O avanço da TV de alta definição no País

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O Brasil já está uns bons 10 anos, mais até se contarmos o engajamento dos grupos de pesquisa e trabalho técnico no campo da transmissão da alta definição, com o que existe de melhor neste tipo de tecnologia. Não importa agora dissecarmos erros e acertos, e principalmente as brigas políticas de bastidores, interferências diversas, porque a maioria do que estava planejado está aí para quem quiser ver.

Entretanto, paradoxalmente, existe uma coisa que se recusou a mudar e se atualizar: o status quo das emissoras de televisão com sinal aberto!

E as notícias mais recentes na internet, a maioria vindas de jornalistas, analistas e bloggistas, dão conta que mais uma vez existem redes de televisão com problemas financeiros e ameaçadas de encerrar atividades a qualquer momento.

O nosso histórico deste tipo de problema é triste. Grandes redes de televisão do passado fecharam as suas portas após experimentarem um período de apogeu, com rápido declínio para o limbo. Casos escandalosos, como o da TV Excelsior, que mudou o modelo de gerenciamento e a grade de programação para uma mais moderna, que fez investimento em equipamentos para as transmissões em cores, ou então como o da TV Tupi, que fazia parte da maior rede de emissoras no país, pioneira do broadcasting no país e que encerrou as suas atividades com uma canetada do presidente da república.

Uma grande parcela destas quebradeiras é resultado das várias políticas intervencionistas por parte das administrações públicas, e se o leitor quiser se aprofundar sobre isto, eu até sugiro dar uma lida no resumo da tese de mestrado da ex-mestranda da Universidade Federal Fluminense Monica Rangel, que levanta o tema até a data da defesa, no ano 2000.

Se a ilustre (por mim) desconhecida mestranda tivesse esticado por mais alguns anos o seu interessante estudo, dar-se-ia conta da repetição do fenômeno em mais duas redes atuais: a Band e, mais recentemente, a Rede TV!, esta última pioneira na transmissão de HDTV em tempo integral. Ironicamente, coube à primeira a acusação de aliciar e depois açambarcar o programa de maior audiência da segunda.

O vai e vem de programas e artistas foi prática comum na TV dos anos 60, cada emissora querendo tirar da outra o que ela tinha de melhor em audiência. Até mesmo a TV Globo canal 4 do Rio de Janeiro, que inicialmente se propunha a fazer televisão de alto nível, sucumbiu aos problemas decorrentes da falta de audiência e retirou das concorrentes praticamente todos os programas populares que as faziam engordar as suas respectivas receitas. E esta foi uma das maneiras de dar a rasteira na emissora rival, em alguns casos levando-a à inadimplência e bancarrota.

Por outro lado, cabe a quem é fã da televisão aberta fazer uma reflexão mais profunda no assunto, porque o sinal aberto é a única garantia de recepção de TV com pleno acesso da população mais carente.

Embora eu pessoalmente não tenha na minha agenda de trabalho este tipo de reflexão, eu poderia até me arriscar a opinar sobre o óbvio: olhando a TV do passado, quase nada mudou nas grades de programação e na estratégia de conquista de audiência, e até, em certos aspectos, piorou, porque as emissoras passaram a alugar horários em demasia. No caso da RedeTV! a sua grade analógica reserva 49.16% para aluguel de igrejas, televendas e produtores independentes. Na grade digital, os programas são massificados e repetitivos, nada de muito novo no mercado, com um ou dois programas capazes de acerbar a cobiça da concorrente, em termos de audiência.

Tendo dito isto, e sob pena de me tornar repetitivo, me parece que o principal acervo da televisão aberta digital, a HDTV ou televisão de alta definição, sofre mais um desnecessário desgaste, sem que as emissoras aproveitem a oportunidade para gerar uma programação de um nível melhor!

Enquanto isto, o mercado de home vídeo tem mostrado um impressionante momento na gravação de concertos, por exemplo, populares e de música clássica, em formatos de áudio e vídeo de altíssima qualidade. As principais emissoras de outros países vêm há muito tempo se lançando em programas e seriados, todos em alta definição, com um padrão técnico perfeitamente capaz de ser transmitido por qualquer emissora de sinal aberto do nosso país.

