É o desesperedorismo, não o empreendedorismo

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O futuro não acontece simplesmente. Ele é construído. Ele é aberto e não fechado. É divergente e não convergente.

Eunice Soriano de Alencar, da minha coleção de frases.

Dizem que o Brasil tem o espírito empreendedor. Já acreditei nisso, não mais.

Acho que inventamos  o desesperedorismo ? um tipo de atividade que os humanos fazem ? de forma desesperada ? para conseguir sobreviver, contra tudo e contra todos.

O tema me vem de pronto, pois encontro uma amiga no Museu da República que me fala de uma ideia maravilhosa na web. Eu, que já tive mil sonhos e ideias, suspiro.

Já rodei meu plano de negócios (vários deles) em investidores e sei hoje que o Brasil decididamente não quer (ainda) novos negócios.

Algumas iniciativas isoladas, mas nada como política estratégica. O ambiente nos empurra para os grandes monopólios e para o poder do Estado.

A juventude hoje quer um emprego público. Quem fatura são as empresas de concurso, novos monopólios de ensino.

Um ambiente empreendedor exige:

  • Dinheiro barato;
  • Investidores criativos;
  • Incentivo do Estado;
  • Incentivo à inovação;
  • Educação criativa e não tolhedora.

Olhem para os lados e notem se há algo assim no horizonte.

Vejam o quadro:

  • Temos os juros mais caros do mundo;
  • Investidores que exigem retorno semana que vem;
  • Um Estado que quer ser o pai e não um parceiro, que quer dar esmola e não ensinar a pescar, que só cresce e não fortalece o social empreendedor;
  • Por fim, quem inova é considerado maluco;
  • E os poucos que vão e ficam na escola, são doutrinados para serem tapados.

Outra tese: quem passa em concursos públicos é o pessoal da inteligência acumulativa, de dados; não aqueles que têm a inteligência da ruptura, geradores de novos cenários.

Isso é grave!

O Brasil inova mais uma vez: criou o desesperedorismo!  Concordas? [Webinsider]

……………………………………………………………..

PS.: sugiro a leitura do livro ?Startup?, de Jessica Livingston, que tem como pano de fundo o ambiente propício à inovação americana. Não é para copiar, mas para pensar.

.

Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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30 respostas

  1. O problema do brasil tem dois nomes:

    Educação – inexiste, o que torna o povo, preguiçoso e espertalhão ao mesmo tempo, o famoso jeitinho brasileiro inventado pra dar chapéu até na mãe.

    Corrupção – deriva do problema educação citado acima, mas pessoas que conseguem uma teta dessas pra mamar abandonam a ética e viram parasitas no poder.

    Desses problemas deriva toda a desgraça do Brasil.

  2. Não concordo com o artigo. Fui executivo de multinacional por 4 anos quando resolvi empreender abrindo minha empresa ( http://www.vendedoor.com.br ) e não me arrependo. O Brasil é difícil? Sim. Isso atrapalha? Sim. Isso inviabiliza? Com certeza não.

    Com raça e muita vontade é possível vencer sim, mesmo se o macroambiente não ajude.

    Giuliano

  3. Caro Nepô,

    o fato de vc não ter conseguido capital para seu projeto, não quer dizer que ter um emprego público seja legítimo.

    Como se ter emprego público fosse um pecado. Rapaz, vc precisa se atualizar, lançar mais livros, ou até passar num concurso.

  4. Estou de acordo, a meu ver e segundo os fatos que observo, o texto fala a verdade.

    Creio que para uma mudança efetiva, uma revolução cultural completa teria de acontecer, todavia parece impossível.

  5. Acredito que o problema é uma questão de filosofia e comportamento, o empreendedor brasileiro é muito desesperado, não planeja, se deixa levar pelos clientes, tem medo de se arriscar. Varar as madrugadas não é empreender, é correr atras do tempo perdido.

    O que falta é realmente ter vontade de mudar, ser firme e seguir seus ideais, planejar, se arriscar, parar e raciocinar …

  6. Pessoal, fazendo um resumo dos últimos comentários, posso dizer que:

    1- não é esperar o Governo, mas não deixar de sugerir o tempo todo que empreendedorismo deveria sim ser uma política pública.

    2- o que me incomoda é que vejo o PT (estatista) e o PSDB (monopolista), nenhum dos dois aponta um caminho da descentralização do capital, através de micro e pequenos empresários.

    É esse o meu desesperismo 😉

    abraços,

    gratos pelos comentários,

    ps – como já dissera, o empreendedor brasileiro antes de tudo é um forte (e acredita em milagres.)

    Tb sou micro empresário.

    Nepô.

  7. ADOREI o termo desesperedorismo. Concordo PLENAMENTE que essa história de que o basileiro é empreendedor é pura balela (mais uma), inventada para dar um ar romântico ao desespero que o povão vive, sem apoio do poder público, sem educação, sem… NADA além da vontade de ser honesto, coisa em falta em brasília.

