Entre a padronização e a inovação das interações

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Segundo o próprio site, o Consórcio World Wide Web (W3C) é um consórcio internacional que tem a missão de “conduzir a World Wide Web para que atinja todo seu potencial, desenvolvendo protocolos e diretrizes que garantam seu crescimento de longo prazo”.

A proposta é padronizar através de boas práticas a forma como os códigos são escritos, para que os equipamentos e softwares os leiam com facilidade, o que a W3C chama de “Interoperabilidade da Web”.

Uma causa realmente nobre e uma forma de fazer com que a terceira geração da internet, até então chamada Web 3.0 (termo criticado por muitos), que pretende ser a organização e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na internet, uma espécia de Google em tempo integral, só que também fora dos browsers do desktop.

Mas até que ponto a padronização precisa ser a preocupação número um em projetos web?

A internet evoluiu entre trancos e barrancos e o que vimos de inovação realmente significativa nos últimos anos só foi criada porque a preocupação número um foi em como as pessoas iriam interagir entre si com aquele novo projeto, ou seja, no objetivo final.

O caso do Facebook, maior rede social da internet, por exemplo, foi construída em um quarto de universidade por um jovem sexualmente frustado, com HTML antigo e javascript sujo. Notem que mesmo com o aporte de milhões de dólares o site contém alguns erros de XHTML no W3C J.

Ou mesmo o Windows, que apesar de se tratar de um sistema operacional, a preocupação “inicial” foi construir algo que facilitasse a vida das pessoas. Não seria legal se os sites fossem visto como sistemas operacionais? Poderíamos colocar no ar, testar e depois lançar versões de atualização, o famoso BETA forever, sem grandes críticas?

Conheço desenvolvedores que têm uma verdadeira obsessão por validar o código a cada modificação, quase que instantaneamente. Não julgo que esteja errado, mas dependendo do número de desenvolvedores envolvidos, ele está desperdiçando um valioso tempo que poderia estar sendo utilizado para pensar em como melhorar as interações, pensar em como aquele código poderia ser reaproveitado e compartilhando o conhecimento com outras pessoas.

Parece ser o fim do mundo para alguns publicar o site se o alt do href não está preenchido ou se faltou uma barra inversa no final de um img src.

Como desenvolvedores ou gerentes de equipe devemos sempre manter a preocupação com a padronização que a W3C propõe, irá nos ajudar no futuro, mas não defendo ser a preocupação número um e de vital importância.

Imagine o exemplo de um hotsite que precisa ser publicado em 6 horas e só irá durar 24 horas no ar, levem consideração que ele precisa exibir as últimas postagens do Twitter.

Você tem duas opções: pode utilizar um código escrito por desenvolvedores que abriram os códigos para a comunidade ou criar um do zero. Se você optar pelo código do desenvolvedor irá correr o risco de não ter o código validado por alguns tags em aberto; se optar por escrever você mesmo provavelmente o tempo serä curto. E agora, José?

Um exemplo prático, o UOL é um dos portais mais práticos do Brasil, disponível na maioria dos dispositivos e browsers do mercado, conteúdos distribuídos por todas as páginas de forma inteligente. O site tem impressionantes 1394 erros e 1884 warnings no W3C. Acredito que a preocupação constante do UOL não é só a validação dos códigos, mas sim distribuir para o leitor o melhor conteúdo, certamente os desenvolvedores e designers do portal sabem disso.

Não proponho que nós desenvolvedores soframos um retrocesso, a proposta da W3C é realmente nobre, mas defendo que estamos vivendo uma revolução tão impactante quanto a industrial e devemos ser, em alguns momentos, mais questionadores do que mão de obra qualificada. Precisamos ser bons no que nos propomos a fazer, tecnicamente falando, mas também nunca podemos parar de imaginar e pensar.

Será que é possível inovar, ainda mais, a forma como as pessoas interagem e se comunicam? Não sei, mas temos que pensar. Correto?

Qual a opinião de vocês? A padronização é realmente importante no momento em que estamos vivendo, ou vocês acham que o mais importante é ter foco no objetivo final do projeto? Levem em consideração diferentes níveis de empresas. [Webinsider]

…………………………

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Victor Yves é designer, sócio-fundador e diretor de criação da VG Web. Comanda um time de designers, programadores e publicitários em projetos interativos com foco em ROI.

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26 respostas

  1. Leandro,

    Interessante a visão do Martin Fowler, vale o bom senso nessas horas.

    Equilibrar é o maior desafio.