Nestes últimos dias, a Net entrou com a BBC HD no ar, um luxo para quem é assinante deste provedor. Esta sorte o espectador de televisão aberta poderia ter, afinal a BBC é uma emissora de propriedade do povo britânico e faz acordos de retransmissão de programas com o mundo todo. E por que a televisão aberta com sinal digital em HDTV não faz este tipo de convênio e prefere importar novelas de baixo nível técnico e artístico é um mistério que eu pelo menos não seria capaz de desvendar.

Claro que o argumento “audiência” (“faturamento”) poderia até pesar muito na balança, mas se alguém não se propuser a fazer uma estratégia de divulgação adequada, nem mesmo o chamado público “classe A” vai perder tempo procurando no sinal aberto programas de melhor nível. Em última análise, as TVs educativas do país, particularmente a Rede Brasil, que pertence ao governo federal, poderia oferecer ao grande público o que o mercado de vídeo já oferece aos seus adeptos faz muito tempo.

A TV digital aberta permite transmitir não só em HDTV, mas com legenda e áudio opcionais, quer dizer, tem espaço para todo mundo.

O governo, executivo e legislativo, já que vai intervir mesmo, deveria a meu ver proibir o aluguel de horário na multiprogramação, forçando assim as emissoras a parar de aceitar os espertalhões evangélicos, que faturam uma grana à custa da beatice do povo.

 A influência da internet no trajeto das TVs aberta e assinada

Nesta altura do campeonato eu não tenho mais dúvida alguma de que as proposições de comunicação e interatividade no espaço da internet vêm sistematicamente atrapalhando o avanço da mídia televisiva, seja esta aberta ou fechada.

Pessoalmente, eu acho um equívoco misturar uma coisa com a outra. Mas, justiça seja feita, o modelo de interatividade proposto pela TV aberta, conhecido como Ginga, ainda não foi devidamente testado, a ponto de se tirar uma conclusão a este respeito.

Mesmo assim, é só olhar para o uso das telas de TV para outras mídias, e aí se incluem os monitores de computador, para se ter uma ideia de que a TV aberta é hoje apenas uma parcela do número de horas usadas pelo usuário.

A indústria vem percebendo isto faz algum tempo e vem acenando com estratégias para aumentar o número de horas de uso alternativas. E neste ponto, tanto a internet quanto os computadores pessoais ou equipamentos assemelhados, como os tablets e telefones, passam a ser alvo do uso prolongado das telas de TV.

Alternativamente, a chamada TV-monitor começa a ganhar espaço no mercado de monitores convencionais. O usuário que já vinha usando este tipo de aplicação com telas maiores, tanto em conexões VGA (D-dub), quanto DVI-D, DVI-I ou HDMI, passa agora a ter alternativas para as estações de trabalho, É a mesma coisa, apenas com telas menores.

O problema é que a internet comercial de hoje se apoia em dois grandes fulcros: o narcisismo exacerbado das redes sociais e o comércio online. Então, para facilitar este acesso, os fabricantes de televisão precisam acertar ambos os recursos em suas TVs. O primeiro deles já é realidade, mas o segundo implica em protocolos de segurança, aparentemente ainda não devidamente acertados.

E convenhamos, é um negócio meio burro, não é não? A maioria das pessoas usa computadores pessoais por motivos muito específicos. Acho que hoje é literalmente impossível que este tipo de usuário vá abrir mão de algum tipo de recurso ou plataforma computacional, sem levar em conta a ausência de segurança na transmissão de dados pessoais ou financeiros.

Além disto, pelo menos neste momento, a velocidade de acesso e processamento de facilidades como as da internet ainda são bem mais rápidas em uma estação de trabalho competente, do que em uma TV que se suporta em algum servidor próprio para conseguir habilitar e fazer rodar seus widgets.

 A mídia convencional tem qualidades que a TV digital não tem

É fácil constatar isto: basta ter em mãos um disco Blu-Ray bem autorado, e inspecionar os seus recursos. A taxa de transmissão de dados (Bitrate), aliada a processadores construídos nos reprodutores de mesa com chipsets cada vez mais sofisticados e velozes, garantem a reprodução de som e imagem em níveis de estúdio. Se o usuário tiver posse e quiser, pode ligar um reprodutor destes ao melhor equipamento de reprodução possível, que os resultados e o retorno são garantidos.