    Uma única coisa que faltou mencionar foi a ABSURDA carga tributária de 35,8% do PIB (tá na capa dO Globo impresso de hoje) de impostos!

    Ou seja, além de não ajudar o GOVERNO ATRAPALHA a população!

    E dá lhe concursos públicos!

    OBS.: Eu sou empresário.

  8. Olá,

    Acho que o artigo tem um fundo de razão, porém ao mesmo tempo, tem que existir a vontade pois vejo quase que diariamente muitas pessoas empreendendo e crescendo.

    Ou seja, não basta querer que o país facilite, isso claro ajudaria, pena que não vai acontecer por pelo menos mais uns 10 anos (no minimo), mas têm que haver vontade das pessoas, querer empreender sem ter trabalho não vai funcionar, tem que perder noite de sono, se dedicar mesmo, o resultado demora de três a cinco anos para aparecer, não adianta esperar da noite pro dia.

    A cultura do Brasil é o comodismo, infelizmente, mas quem se dedica e vai atrás geralmente eu vejo progredir…

    Abraços

  9. O Brasil é um país arcaico e está pelo menos 20 anos atrasado em relação aos mais desenvolvidos.
    Esperar que o governo incentive empresários inovadores, é ignorar a história e cultura desse país. Resumindo: é querer demais. Infelizmente.

  10. Nao gostei do texto mas sim dos comentarios . Acho q tem muita gente reclamando do emprego e nao fazendo nada p mudar isso. Ganhar todo mundo quer, trabalhar sao poucos

  11. Vocês devem lembrar que um dos desafios primários do empreendedor é superar desafios. Esqueçam essa ladainha de que o Brasil tem juros altos, o governo não ajuda e blá blá blá. Esse é o ambiente que o empreendedor tem de enfrentar. Aliás ele já entra no campo de batalha sabendo da dificuldade. Então, se acha difícil vá estudar pro seu concurso ou tirar sua certificação de arquiteto sênior plus plus. Além disso existem formas de empreender com pouco ou nenhum dinheiro. É só dar uma pesquisada no google por bootstrapping+startup.

  12. 100% apoiado, e como exemplo, vejam a empresa na qual vcs trabalham, pelo menos em todas que passei, reina as regras do desesperedorismo.

    Agora começo a entender pq é tão difício quebrar os paradigmas e criar algo realmente novo.

  13. Concordo 100% com o artigo. O Brasil DEFINITIVAMENTE NÃO É UM PAÍS PARA EMPREENDEDORES. O Ambiente de negócios aqui é EXTREMAMENTE COMPLICADO. A malha BURROCRÁTICA emprerra qualquer iniciativa empreendedorística. O candidato a empresário não tem crédito, não tem incentivo, não encontra pessoal qualificado, o ensino é falho, os impostos sufocam o negócio desde o primeiro dia da abertura não restando outra alternativa para o empreendedor que não seja a sonegação. Já tentei ser um empreendedor e criar um produto inovador neste país e quebrei a cara. Hoje moro no exterior e somente vendo meus produtos no Brasil, um país eterno exportador de commodities e importator de produtos manufaturados. Você jovem que tiver a oportunidade de sair do país e empreender com capital barato nos EUA ou Europa que vá! Não fique perdendo seu tempo e sua vida aqui só porque tem praia, mulatas, carnaval e futebol.

  14. Carlos,

    Queria conhecer alguns projetos web com ideia original, ou ao menos com forte inovação sobre uma ideia importada. Talvez o migre.me se encaixe nessa última.

    Fica aqui o link para o artigo sobre inovação no Brasil que tuitei pra você: http://bit.ly/tvyOQ

    Abs,

  15. É o seu primeiro texto que eu leio Carlos, porém, excelentes colocações. Concordo tanto com você como também com o pessoal que fez as suas colocações. Acho que também falta honestidade, da parte de todo mundo, mas principalmente dos nossos governantes, afinal de contas eles são o espelho do país, não dá pra valorizar o produto nacional tendo como governo pessoas como estas que estão.

    Acho que também é um caminho.
    Abraço!

  16. Michel,

    temo dizer que já tivemos Googles e Microsofts que surgiram no Brasil e foram trituradas no seu sonho.

    O Brasil é um país triturador de sonhos.

    Sim, concordo com o Marcos que algumas coisas melhoraram, mas o que sinto falta é uma política global.

    Empreender não faz parte do projeto nem do PT nem do PSDB e isso é que é mais triste.

    Não importa quem ganhar, de ambos os lados fica a questão do tamanho do estado, mas nenhum dos dois aposta nessa criatividade do brasileiro, perdida nesse país cerol.

    Vamos indo, grato a todos os comentários,

    Nepô.

