou a melhor modulação, a melhor compressão de vídeo…) ? e, por isso, é um padrão caro para o consumidor adotar. No entanto, como é comum em tecnologia digital, logo ficará ultrapassado.

Neste caso, então, seria melhor escolher um padrão que pelo menos conversasse com algum outro no mundo (o brasileiro não é compatível nem com o japonês). O que vai acontecer é o mesmo que aconteceu com os sistemas analógicos (NTSC não combina com PAL que não combina com SECAM que não combina com PAL-M e o restante do alfabeto).

E se era para adotar um padrão isolado, então melhor seria se tivéssemos confeccionado um totalmente brasileiro (universidades do Brasil conseguiram desenvolver até tipos de modulação).

Em tempos de globalização, rápido acesso à informação e colaboração entre usuários, a formatação de padrões fechados vai contra toda a tendência de comportamento social e econômico. As pessoas que tomaram esta decisão deveriam ter lido as recomendações de Nicholas Negroponte sobre elaboração de padrões para a televisão digital e cultura digital ? ele diz que ?ser digital é ter licença para crescer?.

Melhoria de imagem

Falar sobre a melhoria da imagem é risível. Transmissão em HD é completamente desnecessária. O que a população quer, segundo uma pesquisa do CPqD de 2004, é a melhoria da imagem, ou seja, sem ruídos ou fantasmas, e em segundo lugar maior oferta de canais.

Quando os radiodifusores apresentam justificativas sobre suas escolhas dizendo que o povo quer a alta definição, estão, na verdade, mascarando o verdadeiro motivo. Representantes da Globo, por exemplo, afirmam que a população quer ver Faustão em HD; quer ver futebol e novela em alta definição ? eu não vi nenhuma pesquisa onde o Brasil dissesse isso.

E, sério, Faustão em HD?! Por favor… Não façam isso conosco…

Supondo que o povo queira alta definição: e aí? Ele tem alta definição hoje? E terá daqui a algum tempo? Obviamente, a resposta é não. A programação em HD é extremamente pequena e praticamente ninguém tem acesso a ela quando é transmitida (quem poderia receber a alta definição via transmissão aberta terrestre paga TV por assinatura).

Além disso, para receber em alta definição a pessoa precisa de um aparelho que receba este tipo de sinal, e os set top boxes, como são chamados, ainda estão além do poder aquisitivo da população brasileira. Para aproveitar todo o potencial de uma imagem como essa, não basta receber o sinal, deve-se ter um televisor com excelente definição de imagem e o tamanho mínimo (a partir de 16 polegadas).

Entretanto, boa parte das pessoas que possuem uma tela de LCD ou plasma, mesmo acreditando ter uma televisão com alta definição, não a possui de fato. A maioria dessas televisões são inferiores ao padrão prometido pelo modelo brasileiro, que possui, às vezes, 1080 linhas transmitidas de forma entrelaçada.

Acho que nem precisa falar qual o tipo de televisão que a maioria dos brasileiros possui…

Inclusão sem interatividade

Quanto à inclusão social proporcionada pela transmissão digital, vamos ser sinceros: onde isso acontece ou vai acontecer? Mais de 90% dos lares brasileiros possuem pelo menos uma televisão; portanto, o alcance possibilitado por este veículo é enorme.

Pensar em inclusão social através da inclusão digital pela televisão é ótimo, infelizmente, esbarramos em péssimas decisões e interesses econômicos divergentes. As decisões dizem respeito às características do padrão brasileiro, que transformaram sua adoção muito cara para o consumidor e impossibilitaram, até agora, o uso de interatividade ? elemento primordial para a inclusão.

O modelo da televisão brasileira de comunicação de massa, que valoriza a indústria cultural de transmissão de um para muitos, onde o espectador é considerado como um preguiçoso receptor da mercadoria informação, é extremamente lucrativo e forte. Os radiodifusores não querem perder isso. Então, por que investir em mudanças?

As emissoras de televisão nunca defenderiam o uso interativo real do meio (escolher o ângulo da câmera ou ver a sinopse do filme não é interagir), pois perderiam audiência enquanto os usuários realizam serviços ou acessam a internet. E todos sabem o que acontece quando a audiência cai: o valor da hora diminui e os anunciantes param de pagar ou pagam menos pelo espaço ? ou seja, lucro menor (não é nem prejuízo).

