A mídia social e o fim do press release

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Nos últimos 14 anos, o mundo da informação mudou mais rápido do que nas décadas anteriores. Desde então, o analógico vem dando lugar ao digital em todos os setores. E a comunicação passa por um processo de reestruturação, pois no momento em que o press release completou 100 anos (2006), o que era sólido desmanchou-se no ar.

O que aconteceu? A evolução da internet, conhecida como web 2.0, revolucionou as formas de comunicação das pessoas e das corporações.

Hoje vivenciamos fenômenos como o Twitter, o microblog que permite que um cidadão comum faça chegar uma informação em tempo real, a qualquer lugar do mundo, em segundos.

Recentemente ele foi usado para alardear a morte de Michael Jackson, que seria confirmada pela mídia tradicional somente horas mais tarde.

Uma pesquisa realizada em julho de 2009 pela agência de comunicação Burson-Marsteller comprova que uma notícia divulgada no Twitter demora cerca de uma hora para aparecer em uma publicação online e pelo menos duas horas para sair nas emissoras de rádio.

A mesma reportagem pode levar mais de duas horas e meia para ser divulgada na TV, e oito horas para sair na mídia impressa.

Apesar da rapidez espantosa com que se espalha uma mensagem através desses novos canais, o mais interessante do fenômeno das mídias sociais é que agora não são necessários intermediários: uma empresa ou pessoa pode comunicar-se diretamente com sua massa de seguidores.

E os consumidores ganharam voz ativa.

Diante desses fenômenos da comunicação, cabe aos assessores de imprensa e relações públicas estudar cases, olhar para o público-alvo de seus planos de comunicação e criar as estratégias mais adequadas, sem medo de ousar, e ter em mente que um novo mundo requer uma nova forma de pensar.

Social Media é mais do que simplesmente integrar um blog ou uma rede social ao plano de comunicação de um cliente. É a oportunidade de envolver diretamente os consumidores dos produtos da empresa-cliente que queiram comprar ou recomendar produtos e serviços à sua rede de contatos.

O Twitter, assim como os blogs, as redes sociais (Facebook, LinkedIn) e sites de compartilhamento de conteúdos (YouTube, Flickr) são os novos veículos de comunicação usados pelo consumidor 2.0 para comentar produtos, serviços, marcas e atitudes.

Engajar e inspirar esses indivíduos exige novas técnicas, metodologias e uma inegável compreensão dos usuários de blogs e redes sociais para entender porque eles se interessariam pelo produto que sua assessoria representa.

A relevância da mídia digital ficou evidente no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, que em 2009 premiou trabalhos de PR pela primeira vez.

Foi o engajamento espontâneo do cidadão americano que levou Barack Obama à presidência dos Estados Unidos, disse David Plouffe, gerente da campanha política premiada no evento, com os GPs de Titanium e Integrated.

Reconhecendo o DNA digital da campanha, Plouffe disse que o mérito da estratégia online foi facilitar o engajamento das pessoas que queriam mudanças. O mais notável é que a metade delas nunca havia participado de atividades políticas.

Cases como esse evidenciam que nesta nova era da comunicação, o mais importante é atender às necessidades do leitor. Cabe aos comunicadores montar suas próprias redes sociais de relacionamento e conhecer a fundo o gosto dos leitores/consumidores com quem eles querem falar, para que nossa notícia seja bem-vinda.

Parafraseando Brian Solis, autoridade em PR digital: na era digital, PR deixou de ser Press Release para transformar-se no que sempre deveria ter sido Public Relations.

Mas como encontrar essa tão falada audiência? Experimentando. Todos estão aprendendo, no dia-a-dia do trabalho, com a vantagem de saber que o ser humano é um ser sociável.

Como diz a monja Cohen, fazemos parte de uma grande rede social e somos responsáveis por nossos pensamentos, palavras e atos. Ao que ouso acrescentar: e pelas nossas omissões. Então, mãos à obra.  [Webinsider]

…………………………

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Fernanda Domingues (fernanda.domingues@fdcomunicacao.com.br), jornalista, é CEO da FD Comunicação.

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26 respostas

  1. Fim do press release? Então pq no site da sua empresa uma das colunas é exatamente essa? Releases?
    Algo está errado com o discurso…

  2. O artigo mistura duas coisas: o pretenso fim do press release e o poder das mídias sociais. Ora, press release é enviado para a grande imprensa. Nunca foi para o consumidor.
    Dizer que o press release morreu e que o Twitter irá substitui-lo é afirmar que nenhum empresa precisa escreve mais do que 140 caracteres para um documento sobre o lançamento de um produto!
    No mais, basta olhar para o Twitter: grande parte das coisas ou são o que as pessoas vão comer no Mc Donalds ou são, ou são, ou são… LINKS. Para matérias que tiveram de esperar sim para serem apuradas! Ou será que o novo tempo gosta de notícias apenas “rápidas” e não embasadas e mais próximas do que é completo????
    Press release está vivíssimo e o jornalismo também (do contrário, coitado do mundo, teria pouco a compartilhar).