    Abraço

  2. Enfim, de tudo isso fico alegre com 3 fatos:

    – Alagoas mostrando sua cara la fora!

    – Uso de ferramentas web para discursão e crescimento multuo de todos sobre a discursão pautada.

    – Pode compartilhar com todos aqui minha opnião, e na opnião deles poder ‘reler’ a minha propria e refletir.

    Show!

  3. Acho interessante as fases que o programador passa ao longo da vida.

    No início, ele descobre que existe algo chamado programação e fica fascinado com a possibilidade de construir Softwares. Esta fase é a infância e dura por volta de um ano, o tempo médio para a pessoa aprender a primeira linguagem. É a fase da descoberta. É a fase do “eu quero fazer Softwares”.

    Depois ele descobre a programação, as metodologias, a OOP, os Design Patters, os padrões e fica fascinado com a possibilidade de aplicar todas estas técnicas. Esta fase é a idade adulta, onde passamos a maior parte da nossa vida. Começamos a aparecer para o mundo e queremos mostrar que somos bons no que fazemos. E é aqui que reside o perigo pois para a maioria, pois ser bom no que faz para eles é ter um Software bonito por dentro. É a fase do Egoísmo pois pouco importa se as pessoas usam o seu software. Infelizmente muitos passam a vida inteira nessa fase até se aposentarem.

    Os que conseguem passar para a outra fase (e isso não tem a ver necessariamente com o tempo) percebem que o que importa realmente é o resultado final. O seu código deve ser bom? Sim, mas ele não é mais importante que o resultado final. Então por que ele tem que ser bom? Porque se não for ele compromete o resultado…. ele atrapalha o desenvolvimento. Você tem um objetivo que é seu software resolver o problema do usuário, mas é muito fácil perder o foco e se preocupar muito mais com o seu problema (código sempre bonito).

  4. As vantagens da padronização são óbvias, achei interessante o ponto de vista da crítica com relação ao quanto de mudança significa nos trouxe. Concordo que temos que pensar cada vez mais!
    Parabéns!

  5. Em breve vou escrever um segundo post aprofundado minha linha de pensamento, talvez falar um pouco mais sobre inovação aberta e empreendedorismo esclareça melhor.

    Não é o intuito conceituar Web 3.0, tampouco afirmar que site padronizado significa mal feito.

    Acabo de receber um comentário via twitter (@victoryves) parabenizando e indicando a leitura de dois artigos de @becknovaes sobre o tema:

    TI-Centrismo Vs. Usuário-Centrismo
    http://www.becklog.org/2009/08/06/ti-centrismo-vs-usuario-centrismo/

    O Flex/Flash não é Web Standard. Mas isto é necessariamente ruim?
    http://www.becklog.org/2008/10/28/o-flexflash-nao-e-web-standard-mas-isto-e-necessariamente-ruim/

    Vale a leitura.

    Abraço

  6. Vou escrever um terceiro post pois o tema está rendendo comentários, recebi um comentário via twitter de @mariojunior parabenizando o artigo e indicando a leitura de dois posts de @becknovaes.

    Nem Web 3.0, nem site padronizado é o tema 🙂

    Vale também a leitura:
    TI-Centrismo Vs. Usuário-Centrismo (http://www.becklog.org/2009/08/06/ti-centrismo-vs-usuario-centrismo/)

    O Flex/Flash não é Web Standard. Mas isto é necessariamente ruim? (http://www.becklog.org/2008/10/28/o-flexflash-nao-e-web-standard-mas-isto-e-necessariamente-ruim/)

    Abraço

  7. Victor, você misturou alhos com bugalhos.

    Site padronizado não significa mal feito. Dá tempo de fazer coisas rápidas e padronizadas se a equipe estiver preparada pra isso, e não se valendo das muletas de ferramentas WYSIWYG.

    A introdução sobre Web 3.0 nada tem a ver.

    E claro que entregar coisas eficientes é a primeira prioridade. Choveu no molhado.

  8. A pedido do VictorYves via DM.

    As vezes pensamos que o problema são os padrões, mas ainda acho que o problema está na melhor interação. Para isso einstein à de me apoiar. Tempo difícil esse em que estamos, onde é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito.

  9. Muito bom a parte do sexualmente frustado rs
    O tema é pertinente e nos faz pensar, padronizar é importante demais, re-trabalho é coisa que muitas vezes pode ser evitada mas a humanidade já passou por esses questionamentos se formos pela linha de raciocinio da revoluacao industrial, estamos na era das idéias e precisamos acreditar que somos agentes da mudança. Parabéns pelo belo post!