Imagem digitalizada de três fotogramas do processo Cinerama, no formato de alta definição “SmileBox” em Blu-Ray, difícil de (e talvez nunca vá) ser vista na TV aberta.

 

O disco Blu-Ray entrou na internet, com a interatividade e o acesso à rede, via BD-Live, muito antes dos aparelhos de televisão. E considerando-se que, no caso brasileiro, a interatividade na TV aberta é dependente da instalação do Ginga e da adesão das emissoras, não se pode em curto prazo ter termo de comparação entre as respectivas interações.

O raciocínio sobre a questão da qualidade é válido também para a TV por assinatura. Os estúdios de cinema, que tiveram no passado um caminho tortuoso para as telas widescreen, forçando constantemente a formatação de telas para os padrões 4:3 letterbox, têm hoje o hábito de alterar a relação de aspecto “scope“, originalmente anamórfica na maioria dos casos (a exceção é a filmagem em Super 35), passando de 2.35:1 para 1.78:1 (tela 16:9).

Com isto há uma perda natural de enquadramento e assim a linguagem pretendida no roteiro do filme é também alterada. Paralelamente, a resolução apresentada já não é mais a mesma. Não que no final isto importe muito, porque a compressão no processo de transmissão é bastante evidente. E neste ponto, a TV aberta leva vantagem, porque pelo menos o sinal de HDTV é padronizado em 1080i/60 qps, com uma perda de resolução nativa significativamente menor.

Sistemas em streaming, como o NOW da Net, também sofrem dos problemas de compressão, e enquanto ele não for aperfeiçoado (o estágio atual ainda está em fase de experimentação e deverá sofrer alterações) será vítima também dos habituais travamentos e perdas de sincronismo de som e imagem.

 As perspectivas nem sempre são o que a gente espera

Se alguém fosse olhar o cenário da TV aberta de maneira cínica, poderia supor que as perspectivas de falência a médio prazo das principais cadeias de TV são bastante concretas.

O passado remoto e o recente, porém, mostram o contrário. Na década de 1950, percebia-se que o cinema havia perdido espaço para a televisão, muitos dos estúdios norte-americanos perderam receita, alguns fecharam e outros se adaptaram. E note-se que neste momento da história, a intervenção da justiça local impediu que os estúdios mantivessem a distribuição de filmes para cinemas de suas propriedades, o que acarretou prejuízos financeiros maiores ainda.

Entretanto, o cinema como forte de entretenimento ou arte sobreviveu e atravessou o século de forma renovada. Partindo desta premissa, pode-se inferir que a internet não matará a TV aberta, muito menos a TV por assinatura, a não ser que os seus respectivos donos e mandatários se recusem a se adaptar aos novos tempos.

A própria internet, criada para facilitar a comunicação de dados e informações, e cujo lado comercial tomou conta de forma avassaladora, está aí com todas as suas concepções de trocas de dados preservadas. Bem verdade que muitos fóruns do passado fecharam, mas outros se adaptaram e sobreviveram.

Idealmente, cada mídia deveria ocupar apenas o seu próprio espaço, mas este tipo de perspectiva acabou no momento em que a indústria de eletrônicos passou a criar meios de motivação de aquisição de bens de consumo através da ótica ambiciosa daqueles que querem ter recursos em profusão no mesmo aparelho, mesmo sem saberem fazer uso da maioria deles.

Admite-se que a inclusão da TV aberta móvel seja do interesse de quem adquire GPS, celular ou simplesmente um receptor portátil.

Para tornar esta perspectiva importante e flexível, é preciso primeiro aumentar o espalhamento do sinal e/ou aumentar a área de cobertura fora dos grandes centros. E para tal provavelmente a questão financeira e a decisão político-administrativa de cada rede ou emissora irá pesar muito na balança.

