Amanhã de manhã eu vejo isso (um dia em 2011)

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Era um mês qualquer de 2010-2011 e o diretor de comunicação da empresa saiu feliz da agência.

A nova campanha estava perfeita. Linha criativa inovadora (pré-testada!), o produto tinha potencial e a mídia, estava impecável! TV, rádio, mídia exterior e algum investimento em mídia online: 10% da verba! Afinal o target era CDE – Jovens. A internet estava crescendo bastante ali. Ele até achou demais trocar tantas inserções no domingo por aquela ação em blogs, mas tudo bem.

Dois meses depois o resultado era medíocre. O que tinha saído errado? Procura, investiga, nenhuma razão para os números na criação (ah, mas eles não são mesmo bons com números…).

Na mídia tudo certo: Penetração, Impactos etc.. A primeira pesquisa apontou: ninguém notou a campanha. “Como assim?” O target está maciçamente na internet e parece totalmente focado nesse ambiente. “OK, o ano passado a penetração de acesso até crescia, mas não chegava perto de uma cobertura total…”

O diretor estava arrasado. Ele acompanhava os números, a internet não era tão absoluta assim no público-alvo.

Mas quais os números ele não viu?

  • Que no Brasil a base de celulares atingiu em 2008 mais de 147 milhões e que 7% deles já acessavam a internet desde 2007, dados da Anatel;
  • Que em seis meses o acesso à internet por dispositivos móveis cresceu em média 167% em 2008.
  • Que o Brasil figura entre os cinco países do mundo onde mais se vende computadores, segundo o instituto de pesquisa IDC.

Todo mundo já conhece números como esses e “re-conhece” que estamos num caminho sem volta para um crescimento avassalador da participação da internet nos hábitos de mídia do brasileiro. Em especial das classes CDE.

O que o mercado insiste em não ver é que a mudança dá sinais de que vai ser do dia para a noite. Queimando etapas, um contingente de desconectados vai estrear na internet com banda larguíssima, custo baixo e mobilidade; da noite para o dia.

Outro número para ajudar. A base de celulares se renova a uma taxa de uns 40% ao ano. Algo muito mais acelerado que a troca de computadores. A questão é que essas duas coisas estão virando uma só.

O desktop é pai do notebook que é primo do netbook que virou um irmão do smartphone que é filho do celular. É razoável adivinhar que a convergência passe também pela penetração desses novos gadgets na população de menor renda. Pronto: está sendo preparado o salto quântico que vai colocar todo mundo de uma só vez na internet com o celular-computador.

Há mais pistas dessa mudança repentina. O Brasil tradicionalmente levou muito tempo pra disseminar tecnologias amplamente. Foi assim com a TV, com o telefone, com a banda larga. Estamos acostumados. E agora a gente descobre que a convergência vai entregar um mundo só; over the air em muito menos tempo do que esperávamos ou que os interesses de mercado gostariam.

Lá se vão as redes isoladas dando lugar a uma transmissão de dados única na internet e em qualquer lugar, graças a telefonia celular. Um bom sinal dessa convergência é o VOIP que promete crescer 50% em 2009.

É uma questão de muito pouco tempo e muito pouca conta das classes CDE para concluírem que o celular-computador substitui todo um aparato de diversão, comunicação e informação com muito mais vantagens.

Hora de trocar o celular? Hora de trocar TUDO pelo celular. Fácil, rápido, cada vez mais barato. Hora dos anunciantes olharem para o seu plano B da internet e saber se ele está pronto para virar o A, de amanhã mesmo. [Webinsider]

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<strong>Marcelo Vecchi</strong> é gerente de comunicação online com atuação em Telecom.

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10 respostas

  1. Otimo texto. Estou em Dubai preparando um projeto sobre o mercado digital do Oriente Médio que é uma confusão geral. Se der certo, tenho um emprego quase garantido aqui. Ler seu texto me ajudou muito. O site vai pro Bookmarks agora!

    Abraço.

  2. Parabéns pelo artigo, Marcelo! Bem elucidador, realmente uma grande estréia! Entretanto, ainda faço parte do contingente que reluta antes de apostar cegamente nos dados de crescimento do mercado móvel. Acho que, mesmo com a mudança em curso, ainda me parece promíscuo mudar o foco das apostas para a penetração dos dispositivos móveis nas classes menos abastadas. Trabalho com varejo para esse público e é possível identificar claramente que a aquisição de um celular faz tudo é muito mais pelo status que aquele aparelho traz, do que pelo aspecto funcional para o dia a dia. Ainda vejo muita gente com N95s utilizando planos pré-pagos (sem pacote de dados) ou ainda sem conhecimento algum para configurar/ navegar por páginas mobile ou utilizar serviços como GPS.
    De qualquer forma, é fato que a atenção deve ser cada vez maior e constante para com as movimentações desse mercado.
    Mais uma vez, parabéns pelo artigo!
    Abraços

  3. Nossa! O artigo ficou excelente!!! Fazia tempo que não via algo fresh escrito sobre o tema!!! ( by the way, escrevo esse comentario diretamente do meu iphone….rsrs)

    Ps: beijos de sua amiga de longas datas e eterna admiradora!
    Lu

  4. Já era fã de carteirinha de sua inteligência, Vecchi, agora ainda mais com esse excelente texto antenado e real! E que venha essa big tecnologia pra facilitar o nosso dia-a-dia! Empresas acordem para essa realidade que não tem nada de virtual, nem futurista. O amanhã já é hoje, e quem perder esse bonde fica no ontem, já era! beijo e parabéns! Inês Galvão

  5. O grande trunfo dos gadget é a sua portabilidade e estar sempre junto do cliente, mas aqui o custo das telecomunicações é muito alto ainda… O que dificulta e muito a penetração desta rede… Alem da cobertura que ainda deixa a desejar em inúmeras cidades… Como sempre a infra-estrutura que irá mandar… Estabilidade de conecção é o que esta faltando, e empresas que cumpram seu papel oferecendo serviços com um pouco mais de qualidade e invistindo mais em equipamento que apenas propagandas… O minha geração esta consciênte disto e pouco falta para a mudança ser radical…

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