Preservar conteúdo digital vai além do backup

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A tecnologia nos impôs um ritmo alucinante. Não nos permite parar para nos organizarmos ou sequer dominarmos uma ferramenta. Quando menos esperamos, surgem novas versões, novos modelos, novos suportes de armazenamento.

Um exemplo são os celulares. Compramos novos para absorver outras mídias, sem sequer utilizarmos todo o seu potencial. Temos novos equipamentos para atender as necessidades das quais nem sonhávamos precisar. Afinal, para que mesmo precisamos do celular além de chamar e ser chamado?

Isso acontece porque alguns processos necessitam ser incorporados, pois dependemos deles para sobreviver na era digital. A cultura da preservação digital é um deles.

Nos dias de hoje, estamos habituados a nos preocupar com as cópias de segurança, os chamados backups. Cópias para garantir a recuperação de nossos conteúdos digitais de alguns dias atrás, mas não a recuperação dos conteúdos digitais de anos, décadas, séculos, atrás.

Se as empresas e as pessoas não estabelecerem boas práticas de preservação digital, o que será de nossa cultura digital? Os backups darão conta da preservação digital?

A confiança na Tecnologia da Informação e Comunicação é total, pois depositamos nas máquinas a responsabilidade de preservar a nossa memória. No entanto, frequentemente buscamos algo que não achamos mais, seja por estar em outra máquina, por ter mudado a versão do programa, por um suporte de armazenamento danificado, por um sistema deixar de existir, etc. e pronto… Não conseguirmos ler o conteúdo dessa memória digital.

Não podemos conceber a perda de um documento, uma informação, um registro sequer, sem a menor chance de reencontrá-los um dia. A informação é nossa “matéria-prima” e sem ela, de nada serve todo o aparato tecnológico existente.

Isso significa a perda de memória e é exatamente o que acontece usualmente.

A Unesco e o Conard (Conselho Nacional de Arquivos) alertam para a perda de memória institucional por meio da “Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital”, publicada pelo Conarq e Unesco em 2004. O manifesto alerta para a necessidade de desenvolver políticas de gestão deste acervo digital.

A prática da preservação de conteúdos digitais vai muito além do backup e procura preservar o conteúdo digital ao longo de seu ciclo de vida, inclusive em sua fase permanente, na qual não existem mais prazos de guarda.

O surgimento de novas mídias, novos hardwares e softwares, coloca em risco o acesso a conteúdos digitais e não sabermos administrar a substituição dessas tecnologias, quando necessárias.

Quais seriam esses procedimentos? No mínimo, regravar suas cópias de tempos em tempos e atualizar seu backup de acordo com a evolução do hardware e software conforme eles forem sendo substituídos.

Para terminar este artigo: dia 11 de julho de 2011, foi divulgada a notícia no Portal da UOL, da perda de todas as entrevistas de Ronnie Von para o programa “Todo Seu”, por falha da produção ou dos novos equipamentos de HD da TV Gazeta. O material foi apagado acidentalmente e está oficialmente perdido.

Lembre-se: se você não tiver além da mídia, o hardware e o software compatível com o conteúdo ali gravado, você não tem um documento digital preservado!

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Nota da redação: a autora apresenta em agosto o curso Unidades de informação na Web 2.0: Conceitos, estratégias e práticas.

[Webinsider]

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Renate Landshoff (renate@contentmind.com.br ) é mestranda em Tecnologias da Inteligência e Design Digital – Puc/SP, docente na Faculdade de Ciência da Informação da FESPSP e sócia da Content Mind Capacitação Profissional Ltda - www.contentmind.com.br.

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