Após todas estas incongruências ainda é espantoso o governo financiar, através de um programa do BNDES (PROTVD), a implementação do sistema brasileiro de televisão digital. É dinheiro público que deve ser usado para os radiodifusores implementarem a televisão digital?

É irreal acreditar que aderir a esta TV digital é benéfico para o povo brasileiro. O padrão mais caro foi escolhido, e sobrou para a população pagar por este luxo. Somos nós que compramos os receptores e televisores compatíveis e financiamos, através de dinheiro público, a infra-estrutura (privada) dos radiodifusores. Se o set top box custa R$ 200,00 não é porque a indústria de eletrônicos é boazinha e fez um acordo com o governo, é porque foi cobrado menos imposto sobre ele (além de permitir a não utilização do middleware ou o processamento de alta definição). Ilusão acreditar que este é o único custo que o cidadão precisa fazer; o restante do valor de adesão à transmissão digital está camuflado nos programas governamentais de apoio a implementação, seja através de aportes financeiros ou isenção de taxas.

Eles escolheram, mas quem paga somos nós.

A interatividade, característica mais inclusiva e inovadora possibilitada pela televisão digital, não foi usada. É ela que possibilita a bidirecionalidade da comunicação; o espectador pode, através de um canal de retorno, interagir com a programação. Aparelhos mais novos de recepção digital permitem o acesso a web e a interatividade, mas não adianta nada se a emissora não produzir conteúdo interativo. No máximo, neste caso, o espectador poderá acessar a internet.

Então, ao invés de financiar um setor viciado pelo monopólio da informação, onde a verdadeira inclusão se dá, até agora, através de uma outra mídia, por que não investir em um setor realmente democrático?

(Quero deixar claro que não sou contra a digitalização das transmissões, só discordo da forma adotada no Brasil.)

Um bilhão de Reais (valor do PROTVD) poderia ser usado na compra de computadores, treinamento de usuários e instalação de redes. Escolas públicas poderiam ser agraciadas com equipamentos de informática e acesso a internet através de tecnologia wireless ou banda larga fixa (sei que há diversos programas governamentais de apoio à informatização e que eles potencializam o crescimento do número de internautas, todavia podem ser mais bem utilizados ou amplamente valorizados e divulgados). Outro modo é incentivar a criação de Lan-Houses, aproveitando que é o principal veículo de conexão das camadas mais baixas da população.

O dinheiro acumulado no FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) pode ser usado para conectar o país inteiro, seja através da internet sem fio ou ligando novos pontos ao backbone já instalado. Se o objetivo deste fundo é universalizar os serviços de telecomunicações, então vamos fazê-lo dando equipamento, acesso e educação à população.

Os diferentes financiamentos podem ocorrer em paralelo, mas é sabido que vivemos em um país rico de capital, mas pobre em gestão. Então, é melhor ser cauteloso e específico ao definir um plano de investimentos.

É errado pensar que a inclusão social via digitalização será dada pela televisão. Acesso à informação segmentada e a serviços públicos já pode ser feito em outro veículo: nos computadores.

E mais, sua importância vai além do acesso à internet. No mercado de trabalho, um pretendente a um cargo é mais valorizado pelos seus conhecimentos na confecção de planilhas do que na colocação de legenda em um filme. Saber mexer com informática tornou-se um elemento fundamental não só para o trabalho, mas também para interações sociais. A formação de comunidades on-line é prova desta cultura cibernética supervalorizada.

O excesso de informação obriga o usuário saber a melhor forma de processar os dados que chegam a ele; e a melhor forma de fazer isso é utilizando a arquitetura computacional (HD, memória, processadores…). Ter noção desta tecnologia facilita o recebimento de informação, assimilação e a propagação de conhecimento.

Televisão digital é espetacular, diferente, nova, bonita, atraente… É um passo natural para a evolução do meio de comunicação ? e ainda é a forma mais comum para a população ter acesso à informação. Mas as coisas estão mudando; não adianta tentar travar o desenvolvimento da informática.

A audiência da televisão, principalmente com relação aos mais jovens, diminui constantemente, ao passo que o uso de computadores aumenta a cada ano. As pessoas não querem mais aquele velho paradigma da indústria cultural; elas querem escolher, participar, agir. Se até a televisão foi invadida pela digitalização e está cada vez mais parecida com um computador, por que investir em um modelo antigo? Vamos disponibilizar os meios e deixar a população escolher como ela quer se comunicar: através da televisão ou através da internet.