  10. Cara Victor como desenvolvedor posso lhe afirmar que:
    – Inicialmente as padronizações da W3C complicam e atrasam o processo de programação do site, mas após um breve adaptação eles acabam fazer parte do seu cotidiano e se você não usa você sente que tem algo errado, pelo menos isso acontece comigo;

    – As vezes vale a pena burlar algumas regras da W3C, pois em alguns casos o site pedi. Você só tem que esta disposto a pagar o preço necessário.

  11. So fechando vitão minha opnião, pra ficar melhro sintetizado:

    – Inovar é preciso, sempre! Por isso hj estamos nesse site discutindo sobre tecnologia, pq um dia alguem INOVOU e inventou essa tal de ‘internet’…

    – Ford foi do sec 20, mais todas, e quando digo todas digo sem medo, industrias modernas do séc 21 (leiamos apple por exemplo) utilizam-se de metodos e metricas INOVADAS pelo ford. E qual a INOVAÇÂO do FORD: PADRONIZAR e SEQUENCIAR…

    – Acho que em modo ‘empreendedor’ sim, inovar é mais interessante que padronizar, sem sombras de dúvidas. Mais empreender sem padronizar é ralidade sim, mas claro q não é o ideial…

    – Move isso de desenvolvimento, a categoria leva a refletir sobre o texto com a visão de desenvolvimento, sacou? Foi a minha reflaxão ligar o texto a atividade de desenvolver.

    :-))

  12. Tema interessante! Sou desenvolvedor Ruby, trabalho em uma pequena equipe, somos em 2, já tivemos trabalhos que se tornaram um sucesso e outros menos, em ambos durante o desenvolvimento tinhamos em nosso projeto itens que serviam para testes de códigos e validações, por diversas vezes foi necessário pular e deixar testes para o último momento.

    As vezes temos que nos adaptar aos padrões do Projeto e não só os definidos. Os testes crossbrowser nunca deixavam de acontecer, mas os demais eram deixados para depois. Não por displicência mas porque era necessário publicar a idéia antes que outros os fizessem e no final das contas não nos arrependemos.

    Bom, parabéns pelo texto

  13. Curti o artigo..

    Acho a padronização importante por vários motivos que já foram citados acima, porém, concordo que ela não deve ser imposta ou arduamente cobrada numa equipe de desenvolvimento visto que, dependendo do projeto, um site válido não vai surtir nenhuma diferença pro cliente e para os propósitos que o projeto terá que alcançar. Mas claro que deve haver o acompanhamento para o amadurecimento da equipe, nas proximas refatorações ajustar os erros e nos proximos desenvolvimentos já escrever semanticamente correto.

    Será que a UOL se importa com sua reputação no meio dos devs diante dos 1000 erros da w3c?
    E será que seus clientes -em maioria- se preocupa, ou sabe o que é w3c?

    Abraço!

  14. Inovar é preciso sim.. sem dúvidas.

    agora inovar sem padronizar… henry ford matou isso em 1920… inovar de verdade é padronizar e conseguir sequenciar algo com o minimo possivel de variação.

  15. Via twitter, um comentário que resume o contexto. “@odairseixas Acho que a inovação é + importante, desde que seja acessível em todos os browsers. Tem pano pra manga aí.”

    O tema é inovação, não desenvolvimento.

    Abraço a todos

  16. O feedback está interessante porém a interpretação de métodos de desenvolvimento não é o objetivo. Um trexo do livro “O mundo é plano” de Thomas Friedman pode esclarecer bem meu ponto de vista “o título se refere também à mudança na percepção que as pessoas tinham do mundo (antes redondo e agora plano) e à necessidade de uma igual mudança se países, companhias e indivíduos desejarem se manter”.

    Talvez exportar este artigo para a seção “empreendedorismo” esclareça melhor o que quis dizer, assim vocês podem interpretar corretamente minha linha de pensamento.

  17. Rodrigo, como comentei anteriormente, sou um adepto a padronização, mas este não é o tema central do artigo, estou defendendo que a evolução do mercado se de através de uma massa crítica e pensante e não só por evoluções técnicas. Espero ter sido claro agora 🙂 Mesmo assim fico grato pelo retorno. Abraço

  18. e respondendo a pergunta:

    Será que a tecnologia deve ser mesmo a preocupação numero um?

    Se sua atividade fim é tecnologia da informação – SIM, claro e OBVIO!

