O novo comando de voz no iPhone e a multitarefa

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siriO vídeo apresentando a grande novidade do iPhone mostra pessoas correndo e “lendo” seus e-mails ao mesmo tempo, dirigindo e enviando mensagens ao mesmo tempo, arrumando as malas e pesquisando sobre o clima ao mesmo tempo e finalmente uma pessoa cega fazendo coisas que nunca pode fazer com um iPhone. Eu só vejo benefícios para a última pessoa da lista.

Até a Wikipédia sabe que seres humanos não são capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo direito. Ao tentar forçar o multitasking, as pessoas são mais suscetíveis a erros e acabam levando mais tempo (contando as correções) do que se estivessem fazendo uma coisa de cada vez.

O que a Apple parece mostrar como uma coisa boa (um cara pesquisando o trânsito, enviando mensagens com o iPhone e dirigindo ao mesmo tempo), mesmo por voz, os estudiosos dizem que é tão perigoso quanto dirigir bêbado.

Pensando na utilidade de comando de voz sem dividir sua atenção, por mais maravilhoso que seja o Siri, ainda assim será no máximo tão bom quanto falar ao telefone com uma pessoa que está do outro lado da linha com um computador com acesso à internet – ou seja, bem pior do que usar um computador você mesmo.

Qualquer pessoa que já teve a rara experiência de experimentar um bom atendimento automático por telefone (como eu considero o da Sky, por exemplo) sabe que a velocidade com que consigo ouvir as opções para só depois poder escolher, comparado à da visão, é absurdamente menor.

Eu também aponto o mouse, clico e digito muito mais rapidamente do que posso falar com um computador da maneira que ele entenda. Que os problemas das VUI são amplamente documentados, novamente, até a Wikipédia sabe.

É muito legal perceber que, com apenas 10 anos de atraso, nós vamos poder começar a comandar um computador (no bolso!) como os astronautas comandavam o HAL em 2001, uma odisséia no espaço.

O Siri parece ser realmente mágico, de tirar o chapéu, como tudo que a Apple faz e eu estou louco para experimentá-lo logo. Mas eu espero que isso não seja ainda tão bom quanto parece, porque se for, teremos que lidar com cada vez mais e-mails ofegantes e apressados, motoristas distraídos, malas mal arrumadas e outros tantos erros causados pela ilusão de que somos capazes de fazer várias coisas ao mesmo tempo.

Isso sem contar a pressão da tecnologia: imagine seu chefe ou cliente perguntando porque você não viu um e-mail que ele acabou de enviar e não aceitar como resposta o fato de que você estava dirigindo a caminho desta mesma reunião. Devo considerar situações como esta como evolução, como avanço?

Eu celebro o salto gigantesco de acessibilidade do iPhone para portadores de necessidades especiais, mas para todos os outros usuários, esse Siri não é muito avanço, e com perdão do trocadilho, só vai nos fazer andar para os lados.

Aliás, esta novidade vai no sentido oposto aos melhores avanços de interface que a Apple tem trazido com o iPad, o iPhone e finalmente com o fantástico OS X Lion: experiências imersivas, com a tela cheia, usando um aplicativo de cada vez, que aprimoram a concentração do usuário. [Webinsider]
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Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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4 respostas

  1. Caro Alex Novelli, creio que você está confundindo as bolas.

    Siri não é apenas um sistema de comando de voz, ele é um algoritmo complexo que roda na nuvem, entende o contexto do usuário, faz relações semânticas entre as palavras e irá “aprender” com o uso. Ele é uma solução pesada de PNL com AI. Você não pode comparar com nenhum sistema existente, nem no iPhone ou Android.

    Siri representa um novo passo na evolução homem-máquina, cuja a tendência será essa mesmo: nos comunicar via voz, assim como fazemos com outras pessoas.

    Todo mundo foi cético com o iPad 1, todo mundo achava que não havia lugar para um dispositivo como ele. No entanto, ele é o representante da era pós-PC. Da mesma forma, ninguém botou fé no lançamento do iPhone 4S e no entanto, tanto a Sprint como a AT&T estão dando pulos de alegrias com a solicitações de pré-compra (e estamos falando de um mercado americano de crise, onde os americanos, quem um dia iria dizer, estão reduzindo gastos).

    Muito bom artigo Gilberto. Congrats.

  2. Me sinto constrangido por ter postado um artigo polemizando com uma novidade da apple justamente no dia anterior à morte de Steve Jobs. Minha opinião sobre o Siri permanece esta acima. E minha opinião sobre Steve Jobs também permanece a mesma: gênio.


    Gilberto

  3. Me perdoem se estou sendo cético mas, só tive péssimas experiências com o comando de voz atual do iPhone e de tantos outro que já tentei utilizar.
    Principalmente pelo fato de nossa língua nativa não ser o inglês, ou seja, talvez até funcione muito bem o comando de voz atual e o futuro “Siri” (rsrs) para quem fala inglês fluentemente.

    Aproveitando a piada, acho que no quesito “conversar com o celular” quem vai continuar andando de lado serei eu.

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