Particularmente, eu abro mão de uma televisão espetacular por uma com definição padrão a fim de que seja permitido à sociedade brasileira ter acesso à informação de forma democrática.

Enquanto a televisão for pensada como televisão, o país ficará preso a um oligopólio de controle da informação, restrito ao paradigma ultrapassado da hierarquia produtiva de conteúdo. A digitalização da mídia é a oportunidade que temos de democratizar em massa o acesso, passando ao próprio cidadão o poder de escolha.

Nesta televisão digital, não passamos de meros telespectadores; já na internet, somos usuários. [Webinsider]

.

<strong>Gustavo Audi</strong> (gustavoaudi@fiocruz.br) é formado em Rádio e TV pela UFRJ, trabalha com produção de vídeo para a Fiocruz, é especialista em Mídias Digitais pela UNESA e mantém o blog <strong><a href="http://www.simplesdelembrar.wordpress.com/" rel="externo">Simples de lembrar</strong></a>.

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28 respostas

  1. Muito tempo se passou desde que escrevi este texto.

    Então vamos por partes:
    1- Na verdade, o Lula não faz nada, só discurso idiota. Quando sua presença se faz necessária, é para assinar coisas que outros fizeram. O decreto que ele aprovou em 2006 desfez todos os avanços em pesquisas brasileiras sobre a televisão digital. Milhões de reais foram investidos com o objetivo de se criar uma indústria nacional de ponta, mas foi tudo inútil, pois o modelo escolhido foi estrangeiro (Ginga? Cadê ele?).
    2- Concordo que as coisas não são feitas de um dia para o outro, mas o governo e os empresários tiveram muito tempo para pensar em um projeto decente, principalmente porque puderam estudar a implantação em diversos outros países.
    3- Esse discurso de um pouco para o sistema e um pouco para nós é, desculpem a franqueza,completamente imoral. Nada deve vir antes do bem comum, do público. Existem princípios constitucionais que a administração pública deve seguir: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Vergonhoso pensar assim -para mim, é um passo para a corrupção…
    4- Se as coisas estivessem acontecendo como eu gostaria, a população brasileira usaria a Televisão para entretenimento e não como fonte principal de informação.
    5- TV digital não é importante(se for pensada como sinônimo de imagem em alta definição). Aqui no Brasil, enquanto nossa população se educar, informar e aprender regras sociais através da televisão, continuaremos neste situação ridícula. TV digital talvez seja interessante em outros lugares, onde a população tenha fácil acesso a cultura e educação. Como, por exemplo, em BOSTON, ESTADOS UNIDOS.

  2. GENTE CALMA VAMOS DEVAGAR NEM UM GOVERNO MUDA AS COISAS OU FAZ DE UM DIA PRO OUTRO, EXISTEM REGRAS A SEREM SEGUIDAS, UMA HORA UM POUQUINHO PRA O SISTEMA, OUTRA HORA UM POUQUINHO PRA NOS, ACREDITO QUE O LULA ESTA FAZENDO DESTA FORMA, SOBRE O AUTOR DO ARTIGO TENHO CERTEZA QUE SE A COISA ESTIVESSE SENDO FEITA COMO ELE PENSA, ESTAVA CONTRARIO TAMBEM, E DO CONTRA. IMAGINA SE TV DIGITAL NAO E IMPORTANTE OU BRASILEIROS NAO PODEM TER ACESSO POR QUESTOES ECONOMICAS IMAGINA I N T E R N E T.

  3. A inclusão digital tem que ser prioriade em programas do governo, existe muitas escolas que ainda não desfrutam de um acesso a internet em alta velocidade, em algumas encontrar um computador é um luxo, estou falando das escolas públicas, sei que isso varia de região para região, mas aqui no entorno do Distrito Federal, em específico nos munícipios goianos encontrar um computador em uma escola pública é muito difíl.É triste vê tanto sendo gasto em um projeto como este, deveriam investir mais em uma tecnologia já difundida como a (Internet). Ótima matéria – Gustavo um grande abraço e fique com Deus.

  4. Red Cat,

    Concordo com você: toda opinião é válida em um debate democrático. O que tento fazer é deixar clara a minha visão dos fatos, rebatendo argumentações, e não opiniões.

