De quem são os dados do Google Analytics?

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Uma situação que vem se tornando comum é o profissional de internet perceber que o site de um cliente não possui a tag básica do Google Analytics e com facilidade inseri-la. Até aí tudo bem.

Mas no início deste ano me deparei com algo que eu não imaginava encontrar. Uma empresa que nem sabia que seu site já estava com esta tag e que as informações estavam sendo usadas pela agência que foi contratada para a sua criação, sem o seu consentimento.

Propriedade dos dados

Nos termos de serviço do Google Analytics existe a definição de “Dados do Cliente”:

“Dados de Clientes” significa os dados relativos às características e atividades dos visitantes de seu website, que são coletados por meio do uso do UTM e então encaminhados aos Servidores e analisados pelo Software de Processamento…

Trocando em miúdos, o que o Google quer dizer com o texto acima é que a pessoa que está criando a conta do Analytics (ou pelo menos a utilizando para suas análises) é a dona do site ou pelo menos deveria ter uma autorização para seu uso. É o que diz o item “Licença não Exclusiva”:

A Google, por este instrumento, outorga a você uma licença limitada, revogável, não exclusiva e não sujeita a sublicenciamento para instalar, copiar e usar o UTM no limite necessário para uso do Serviço para uma ou mais páginas da internet que você detenha ou controle (coletivamente designadas “Website”)…

Pessoalmente não acredito que uma agência ou produtora, ao inserir a tag do Google nos sites dos seus clientes, tenha algum interesse que não o de prestar um serviço mais completo.

O problema está no fato do cliente não autorizar a instalação de um serviço de coleta de informações em seu site e a agência passar a ter acesso aos dados internos que podem ser considerados confidenciais. Para a agência isso significa risco de um processo judicial.

O próprio Google faz menção a esta confidencialidade destes dados no item 5 -“Confidencialidade”:

… Nenhuma das partes usará ou divulgará Informações Confidenciais da outra parte sem o consentimento prévio e por escrito da outra parte, exceto para o fim de cumprir as obrigações deste Contrato ou se assim exigido por lei, regulamento ou ordem judicial.

Todas as observações colocadas pelo Google em seu Termo de Serviço referem-se ao relacionamento entre o Google e a empresa, ou seus representantes. O mesmo deve ser observado entre a empresa e seus fornecedores de serviço digital.

O que fazer nestes casos?

O correto a fazer, antes de qualquer reunião de planejamento e antes de acessar os dados do cliente, é criar um documento de confidencialidade, que pode ser parte integrante do contrato de trabalho, para que todos fiquem informados do acesso às informações e do que será feito com elas.

Não custa nada incluir mais este item em seu próximo contrato e deixar claro ao seu cliente do que será implementando no site dele, evitando dores de cabeça no futuro. [Webinsider]

.

Ruy Carneiro (ruy.carneiro@waconsulting.com.br) é sócio da WA Consulting, consultoria em web analytics e análise de métricas, e diretor do comitê de Web Analytics da IAB Brasil.

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5 respostas

  1. Jean,
    O Alexa, o Net//Ratings, o comScore, e outros serviços de medição por painéis, tem como foco a comparação de sites, mas dois pontos precisamos levantar:
    1. Eles não conseguem pegar todos os tamanhos de sites, já que o corte estatístico das amostras não permitem, o mesmo ocorrendo para os canais, subdomínios e páginas de grandes sites.
    2. Mesmo que o seu site seja mostrado por um serviço destes, visão do usuário, não é por isso que devamos descuidar dos nossos dados, visão da empresa, que são em sua maioria sigilosos.

    O que temos com os dados do Google Analytics é a estratégia da empresa da forma mais escancarada possível e isso é muito sensível a muitas empresas.

    Abraço.

  2. Essa análise é muiuto importante aos clientes mais desavisados pois, infelizmente hoje temos muitos aventureiros em SEO & cia aplicando scripts, códigos etc, que, podem afetar negativamente a cliente que não queiram espalhar tanto assim suas informações ou mesmo colocá-las indevidamente.
    Parabéns as colocações Ruy 😉

  3. Oi Daniel,
    obrigado pela contribuição.
    Na realidade não é importante avisar o cliente, é essencial. Os dados que são gerados pelo GA pertencem ao cliente dono do web site e só ele pode liberar quem deve ou não ter acesso a estes dados.

    Abraço.

  4. Com certeza é importante avisar o cliente que o site está mais amigável ao Google, que uma séria de informações relavantes estão disponíveis para que o departamento de marketing do cliente possa utilizá-las e que a agência ou profissional freelancer tem acesso a elas Ruy!
    Gostaria de salientar também que este processo pode atrapalhar algumas empresas as quais não tem a intenção de divulgar abertamente informações na rede e não incluíram estas em sessões protegidas. A agência inclui a tag do Analytics, envia um mapa do site completíssimo afim de aumentar as visualizações do cliente (claro que pensando nos links de volta para o seu próprio site) e acaba deixando mais acessíveis informações para a concorrência e o mercado!
    É de extrema importância que essas decisões sejam repassadas para a empresa!
    Espero ter contribuído!
    Abraços!

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