Desenvolvedor virou gente: o cenário mudou

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Depois de décadas sendo tratado como cachorro, finalmente parece que chegou a vez do desenvolvedor.

Antes, com poucas opções, e todas controladas com uma mentalidade de mercado baseado em blockbusters, a relação entre donos de plataformas e desenvolvedores sempre foi difícil.

No mundo dos jogos, gigantes como a Sony, Nintendo e Microsoft tratavam (e ainda tratam) com mão de ferro um grupo restrito de empresas, cujos jogos precisavam vender milhões de unidades para obter algum lucro. Como eu disse uma vez, “os jogos são digitais mas seu modelo de negócio é analógico“.

Operadoras de celular também nunca valorizaram este mercado. Publicar em suas plataformas era um exercício de paciência e aceitação de um modelo pouco transparente.

É difícil de programar? Muitas regras e tudo mais? Problema seu, se quiser vender tem poucas opções de plataforma onde é possível obter algum lucro.

Na verdade tinha, o cenário mudou bastante.

Graças a Apple que abriu as porteiras, hoje todo fabricante de celular tem uma plataforma de aplicativos e uma loja para vendê-los. Tablets? Só na última CES vi quase 100 marcas diferentes. Mesmo que só uma parte seja lançada, já é muita coisa.

Media centers então, tem um monte e todo fabricante de TV vai precisar de desenvolvedores para produzir aplicativos para suas TVs conectadas. Já precisam. Sony, LG, Samsung e outros já estão nesta corrida, inclusive no Brasil.

Do outro lado, o desenvolvedor não tem tempo para investir no conhecimento de uma nova plataforma quando apenas uma ou duas delas já consomem sua capacidade de produção.

Principalmente se levarmos em conta que a grande maioria destes desenvolvedores são semi profissionais ou pequenas empresas (eu diria minúsculas).

Para piorar o cenário (para quem precisa deles), agora os desenvolvedores não precisam de ninguém. Com regras iguais para todos e um modelo onde se pode ganhar no long tail, ganharam poder para escolher e lançar o que quiser, quando quiser e onde quiser.

Ainda existem regras? Claro que sim, mas desenvolvedores que reclamam da Apple não têm ideia de como era se relacionar com Nintendo ou Sony.

Agora é assim, todo mundo perguntando para desenvolvedor o que faria ele desenvolver para sua plataforma. Tem treinamento de graça, developer kit de graça, festas e outros mimos para convencer alguém a olhar pra sua plataforma.

E alguma dúvida que teremos cada vez mais lugares para aplicações? Rádios, GPSs, sistemas para a indústria automotiva e toda miríade de aparelhos que irão continuar surgindo nos próximos anos.

Como diria Silvio Meira, “tudo é software”. E nesse mundo novo, ser desenvolvedor tem sua graça. [Webinsider]

Texto publicado originalmente no Coxa Creme.

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Ricardo Cavallini é profissional de comunicação interativa, autor do livro O marketing depois de amanhã.

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