Gestão do conhecimento não é arquivo de museu

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O blog de John Hagel III e John Seely Brown, no artigo A better way to manage knowledge, desanuvia um pouco o cenário da gestão de conhecimento nas empresas.

Basicamente, eles falam sobre dois conceitos que mudam a concepção da disciplina em sua aplicação diária: colaboração aberta e olhar para o futuro.

Empresas ensimesmadas, focadas na catalogação e armazenamento de experiências passadas, vão estar sempre a reboque do que virá adiante.

Enquanto as linhas de frente se preocupam com entregas, a pretensa gestão do conhecimento nada mais faz do que indexar e agrupar conteúdos já pertencentes ao passado.

Logo, gerencia informações de maneira museológica, em um processo de arquivística que não favorece a adaptação às mutações de cenário, além de consumir tempo.

Neste sentido, os conceitos de colaboração aberta e de olhar para o futuro são fundamentais para que haja uma mudança radical no modo de pensar e utilizar conhecimento.

Ikujiro Nonaka defende que a criação de metáforas consiste na forma mais eficaz de gerenciar as subjetividades produzidas em qualquer organização.

Quando assume estar em rede, uma empresa passa a ser um relevante agente de fluxos e trocas de informações e significados dentro do ecossistema que ocupa.

Ao envolver-se horizontalmente com clientes, governo, academia e outros entes que afetam direta ou indiretamente o negócio, uma companhia enxerga uma larga abertura para criar valor a partir de sinergias junto a estes públicos.

Quanto mais estreita a relação com agentes fora dos limites físicos das operações, maior o potencial de geração de novos conhecimentos. Portanto, quando mais trocas acontecem em seu ecossistema, mais ágil torna-se a empresa.

A gestão do conhecimento sai do nível da indexação e taxonomia e ascende à dimensão do significado e da criação de narrativas que façam sentido para aqueles que se envolvem com a organização.

O olhar para o futuro, ou seja, o foco no desenvolvimento de novas soluções a partir das relações estabelecidas no dia-a-dia, desburocratiza a estruturação de modelos que integram apenas o campo da informação, mas não do conhecimento.

Ainda que uma empresa tenha fabulosos catálogos de experiências passadas e padrões de ação, não se pode armazenar inteligência criativa. Ela acontece de forma distribuída, por meio de diálogo, abertura e uma clara noção de causa a ser seguida.

Por isso, processos de sucessão, prospecção de novos negócios e uma série de outros movimentos acabam sendo prejudicados. Enquanto não se internaliza a alma do que se faz, torna-se impossível inovar e criar.

Muitas empresas apegam-se ao conhecimento “museológico” como garantia de saltos futuros. Isto é um erro. Embora seja importante não começar do zero sempre, as atenções devem voltar-se para o que vem adiante.

Sabe-se que ainda temos de percorrer um enorme caminho na direção deste ideal. Embora a teoria já dê conta das questões mais importantes, é necessária uma mudança de consciência – que normalmente é despertada por uma crise. Infelizmente. [Webinsider]

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Rodolfo Araújo (rodolfoaraujo@thymus.com.br) trabalha na área de conteúdo da Thymus Branding. Mestrando em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, integra o grupo de estudos Net Art, da mesma universidade.

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