Você dá estratégia e o cliente quer um hotsitezinho

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O assunto é convergência das mídias. Polêmico. Será que a internet vai ocupar realmente o espaço dos jornais? Quando a TV digital vai se tornar digital de fato? Será que existe um ponto demarcável no tempo para esta “evolução”?

Embora alguns números realmente nos conduzam ao raciocínio básico do caos das mídias convencionais, nada podemos afirmar, pelo menos por enquanto. 

Mas falar sobre isso é simplesmente dissimular um estágio anterior a esta evolução, que, a meu ver, está demasiadamente verde. Falo sobre a convergência efetiva e definitiva dos negócios na web.
 
Depois de quase 40 anos de www, as empresas ainda não sabem como se posicionar – e muitas parecem até ter raiva de quem sabe. Indústrias seculares surgem como catálogos eletrônicos, quase que folheáveis. Desprezam o diálogo com seus públicos, as novas tendências da web, a performance de suas ferramentas e contratam agências que se limitam a e-x-e-c-u-t-a-r.

Estas, algumas vezes, até se dispõem a pensar. Mas depois de um fatídico processo de três semanas de planejamento, já vencidos pelo cansaço, simplesmente dizem ao cliente: “Já sei como resolver esta situação. Esqueçam tudo e vamos fazer um hotsitezinho”.

Outra situação no mínimo curiosa. A empresa chama a agência para uma concorrência de “reposicionamento web” para sua marca. A agência vai, se apresenta, conta um pouquinho como se faz, convence e ganha. Depois que tuuuudo está pronto para começar, chega o marqueteiro e diz: “Taqui o que a gente realmente precisa: um hotsitezinho”.

Daí eu me pergunto: quem é esse tal de hotsitezinho? Quem esse camarada pensa que é?! Para que compreender quem é o seu público? Chame o hotsitezinho. Long tail, palavras relevantes, tags, web analytics pra quê? O hotsitezinho garante isso e muito mais!

Será? [Webinsider]

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<strong>Carlos Cavalcanti Filho</strong> (carlos.cavalcanti@cdn.com.br) é coordenador de Negócios da <strong><a href="http://www.cdni.com.br" rel="externo">CDN Interativa</a></strong>.

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14 respostas

  1. A única coisa que as empresas médias e pequenas quer quando ser fala em internet, é um site, nada mais que isso, algumas são até inovadoras ao pedir campanha de e-mail marketing.

    Essa foi minha experiência quando trabalhei em uma agência de publicidade digital.

    Até mesmo os sócios tinha essa política, apenas um site para o cliente, agente fazemos site. Mais vendo isso ao fundo mesmo, é só isso que elas precisar no momento, ainda mais quando são negócios mais tradicionais. 🙂

  2. Em varios pontos me identifiquei com o autor e com o comentário de Marcelo Okano.

    Bem, um hotsitezinho é deprimente, quando ouço algo semelhante dá vontade de pular do auto de uma ponte. Para mim e acho que para muito, deva ser quase que uma ofença ao nosso trabalho, profissionalismo e até um menospreso com a propria empresa contratante.

    Não existe um hotsitezinho, o ideal é formular uma estratégia que agrade o cliente e seu publico, mas este planejamento deve esta aplicado em cima de estudos e pesquizas.

    Já trabalhei com algumas pesoas assim, depois de tudo pronto, o contratante deseja mudar para uma coisa mais clonada (uso este termo, pois em geral os sites ideais que eles desejam, deve parecer com qualquer outro, apenas com a corzinha diferente); isto é subestimar a capacidade de pensar e de agir.

    Mas li no comentários do Kerber e faz o total sentido, se o cliente mudou de idéia ou nossa proposta não o convensei, então será que não é a hora do plano B?…Ou seja; uma conversa para tentar chegar à algum planejamente eficiente.

    Mas existem os clientes que não querem converssa, creio que devemos agir dentro do padrão da ética, respeitando os interesses do comtratante (afinal é ele que paga o leitinho das crianças); mas isto não significa que não podemos usar todo nosso talento, pois tenho uma teoria de que profissional é aquele que faz o que gosta.

    Não posso deixar de comentar que o Marcelo Okano diz, que no interior há muitas pessoas que pensam no menor preço e não no custo e beneficio; mas ainda bem que este pensamento mudando (devagar, mas está).

