A propaganda é compra de indulgências

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Qualquer crítica que se faça à propaganda é empunhada instantaneamente como bandeira revoltosa.

Do didatistmo de Chomsky ao código de defesa do consumidor, quanto mais simplificado for o discurso, mais barulhento o ativismo. E quanto mais contundente e próspera a indústria da propaganda for, maior o alvo.

A propaganda que sustenta e patrocina os meios de comunicação seria uma estratégia urdida pelo poder capitalista para embrutecer o povo. A equação é tão cristalina quanto ingênua. O jornal Libération, criado por Sartre, tentou retornar à fórmula clássica da imprensa: não haveria propaganda para não haver rabo preso. Falhou como falham os orgãos de imprensa independentes que, se negam a publicidade privada, mamam no dinheiro público para sobreviver.

A Internet noticiosa é a prova mais cabal da regra que se impõe nas sociedades pós-revolução da informação: tentar cobrar do consumidor pela informação, de forma direta e transparente, é um caminho de tortuosas incertezas que poucos ousam arriscar. Por outro lado, a explosão das fontes e dos meios não garante nem qualidade nem audiência. Continuamos a nos pautar, mesmo nas mídias individuais, blogs e redes sociais, nos meios de comunicação tradicionais financiados pela publicidade.

Mas Chomsky talvez tenha mesmo razão, pois a propaganda além de combustível do sistema dá a cara a tapa com soberba. A propaganda é o bode espiatório preferido da nossa envergonhada adesão ao sistema no qual vivemos. [Webinsider]
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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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