Modelos de negócios na internet (1)

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O termo “business model” ou “modelo de negócios” ainda é difícil de ser definido, apesar de existir vasta literatura relacionada, em especial na área de negócios e administração.

Alguns autores refletiram em seus trabalhos sobre o termo, entre estes Osterwalder e Pigneur (2002) e Chesbrought e Rosenbloom (2000) (na segunda parte deste post apresento a bibliografia); entretanto por ser este post centrado nos modelos de negócios que fazem uso do meio Internet, utilizarei a definição do Prof. Michael Rappa (2005), para o qual “um modelo de negócios é um método de fazer negócios por meio do qual uma empresa se sustenta, por conseguinte, gerando receita“.

Considerando que toda empresa se posiciona num determinado ponto de uma cadeia de valor, seu modelo de negócios está “atrelado” ao seu posicionamento dentro desta cadeia.

Naturalmente, a regra econômica é simples: uma empresa produz um bem ou serviço e atende determinado mercado, vendendo o produto ou serviço para seus clientes. Se as vendas forem superiores aos custos de produção do bem ou serviço, a empresa realiza lucro.

Neste modelo, digamos clássico, estará sempre nas mãos do cliente final a sobrevivência da empresa, pois este decide, em última instância, se comprará o bem ou serviço. Entretanto, nem todos os modelos de negócios operam nesta direção. Alguns são mais complexos, porque a cadeia de valor possui um “mix” de empresas oferecendo produtos e serviços onde nem sempre é o cliente final quem paga a conta.

Os modelos baseados em publicidade, onde o cliente é visto como uma referência para uma medição de audiência, são um exemplo. Companhias de rádio que transmitem a programação para seus ouvintes aparentemente de graça, são remuneradas por anunciantes que se aproveitam da audiência do programa para alavancar a venda de produtos ou agregar valor à marca.

À medida que os meios para transacionar bens se diversificam, também novos modelos de negócios aparecem. Este é o caso recente do “f-commerce”, ou “facebook commerce”, diretamente relacionado às lojas virtuais que estão surgindo dentro do Facebook, fazendo uso da web social como forma de alavancagem de vendas.

Pode-se dizer que as “vias” de comércio definem de certa forma como bens e serviços serão comercializados, de um lado criando facilidades (ex. estradas para o transporte de mercadorias) de outro definindo restrições (ex. tempo que se leva para transportar um produto se esta mesma estrada estiver com uma ponte bloqueada, atrasando a entrega).

Ou ainda, definindo formatos, pois uma via determina o tipo, tamanho e peso do produto que por ela pode passar. Será que podemos fazer as mesmas considerações quando falamos da infovia digital? A Internet não só permite múltiplos níveis de transporte, como também a diversificação de formatos em termos de produtos e serviços.

O meio digital

Para Nicholas Negroponte (1995), tudo deve ser repensado quando passamos de átomos para bits. Se de um lado temos uma enciclopédia de 10 volumes que pesa 15 quilos e leva da editora até o leitor semanas de transporte, do outro temos a versão 100% digital, que ocupa alguns milhões de bits num servidor e chega diretamente até o leitor por meio de um simples link.

O meio digital tornou-se não somente um novo canal para transacionar produtos e serviços, mas para digitalização dos mais diversos conteúdos, abrindo assim a possibilidade de se criar um novo conjunto de modelos de negócios.

Num primeiro momento, temos somente o uso da Internet como mais um canal para compra e venda de produtos tangíveis, tais como livros e temos na Amazon o caso clássico. Mas seu fundador, Jeff Bezos, reconheceu que aprendeu “as regras do negócio” durante os primeiros anos da operação, porque apesar da transação ocorrer no universo virtual, seu produto era físico, tangível e precisava ser entregue na casa do cliente.

A operação logística deveria ser não a mesma das livrarias tradicionais, mas muito mais complexa, devido ao fato de que a Amazon era uma operação global. A este modelo de negócios de venda direta ao cliente por meio de um website ou portal, deu-se o nome “comércio eletrônico”, popularmente “e-commerce”.

No próximo post vou explorar os diferentes modelos de negócios, alguns dos quais estão modificando radicalmente a forma de transacionar bens e serviços ao redor do planeta.

[Webinsider]

Ricardo Murer é graduado em Ciências da Computação (USP) e mestre em Comunicação (USP). Especialista em estratégia digital e novas tecnologias. Mantém o Twitter @rdmurer.

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