O certo e o errado no gerenciamento de projetos

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Você sabe o que é gerenciar projetos? Parece uma pergunta simples para quem está acostumado a trabalhar em organizações que utilizam metodologias para essa atividade.

Entretanto, muitas organizações, empresas, departamentos, áreas e até mesmo alguns líderes não sabem com clareza o que isso significa.

Independente das posturas, julgamentos, novidades e práticas, esse artigo busca trazer apenas a reflexão, sobre como aplicamos a atividade de gerenciamento de projetos em nosso dia-a-dia.

É curioso, dentre os anúncios de vagas, notar o surgimento dos mais variados títulos, como Assistente de Projetos, Analista de Projetos, Líder de Projetos, ou Consultor de Projetos. Todos, de alguma forma, requisitam do candidato a habilidade/capacitação para gerenciar projetos.

Dada esta profusão de títulos, será que realmente está claro para todos, o que é gerenciar projetos? Alguns fatores devem ser compreendidos, pois servem de indução a criação destes títulos, como as questões regimentadas por leis trabalhistas. Essas ora engessam o mercado de trabalho, ora protegem o trabalhador. Esta discussão é maior, por isto seguimos com nossa reflexão:

Afinal de contas, o que é gerenciar projetos?

Para tentar entender melhor esta questão vamos à citação do PMBOK:

O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e integração apropriadas dos 42 processos agrupados logicamente abrangendo os cinco grupos:

  • Iniciação;
  • Planejamento;
  • Execução;
  • Monitoramento e controle;
  • Encerramento.

Gerenciar um projeto inclui:

  • Identificação dos requisitos;
  • Adaptação às diferentes necessidades, preocupações e expectativas das partes interessadas à medida que o projeto é planejado e realizado;
  • Balanceamento das restrições conflitantes do projeto que incluem, mas não se limitam a:
    • Escopo;
    • Cronograma;
    • Orçamento;
    • Recursos e
    • Risco…

Está claro: apenas esta citação torna simplista demais o trabalho do gerente de projetos e como o PMBOK é um “livro” extenso, neste momento não teremos a possibilidade de explorá-lo todo.

Gerenciar projetos é ter sob “controle” todas as nove áreas de conhecimento empregadas:

  1. Gestão de integração do projeto;
  2. Gestão do escopo do projeto;
  3. Gestão de tempo do projeto;
  4. Gestão de custos do projeto;
  5. Gestão da qualidade do projeto;
  6. Gestão de recursos humanos do projeto;
  7. Gestão das comunicações do projeto;
  8. Gestão de riscos do projeto;
  9. Gestão de aquisições do projeto;

O que, então, seria o controle?

Vejam, este é o ponto mais alto da reflexão. Muitos líderes não permitem ao gerente de projetos realizar a gestão de todas as áreas do conhecimento, devido aos princípios legais, hierarquia da empresa, cultura organizacional e/ou, até mesmo, questões corporativas que o famoso personagem Dilbert vem ilustrando ao longo dos anos – as dificuldades de convivência do mundo corporativo como a vaidade de alguns líderes.

Meus caros, se vocês se encontram no cargo de gerente de projetos e não possuem a gestão efetiva sobre as nove áreas do conhecimento citadas acima, pergunto: qual é a sua atribuição? Você é gerente de projetos?

Brincadeiras à parte, a melhor definição para um “gerente de projetos” nestes moldes, do qual não possui o controle total das áreas do conhecimento no exercício da função, é o de “conciliador”, o mais comum dentro de todo o mercado.

O relacionamento com as áreas, a negociação dos requisitos, a negociação do cronograma, o investimento, a qualidade, os profissionais, as formas de comunicação acordada, os riscos e as aquisições serão regidos apenas por conciliação.

O fato é: as constantes mudanças das empresas, com grande número de projetos e manutenções paralelas, consomem a capacidade destas instituições em responder ao prazo e qualidade dos projetos. Sem a liberdade de exercer a administração de todas as áreas do conhecimento, o seu projeto poderá sofrer da falta de engajamento de uma área, recurso, fornecedores ou mesmo de toda a companhia.

Agora será que sabemos realmente o que é gerenciar projetos?

Nos próximos artigos abordaremos com maiores detalhes o universo do gerenciamento de projetos. [Webinsider]

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Celso Cunha é gerente de projetos. Linkedin: celsocunha

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3 respostas

  1. Agradeço a todos pelo prestígio de comentar o meu artigo. O assunto é extenso e abordarei novamente as questões do gerenciamento de projetos em próximos artigos.

    Conto com o prestígio de todos nos novos artigos.

    Celso

  2. Eu acho que essa é uma das razoes de tantas empresas migrarem para metodologias ágeis. A gestão é muito mais transparente (para a equipe, GP e cliente) e envolvente, praticamente sem burocracias, e focada em gerar valor ao invés de apenas controlar desvios.
    Conciliar é a palavra chave ate pq esta mais do que provado que os projetos mudam durante seu ciclo de desenvolvimento, seja por desconhecimento do que realmente precisávamos (nao o que queríamos!) ou pq aprendemos ao longo dele.
    Na minha empresa abandonamos a gestão tradicional há cerca de três anos e adotamos o scrum com muito sucesso. Ganhamos muito na comunicação, engajamento do cliente e da própria equipe.

  3. Prezado Celso Cunha

    Meu nome é Reinaldo Alves, PMP, e atuo como Gerente de TI.

    Apreciei bastante a sua reflexão e concordo plenamento com a questão abordada. Agora, se ser Gerente de Projetos traz todas estas reflexões e volume de responsabilidades, imagine a função de Gerente de TI que, dentre outras funções, inclui a de Gerente de Projetos, pelo menos nas médias e pequenas empresas. Temos muito ainda a pecorrer para que as empresas saibam ao certo o valor de um gerente de projetos.

    Acredito que esta função é de geração de resultados e que as empresas que ainda não valorizaram este profissional estão perdendo, e muito.

    Forte abraço
    Reinaldo Alves, PMP

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