Comendo com os olhos: como montar um cardápio

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket
Cardápio de restaurante é comer com os olhos

O cardápio no restaurante faz parte da “experiência” dos sentidos e foi feito para proporcionar prazer. Veja truques que fazem o cliente gostar e gastar mais.

 

Experiências sensoriais desencadeiam no cérebro respostas rápidas. A visão de um suculento hamburger no anúncio na televisão ou o cheiro de um doce de chocolate despertam a vontade de experimentar. Estes são dois exemplos de como podemos explorar a psicologia sensorial para influenciar as decisões de compra do consumidor em um restaurante. Além de impactar o cliente pelos aromas e sabores, uma boa casa deve impactar também pelo visual, que vai da decoração ao mais importante – o cardápio!

Layout

O design é crucial. A melhor opção é por um layout simples e com fontes clean. Só coloque fotos se elas forem mais bonitas que o prato em si, fotos do estilo McDonald’s. Se a foto for amadora, o efeito é contrário, a comida fica com aspecto asqueroso, não dá fome, dá enjôo.

Um cardápio de página dupla é sempre a melhor opção para levar o cliente aos melhores pratos. A leitura num cardápio de página simples é vertical, mais fácil de comparar preços.

cardapio_uma_pagina.jpg

Porém a leitura num cardápio de página dupla é mais complexa e nos obriga a olhar para vários lugares. Com isso podemos colocar os produtos mais rentáveis nas melhores partes. Como o canto superior direito.

Disfarce os preços

O que restaurantes, pelo menos a maioria, fazem com o cardápio: colocam todos os preços alinhados à direita, um abaixo do outro. Se todos eles estão assim eu posso facilmente comparar e certamente escolherei os mais baratos. É melhor ter os preços e cifrões colocados discretamente no final da descrição de cada produto.

Faça o cliente folhear

Um cardápio deve ser como um supermercado. Os itens mais pedidos, mais comuns, como hamburgers, sanduíches e fritas, devem estar escondidos no cardápio. Não devem ter acesso fácil. No supermercado os itens que compramos com frequência, como leite, carnes, arroz e feijão, sempre ficam nos fundos; nós temos que comprá-los mesmo, então tanto faz o lugar onde estiverem, nós vamos até lá.

Como estão no fundo, o supermercado nos obriga a passar por vários outros produtos mais caros e que podemos comprar por impulso. Escondendo os itens comuns no cardápio, o cliente é obrigado a ver outros produtos, o que aumenta a sua chance de gastar mais e não optar pelo de sempre.

O nome do prato

O nome do prato é a parte mais importante para vendê-lo a quem não o conhece. Um cliente não será incentivado a experimentar um prato novo por causa do preço. O nome precisa ser criativo, criar interesse, despertar a curiosidade.

Um amigo renomeou todos os itens do seu cardápio com nomes nada convencionais, deixando qualquer um curioso com qualquer prato. Por exemplo, o torresminho com mandioca virou “tadinho do Chiquinho”, a carne de sereno virou “não sou carne de sol” e assim por diante. Os adjetivos também não devem ser poupados, eles são tão importantes quanto o próprio nome.

O que você acha melhor? Ovos mexidos ou ovos mexidos com manteiga fresca? Pense em sabores e gostos, palavras como crocante e picante dão ao cliente uma melhor idéia do que está por vir. Longas descrições devem ser reservadas para os pratos mais rentáveis.

Lembre-se:

  • Um cardápio não é um amontoado de letras, não é anúncio publicitário. Dê destaque ao que precisa ter destaque.
  • Vermelho e amarelo são cores que evocam a fome. Usadas na forma correta dão vida ao cardápio; usadas demais, cansam qualquer um.
  • Os pratos que possuem mais atributos (nome diferente, adjetivos, descrição…) vendem mais que “nomes sozinhos” no cardápio.
  • Nosso olhar é preguiçoso, ele é atraído por qualquer coisa diferente. Seja o negrito de uma letra ou uma caixa em volta do texto. É fácil levar o olhar do cliente para onde interessa sem agredir o layout.
  • O canto superior direito deve ser sempre reservado para o prato mais lucrativo.
  • Tenha versões diferentes do mesmo cardápio para atender necessidades diferentes. Se recebe muitos turistas, tenha ele em outros idiomas, se recebe pessoas idosas, tenha um com fontes maiores.

 

Com certeza um cardápio não faz milagre. Ele faz parte da “experiência”, que é aquilo que motiva alguém a indicar um restaurante para um amigo. O atendimento dos garçons, o ambiente, a música, a decoração, as pessoas, os pratos, o cardápio… tudo deve estar alinhado para proporcionar ao cliente a melhor experiência possível. Só assim ele voltará a comer ali novamente! [Webinsider]

.

 

8 dicas para o cardápio aumentar as vendas no restaurante

Rafael Mantesso (mantesso@gmail.com) é especializado em marketing e criatividade em restaurantes e mantém o blog Marketing na Cozinha.

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Mais lidas

21 respostas

  1. Acho o código numérico importante e não vejo tanta negatividade em prato com nomes originais criado pelo próprio restaurante ou lanchonete. O Bobs, Mcdonalds enfim entre outros, usam nomes diferentes e simples que idealizam os seus pratos, eles vendem uma grande variedade de sanduíches que se diferenciam pelo nome…

    Agora isso depende da criatividade do criador, claro que não tem lógica colocar outro nome na batata frita que não seja diferente da normal.
    Adorei o post 🙂

  2. Olá,parabéns pelo artigo,muito bem elabarado!

    queria só colocar que discordo totalmente do comentario numero 12,pelo visto a pessoa,não vai a um restaurante para curtir o ambiente e o momento,e sim só para comer,por isso sugere que os restaurante coloquem numeros nos pedidos ao em vez do nome,o que é um absurdo,pois numeros só cabem a fast foods e pelo visto ele deve estar acostumado a comer nesses ambientes!quanto a dar nomes divertido os pratos,é uma otima saida,eu aderir isso ai meu retaurante e notei uma procura bem maior pelas porções com nome divertido,dá autenticidade ao seu prato.