Mesmo não sendo entusiasta da TV aberta praticada no Brasil, eu seria o primeiro a defendê-la, e se alguma coisa puder ser feita pelos seus dirigentes, para melhorar a péssima programação de muitas delas, eu confesso que ficaria muito feliz. Acho, e aqui salvo melhor juízo de minha parte, que é preciso urgentemente parar de tratar o espectador como incapaz de aceitar programação de bom nível, e parar de apelar com violência, sexo e escândalos de marketing nos programas e novelas que assolam o chamado horário nobre.

O progresso da tecnologia deveria ser sempre acompanhado pelo progresso da educação de base e da formadora. A iniciativa privada, televisão inclusive, é perfeitamente capaz de melhorar o nível cultural de qualquer um. E como cultura não me refiro ao refinamento somente, me refiro também à transmissão de conhecimento, de uma maneira que o mais iliterato possa alcançar e evoluir com ele. [Webinsider]

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Leia também:
Anatomia de um Blu-ray player/
Trocando de A/V Receiver

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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Mais lidas

9 respostas

  1. Paulo Roberto,
    Bom dia.

    Não sei se você se recorda, mas a quase dois anos entrei em contato com você para que me tirasse uma dúvida sobre qual tecnologia era melhor: LCD ou PLASMA. Você esclareceu minhas dúvidas, eu agradeci e você ainda respondeu dizendo que usaria minha resposta para pedir um aumento!! rsrs
    Estou fazendo faculdade de administração e tenho a enorme satisfação de dizer que aquele nosso contato está sendo citado no meu trabalho sobre processos de compra da matéria “Comportamentos do Consumidor”.
    Mais uma vez, muito obrigado!!
    Atenciosamente,

    Everton Luis

    1. Oi, Everton,

      Em primeiro lugar, minhas sinceras desculpas por não me lembrar do contato. Mas, o importante é saber que lhe foi útil. Embora reconheça a minha opinião como de caráter pessoal, e nunca de referência, eu lhe fico grato pela lembrança e citação em um trabalho acadêmico.

      Se eu puder lhe dar uma sugestão para esta sua fase de vida, seria a de evitar parar de estudar, se for possível. Eu sei que as pessoas muitas vezes lidam com sustento de si próprio ou da família, e por isto param de estudar por um tempo. Mas, não deixe que isto lhe abata. É complicado fazer pós-graduação com família (eu comecei o mestrado com a minha filha mais velha recém nascida) e eu sei que é duro. Mas a pós-graduação é uma chance de amadurecimento e, se for o caso de uma defesa de tese, uma oportunidade também de fazer um exercício de escolaridade, quer será importante na sua vida, se for bem orientada e conduzida por você.

      Nunca se esqueça que quem faz a tese é você, ela é solitária, pessoal e intransferível. Todo este esforço nunca deve ser desperdiçado. Eu já vi alunos de PG que, por motivos diversos, deixam na mão dos orientadores re-escrever o manuscrito quase que completamente, e então a tese deixa de ser do aluno, o que é muito ruim.

      Errar não é demérito. A gente aprende muito mais com erros do que com acertos. Não deixe ninguém escrever por você, mas aceite as revisões com humildade, porque quem está de fora enxerga erros que a gente não percebe.

      Abraço e boa sorte nos estudos!

  2. Oi, Andre,

    Seu comentário está perfeito!

    Infelizmente, eu sou velho o suficiente para ter visto a violenta derrocada cultural deste país, presenciada localmente e em outros lugares por onde passei.

    Hoje, olhando em retrospecto, eu enxergo o óbvio: desinteresse, naquela época, dos governos militares na coisa cultural de um lado e de outro a invasão política do “partidão”, que vivia na clandestinidade, e da sua ideologia em cima das principais formas de arte.

    O cidadão, para abraçar a intelectualidade ou se afiliar a formas de arte, não precisa assumir necessariamente uma posição política, ou se engajar em lutas contra governos.

    Durante a ditadura, esta briga entre polícia política (censura) e a luta dos artistas e intelectuais contra a repressão acabou por esvaziar todo o movimento cultural da época. E, na minha percepção pelo menos, não se recuperou mais até hoje. Com o fim da ditadura, a sensação que ficou foi de um desânimo absurdo. Nem O Pasquim resistiu a isto, creio eu que porque o foco da luta foi perdido.

