O gerente de projetos e o tomador de conta

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“Qual é a dificuldade de ser gerente de projeto? É só saber perguntar para quem vai executar a tarefa: ‘quando é que você acha que fica pronto?’ e anotar no Project. E depois ficar cobrando: ‘Tá pronto? E agora tá pronto? E agora tá pronto?’

E se for o caso, reportar para o superior: ‘Chefe, olha aqui, o fulano falou que tal tarefa vai estar pronta dia tal’.

Esse foi o comentário que Heinz, um leitor, deixou no meu blog (Projetizando a Vida) no post “Oba! Quero ser gerente de projetos!”.

Não consegui identificar se foi Irônico ou se foi sério.

Ser gerente de projetos é muito mais do que montar e cobrar cronograma. E mesmo essas atividades não são tão simples como parecem.

Montar um cronograma é muito mais do que “colocar atividades no post”. Começa antes, na identificação dessas atividades, baseado nos produtos a serem entregues, na estimativa de esforço e determinação das precedências entre elas.

E durante a “cobrança” é preciso detectar atrasos antes que eles ocorram e pensar em alternativas. Esse atraso impacta a data final do projeto? Como fazer para retirar esse atraso? Adianta colocar mais recursos para a tarefa X? E para a Tarefa Y?

Para responder essa e muitas outras perguntas (e por enquanto apenas falando em “cobrar cronograma”) existem dezenas de técnicas e métodos (caminho crítico, corrente crítica, fast track ou crushing), que são temas para artigos inteiros.

Gerenciar um projeto é muito mais do que “tomar conta” da equipe e do cronograma. É preciso planejar, acompanhar, comunicar, avaliar riscos, dimensionar esforço, definir estratégias, e, acima de tudo, fazer escolhas.

O que me deixou em dúvida se o Heinz foi irônico ou se acredita no que disse é que já vi muitos projetos sendo “gerenciados” dessa forma. Normalmente esse tipo de “gerenciamento” faz com que o projeto ande bem durante muito tempo, até que o cronograma do Project aponte que o projeto está 99% concluído e não sai mais daí…

É a “síndrome dos 99%” – os 99% são fáceis de atingir; mas esse 1% final, que é normalmente “fazer funcionar”, é que complica. Para esse 1% você precisa de um gerente; os outros 99% podem ser feitos por um tomador de conta…

Eu até imagino a cena, o cara chega, com uma flanelinha na mão e diz: “Tio, posso tomar conta do seu projeto? Deixa ai 10 real pra nóis…

Para aqueles que ainda não são gerentes de projeto e não querem se tornar apenas flanelinhas, existem vários caminhos a serem seguidos. Apontei três em um artigo anterior (Gerente de projetos precisa de curso ou diploma?), aqui mesmo no Webinsider.

Bons projetos a todos nesse ano de 2010. [Webinsider]

Acompanhe o Webinsider no Twitter.

Luiz Edmundo Machado (luizm@rocketmail.com) é gerente de projetos, palestrante, instrutor e consultor de tecnologia. Atualmente atua como gerente de negócios na Stefanini Training. Mantém o blog Projetizando a Vida e o Twitter @luizm.

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6 respostas

  1. Gerenciar projetos é gerenciar expectativas, e todos os envolvidos em projetos as tem: stakeholders, equipe e o próprio gestor. A velha máxima de que 80% um GP deve passar se comunicando (era 80% mesmo?) é conhecida por muitos, mas também uma das questões mais esquecidas.

    E desviando um pouco do assunto, não posso deixar de comentar que, especialmente na área de TI, muitas vezes promove um excelente técnico a gestor de projetos, perdendo-se um ótimo técnico e por vezes ganhando um fraco GP.

  2. Excelente artigo!

    Essa leitura deveria ser “obrigatória” para qualquer aspirante a GP e pra MUITOS GPs que acham que estão “tomando conta” muito bem de seus projetos!

    Muito bom!

    Abraço

  3. Legal o artigo, concordo que o gerente de projeto faz a diferença na decisão, na escolha.

    as vezes abrimos mão de algo pela saude do projeto, isso pode ser Prazo, Qualidade, Milestones etc.

    em algum momento você precisa decidir. Se a situação não for contornável é claro.

    abs.

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