Comércio social é tendência no e-commerce

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Outro dia li um artigo que falava sobre os ?coolhunters? ? em bom português, caçadores de tendências. Parece uma profissão futurista ou algo saído de filmes hollywoodianos (ou bollywoodianos, para ser ainda mais ?cool?).

Os coolhunters, porém, são profissionais que detectam aquilo que, parafraseando Klee, um olho vê, o outro sente.

Tais tendências se delineiam sutilmente nos tecidos de nossas vidas e, sem que percebamos de forma concreta como tudo aquilo começou, tomam forma e se definem como um hábito. Os coolhunters buscam exatamente tais pequenas oscilações sociais que iniciam uma tendência macro.

Mark Penn, no seu livro ?Microtendências?, apresentou-nos algumas das tendências mundiais que hoje se definem e influenciam mercados e instituições.

Criar as estratégias de sucesso significa detectar tendências

Enxergamos no nosso dia a dia (com os dois olhos) o crescimento sem precedentes da internet e algumas tendências advindas desta. Vou apresentar-lhes uma delas que está surgindo em várias partes do mundo de forma isolada, mas que promete promover uma mudança completa na forma como compramos na internet ? o comércio social.

O brasileiro sempre foi um povo gregário e que adora inovações. Com a chegada da web, tais características só se potencializaram, fazendo com que muitos aderissem em larga escala e de imediato, principalmente no tocante às redes sociais. É fácil perceber isso por meio do Orkut, que é completamente dominado por brasileiros.

Nosso povo passa mais tempo no Orkut do que no e-mail; é o site mais acessado do país. Uma vez que somos assim, de que forma as empresas podem se aproveitar disso para aumentar seus lucros e receita?

A resposta está em utilizar os conceitos das redes sociais para promover lojas de comércio eletrônico. O comércio social se mostra muito lucrativo para empresas e tem boa receptividade perante o consumidor.

O publicitário Nizan Guanaes disse certa vez que haveria cada vez mais conteúdo na propaganda e cada vez mais propaganda no conteúdo. Os limites entre conteúdo e propaganda estarão cada dia mais tênues. Lembra-se do genial Free Jazz Festival? Um dos melhores exemplos que me lembro para exemplificar tal citação.

Redes sociais são naturalmente desenvolvidas a partir de conteúdo gerado pelo próprio usuário. O que é o Orkut sem a presença dos usuários criando seus perfis, colocando fotos e vídeos? É como uma cidade fantasma, apenas um programa de computador sem nenhum atrativo.

Até hoje a grande maioria das lojas virtuais são somente uma vitrine de produtos com um carrinho de compras, porém, imagine se junto a uma loja virtual, você pudesse criar comunidades de marca comentando sobre determinada marca ou produto.

Ou se você pudesse vender seus livros usados e utilizar seus créditos para comprar novos ou ainda discutir em um fórum sobre a qualidade ou as diversas formas de utilização de um produto que os membros do fórum compraram.

Para os que acham que isso não pode ser possível no mundo em que vivemos atualmente, a Amazon já faz isso há alguns anos. Eles praticam comércio social e por isso são os maiores varejistas virtuais do mundo. Você pode estar se perguntando como fazer comércio social em uma loja de comércio eletrônico. Parece intangível demais.

Primeiramente, é preciso gerar tráfego para uma loja de e-commerce. Não existe rede social sem pessoas para torná-la coesa. Atualmente, a melhor ferramenta pra gerar tráfego é o Google. Ter o seu site bem posicionado nas principais palavras-chave do seu negócio (as mais buscadas pelo mercado) é fundamental para gerar tráfego para sua loja.

A geração de tráfego, contudo, não é o suficiente. O comércio social se consolida, de fato, quando se planeja a loja virtual baseando-se no conceito de rede social e, para isso, é preciso criar o que denomino ?colas sociais? ? conteúdo relevante que faz com que os usuários tenham motivo para orbitarem em torno da marca ou do site.

Uma ?cola social? é uma maneira de promover interação entre usuários, jogos disputados em grupos de consumidores, promoções, fóruns e outras ferramentas disponíveis com a tecnologia que temos hoje.