  3. Na semana passada eu estava no interior de minas conversando com uns amigos que montaram uma empresa (agência) oferecendo serviços de desenvolvimento e reposicionamento na internet. Sabe o que eles me falaram? O cara do interior tem mentalidade de comerciante.

    O comerciante é o cara que na cadeia de negócios assume o menor risco, compra algo que não é fabricado por ele, vende por um preço que lhe traga qualquer lucro, não se preocupa com a qualidade do produto (dando lucro, tá bom), tão pouco com o crescimento da empresa que fabricou e o pior: o lucro dele vem em cima do seu prejuízo como fornecedor (quanto mais barato, melhor pra ele).

    Com relação ao fornecedor, ele não entende a mentalidade do ganha eu, ganha você. Ele só entende a mentalidade do se você ganhou é porque eu paguei e então perdi. O que tem dono de empresa, gerente, diretor de marketing que se comporta como comerciante quando adquire um serviço web, não tá no gibi.

    Um problema a meu ver é a dificuldade em mostrar o valor da internet para um comerciante falando de reposicionamento, público, marca, estratégia e etc.. se no final do mês ele está tentando fechar as contas para pagar as despesas básicas. Aí vem aquela velha pergunta: quanto custa um site? Quando você fala o preço ele raciocina que se anunciar no jornal da cidade ou fazer 1 milhão de folhetos e distribuir no semáforo vai trazer mais resultado. Isso pode ser verdade no interior, mas não é nos grandes centros onde, se você não está na internet, está perdendo uma enorme audiência capaz de alavancar o seu negócio.

    Minha opinião sobre o hotesitezinho é que ele realmente não acredita na internet ainda. Do ponto de vista dele (do interior), talvez tenha alguma razão. Mas isso está mudando, ainda bem.

  4. Prezado Carlos, um grande exemplo de termos que não passam de blá-blá-blá em cima de coisas que já existiam ANTES é o termo WEB 2.0, tanto que alguns especialistas em tecnologia e entre eles o próprio Tim Berners-Lee, o inventor da WEB, alega que esse termo carece de sentido pois a Web 2.0 utiliza muitos componentes tecnológicos criados antes mesmo do surgimento da Web, então? não passa de coisas que já existiam ANTES. E eu que não vou discutir com Tim. Nós só estamos aqui hoje por causa dele 🙂

  5. Segunda questão, comunicação. Você disse que apresentou o conceito e que eles compraram idéia, depois alguém veio e disse que o hotesitezinho servia.

    Quem falhou? Se vocês apresentaram o conceito e eles compraram e na hora de implementar a expectativa era outra, a comunicação foi falha. Aí você pensa em comunicar os produtos do cliente enquanto tem dificuldade para comunicar seu próprio produto?

    Pode-se argumentar que o novo sujeito, aquele que falou que o hotesitezinho servia apareceu do nada, depois de tudo fechado. Mais uma falha, você precisa negociar com quem decide, levantar todos que possuem poder de decisão antes de ir para o negócio.

    E… Será que o hotesitezinho não serve mesmo?

  6. Não contesto os benefícios das novas abordagens oferecidas pelas agências, contudo, se os clientes querem apenas um hotsitezinho e chamam isso de uma grande estratégia web, ou você faz o hotesitezinho ou demite o cliente. Esbravejar não dá em nada.

    Pensar em algo aberto e colaborativo é uma temeridade para as empresas, não é fácil incutir esse novo pensamento. Estamos falando de pessoas que revisam um e-mail 20 vezes antes de enviá-lo para um cliente com medo de deixar transparecer alguma falha ou de descumprir alguma cláusula contratual.

    Imagine o que representa para eles a idéia de deixar seus clientes, por exemplo, falar a vontade no seu próprio site?

    Quando falo eles, me incluo na lista também. Quando o negócio é seu, não é tão fácil assim mudar para uma estratégia dessas.

    Outra questão é que temos muita gente ganhando com isso, mas não é todo mundo, não são todos os públicos, e as empresas que estão inervando as agências com seu convencionalismo não estão quebrando, estão se mantendo ou crescendo.

    Então calma. Geralmente é necessário que uma geração morra e outra venha em seu lugar para uma nova idéia seja assimilada.

    Também é recomendado tratar seus clientes como você quer que ele trate os deles, entregando o que eles querem.

