Meu sonho se concretizou: a internet nas ruas

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Há mais ou menos oito anos, eu precisava realizar um trabalho de conclusão de curso. Nossas preocupações eram outras ? havíamos acabado de passar pela traumática situação de ansiedade do Bug do Milênio (o link é para os mais novos, que não acompanharam a histeria coletiva) e o 9/11 era coisa de ficção científica, tipo Nova York sitiada ou Armagedon…

A bolha ainda estava para ser estourada e vivíamos todos muito bem.

Pois bem, eu precisava realizar o meu trabalho de conclusão de curso e fui pedir a opinião do meu chefe na época para um devaneio que tive: ?e se a internet sair do computador e for pras ruas? No futuro, as compras poderão ser feitas em qualquer lugar, até diretamente com cliques em uma vitrine. Além disso, ao ver um outdoor, eu não verei somente aquele anúncio, mas clicando no anúncio via touch screen ou qualquer coisa que venha a existir, eu poderei obter mais informações sobre uma marca, produto ou serviço ali mesmo…?

De repente me senti falando um mega absurdo, pois o que ouvi foi algo como ?No Brasil, isso nunca vai acontecer… Ainda temos internet discada… As pessoas não vão saber interagir… É legal, mas é inviável…? e outras descrenças. Acabei fazendo um trabalho sobre a história dos eletrodomésticos e a sua revolução no design… (?).

Algum tempo se passou e, embora devido a algumas críticas ruins eu não tenha realizado o meu trabalho de conclusão com foco nesse tema ? meus colegas da faculdade também não simpatizaram muito com o meu Minority Report ? estou feliz e satisfeita em ver as novas mídias e novos padrões de comportamento avançarem.

Caminhando por um shopping em São Paulo, me deparei com uma loja de esportes radicais que tinha um catálogo navegável projetado na vitrine. Eu mesma desenvolvo esse tipo de projeto para os meus clientes. Ainda é algo experimental (geração de buzz para muitos, business com geração de resultados para os que acreditam), mas definitivamente é o futuro. E, sim, uma forma de inclusão digital. E, por que não, uma forma de deixar os ?não consumidores? ? já ouviu falar deles? ? mais próximos de sua marca!

Quantas vezes você já se sentiu curioso sobre um produto, mas teve uma certa preguiça de entrar na loja para saber preço e detalhes de certos produtos? E não seria bom ali da vitrine também coletar celulares e e-mails dos seus consumidores e prospects?

Falando em celular, que tal enviar conteúdo ?relevante? via Bluetooth, para os clientes que interagirem com a sua vitrine? Embora o Bluetooth já esteja quase caindo em desuso no Brasil devido ao mau (ou falta de) planejamento das ações, sem a menor segmentação e sem a menor comunicação com o consumidor desejado, eu ainda acredito em ações bem feitas e bem focadas.

E que tal desenvolver produtos especiais para iPhone? E começar a pensar nas versões mobile do seu site? O 3G já chegou ao Brasil, o valor ainda é razoável (no mau sentido) para a maioria dos bolsos, mas já é realidade. Você sabia que em serviços como locadoras de vídeo online, quase 4% dos acessos é feito por celular?

Sobre distribuição de conteúdo relevante, já ouviram falar da Starbucks? Aquela que fez uma parceria com a Apple? Sim, quando você está em um dos cafés, pode comprar pelo seu laptop ou pelo seu iPhone a música que estiver tocando na rádio Starbucks naquele momento…

E que tal a orla de Copacabana wi-fi? É preciso vencer o medo de tirar o laptop de casa nas capitais brasileiras ? eu ainda não tenho muita coragem nem de levar o meu mimo até a Starbucks, imagine à praia, mas o meu celular com conexão wi-fi quebra um galho para checar e responder e-mails, usar Skype ao invés de gastar com ligações e até muito mal humorada usar o MSN enquanto posso caminhar por algum lugar.

Talvez a materialização de um mundo ideal. Ou talvez trabalhar 24 horas sem perceber…

Mas a grande questão, o grande desafio é: com utilizar todas essas novas ferramentas, como wi-fi, mídia outdoor, bus TV (isso mesmo, bus, de ônibus), mobile marketing ? envolvendo Bluetooth, sms, aplicativos, redes sociais, projeções interativas, etc., de forma criativa, gerando retorno para o seu cliente e levando informações e serviços relevantes para os seus consumidores?

Pode parecer delírio futurista ou excesso de exigência tecnológica, mas talvez já tenha passado a hora de começar a pensar em novos formatos de mídia no mix de marketing. A internet como conhecemos está chegando ao fim muito rápido nas mãos de quem nos interessa: os consumidores. [Webinsider]

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Maira Costa (maira.costa@thinktwice.com.br) é Diretora de Planejamento da Thinktwice Marketing de Inovação.

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3 respostas

  1. Muito legal seu artigo.

    Hoje a internet movel, não só em celulares, tem se tornado uma grande realidade no Brasil. São vários projetos de prefeituras querendo cobrir suas cidades com sinal wi-fi, Belo Horizonte é uma delas.

    Acredito que até 2010 isso vai ser mais realidade ainda. Essa evolução tem sido muito grande e rápida.

    Abraços!!!

  2. Muito interessante essa matéria, até mesmo porque o futuro parece levar a gente a se des-plugar, já que não estaremos mais conectados através de meio físico (cabos)….

    E tem que se pensar no futuro móvel. Aliás, futuro não: presente.

    Nós da BestRadio Brasil, que somos uma rádio feita só para a internet já está realizando testes no que diz respeito a tecnologia móvel.

    Hoje, por exemplo, conseguimos ouvir o nosso áudio através de um celular e olha que nem precisa ter a tecnologia 3G. Você ouve e ao mesmo tempo sabe o nome da música que está tocando no momento e outras informações.

    Acredito que o mercado vai ter uma vasta área para explorar, justamente fazendo esse mix de mídias audio-visual… e agora móvel também.

    Abraços,
    David Jill
    BestRadio Brasil
    http://www.bestradiobrasil.com

  3. Compartilho do seu sonho, e consequente frustração, de internet boa acessível em qualquer lugar desse país.
    Estou entrando no mercado de trabalho agora, mas já estou sentindo falta de ter um notebook com conexão à internet para resolver problemas, montar idéias… e tudo isso sem medo de perder tudo com um assalto na próxima esquina!

    Se depender dos preços de notebooks e 3G, acho que ainda vai demorar para vivermos o nosso sonhos 24h conectados!

    Muito bom seu artigo, meus parabéns!

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