    Desculpem se passei o contrário.

    Já tinha decidido deixar correr as discussões sem me meter novamente (o problema é que as pessoas deixam seus comentários e não voltam para ler as repercussões – acabo debatendo sozinho; o que provavelmente acontecerá novamente). Depois que li o comentário de Alcides Libório, tenho que me manifestar.

    Alcides,

    Você realmente leu o artigo? Não posso ter sido assim tão mal interpretado por você…

    Você diz que desconheço os fatos. Que fatos, então? Por favor, me ajude a entender todos os lados do assunto.

    Conteúdo elitista? O texto defende o acesso das camadas mais prejudicadas da população (inclusão social via inclusão digital). Elitista seria se defendesse o uso da monoprogramação em HD, excluindo a entrada de novos produtores e conteúdo diversificado.

    É óbvio que fiz conjecturas sobre aspectos desconhecidos – o impacto da TV digital está longe de chegar! Mas é exatamente por isso que escrevi o artigo : devemos discutí-los, pois ainda podemos evitar os ruins e estimular os bons.

    Não fui eu quem focou na imagem e esqueceu a inclusão, foi o modelo de TV digital brasileiro! São esses dois elementos que eu precisamente chamo atenção no texto (valorização de um em detrimento do outro). A TV digital possui um potencial de inclusão muito grande, mas, nesse modelo, a inclusão passará longe.

    Desculpe, mas não podemos observar simplesmente como foi a inclusão nos países que já adotaram a TV digital, pois a realidade social, política e econômica são muito, muito diferentes do Brasil.

    Olhar o passado ajuda a entender o futuro. E foi olhando o passado que entendi as verdadeiras razões das escolhas da digitalização e me permitiu traçar um futuro nada animador (que torço para estar errado).

  5. Para mim o artigo além de superficial, observando o tema, tem um conteúdo extremamente elitista. O desconhecimento dos fatos é visível. Fez-se conjecturas de aspectos que são desconhecidos, como o impacto na programação, conteúdo, etc. O foco foi somente na imagem… A inclusão foi esquecida. As possibilidades geradas a partir de sua utilização devem ser observadas em países que já adotaram tal modelo e não ficar olhando o passado, ou este ou aquele governo. A imagem que me veio foi a dos flintstones, as idéias modernas e o mundo da pedra lascada.

  6. Gostei muito da máteria !!!!

    Bom, pelo que sei o país já vende mais computadores do que Tvs, isso já é um começo.

    Agora falta massificar o acesso a internet e oferecendo serviços de qualidade e preços melhores (Acesso a banda larga no Brasil ainda é muito caro), coloca ae R$ 70,00 por 20 megas, será que e sonhar demais ????

    -> Não tem um tal de IPTV ???
    -> se tem pra que Tv digital ???
    -> Não era mais barato investir em fibra ótica ou internet a rádio ???

    O cara para usar a Tv digital 100% vai ter que comprar um box conversor e ainda comprar uma Tv LCD…..ufa $$$$$$$

    Claro que isso não se faz da noite para o dia, mas ficaria bem melhor, bom eu acho…

  7. Parabéns, Gustavo, pelo artigo e pela percepção.
    Muito se fala sobre TV Digital, mas pouco se procura saber as reais possibilidades e alcance da mesma…

    Como em um dos comentários, do que adianta pensar em TV que te permita acessar internet, se muita gente ainda não consegue fazê-lo nem mesmo do computador…Seja por falta de infra-estrutura (o acesso a internet propriamente dito) seja por falta do próprio meio que possibilita fazê-lo (ou seja, o próprio computador)

    É certo, claro, considerar que o avanço à TV Digital é um passo que precisa ser dado, mas de nada adianta sem primeiro um processo de inclusão digital e sem pensar em mudanças no que diz respeito ao produto produzido pela indústria cultural (em relação ao último, duvido muito que isso aconteça de fato… afinal, como o próprio nome já diz, é uma indústria, que visa lucratividade, e como muito bem colocado no artigo, as emissoras de televisão nunca defenderiam o uso interativo real do meio (…) pois perderiam audiência.)

    Enfim, é impossível o triunfo efetivo de um avanço tecnológico quando o que se tem em primeiro lugar na mente é o lucro e não uma ação benéfica à sociedade…

    Mais uma vez, parabéns pelo artigo!

