O papel do design instrucional no ensino a distância

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A TV e o rádio viraram HD, a internet se propagou, o mundo globalizou e o ensino evoluiu para o ambiente virtual.

O meio corporativo investe no ensino a distância, visando ensinar seus funcionários, fornecedores e até mesmo clientes através da web de forma rápida e interativa. O EAD se espalhou pelo mundo e vai ganhando força no mercado.

Nesta modalidade a aprendizagem se dá de forma virtual e também presencial (alguns EADs disponibilizam seus cursos acadêmicos na rede ou em seus portais e depois fazem avaliações presenciais). Para isso é estabelecido um conceito e são elaborados processos para que os objetivos se concretizem.

A educação a distância depende da integração e comunicação de todos os envolvidos e o ponto principal é a aprendizagem colaborativa pelo computador a qualquer hora e qualquer instante. E aqui o design instrucional tem um papel fundamental.

Design instrucional organiza

O design instrucional tem a responsabilidade de criar ciclos de atividades e o plano geral do curso. Decide também pela melhor técnica a ser praticada e as ferramentas para o controle das avaliações. O designer instrucional (o profisssional encarregado por esta tarefa) não está ligado somente ao EAD e pode trabalhar também com treinamentos presenciais, blended learning e cursos acadêmicos.

Para desenvolver um bom curso, o designer instrucional fica atento a alguns tópicos:

  • clareza nos objetivos pedagógicos;
  • material deve ser interativo e objetivo;
  • deve consumir o menor tempo possível;
  • ser agradável para os aprendizes e
  • ter eficiência no custo-benefício.

Feito isso iremos traçar um esboço da metodologia a ser aplicada:

Análise: é a base do nosso curso. Nesta etapa analisamos todo o material enviado pelo cliente e com isso separamos o que julgamos ser necessário, os objetivos do curso, a leitura que abordaremos (mais coloquial ou diária) e o número de telas;

Projeto: este é o momento em que definimos como alcançar os objetivos determinados durante a análise e expandir a fundamentação instrucional. É parte desta etapa: descrever um relatório pedagógico para aprovação do cliente, escrever os objetivos e itens para a avaliação.

Desenvolvimento: nesta etapa conduziremos o curso com o designer. Temos um roteiro passo a passo sobre como deverá ser desenvolvido o projeto e devemos gerar os materiais das lições. Nesta fase serão desenvolvidas a instrução, as mídias usadas e a documentação. Aqui podemos escolher a forma de disponibilizar isso, através de mídias CD-Rom, hardware e/ou softwares LMS.

Implementação: o curso já produzido e revisado chega à fase de entrega e disponibilização. Deve-se fornecer para os alunos a compreensão do material, suporte e garantia do conhecimento para a avaliação.

Avaliação: é a fase que mede a eficiência da instrução de nosso curso. Normalmente os cursos possuem duas avaliações:

1. O pré-teste – pré-requisito para o aluno iniciar o curso, o pré-teste avalia os conhecimentos antes do tema abordado.

2. O pós-teste – após todo o conteúdo do curso, as mesmas questões são abordadas para obter uma nota ao longo do processo. As avaliações podem ser somativa (ocorre após todo o curso para obter a eficiência da instrução pedagógica) ou formativa (ocorre durante as etapas dos módulos).

O trabalho do designer instrucional não pára por ai. Para a evolução de um ótimo aprendizado, com todos estes pré-requisitos acima, envolve também a escolha de um LMS (Learning Management System ou Sistema de Gerenciamento do Aprendizado).

Os softwares de LMS trabalham com quatro tipos de usuários: o administrador (a quem cabe a criação, organização, extração de cursos), o coordenador do curso (responsável pelo gerenciamento do curso), o formador (que ajuda o coordenador nas tarefas de gerenciamento) e os alunos, que possuem acesso às ferramentas disponíveis pelo instrutor.

O sistema de LMS deve personalizar perfis de administração (os tutores) para facilitar o acesso, mapear as competências dos stakeholders, disponibilizar fóruns para interatividade e computar todo o conteúdo.

O cliente pode desenvolver um LMS próprio ou usufruir de software livre. Atenção que alguns não comportam muitos usuários ou possuem limitações para interação como vídeos, PDFs, avaliações e outros requisitos.

Alguns tópicos devem ser abordados na escolha de um LMS:

  • Agenda do curso
  • Audioconferência
  • Avaliações
  • Bate-papo / fóruns
  • Caixa de mensagens
  • Relatórios
  • FAQ
  • Glossário
  • Grupos
  • Ajuda do sistema
  • Perfil de alunos
  • Quadro de Avisos
  • Enquetes para pesquisas de opinião
  • Arquivos para complementação do curso
  • Sistema de busca

A interação dos alunos com o professor e a troca de informações entre o grupo para discussão é essencial para que ocorra a aprendizagem. Os diversos ambientes promovem interações entre os participantes via textos e ação.

Ambientes de EAD pelo quais se pode realizar cursos através da internet:

  • TelEduc: é um software livre, desenvolvido pela Unicamp;
  • Moodle: software livre, possui duas categorias de recursos que podem ser disponibilizados no sistema: materiais e atividades.
  • Blackboard: possui uma maior flexibilidade pedagógica, permite o uso de várias funções, podendo ser utilizado tanto para aprendizado a distância quanto para apoio ao ensino presencial.
  • AulaNet: software desenvolvido pela PUC (Rio), baseada em três conceitos: cooperação (operação conjunta dos membros do grupo para a realização das tarefas propostas pela instrutor), coordenação e comunicação.

Independente do software utilizado é necessário que as considerações pedagógicas estejam presentes, com planejamento, implementação e avaliação, envolvendo assim uma integração do professor e alunos. [Webinsider]

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<strong>Tatiane Zalpa</strong> (taty_zalpa@yahoo.com.br) é designer e publicitária, especialista em soluções e-learning, multimídias e New-Learn. Mantém o site <strong><a href="http://www.tatyzalpa.com" rel="externo">Tatyzalpa.com</a></strong>.

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9 respostas

  1. Tati, seu texto está ótimo.
    Obviamente, para compreendê-lo bem, é necessário que o leitor tenha tido, de antemão, algum contato com e-learn.
    Muito bom.

    Continue escrevendo sempre, minha amiga. Estou gostando demais.

    Baccio per te!

  2. QUE BELEZA!!

    Parabéns pela matéria, objetiva, precisa, esclarecedora e abrangente.
    a Coincidência é que estavamos falando em Vc semana passada pra nos ajudar nisso…

    abracÃo e SUCESSO
    André Pio.

  3. Ótimo artigo geral. Só acho que a descrição do Moodle foi um tanto rasa: não existe nenhuma atividade relacionada em tópicos que devem ser abordados na escolha de um LMS que eu não consiga disponibilizar no Moodle como padrão, ou através de complementos gratuitos, disponibilizados no próprio moodle.org.

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