Entrevista: Pierre Lévy e a linguagem IEML

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Tenho trocado com Pierre Lévy alguns tweets. E ele comentou que viria ao Brasil em agosto.

Perguntei se ele não me daria uma entrevista por e-mail, pois tinha curiosidade sobre seu trabalho atual. Generosamente, ele me enviou seu e-mail e a entrevista foi feita. O resultado está aí.

An English version can be seen here.

Nepô ? No passado você publicou vários livros e alcançou um importante papel em todo o mundo como filósofo voltado para a compreensão da área de tecnologia. Gostaria de saber se está trabalhando em um novo livro? E se sim, qual o tema?

Lévy ? Nos últimos sete anos, tenho trabalhado em tempo integral na concepção de uma linguagem artificial chamada IEML que tem a capacidade expressiva de uma linguagem natural e a vantagem computacional de ser também uma linguagem de programação. Meu primeiro objetivo é resolver o problema da interoperabilidade semântica, através da IEML, como linguagem de importância central para tagueamento semântico.

Meu segundo objetivo é resolver o problema da autorreferência da inteligência coletiva online, já que se tornou possível rastrear o conteúdo semântico do fluxo de informação no ciberespaço quando o metadado semântico está no IEML. O projeto de pesquisa IEML é complementar ao da ?Semântica Web?, mas vai muito além, com objetivos bem mais ambiciosos. Haverá um livro em um ou dois anos, mas a linguagem em si mesma é mais importante do que o livro para explicá-la.

? Por que você não mantém um blog ativo?

? Porque, como filósofo, não estou interessado em investir meu tempo e esforço em textos efêmeros. Eu gosto de ler blogs (ou ler jornais), mas eu não gosto de escrever em um blog (ou mesmo em jornais diários). Eu estou mais interessado em profundas e longas meditações que explorem os assuntos desconhecidos sobre os quais ninguém está falando e que poucos entendem ou estão interessados. O resultado desse tipo de meditação pode ser um livro (claro que o livro poder estar no formato digital) ou em outro suporte (como IEML).

? Em um de seus livros, você escreveu, sob o ponto de vista histórico, de três ecologias cognitivas: a oral, a escrita e a digital. Que tipo de mudanças você acredita que determina estas rupturas de uma para outra ? Você acredita que existe algum lei nestas rupturas? E se você pudesse prever, qual seria a próxima ecologia? E quando?

– A base técnica da ecologia da mídia da cultura digital já está aí. Nós estamos assistindo ao início de uma nova era. Mas nós ainda não criamos os novos conceitos, instituições e, acima de tudo, um novo ?sistema simbólico? que irá suportar a ecologia cognitiva digital. A concepção do IEML é uma tentativa de preencher essa lacuna. A ruptura entre as ecologias cognitivas é marcada por uma mudança na forma de pensar, no funcionamento da cognição coletiva. Isso irá acontecer muito em breve, talvez em apenas uma geração.

? Você vem ao Brasil em agosto, quais são as atividades previstas?

? Em Porto Alegre, como palestrante

Minha tradução do inglês foi revista por Jones de Freitas. (a entrevista foi feita em inglês e a versão em português é uma tradução.) [Webinsider]

Veja o Twitter do Pierre Lévy.
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Carlos Nepomuceno: Entender para agir, capacitar para inovar! Pesquisa, conteúdo, capacitação, futuro, inovação, estratégia.

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4 respostas

  1. Pingback: Livros, artigos e entrevistas na Ciberbiblioteca de Pierre Levy – TecnoArteNews
  2. Lendo um artigo publicado no site da info,
    Marcelo Branco diz o seguinte:
    Os fluxos de informações não são mais uni ou bidirecionais. São relacionamentos multidirecionais e horizontais, muitos conversando com muitos, sem uma organização para conduzir ou coordenar. O futuro está nas redes de confiança, segundo Branco, que também é diretor da Associação Software Livre.

    Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/internet/marcelo-branco-fala-sobre-poder-na-web;-ouca-06082009-34.shl

  3. Pierre Lévy sempre surpreendendo e revolucionando o meio digital. Creio que não somente eu, mas todos aqueles que trabalham com internet não vêem a hora em que teremos a nossa disposição a web semântica e creio que com o auxílio da IEML esse caminho será bem menos tortuoso.

    Parabéns pela entrevista Nepomuceno, apesar de bem instrutiva deixou um gostinho de quero mais.

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