Limites do poder, da liderança e da ética em TI

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Recentemente recebi e-mail de uma leitora perguntando que aspectos, na minha opinião, deveriam ser considerados numa monografia sobre Liderança de TI. De uma maneira quase automática – era dia 29 de dezembro – digitei “ética nas empresas e ética profissional”.

Chegado os primeiros dias de 2010, parei para pensar nas minhas motivações para dar aquela resposta.

A questão da liderança está intimamente associada ao poder. E não é do poder formal que estou falando. É do poder de influenciar, de seduzir, de ditar modas, abrir caminhos. O líder é aquele capaz de agregar pessoas em torno de um ideal e motivá-las para sua conquista.

Ele tem o poder de potencializar ações para atingir um determinado resultado; bom ou mal.  A liderança portanto não deve, como nenhum outro tipo de poder, estar dissociada da responsabilidade.

Já a ética é um assunto mais complexo.

Independente dos aprofundamentos e detalhamentos sobre as diferenças entre ética e moral e de suas particularidades, o fato é que a ética é um termo abstrato, ligado a definições filosóficas e julgamentos sobre o que é bom e o que não é.

São aspectos que podem nos levar a um certo descomprometimento, já que existem sempre visões diferenciadas sobre uma mesma realidade: toda moeda tem dois lados e por aí vai…

Mas existem pontos específicos ligados a ética que são difíceis de contestar. É questionável por exemplo, que um profissional deva considerar as posições de seus colegas de trabalho, ter transparência de ações, prestar contas sobre o resultado do seu trabalho? Creio que não. E foi essa abordagem “simplificada” e “básica” que me veio em mente quando respondi ao e-mail.

No caso da liderança profissional, seja ela de TI ou não, o posicionamento ético do indivíduo assume então um papel importantíssimo.

Sabemos que o capital mais precioso das empresas são os indivíduos. Outros tipos de recursos, como financeiros e tecnológicos, são sem dúvida fatores diferenciais na busca de resultados. Mas as pessoas  – os líderes mais fortemente – é que dão o direcionamento a esses recursos e em última instância para a própria empresa.

Diante do fenômeno da globalização, é praticamente impossível a sobrevivência das corporações sem o estabelecimento de parcerias ou minimamente da  troca de experiências e informações.

Neste contexto, altamente dependente da negociação, não se aplica mais a Lei de Gerson (“levar vantagem em tudo”); todos os envolvidos devem ser beneficiados. Trata-se, sem dúvida, de um grande desafio, mas que pode ser superado através de relacionamentos profissionais/empresariais adequados.

Não é por acaso que haja tantos estudos e teses sobre liderança nas empresas, nem que a governança corporativa, que tem sua sustentação em valores éticos, tem se destacado como condição “sine qua non” para o progresso e competitividade empresarial.

Ainda sobre TI,  já passou o tempo em que os profissionais da área, e os líderes principalmente, se dedicavam exclusivamente à escovação de bits.

Atualmente é consenso que a boa governança e a gestão da tecnologia são forças motrizes para qualquer empresa de porte, fazendo com que esses profissionais passem a atuar em esferas bem mais estratégicas.

Além disso, o uso de técnicas e tecnologias cada vez mais segmentadas e especializadas, e o porte das transações financeiras necessárias para o provisionamento de serviços, demandam deste profissional novas habilidades de relacionamento e preparo diferenciado.

Basta ler a primeira página de qualquer jornal para ver o quanto é necessário lutar pelo estabelecimento da ética.

Lutar por nada de muito complicado ou teórico além da busca na consciência de valores já conhecidos, que se revertem em ações positivas para indivíduos e sociedade. Se empresas e líderes se mobilizam por esta causa, temos chances reais de melhorar. [Webinsider]

Patricia de Aquino Mendes (paquino.mendes@gmail.com) trabalha na coordenação do Programa de Gestão de Serviços de TI na Dataprev, Rio de Janeiro. Certificada em ITIL Service Management, coordena o Grupo de Estudos ITIL-RJ.

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2 respostas

  1. Responsabilidade do Líder dar exemplo e cobrar postura ética nas realizações.
    Parabéns Patrícia, por levantar e sustentar esta discussão, SEMPRE viva e atual, infelizmente: uma vez que deveria ser um valor inconsciente e inato à pessoa.

  2. Muito bom. Geralmente quando o assunto é liderança em TI, logo o foco muda para governança e frameworks. Gostei do enfoque dado para a ética.

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