  19. Primeiro, não entendi o foco da coisa, achei meio evasivo e confuso.

    Segundo, não sou ‘punk xiita’, e sim eu publico projetos com erros de marcação. Mais isso não me faz um desenvolvedor melhor. A propósito, a web 3.0 citada acima, esta sim trabalha 100% em cima da semântica, aliais esse termo 3.0 se refere a perfeição semântica para que maquinas de busca, catalogadores de conteúdos, tecnologias de nuvens e outros possam vascular e conteúdo se referenciando na marcação para distinguir o que é o que, então padronizar é preciso – FATO.

    Terceiro é que minha atividade fim é desenvolver para web. UOL por sua vez é gerir conteúdos e o tal do facebook é interconectar pessoas por redes sociais.

    Dos três personagens, quem tem obrigação de perseguir padronização sou eu, eles não, suas atividades fins não são desenvolver web cara, web é atividade meio para eles…

    E por fim, de novo, o texto ficou muito evasivo e desconexo.

  20. A inovação se dá muito mais fácil quando existe uma boa padronização.

    Quer um exemplo? Experimente abrir este artigo no Safari, e clique no botão “reader” no final da sua barra de endereços.

    Abriu o artigo numa visão simplificada e agradável para a leitura, não foi?

    Essa “inovação criativa” só foi possível porque este artigo foi estruturado semânticamente. E acredite, esse recurso vai ficar cada vez mais interessante e cheio de inovações criativas quando os sites utilizarem padronizaçao HTML5.

    A discussão central é se a tecnologia deve ser a preocupação número um: Não, não é. A preocupação deve ser criar, e executar de forma organizada a criação e todos os processos de produção que estão nela envolvidos. O processo criativo e inovativo corre em primeira instância, de forma livre, e só após esse processo é executado o desenvolvimento. Eles se complementam.

    Boas idéias jamais funcionaram se mal desenvolvidas na produção. E uma boa produção jamais funcionará se a idéia não for boa.

  21. A atividade do UOL é prover conteúdo e informação.

    A atividade do Facebook é prover relacionamentos.

    A atividade de um desenvolvedor é prover bons códigos.

  22. Creio que desde que se tenha uma boa base, uma biblioteca com sua própria metodologia e um bom framework, construir um site TOTALMENTE SEMÂNTICO e WEB STANDARD não é nenhuma perda de tempo, pelo contrário, é ganho de tempo. A validação de código é importantíssima, e praticamente imprescindível para o SEO! Elemento mais do que importante na colocação de mercado. Escrever um código não-semântico implica diretamente em mais perda de tempo no alinhamento “cross-browser”. E mais perda de tempo ainda quando se precisa trabalhar com uma grande equipe, onde vários desenvolvedores precisam trabalhar em conjunto. E mais perda de tempo (ainda mais) quando se precisar realizar as famigeradas “alterações” e atualizações.

    Não sou xiita e não deixaria de lançar um site no ar se ele não for totalmente validado, mas é necessário aprimorar o desenvolvimento, tendo como base a validação, para que haja sempre melhorias nos projetos futuros.

    Escrever sem preocupação com a validação é perda de tempo apenas para quem já começa escrevendo errado e sem planejamento ou não é familiarizado com as normas. Padronização é palavra de ordem para uma boa equipe trabalhar em sintonia.

  23. Vinicius, concordo com seu ponto de vista, reduzir o risco é uma grande vantagem da padronização, sem dúvida indiscutivel, mas a discussão central aqui é traçar um paralelo entre tecnica, constante inovacao e o momento em que estamos vivendo.

    Será que a tecnologia deve ser mesmo a preocupação numero um?

  24. Concordo em parte com você, não precisamos ser fanáticos nem escravos das validações da W3C, mas a padronização trás diversas vantagens tanto para o desenvolvedor quanto para o usuário final que não foram citadas nem consideradas no artigo. É mais fácil criar uma aplicação crossbrowser seguindo os padrões, é mais fácil rastrear erros, facilita o acesso ao site de quem tem alguma necessidade especial, código mais legível entre N outras coisas.

    E foi justamente a falta de padronização inicial do HTML que nos levou à ficar escravos do IE 6 durante anos e anos, todo mundo escrevia código “errado” p/ o IE6, ele interpretava seguindo seus próprios padrões, e ficou por isso mesmo até outros navegadores começarem a se popularizar.

    A padronização não é só importante para o desenvolvimento da internet, também pode ser usada como uma ferramenta pelos desenvolvedores.

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