  8. Concordo com a apelo emitido no contexto que li, porém devo informar que a introdução da TV Digital poderá faciltar o acesso de muitas pessoas, estas que podem nunca terem visto um sistema tão bem criado. Assim acredito que várias opiniões, como você fez devem ser levadas em conta, incluindo a de quem pode não ter tantos conhecimentos pra interpretar tais informações que esta neste texto informativo.

    Agradeço a atenção e espero que minha opinião conte, assim como a sua teve sucesso, com certeza uma contrária não lhe fará mau algum.

    Atenciosamente.

  9. Parabéns Gustavo pelo texto.
    Nós da Rede http://WWW.BIGBRASIL.TV e coligadas http://WWW.NORDESTE.TV, etc… além de produzirmos conteudo televisivo totalmente novo, selecionamos das diversas fontes da Web, videos por temas regionais ou categorias de assuntos relativos ao tema de cada TV, nao tenho tempo para Redes Globo nem meus QIs se prestam para tal.
    Já falando do obvio, nao tenho tempo de me importar com o rumo dos mesmos produtores de TV que monopolizaram o conteudo emburrecedor de nossa população, sendo assim, nos tornamos além de produtores, seletores de videos da Web por temas.
    Isto é, entendo que o Youtube é a grande fonte do acervo universal, mas tornou-se arduo o garimpo entre tanto lixo. Cremos que a proxima etapa são TVS com as que fazemos, TVs por nichos específicos, onde tentamos selecionar o relevente e de melhor qualidade. Aos poucos alcançaremos qualidade de conteudo e imagem. Estamos nos superando a cada dia.
    Grande abraço e parabéns pela percepção.

  10. O professor Gustavo tem razão se olharmos pelo investimento e pelas prioridades. Também acho que a inclusão digital e social se daria mais rapidamente e de forma mais proveitosa com investimentos em expansão e melhoria do acesso à Internet que é ridícula no Brasil, se compararmos com os países desenvolvidos. Tem muitos lugares nas grandes cidades onde o serviço de banda larga simplesmente não chega e quando chega é de péssima qualidade.

    Pensar numa TV com acesso à Internet, sem ter acesso à Internet… é meio que colocar o carro na frente dos bois. Alta definição? As pessoas não estão nem aí para isso!

    Interatividade, quando tivermos, vai acontecer se as emissoras quiserem e como elas quiserem. A quantidade de programas educativos será tão insuficiente quanto é hoje. A atual TV analógica poderia educar muito mais, sem precisar ter interatividade, basta querer. Acontece que educação não traz lucro.

    Enfim, dá para escrever muito sobre isso. O que nos resta é aceitar a lei do mais forte e tentar sobreviver com a idéia do cada um por si, e fazer nossa parte para tentar melhorar nosso meio social dentro de nossas pequenas possibilidades, estudando e estando conscientes das novas tecnologias que estamos usando.