  3. Olá Fernanda.
    Primeiramente parabéns pelo dia das mulheres, e parabéns por essa marivilhosa explicação sobre o que é o mundo digital atual.
    Fazia tempo que não lia algo tão bom e que expressasse tão bem o domínio das redes sociais digitais globalmente.
    Eu trabalho com redes sociais, e acredito que os veículos mainstream/impressos continuam importantes para trazer outras informações sobre o fato, uma apuração profunda. Porém, nunca serão tão rápidos como digital.

    Abs,
    Mauricio

  4. Debate interessante e oportuno. Merece atenção.

    A velocidade pode causar perda de clareza e profundidade.

    Há que se refletir, analisar…

    Todo cuidado é pouco num mundo cujo ritmo a serviço da máquina vem ficando cada vez mais vazio de valores humanos.

    Estamos ligados na máquinas e desconectados de nós mesmos, dos outros e da Natureza.

    ACORDA POVO QUE O SOL TÁ LEVANTADO…

  5. Oi Fernanda,

    Penso que algumas coisas realmente tiveram fim nesta revolução sociológica da comunicação, no entanto preconizar o fim desta ferramenta acho um tanto pretencioso. O movimento nas mídias sociais surge de fato mas não para matar as relações já existentes e suas formas tradicionais, mas sim para potencializá-las. Quando prenunciaram o fim do radio surgiu a radio online e os podcasts. Anunciaram também o fim do jornal e os tablets surgem para dar nova vida. Os press releases são apenas resultado da produção de um conteúdo e as mídias sociais dependerão dele também para disseminar o que de fato mesmo há de interessante para os veículos e a sociedade.
    Acho válida a reflexão, parabéns pelo texto e aberto para a troca de idéias.
    Ary Filgueiras

  6. Oi,

    A discussão é ótima! Mas eu concordo plenamente com o pessoal que disse que você está misturando alhos com bugalhos. Twitter e press release são ferramentas complementares, mas devem ser utilizadas de maneira independente e forma diferente. Afinal vai ser muito mais dificil conseguir uma entrevista exclusiva com com algum jornal, revista e/ou TV se já tiver passado determinada informação. E fora também que não necessariamente você vai atingir o público objetivo do seu PR (editores, colunistas ou jornalistas) se simplesmente tentar viralizar uma nota através do twitter.
    Mas com certeza muita gente ainda não acordou para esta revolução.

  7. Obrigado pelo pensamento.

    Difícil ficarmos plugados de verdade em tudo que está acontecendo neste dias digitais que vivemos, mas uma coisa é certa: a comunicação one-to-one vai aumentar cada vez mais e o poder de comunicação vai ficar cada vez mais na mensagem e cada vez menos nos canais de distribuição verticais.

  8. ótimo texto, só acrescento que o PR não irá deixar de existir, talvez ele mude o meio onde o emissor e o receptor trabalham.

    Antes o caminho era de mão única, onde o emissor só falava sem ouvir quem recebia a noticia.

    Os meios tradicionais precisam se adaptar a esse novo meio de comunicação, onde o ouvinte/leitor/telespectador contribuem/falam/argumentam e divulgam o que pensam.

    O importante é monitorar e trabalhar a informação que está sendo gerada nas mídias sociais…

  9. Hello Fernanda-
    Nice article on social media! I really enjoyed reading about the drives of this ‘new’ media through the eyes of a media professional. What we see and feel everyday is something based on our own consumers side experience and although we can sense changes and challenges that the print media experience, for instance, we as consumers don’t quite know the benefits of investing and learning how to use these ‘new’ media tools. I was reading in the papers just before boxing week here in Canada that BestBuy stores post more than a hundred ‘tweets’ per day announcing discounts and special deals to their costumers while they are shopping. Considering that most people have some kind of Twitter app installed in their smartphones and that they are potencial customers to their products- think on how powerful this type of communication can be? That and other examples give us a lot to think on new ways to communicate, reach and get the right message across to people…

  10. Como diria o ditado, acho que estão misturando alhos com bugalhos.

    1o – O Public Relations é muito mais amplo que Press Release (aliás, o último é só mais uma das ferramentas do primeiro). Por isso não dá pra dizer que um substitui o outro nem que houve/haverá transformação.

    2o – O press release, como o próprio nome já diz, é direcionado para a imprensa, e não para o leitor final, como no caso do twitter. A intenção é que a imprensa transforme em notícia aquilo que é sugerido no press release. Enfim, o objetivo é contar com a credibilidade, repercussão, alcance das mídias tradicionais.

    3o – Pelo seu raciocínio, a revolução da Web 2.0 vai afetar os meios de comunicação tradicionais, e não o press release.

    4o – Usar as redes sociais para divulgação de notícias das empresas é válido e muitos ainda estão ‘batendo cabeça’ para encontrar a melhor fórmula. Mas isso não substitui o press release, ele apenas complementa o mix de comunicação da empresa. Isso, pelo menos, por enquanto.

    No meu ponto de vista, ainda há muito deslumbramento sobre as redes sociais e uma histeria coletiva pra encontrar a receita de sucesso. Tá na moda, né!

    Que muita coisa vai mudar isso é fato, mas o descontrole geral é desnecessário. É preciso estar atentos às mudanças e acompanhar o movimento. ‘Tudo muda, o tempo todo, no mundo’, o remédio é não desesperar.

    Abraço a todos!

  11. Parabéns Fernanda! Ótimo artigo. Como leitor fico frustrado ao ver algo que li no Google Reader mês passado ser noticiado na mídia tradicional semanas depois como novidade. Discussão mto produtiva esta.

  12. Fernanda,

    Adorei o artigo, porque nos obriga a refletir em como a tecnologia altera status quo estabelecido. A evolução da carta escrita para o email e agora do email para mensagens trocadas em redes sociais é prova da velocidade com que devemos nos adaptar as mudanças.

    Parabéns e aguardo mais reflexões deste tipo.

    Oswaldo Mendes Filho

  13. Fernanda, muito oportuna essa discussão, vivemos tempos de mudanças instantâneas e aceleradas com ou sem release. Somos seres sociáveis, como você mesmo diz, cada vez mais conectados em universos on line procurando novas formas de se relacionar nesse novo eldorado tecnológico que nos cerca.

  14. Cara Fernanda

    Parabéns pelo artigo.

    Aos críticos, você já lhes respondeu no próprio texto, ao dizer que também somos responsáveis por nossas omissões, além de sugerir o aprendizado através do experimento.

    Portanto, faço minhas as suas palavras : mãos à obra.

    Abs.

  15. Parabéns pelo artigo, apresentou muito bem as múltiplas relações entre comunicação e Marketing, acho que cada vez mais, internet é mídia social.

  16. Infelizmente a maioria dos assessores e PRs não se tocam disso ou não se interessam o suficiente pra quebrar a rotina.

  17. Fernanda, concordo contigo, e acrescento ainda que a próxima etapa dos RPs do futuro será tornarem-se cada vez mais “seguidos” no twitter para fazer os twitties renderem o máximo possível entre seus seguidores jornalistas.

    Abs,

  18. Bacana, bonito, etc e tal. Mas o que sai no twitter sai pra quem “segue” – ou seja, pra quem já está interessado em determinado assunto. Não é porque o release tem 100 anos que ficou ultrapassado. Ele ainda é “ativo”, ou seja, o release é direcionado para o “receptor”, ao contrário das redes sociais, que são direcionadas para o “emissor” – você precisa “seguir” alguém, ou estar entre seus contatos, para, quem sabe, de repente, dar sorte daquela notícia cair na sua mão de bandeja.
    Lembra da hipótese do “agenda setting”? Então, as redes sociais comprovam a teoria: o que “bomba” no twitter, orkut, facebbok, etc é o que vai ser notícia depois. E não o contrário.
    Tem muita gente que se acha “na vanguarda da revolução nas comunicações”, mas na verdade só profetiza o banal, alimenta o oba-oba e se deixa deslumbrar com teconologias ao invés de enxergar as novas relações de interação por trás delas.
    O release sobreviverá – talvez não com a mesma “cara” com a qual ficou conhecido, mas a relação entre assessores que “criam” ou “descobrem” a notícia e jornalistas que se interessam por elas continuará.

  19. Parabéns Fernanda!!

    Um artigo excelente, por colocar da maneira resumida os horizontes que a mídia está tomando, e com certeza mudarão radicalmente toda a comunicação, porém somente profissionais e pessoas dispostas a mudar e acompanhar isso como vc…..estarão a frente desses novos horizontes.

  20. Ótimo artigo. É sempre bom saber da existência de profissionais da comunicação que são de fato preocupados e interessados na evolução do assunto.

  21. Se as mídias sociais revolucionam tudo, por que insistir em “estudar cases, olhar para o público-alvo de seus planos de comunicação e criar as estratégias mais adequadas”? Insistir nos mesmos jargões é tentar adaptar a revolução à camisa-de-força. É como colocar o mar num dedal.

    É preciso também lembrar que o sucesso da internet deve-se também à possibilidade de uma fuga ao massacre publicitário e de relações públicas que destruiu a mídia tradicional. Vão estragar tudo outra vez?

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