O caminho para a criação de universidades abertas

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com Tarcízio Silva
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Uma universidade abrindo o conteúdo dos seus cursos para acesso público gratuito? Pode parece loucura para muitos, mas tudo indica que há um bom negócio aí.

Os professores seriam orientados a transformar suas disciplinas em redes dentro da rede da instituição – pode ser feito no Ning, por exemplo.

Cada uma dessas redes funcionaria como verdadeiros espaços coletivos de aprendizado. Neles, docentes e alunos iriam documentando seus estudos, postando slides, vídeos, textos e links. Além de discutir a matéria continuamente através de fóruns virtuais.

Os internautas poderiam acessar todo esse conteúdo livremente. O Google e outros mecanismos de busca apontariam para os endereços das redes de aprendizado toda vez que alguém pesquisasse por assuntos pertinentes.

E o que a universidade ganharia com isso?

Primeiro, burburinho. Uma iniciativa assim seria notícia na imprensa e poderia gerar muito boca-a-boca desde que fosse feito um bom trabalho de relações públicas e de marketing viral.

A instituição aumentaria a visibilidade e a consciência de sua marca a um custo relativamente baixo.

A sua imagem logo seria associada a significados muito valorizados hoje em dia pelo mercado: responsabilidade social, modernidade, alta tecnologia, colaboração, comunidade.

Com aulas bem preparadas, professores competentes na comunicação e hábeis no uso das ferramentas de edição e publicação na web, uma universidade assim poderia captar muitas matrículas, além de fidelizar os seus alunos.

A produção acadêmica – textual ou audiovisual – que estaria disponível de forma livre também seria mais referenciada por pesquisadores de outras universidades, gerando maior valor e reconhecimento da universidade aberta em instituições e organizações acadêmicas.

De fato, os estudantes teriam muito a ganhar, convertendo-se facilmente em embaixadores da marca.

Eles poderiam acompanhar o curso a distância, estudar continuamente via internet, aumentar sua rede de contatos profissionais, valorizar sua imagem profissional pela participação em uma iniciativa inovadora, ter uma presença profissional mais forte na web etc.

Para os professores, seria uma tremenda oportunidade de marketing, uma vez que, através das redes-portfolio, eles estariam divulgando o seu trabalho, oferecendo palestras e consultoria, enriquecendo sua agenda profissional.

Notem, o burburinho gerado pelo pioneirismo da universidade aberta poderia atrair muito tráfego para seus sites e bons negócios para todos os outros envolvidos também: a instituição de ensino, os estudantes e a sociedade conectada.
Utopias à parte, as tecnologias da informação e comunicação inseriram ou otimizaram diversos fatores que podem gerar equidade de poderes e colaboração entre organizações e pessoas.

Com um pouco de boa vontade e engajamento, projetos como o da universidade aberta podem gerar valores físicos e simbólicos para todos os atores envolvidos. Não há um perdedor, apenas muitos ganhadores.

Todas as pessoas tem algo a compartilhar e algo a ganhar com projetos colaborativos. Utilizando o termo estrangeiro, é um “win-win game”.

Um bom exemplo disso é a CampiDigital – Rede de Aprendizado em Comunicação Digital, um projeto das agências PaperCliQ e Quanta, que se destacam por reunir em sua equipe profissionais com intensa vivência acadêmica e grande idealismo social.

O que a CampiDigital pretende fazer é algo muito próximo da universidade aberta apresentada nos parágrafos anteriores.

A rede quer construir saberes sobre comunicação digital de modo coletivo, tanto online quanto presencialmente, por meio do compartilhamento, do debate e da distribuição dos conhecimentos de cada um dos seus membros.

No processo, seus facilitadores atuarão com o único objetivo de ajudar os indivíduos a serem valiosos agentes de inteligência coletiva ao invés de meros repositórios de informações datadas.

A experiência merece ser compartilhada. Trabalhemos para que ela nos ajude a desenvolver melhores práticas de aprendizado, que realizem plenamente todas as promessas de uma sociedade baseada no conhecimento livre. [Webinsider]

…………………………

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Héber Sales (hebersales@gmail.com) é profissional de webmarketing, marketing de busca e webanalytics. Atua na Agência Quanta e mantém o Blog da Quanta e o Twitter @hebersales.