  11. Fico muito feliz com os comentários (todos, sem exceção) e que uma discussão sobre o assunto esteja acontecendo.
    Sinto-me na obrigação de esclarecer algumas coisas que escrevi no artigo que ou foram mal interpretadas ou nem sequer interpretadas. Além de inserir novas informações que deixei de fora do texto principal e que considero importantes para um debate rico sobre o assunto.
    Não sou contra a TV digital, implantá-la é benéfico para a população. Sou a favor de algumas mudanças que ainda podem ser feitas, como a interatividade real, a produção de conteúdo educativo, a multiprogramação com o objetivo de maior concorrência e geração de emprego…
    Se formos falar de antiguidade, a digitalização da televisão, no Brasil, começou a ser pensada entre 1991 e 1994. Já os primeiros passos da Internet começaram no final da década de 80 (com sua comercialização em 1995, antes da instalação da Anatel).
    Sobre os comentários do Fred:
    Fase de testes? Os testes foram feitos na década de 90 e início do século XXI (foram mais de 100 testes irradiados pela TV Cultura, coordenados pela Abert/Set, com a participação da Universidade Mackenzie, CPqD e dos radiodifusores e patrocinados por diversas empresas de eletrônicos). Foram emitidos relatórios sobre a implantação definindo três cenários possíveis: incremental, diferenciação e convergência ? o modelo brasileiro optou pelo menos inovador, o incremental. Agora estamos em fase de implantação, não de testes.
    Acho que você usou a palavra ?particular? no sentido de ?privado?. Sendo assim, o governo já ajuda na criação das Lan Houses de forma indireta, através de incentivos a pequena empresa. Defendo um incentivo concreto para que novas lojas sejam abertas, dividindo com o setor privado a responsabilidade pela democratização do acesso e estimulando a concorrência; com isso, mais pessoas terão acesso à informática (englobando computador e internet) com custos mais baixos. As Lan Houses são o principal mecanismo de acesso das camadas mais pobres (maioria da população, portanto, de interesse público, não privado ou governamental).
    Sobre o controle remoto, foi exatamente isso que as emissoras fizeram (na verdade, quem inventou o controle remoto foi a Zenith, empresa que produz aparelho televisivo, nos anos 50, e não as emissoras). Ao inventarem o controle remoto, as emissoras, no início, tentaram boicotar sua entrada no mercado.
    A Fiocruz é uma fundação pública vinculada ao Ministério da Saúde, portanto não visa lucro. Não chamo de credibilidade, mas trabalhar lá me dá fundamentos para defender a manutenção de debates de interesse público (não particular, privado ou governamental).
    Como disse no artigo, conheço os programas do governo de inclusão digital. No entanto, esse seu ?devagar? disse tudo. É isso que chamo atenção no artigo: não precisa ser assim. E se você consegue acesso wireless de graça tão fácil, por favor, fale para nós onde isso é possível!
    Onde, no Brasil, a população simples terá um laptop para acessar a internet via conexão wireless gratuita? Que cenário é esse que você está vendo?
    Estratégia de implantação? Se houvesse de fato estratégia nisso tudo, todo o território nacional, incluindo aí os quase 100% de residências com televisão, já teriam acesso à televisão digital no prazo inicialmente proposto. A diferença com os outros países não é tecnológica, é financeira. Nos EUA, a população tem poder aquisitivo para aderir a TV digital e optou por não fazer (pelo menos, não na velocidade idealizada). E, aqui no Brasil, nem dinheiro a população tem! Será que ela deve se endividar para aderir a um movimento nem um pouco inovador? Espero que não.

  12. É isso aí João!
    Não podemos esperar o governo porque não há interesse verdadeiro em melhorar a vida daqueles que pagam as contas (nós). Só o que querem é engordar seus egos e seus bolsos.
    Você disse certo: …nosso padrão.; nós é que faremos isso.

  13. Muito boa essa sua fala, mas a TV digital está em fase de testes e realmente não chegou para todos.

    A cobrança pelo sinal digital é tão grande mas a falta de informação as pessoas é maior.
    Com pensamentos como o seu sobre que o governo deveria melhorar a internet ou incentivar a criação de Lan-Houses. hahaha me desculpe mas isso será de interesse particular. Não governamental.

    Se as grandes emissoras realmente estão preucupadas com dispersão elas estão atrasadas, deveriam ter tomado providência antes de inventarem o controle remoto você não acha.

    Se você acredita que ficar produzindo vídeo para a Fiocruz te dá credibilidade e grana bom para você, os seus videos passam na TV?

    Se futuramente você puder ter uma melhor resolução e uma interatividade com seus videos será melhor para seu cliente? Se tiver a TV digital creio que sim.

    E se você sabe a internet de GRAÇA ja está em implantação no Brasil, devagar mas ja tem.

    Pagando ou de graça so sei que posso ir até uma praça e ligar meu leptop e acessar a internet.

    E a questão do Brasil acreditar que pode em um tempo menor fazer a distribuição do sinal é por que o planejamento e os equipamentos hoje podem ajudar, se outros paises demoram fazer isso é por que a tecnologia não era como a de hoje e com a abertura de mercado que temos hoje propicia essa estrategia.

  14. Uma simples pergunta quem assite tv hj em dia ?

    eu num assisto tv quase, noticias vejo na internet.

    Esportes vejo pela internet tbm.
    Interação vejo pela internet tbm.

    As olimpiadas vou ver pela internet, por naum estar em casa.

    musica.. internet
    videos internet

    as tvs querem vir com acesso á rede!

    ai eu te digo investir numa tv HD ou num PC novo, com internet rápida ?

    qual dos dois te trará mais retorno ?
    de cultura, informação e diversão ?

    qual dos dois te trará o que vc quer a hora q vc quer ?

    nem preciso responder, acho q vcs jah sabem a resposta.