    Os políticos de esquerda, que antes criticavam os regimes militares, estão aí fazendo pior: as universidades públicas sucateadas, os salários dos professores e técnicos aviltados, a política de fomento de pesquisa elitizada para meia dúzia (os laboratórios emergentes e pesquisadores independentes acabaram), e vai por aí.

    Some tudo isto com a péssima formação de base, e você começa a entender o baixo nível da televisão.

    Como você mesmo disse, tem muita gente por aí, capaz de fazer TV e cinema muito melhor do que a gente vê, mas sem chance no mercado de trabalho ou com estrutura precária para levar projetos adiante.

    A meu ver, a televisão deveria interromper este processo de explorar o povão que nunca teve chance de se educar decentemente. Eu tenho absoluta convicção de que a melhoria do nível dos programas ajuda a melhorar o nível das pessoas que os assistem. Mas, a cada ano que passa, eu me sinto cada vez mais utópico. O que se está vendo hoje é a mesma coisa, só que em alta definição. Então, a solução é não ver mais.

    Quanto ao Fausto Silva, eu sempre tive a impressão de que ele tem uma consciência profunda e clara do tipo de grade que a TV andou procurando estes anos todos. Começou debochando da Globo, até ser açambarcado por ela. E continua aí faturando do sistema que ele mesmo ajudou a parodiar.

  3. Nos anos 70 e 80, ainda era possivel assistir na tv aberta, no meu caso uma Zenity a válvulas, a filmes hoje restritos a home video, como Bonequinha de Luxo ou Dr Jivago, só para citar dois exemplos, e que ajudaram em minha educação. A medida em que a tecnologia avançou, no Brasil, a programação da tv regrediu. No último domingo, irritado com a sonoridade que vinha da sala, de um programa de auditório, e aproveitando que a tv estava só, enquanto a espectadora atendia ao telefone, acionei o mute. Ao olhar para a tela, sem som, tive a sensação de estar vendo um programa infantil, ao ver a imagem de uma grupo de marmanjos perfilados com fantasias de super-homem entre outras. Não, não era Xuxa para baixinhos, mas o Sr. Fausto Silva, com seus quadros infantilóides. Incrível!

    Como você percebe Paulo Elias, uma programação medíocre leva a espectadores medíocres e esse estado de coisas tem se mantido há anos, possivelmente visando, mesmo, um esvaziamento cultural do nosso povo.

    Hoje vejo pessoas com muito dinheiro, com Tvs caríssimas que se contentam com a imagem analógica da tv aberta, esticada. Mal sabem o que é razão de aspecto e acreditam estar vendo a melhor imagem possível, sem saber que suas tvs podem captar uma imagem melhor com uma simples antena UHF na janela. Falta de informação e deseducação dá nisso. Minha salvação é poder encontrar programas em alta definição (no Youtube por exemplo) que podem ser baixados de forma legítima e assistidos na tv. Muitos desses programas vêm da tv aberta de outros países, como alguns concertos, por exemplo, mostrando o abismo que nos separa do primeiro mundo, culturalmente falando. O pior, Paulo Elias, é saber o quão rico é o Brasil em termos de música,literatura, história e natureza, e como isso poderia ser perpetuado com boa qualidade via tv aberta. Obrigado pelo artigo.

  4. Tresse,

    Seus comentários são perfeitos, e eu desde já coloco este espaço aqui para que você continue a contar a sua experiência neste campo, não só como profissional de TV, mas como membro consultor do forum.

  5. Paulo, o início é sempre o mesmo. Nãp pare de escrever. Coloco uns pontos para sua reflexão: O modelo de negócio das TVs Aberta tem uma grande distorção na grade: a Classe A que a sustenta com seus anúncios não é contemplada e vai para a Paga. A classe C que não contribui é atendida; veja a novela Avenida Brasil. TV Móvel criou um outro horário nobre no Japão. As OTTs (segunda tela) roubaram audiência no horário, mas continuam no conteudo daa TVs Abertas. As Emissoras têm que ser uma GRANDE PRODUTORA. Multiprogramação só vai ter nas Públicas. A grade das principais Redes cobre todo o espectro da sociedade, se olharmos para uma semana inteira de programação. É pouco, mas é a nossa realidade. Os interesses das Redes de TV são conflitantes com os Fabricantes de telas (Displys). Preciso de mais espaço para escrever mais. Abs.