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12 respostas

  1. Muito legal esse post. Eu pessoalmente acho que a educacão de qualidade deveria ser gratuita e acessíve a todos.

    Só com uma educacão pública de alto nível é que podemos nos transformar em um país melhor.

    Infelizmente o Brasil está entre os países com a pior educacão pública do mundo.

    Gostaria de indicar esse site: http://www.academicearth.org/ que contém palestras e cursos completos em diversas áreas, inclusive em Ciências da Computacão, lecionados por professores das melhores universidades dos EUA.

    Algumas universidades do mundo também fornecem cursos gratuitos através do itunesU. Inclusive um curso completo de desenvolvimento pra iphone da Stanford University.

    Seria muito bom se a gente tb pudesse ter acesso a alguns dos cursos da USP, UNICAMP, ou Uniblablas, afinal todos nós pagamos os impostos para manter essas instituicões funcionando.

  2. Verdade, Reinam, haveria um custo com esse envolvimento dos professores. Mas podemos pensar nele como um investimento conjunto da instituição e dos profissionais. No caso da instituição, poderia haver um remanejamento da verba de marketing.

    Abraços,
    Héber Sales

  3. Gosto desse ensaio de modelo de negócio. A ideia de tudo free na web assusta o desenvolvimento de novas propostas. Algumas universidades já apresentam ensino à distância com modelos tecnológicos bem elaborados, com vídeos, fóruns, artigos. Fazer uma experiência inicial com um sample desse conteúdo, já seria um passo para essa ideia de modelo aberto.

    A instituição de ensino seria responsável da mesma forma pela remuneração dos profissionais. A diferença seria no tempo disponível dos professores para interagir como mediadores nesses fóruns, com certeza com fluxo muito maior do que em turmas fechadas.

  4. Verdade, Talyta, o entendimento é um problema. Há também a questão do status quo. Há quem tema perder privilégios e poder; ter de sair de sua zona de conforto.

  5. Ainda falta muito para as universidades (principalmente as públicas) adotarem posições mais inovadoras na distribuição dos conteúdos produzidos por seus professores e alunos. As vezes, tenho a impressão de que tudo fica restrito a sala de aula não por uma questão de falta de tecnologia, mas sim de entendimento.

  6. Sem dúvida, Sérgio, “o buraco é mais embaixo”.

    Há imensas barreiras culturais e políticas à implementação de uma educação mais aberta. Também acreditamos que um ambiente participativo favorece a inteligência coletiva, proporcionando uma experiência superior de aprendizado.

    Nesse texto, porém, procuramos mostrar que, além disso, o sistema pode render bons negócios. Tentamos dessa forma tornar a ideia menos assustadora e mais atraente para investidores e empresários do setor educacional.

    Abraços,
    Héber

  7. Olá Heber e Tarcisio

    O texto me pareceu meio “oba oba” e “buzzword”. Pois parte do pressuposto implícito que o conhecimento e/ou educação é apenas mais uma mercadoria que pode ser encarada por um viés marketeiro.

    Não me entendam mal! Eu sou um entusiasta de REA/OER (Recursos Educacionais Abertos/Open Educational Resource), mas por outros argumento menos marketeiros.

    O Educadores e gestores da Educação deveriam pensar em recursos abertos não porque divulgarâo sua “expertise” para o mercado, mas porque a inteligência coletiva tende a produzir melhores materiais educacionais e otimizar a educação evitando o retrabalho.

    Ainda assim questões como financiamento da educação e remuneração adequada aos profissionais de educação precisam ser pensadas de modos sério para além dos buzzwords!

    Não se enganem… a questão não é tão trivial quanto possa parecer.

    abs

  8. Obrigado, Diogo e Simone.

    Leonardo, muito bem lembrado. As universidades públicas deveriam ser obrigadas a aderir plenamente à web 2.0, assim como as demais escolas públicas.

    Abraços,
    Héber Sales

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