Uma vez que sua loja tem tráfego e ?colas sociais?, é preciso se relacionar com seu público, criar diálogos entre ?empresa-consumidor? e estimular o diálogo ?consumidor-consumidor?. Correndo o risco de criar um neologismo, eu chamaria isso de criar um ?multiálogo?. A internet é uma grande conversa e deve ser tratada como tal.

Um site que gosto muito e cito como case em palestras e livros é o ?Camiseteria?, um excelente exemplo de comércio social. Vale a pena conferir.

O comércio social é hoje uma tendência que se delineia sutilmente e as lojas virtuais que a seguirem certamente terão muito sucesso em sua empreitada online como uma maneira de diferenciação. Sair do comum e inovar é a fórmula para ter sucesso no atual e caótico mercado. Assim como os coolhunters caçam tendências mundo afora, sua loja pode criá-las. Inove. [Webinsider]

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Conrado Adolpho (conrado@publiweb.com.br) é diretor de criação da Publiweb.

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5 respostas

  1. Grande Conrado!
    Imagino que essa nova tendência tem grandes possibilidades de sucesso no Brasil, ainda mais no cenário atual, com a ascensão de classes e o crescimento do e-commerce em um país onde a população não apenas ama novidades, mas também tem grande necessidade de interagir, comunicar e de se diferenciar!
    As marcas de sucesso sabem explorar muito bem as necessidades humanas de agregar valor ao eu através das marcas que consome, comunicando seu estilo pessoal – vide o culto à Apple, as tribos de cervejeiros e os torcedores fanáticos de futebol…
    Afinal, tomar uma coca ou uma pepsi não é apenas questão de sabor…

  2. A contrário do que disse o Wagner em seu comentário, acho que as empresas não podem temer comentários negativos.

    Se alguém fala mal de uma marca, ela perde, vamos supor, 2 pontos de credibilidade para aquele que leu a crítica. Mas, se este leitor vê um que um funcionário da empresa resolve o problema e é solícito, a mesma não só compensa a falta, como também ganha uns pontos de credibilidade.

    Istó dá uma certeza para que vê a situação:Se um dia eu tiver algum problema com este produto ou serviço, sei que eles irão me ajudar.

    Exelente raciocínio, Conrado. Muito enriquece as discussões. E, mais que isso, fomenta outras tantas idéias.

  3. A loja do iTunes trabalha com o conceito de comércio social também, e utiliza essa interação entre os usuários x loja e usuários x usuários.

    Criando listas, os usuários se aproximam, trocam ideia e automaticamente indexam as músicas para os demais usuários.

    Lembrem-se que hoje não se compra mais 1 cd completo de músicas e sim as músicas isoladamente. Indexar todas elas seria muito trabalhoso para a Apple.

  4. Estamos trabalhando muito essa filosofia nos clientes da Ciashop, já percebemos que o ecommerce social é uma porta gigantesca, porém é preciso ter muita cautela. Como você colocou no artigo, a primeira coisa a ser feita é trabalhar o tráfego da loja, além disso é necessário ter certeza de que seus clientes estão satisfeitos com os serviços prestados pelo seu ecommerce, senão o todo o trabalho pode virar como um vilão contra você. O grande problema é que muitas lojas acham que ecommerce social é simplesmente se cadastrar em algumas redes (orkut, twitter…), colocar um banner apontando para estes locais e esquecer de trabalhar o marketing social nas redes. Mas isso tem sido amadurecido dia a dia e a Ciashop já tem alguns cases de sucesso com ecommerce social e trabalhando muito para alcançar muitos outros.

  5. Bem bacana o artigo sim, mas este tipo de e-commerce pode ser tmb um pouco perigoso para algumas marcas que ainda não tiverem toda as fases de sua cadeia rodando perfeitamente. Pois apenas 1 cliente falando mal, vai gerar um buzz bem ruim e imagine as vendas como vão ser.

    Acho difícil empresas grandes entrarem neste jogo.

    Abs.

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