  6. Honório,

    O uso do sexo como instrumento de venda é mais velho do que todos nós reunidos!

    Eu evito aprofundar a minha opinião nestes textos, mas às vezes não há como evitar. Para comentar o que você coloca, eu creio que uma das coisas mais graves da TV aberta pratica é que ela se viciou em dopar o espectador com mensagens que afetam a cabeça de quem está vendo, e neste particular, as novelas são talvez o pior veículo entre todos os que fazem uso deste hábito. E outro dia mesmo, eu passei os olhos em um programa da Globosat onde autores e atores de novelas estavam se elogiando entre si, e dizendo que aqui se faz a melhor novela do mundo, que aqui se tem os melhores atores do planeta, e um monte de outras sandices. Na medida em que as novelas se tornaram empregos concretos, atores e escritores pularam em cima, porque o mercado de trabalho do ator fora da TV é uma droga.

    Esta gente esquece que a televisão não inventou nada disto. A novela vem do radio teatro, muito antes de eu nascer. Quando eu era menino o rádio era popular, e o meu pai, sempre preocupado com a minha educação e bons exemplos, sempre pedia a quem tomava conta de mim de não me deixar ouvir novela no rádio.

    A televisão copiou do rádio tudo o que podia, e não evoluiu neste particular, e apesar de ter potencial técnico para até revolucionar a mídia, se quisesse.

    Leeosvald,

    De fato, a Record melhorou. Parece que a meta deles é derrubar a Globo. Eu vejo uma coisa positiva nisto: o mercado de trabalho aparentemente melhorou para apresentadores, âncoras e jornalistas. Vamos ver no que vai dar.

  7. Dr.Paulo. Ouso acrescentar minha opinião: As tvs abertas, principalmente a líder em audiência no momento, estão cada vez mais nos privando do direito de termos televisão em nossos lares. A TV aberta é uma concessão pública, já que o Estado não teria condições ou interesse em prover esse lazer. Acontece que estão apelando tanto para as cenas de sexo[quase explícito], palavrões e baixarias outras que não nos resta outro caminho que não aquele de desligar o aparelho. Reunidas, as pessoas que formam a família: pai, mãe,filhos, netos e às vezes, visitas senten-se incomodadas com o que é apresentado. Então resta a solução de desligar. Reclamo o meu direito de ver televisão. Sem essa de desligar se estiver incomodado. O Estado me deve este lazer. E, enquanto não exista providências para essa privação de direitos, os recursos será os players, dvd, blu-ray, o pc ou jogos. A tela do aparelho de tv está tendo outra finalidade que não é aquela para a qual foi originalmente destinado: ver tv! Quando falirem essas empresas, não é o Sr. o primeiro que vejo escrever sobre isso,virão os sociólogos, psicólogos e todos os outros ólogos possíveis com suas opiniões “fajutadas” e longe da realidade que eles mesmos não viveram: A TV matou a TV. Esta verdade estes ólogos não dirão. Meu desabafo vem da raiva em não poder ter mais, com tranquilidade, nem eu nem ninguém em nossa casa, aquele passatempo singelo mas desestressante de acompanhar nem mesmo as ,outrora inocentes, novelas das seis. Tudo agora tem que ter sexo e mais sexo. Mas, pouco a pouco vamos nos acostumando a viver sem elas. Pior para as redes de tv!

  8. Olá paulo.

    Realmente quem depende da tv aberta,como atrativo,esta perdendo tempo mesmo com uma programação mediocre,salve apenas os teles jornais quando realmente tem algo util, e tbem ressaltar que a tv Globo,é de dar vengonha pra quem se diz o melhor, falo isso sobre o Jornal Nacional,não é em Hd,pelo menos aqui na minha cidade,e com muito merito a Record que seu principal Jornal é em Hd total.

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