  15. ao editor do artigo,parabenizo pelo cuidado em falar sobre este assunto,bem demonstra que entende do assunto,concordo que investir na internet das massas seria de longe uma opção mais acertada ,talvez menos viável, é claro que como em comentários anteriores , a tv digital é um assunto mais antigo,e a internet um assunto mais jovem,e como tudo na vida e também na política ,cada coisa deve ter seu tempo ,se o assunto da tv digital veio em primeiro lugar ,então é logico que o governo vai desengavetar este projeto primeiro ,e foi isso que aconteceu ,com certeza a internet agora esta na vez ,sabemos todos que os políticos não são eleitos por serem pessoas inteligentes e sim por serem pessoas influentes (entenda que o político sabe a forma certa de influenciar uma pessoa a acreditar nela o bastante para votar nela)sendo assim ,faltou cabeça na politica pra pensar a respeito do assunto em questão no momento que deveria ser pensado.agora o mal já esta feito ,repara-lo custa mais caro.o que podemos fazer ???eu acho que é justamente pagar o preço.!é o que sempre fizemos ,e continuaremos a fazer.
    ps…ótimo artigo…Esclarecedor.

  16. Parabéns pelo artigo, realmente muito bom. Nicholas Negroponte em seu famoso livro A vida digital, em 95 ou 97 não sei ao certo, já defendia idéias sobre tv digital, sobre a conversão dos meios tradicionais de comunicação para o digital, enquanto todos realmente possuem a necessidade de ter acesso ao conteúdo, a informação, não somente aquela empirrada pela tv tradicional mas da maneira como a internet proporciona, quando, qual e na forma que o freguês desejar.

    Esse acesso livre a informação é o que realmente a população brasileira necessita, inclusão, é necessário que a população passe a ser incluída no pequeno grupo que realmente pode se beneficiar destas possibilidades. Me lembro de recentemente ver em um tele jornal uma série de reportagens falando sobre cidades em nosso país aonde o primeiro telefone sô veio chegar a menos de cinco anos atrás, acesso a informação e conteúdo digital então, acredito que ainda leve mais uma ou duas décadas.

    A meta do governo é de que nos próximos 10 ou 15 anos as escolas públicas estejam tendo acesso a internet com banda larga. Não vou fazer comparações com países desenvolvidos, mas gostaria de proporcionar uma pequena reflexão sobre este fato. Realmente é de uma tv cara e com alta definição que estamos precisando.

  17. José Carlos,

    A TV digital começou a ser discutida ainda no governo Collor. Realmente, são anos… Mas em nenhum momento a opinião da sociedade civil a favor da discussão aberta e democrática foi devidamente valorizada. Somente considerou-se para as tomadas de decisão alguns setores do governo, radiodifusores e as empresas de eletrônicos.

    Você disse que faltou negociação com as indústrias. Pelo contrário, elas foram amplamente ouvidas e o padrão escolhido por elas, como o melhor no quesito preço do set top box, era o DVB, da Europa (pois corresponderia a um mercado grande e, portanto, mais fácil de baratear o valor do conversor). Inclusive, eles elaboraram relatórios sobre o custo da implantação do modelo escolhido.

    Infelizmente, nosso governo seguiu o padrão desejado pela Globo e SBT, principalmente. O Brasil até negou um acordo de cooperação com a China juntamente com a Argentina, que poderia ter criado um mercado gigantesco para a produção e venda de equipamentos (América Latina e Ásia).

    Sobre o período de implantação, se fosse longo daria tempo para implantar tudo sem problemas. Se está difícil, e justamente por isso, o calendário é curto demais (se na Europa e nos EUA levou-se mais tempo, por que no Brasil seria diferente?).

    Luis Pessoa,

    Há pouco tempo atrás, juntamente com a divulgação do padrão brasileiro de TV digital, você deve ter visto no mercado a diminuição dos preços das TVs de LCD e Plasma, não é?

    A televisão com desconto, pode ter certeza, não era a Full HD (1080p). Dá só uma olhada, era, em sua maioria, a com definição de 1024×728 (caso você não saiba, é inferior a qualidade prometida pelo padrão brasileiro e, portanto, incapaz de aproveitar todo o POTENCIAL da transmissão em HD). Pela lógica de mercado, os vendedores se livraram das ?ultrapassadas? para colocar no mercado a nova linha. Os brasileiros, então, compraram em sua maioria telas com esta definição.