  17. Bom, pelo o que conheço da nossa política, este é um termo muito bom para definir quem decide trabalhar por conta.

    Mas não sei porque não posso ser considerado rico se pago mais de 40% de impostos em qualquer produto que eu compro, e o mesmo trabalho que na Europa poderia cobrar 10mil euros, aqui no Brasil mal e mal consigo mil…

    Isso é muito triste. Aqui ainda se valoriza muito os trabalhos braçais e não os trabalhos intelectuais, ou seja, quem inova, tem idéias realmente é taxado como maluco.

    O que seria da Google se tivesse nascido no Brasil?
    E a Microsoft?

    Temos muitas boas empresas, mas nossos empresários de sucesso não investem o que poderiam investir em novos talentos.

    Triste realidade.

  18. Sinceramente acho que quem desesperou foi o autor do artigo.

    Juros mais altos do mundo não é novidade, portanto empreste em vez de pegar emprestado.
    O investidor exige o retorno conforme o contrato.
    O governo Lula é sem comentários.

    No Brasil muitos querem a segurança de um emprego público, os empreendedores são outra categoria, que em vez de se lamentar pelas dificuldades fazem dela uma oportunidade para inovar e vencer.

    E no final quem é maluco ao inovar são os que não acreditaram que ela pudesse existir.

  19. Eu adicionaria mais uma característica que vai contra o empreendedorismo no Brasil: povo colonizado.

    Já trabalhei em duas empresas que tinham produtos (da área de TI) vendidos no Brasil e fora daqui.

    Tínhamos ótimas avaliações desses produtos em jornais e revistas internacionais e aqui no Brasil sempre fomos muito mal avaliados.

    O maior mercado desses produtos estava fora do Brasil porque não é possível que algum brasileiro possa fazer algo bom.

    Tem até o caso de uma empresa chamada Cyclades, criada por brasileiros, que montou um escritório nos EUA e se passava por uma empresa gringa só para vender bem aqui no Brasil.

  20. Carlos,

    Concordo contigo que o cenário CONTINUA triste, mas se olharmos pra 10, 20 anos atrás, vemos que há uma evolução clara, apesar de lenta: os juros nunca foram tão baixos (mesmo que ainda altos) e a cultura do pra ontem leva tempo mesmo pra mudar, é coisa de geração, mas já foi pra anteontem!

    O desesperadorismo é um termo bem cunhado para o perfil do empreendedor nacional, que na maior parte das vezes inicia um negócio próprio por falta de opção: emprego ou salário baixo. A pujança empreendedora nacional é desmascarada quando se verifica que sua origem é, em grande parte, forjada na informalidade desse desespero.

    Agora, de fato, tá pra nascer a criatividade brazuca na web, tão pródiga na cópia quanto os outros países periféricos. Hoje em dia, quem tem ideia e vontade não precisa levantar venture capital pra subir um alpha site e testar seu modelo no mercado.

  21. A Coréia (do Sul, claro) exporta software, games e produtos com muita inteligência agregada pois há 30 anos criou um tripé entre as Universidades, Empresas e Governo, desta forma as Empresas recebem inovação das Universidades e apoio do Governo, e retornam apoio aos projetos das Universidades e o crescimento econômico resultante é benéfico para o Governo, este ciclo virtuoso faz um país crescer pelo reforço da economia doméstica e exportação de bens do conhecimento, o Brasil cobra impostos altos na economia doméstica para sustentar sua máquina administrativa e exporta riquezas naturais insubstituíveis empobrecendo a nação.

  22. Concordo em grau – gênero e número. Os juros dos bancos brasileiros mutilam o pequeno empreendedor. O governo além de não ajudar, atrapalha e muito. O desespededorismo é uma realidade. Se os bancos pudessem se comunicar de forma menos hipócrita, certamente diriam: Os mais fortes que sobrevivam e o resto que morra. O que importa são os lucros.

  23. Realmente num país como o Brasil é difícil ter tempo para criar novos projetos (startups) com intuito de ganhar muito dinheiro, ainda mais na internet, pois as políticas complicam, e todos os fatores que você citou acima.

    Até hoje não vi um projeto de internet que saiu do Brasil e tomou proporções mundiais, só vejo tudo sair dos EUA, principalmente Vale do Silício. Me corrijam se eu estiver errado.

    Não temos muitos empreendedores com visão de mercado global, todos fixam-se em barreiras imagináveis e fazem com que os seus negócios sejam pequenos, sem nenhuma noção do que deve fazer no mundo real, quem dirá no virtual.

    No Brasil, os negócios digitais ainda andam na velocidade de tartaruga, um fator que contribuiria para que pequenos empreendedores digitais brasileiros com visão global possam se dar bem, caso se mexam antes dos gringos.

  24. Quando li gostei do assunto, mas não tenho dados e conhecimento suficiente sobre essas coisas para fazer uma crítica, mas de qualquer forma quando vejo pessoas dando sua energia para assuntos como esse sinto um ar de esperança, pois no dia que o governo virar 2.0, da mesma forma que a web, colocar assuntos como esse em foco fará toda a diferença.

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