    Segmente o serviço prestado pequeno gafanhoto.

  7. Simplesmente fantástico seu artigo!
    Tem cliente que fala que quer se reposicionar na web só porque acha o tema bonito e ouviu de algum amigo ou em uma palestra. Redes sociais para que? Orkut é coisa de moleque que quer pegar mulher…

  8. Olá colegas,

    De fato me equivoquei quando utilizei a sigla www para representar a Internet. Aceito a correção do Adriano, e peço desculpas pelo ocorrido.

    De qualquer forma, caro Adriano, não vejo uma tendência como algo indispensável, tampouco um blá-blá-blá, como você mesmo escreveu. Onde existe tendência, é porque existe necessidade. É como causa e efeito. É evidente que toda análise é pouca, antes de um diagnóstico consistente, no entanto, o que está em pauta aqui é o descaso das empresas pelos fatos, resultados, dados. Muitos marqueteiros, sobreviventes do antigo império Nonemeasureland, e (mal) acostumados com seus custos por centímetro cúbico, continuam insistentemente acreditando que estamos aqui para produzir pirotecnias digitais, coisinhas que piscam e pulam, splashs, vídeos bacanas – afinal agora temos o Youtube -, mas infelizmente pouco se importam com o pós. Mas o que é o pós? Essa resposta você deve ter, já que você conhece tão bem todas essas coisas que já existiam ANTES.

  9. Também concordo com o Bruno Lima, mas acrescento: o posicionamento de mais por menos e os achismos não estão restritos à cidades pequenas e de interior.

    Isto é um ranço comum nosso, herança maldita do Jeca Tatu e de Cidades Mortas do Lobato, pois aqui em Sampa isto se propaga feito fogo na pradaria; muitos tomadores de opinião dentro da organização de cada cliente é que trazem consigo esta mentalidade… essa postura provinciana.

    O Adriano comenta a avidez por novas tendências… um perigo! 99% são antigas teorias e metodologias reempacotadas… nem me falem de MkTg viral!

  10. Para essa questão, devemos analizar um outro lado, o lado de que as empresas atuais vem de uma mentalidade ultrapassada, e que essa adaptação é lenta e trabalhosa. Trabalho em Sorocaba interior de SP no depto de mkt de uma empresa com mais de 40 anos, dos quais, 35 deles, nem se pensava em trabalhar com a internet. Isso foi uma política que aos poucos foi introduzida, apresentada. Mas existe toda uma cultura anterior a isso que limita o trabalho. Aqui na empresa, trabalho constantemente para que seja feito o melhor uso desse novo meio, mas muitas vezes não tenho ajuda da própria agência, que limita-se, como Carlos Cavalcanti em seu texto diz, a executar. É nesse ponto que acredito que está a chave para a convergência que o texto sugere, no relacionamento agência/empresa, com a colaboração e trabalho mútuo dos profissionais dos dois lados.

  11. Concordo com o que o Bruno Lima comentou acima. No interior esse dificuldade é duplamente complicada. E olha que ele está no interior de Minas, e eu no de São Paulo, ou seja, mesmo que supostamente minha cidade (Ribeirão Preto) esteja no eixo produtivo nacional, o problema é o mesmo. Nossa região é fortíssima, com empresas de agronegócios, usinas que arrecadam milhões de dólares, mas quando o assunto é mídia digital ou mesmo outras mídias, tudo que eles querem é o R$ 1,99 básico, se é que vcs me entendem. Mas nossa missão é mudar essa cultura e distribuir tecnologia para todos. Vamos em frente.

  12. Na maioria das vezes os clientes pagam para eles mesmo executarem. Nada vale o que propomos ou desenvolvamos, e sim o que ele ACHA estar correto e etc.

    Vai ser difícil as empresas tradicionais e conservadoras entrarem de fato no mercado web, principalmente em cidades menores e de interior.

  13. Acho que o autor quis dizer 40 anos de internet, não? De WWW são 15 anos no mundo e 13 anos no Brasil.

    Quanto as novas tendências, elas não podem ser encaradas como algo indispensável, até porque muitos dos termos não passam de blá-blá-blá em cima de coisas que já existiam ANTES e agooorraaa é que estão sendo encaradas de uma outra forma. Então, é importante saber QUAL tendência não apenas mais uma tendência, antes de sair recomendo ao cliente trilhar X quando na verdade seria Y.

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