    Em nenhum momento afirmei que as TVs de LCD e Plasma são incapazes de trabalhar com 1080i ? sei que elas recebem o sinal. O que disse é que a maioria vendida possui resolução menor que o sinal prometido pelos radiodifusores (1080i ? que se você não sabe, também, não é Full HD ? o 1080 progressive sim, é Full HD). Além disso, as TVs Full HD ainda estão com preço salgado.

    Para quem fala sobre educação (que eu concordo ser fundamental, entretanto não é o tema principal do artigo), bem que você poderia ler com mais atenção antes de jogar comentários sem sentido e errados.

  18. Como se a inclusão digital fosse somente benéfica, gente simples como o povo brasileiro e altamente manipulável é presa fácil no mundo da internet.

    Canso de ver gente antenada citar o documentário Muito alem do Cidadão KANE como se cita-se Nietzsche, orgulhoso por poder ver a verdade na rede.

    Semana passada meu sobrinho de 18 anos me perguntou se meu Wii atraia barata .

    Resumindo, o que é melhor para o Brasil é educação para o brasileiro, sem ela vira presa facil da politica, TV, Internet, jornais…

    O autor do artigo ainda se mostra totalmente incapaz ao dizer que as TVs de Plasmas ou LCD são incapazes de trabalhar com 1080i.
    Amigo não fale besteira sobre o que não conhece.

  19. (escolher o ângulo da câmera ou ver a sinopse do filme não é interagir)

    Sim, eu detesto esse tipo de interatividade que é vendida. Ver sinopse, classificação do campeonato e próximo programa não é nada que eu não poderia conseguir sem um controle remoto.

    Interagir é interferir de fato no que está se passando (e também não é Você Decide).

  20. Muito bom mesmo este artigo…este artigo deveria ser encaminhado a todos os politicos que tanto quiseram impor a TV Digital e não investir em informática. Parabens pelo artigo.

  21. Nem terminei de ler o artigo e concordo com tudo. Sou um pensador sobre o tema e procuro me envolver com tudo relacionado a comunicação digital que, em termos de inclusão social, é o melhor caminho para o Brasil ultrapassar a barreira do tempo na corrida para o desenvolvimento. TV digital nesse modelo não vai pegar. Aliás o governo Lula não tem credenciais para deliberar um assunto como esse, pois o que não foi desenhado na gestão FHC é muito difícil de dar certo na gestão PT que está só preocupada em emprego e renda (entenda: cabide de emprego e renda para o PT).
    Tenho até uma previsão: a TV pela internet será o nosso padrão.

  22. Acompanho esse assunto desde os primórdios momentos das decisões e acertos sobre a Digitalização da Tv. Eles inflamaram a imprensa e a população com a promessa de democratização da interatividade, vinda pelo meio de comunicação mais acessível no Brasil. O que na verdade não passava de um discurso amedrontado das grandes empresas de comunicação para prosseguirem pelos próximos anos com o velho modelo de domínio das massas.
    Além da falta de interatividade, falta a programação rica em informação, cultura, diversidade, e o principal em DEMOCRACIA.

  23. Caro Gustavo Audi,

    Na vida precisamos as vezes inovar , tomar decisões rápidas e com isto corremos ríscos, mas não podemos ficar parados no tempo esperando a coisas cairem do céu.Concordo em parte com seus comentários sobre sobre a TV Digital. Mas a discussão de imprantação da TV digital no Brasil ficou anos até chegarmos aqui. O Governo tomou sim a decisão correta de implementar a TV.digital, mesmo com o sistema Nipo-Brasileiro. O único erro foi não ter negociado com a grandes industrias- fabricantes de equipamentos preços mais baratos para troca/migração dos usuário p/ a nova TV.digital.Os receptores e as televisores Full HD poderiam custar menos.O Calendário de implementação é muito longo e tenho minhas dúvidas se realmente chegará no interior do País nas datas previstas, já que o investimento de torres e demais equipamentos para retrasmissão são altos.Penso que poderá ocorrer como na telefonia(Celular), que até hoje não chegou com qualidade em pequenas cidades menos lucrativas.
    Lembrando que morro em Brasília-DF, capital do País, e que até hoje não recebemos o sinal digital.

    Abraços

    José Carlos

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