  3. Olá bom dia,
    Em relação aos nomes criativos, precisa tomar muito cuidado para não deixar muito tedioso e sem sentido.. os argumentos “fresquinhos”, “crocantes” ajudam muito na hora da escolha. E o que acontece se o restaurante publica uma foto muito bem elaborada no cardápio e os clientes pedem aquele prato, doce.., e é apenas uma ilustração?
    Grande abraço a todos. [rd]

  4. gostaria de crecer ;fazer quentinha;saber tiragostos diferentes, porisso que procuro alguem como voces que entenda do ramo. poly

  5. gostei demais do documentario seguirei as dicas no nosso proximo cardapio.

    valeu!

    p.s.se possivel gostaRIA DE RECEBER EM E-MAIL.

  6. De verdade, gostei muito.Pois estou ainda no projeto de um bar bem diferenciado dos outros e precisava desta dica que por sinal ja me ajudou muito. Obrigada.

  7. Sou designer de cardápios e me preocupo muito em orientar meus clientes quanto a concepção da diagramação e arte voltadas à facilidade de escolha pelo cliente (organização), revisão ortográfica dos itens, identificação dos pratos/drinks (descrição dos produtos que tenham identificação própria da casa) e principalmente na qualidade visual e sensitiva dos cardápios.
    Fico contente por estar seguindo o caminho certo.
    Meus trabalhos estão em http://www.spempresas.com/trabalho.html

    Parabéns e braços

    Eduardo
    SP Empresas

  8. Concordo com o Robson quanto aos nomes engraçadinhos. Deixa o cardápio mais extenso e tedioso por necessitar de descrições pra uma simples batata frita ou qualquer outra coisa comum. Em vez de facilitar isso complica muito. Se for um prato exótico, diferenciado, com nome gringo, acho muito mais importante a descrição que o nome, se for complicado nem leio direito, vou direto pra descrição.

    E realmente, o código numérico facilita bastante.

    E concordo que não seja necessário os preços alinhados para comparação. Se o cliente tá mais preocupado em gastar menos do que comer ele vai acabar comparando os preços de um jeito ou de outro e não com os outros preços do cardápio, mas com o que tem no bolso dele.

    Um cardápio que eu acho bem desenhado é o do Outback. Nomes em evidência, com descrição e preço logo abaixo, boas fotos ilustrativas e se não me engano as fotos tem até verniz localizado. Fora as ilustrações do cardápio. Muito bom.

    Mas um ruim é o da Pizza Hut, você vai procurar pelos sabores de pizza, tem em uns três lugares diferentes, tem que ficar caçando na hora de pedir a pizza. Muito bagunçado.

    Ótimo artigo.

  9. Gostei muito do artigo e também compartilho dessa neurose.kkk

    Discordo do seu ponto de vista com relação ao nome do prato. Assim como eu, outras pessoas ficam extremamente irritadas com restaurantes que utilizam nome engraçadinhos para descrever seus pratos.
    Como no exemplo citado,?tadinho do Chiquinho?, não é um rótulo nada amigável. O cardápio deve trazer rótulos conhecidos, caso contrário faz-se necessário ler a descrição de todos os pratos para achar o que quer comer. Isso demanda um tempo muito maior, causa irritaçãoe desconforto, principalmente quando existe uma grande variedade de opções.
    Um ponto não citado no artigo, que facilita muito na hora de fazer o pedido, tanto para quem pede quanto para o garçom, é a utilização de uma numeração ao lado dos pratos, pedir pelo número é mais fácil e mais rápido.

    Parabéns pelo artigo.

  10. Me sinto menos neurótica agora. Achava que eu era a única que ficava alguns minutos organizando o cardápio mentalmente ou tentando encontrar a lógica dele. Passo mais tempo pensando em uma solução do que propriamente na escolha de um prato.

  11. Vivendo e aprendendo!!!!!!!Nunca atentei para as disposições, em supermercados,do que é essencial ou não, muito interessante a observação….
    Quanto aos cardápios, realmente, pratos com nomes originais, nos enchem os olhos e nos levam a querer degustá-los.
    Brilhante!!!!!!!!!!

  12. muito bom pessoal, já sigo várias dicas dadas, mas algumas forma bem interessante que não paramos para pensar realmente na hora de criar.
    Obrigado

  13. Desculpe Gilberto, mas não conheço ninguém que sai de casa pra ir num restaurante porque o cardápio do lugar é bem layoutado… Isso é apenas um detalhe. Que na ótica do empresário, está corretíssimo. Parabéns pelo post. Excelente blog!

    Abs

  14. Adorei o artigo!
    Um viés muito criativo para o marketing de gastronomia. Achei muitas coisas interessantes no blog tb, ótimo para quem gosta do assunto. Parabéns!

  15. Bem… Aqui entra a velha discussão sobre user centric design.

    Me parece que você está recomendando fazer um cardápio do jeito contrário do que o cliente gostaria que fosse – distribuindo itens mais populares em vez de agrupa-los como o cliente gostaria, não alinhando preços para o cliente não poder compara-los como gostaria, etc – e assim, supostamente, o restaurante ganha mais.

    Mas é preciso pensar em branding também aqui: os clientes não vão preferir ir ao restaurante que tem um cardápio do jeito que eles gostariam que fosse?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *