Plano Nacional de Banda Larga pede IPv6

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O recém-criado PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) poderá ser o mais assertivo passo que o Presidente da República e sua equipe deram no desenvolvimento das atividades no Brasil. Sendo o PNBL bem administrado, colheremos bons frutos desta inusitada aposta.

É fato que a internet ultrapassou a barreira de 1 bilhão de usuários no mundo. Somente no Brasil são mais de 67 milhões (dados Ibope, dezembro de 2009), que representam 35% da população nacional. No País, são mais de 12 milhões de residências com internet. Por meio do PNBL, o crescimento exponencial estimado é de 40 milhões de residências com internet até 2014, podendo até ser bem ultrapassado em função da imprevisibilidade de consumo.

Contudo, a internet atual mundial suporta um pouco mais de 4 bilhões de terminais conectados em sua capacidade máxima de endereços. Segundo o órgão responsável por atribuição de endereços IP mundiais, o IANA (Internet Assigned Numbers Authority), o estoque atual de endereços IP disponível é de apenas 6% (a exaustão dos endereços IPv4 está previsto para agosto de 2011, segundo o órgão).

Tal fato impulsiona investimentos em TI e internet em todo o mundo. Portanto, existindo diversos países com suas economias aquecidas, que investem internamente em sua infraestrutura para levar internet a todos, questiona-se: “Em quanto tempo realmente se esgotarão os endereços disponíveis da tecnologia atual?” A resposta é simples: se não houver uma adequação, com certeza enfrentaremos um caos.

Tráfego muito mais pesado hoje

A internet que conhecemos hoje, sob o protocolo IPv4, está no limite máximo de seus desenvolvimentos. Sem ter sido criada para suportar tráfegos de arquivos pesados tais como filmes, transações bancárias, voz etc, a internet atual vem apresentando gargalos de congestionamento de tráfego devido à forma do roteamento sem inteligência do protocolo IPv4.

Já o novo protocolo IPv6 (que já não é novo, pois está “no forno” desde os anos 90) já previu em sua proposta inicial aplicações em vídeo e voz sob internet, mobilidade, serviços com maior qualidade, possuindo uma capacidade para atender 340 undecilhões de terminais conectados. Este número corresponde a 5 nonalhões de endereços para cada habitante na Terra. Ou seja, com IPv6 não há previsão de esgotamento de endereços nos próximos séculos.

Outro ponto importante em ressaltar é a segurança nativa do novo protocolo (ao invés da segurança agregada do protocolo que temos hoje). Com a abundância de endereços, cada terminal possuirá um endereço de IP público, que poderá ser facilmente rastreável pelas autoridades em casos de crimes cibernéticos. Se quisermos um exemplo recente, basta lembrarmos que na CPI da Pedofilia, somente algo em torno 50% das informações cedidas pelos provedores puderam ser aproveitados pelas autoridades para encontrarem os criminosos.

Estamos diante de um caminho sem volta. A migração para IPv6 aqui no Brasil poderia (ou deveria) ter sido conduzida pelo governo como fizeram os países desenvolvidos. Notadamente os EUA, por meio de ações do Departamento de Defesa, elaboraram um projeto contendo um timeline, determinando em cinco anos (de 2002 a 2007), uma suave transição na fabricação de componentes, com o intuito de prevalecer o protocolo IPv6 como tecnologia mandatória. Assim como determinou que todas as suas agências federais adotassem tal protocolo para comunicação interna (vídeo, voz e dados).

Países desenvolvidos puderam assistir às Olimpíadas de Pequim via web (ainda em 2008), pois foram transmitidas em IPv6. E quais são os planos do Brasil para os próximos eventos como Olimpíadas Paramilitares, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos aqui sediados? Temos a oportunidade de mostrar ao mundo o quão nosso país é inovador e, ainda, atrair novos investimentos.

Enfim, o fato é realmente surpreendente. O PNBL é uma fantástica e excelente oportunidade para canalizarmos esta migração para IPv6, como já se faz no restante do mundo. O Brasil tem condições para investir em pesquisa e desenvolvimento e conduzir liderando este processo em toda América do Sul.

Portanto, devemos decidir se optamos em avançar com a nova tecnologia, antecipando-se ao caos eminente ou se continuaremos aguardando de braços cruzados a migração que não ocorre, submetendo-nos aqui ao mundo decidir por nós quando o inevitável acontecer? [Webinsider]

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José Luiz Pelosini é diretor de Telecom na America Net.

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5 respostas

  1. Artigo excelente sobre uma necessidade atualíssima. Urge ao governo fazer a migração para IPv6, dando aos brasileiros a oportunidade de poderem usar a Internet como os países mais avançados. Deveria haver uma divulgação maior pela chamada “grande imprensa”, focando a Copa do Mundo e outros tantos eventos que estão por vir e, sempre chamando a atenção do governo em função do IPv6, para que, se feito, não fique, como quase sempre acontece, para a última hora, com tecnologia falha, deixando a desejar. Precisamos por todos os meios, chamar a atenção de toda a sociedade pela imprensa escrita, falada e televisada, para esse fato de suma importância para a modernidade da Internet no Brasil.

  2. Artigos como estes sao muito importantes para criar a consciencia coletiva do que precisa ser feito. Tenho certeza, que se o tema for discutido, pela sociedade, o governo acaba fazendo o que precisa ser feito. Por isso assuntods como este, que é de interesse de todos, é bom comentar, e replicar, para aumentar as chances de serem sentidos pelas autoridades com competencia para tomar as providências necessárias.

    http://www.evoar.com

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