Ainda pelos aeroportos nestes tempos de RIO+20

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Já de volta à Bahia chego em um 737 de última geração. Ao contrário do voo que me levou ao Rio de Janeiro, a viagem foi bem mais confortável. Infelizmente e lamentavelmente os elogios param por aí; mas a mazelas operacionais de solo continuam acontecendo e esbarram no aspecto físico. O que me leva a pensar em uma solução de baixo custo de segurança em tecnologia da informação para resolver o problema.

“Atenção senhores passageiros queiram, por favor, conferir as etiquetas de suas bagagens devido a grande semelhança entre as malas.”

Falou uma voz feminina no auto falante da esteira de número 1 da área de recolhimento de bagagens no aeroporto 2 de julho. O mesmo já havia ocorrido no Galeão lotado de aviões oficiais presidenciais e comitivas de tudo o que é país.

Como se já não bastasse a eterna preocupação de querer saber se as nossas malas chegarão conosco em nosso destino, agora temos que descer correndo do avião para rápido chegar ao saguão das bagagens. Tomara que o desembarque tenha finger e não seja feito na pista através de ônibus. No GIG ainda há uma bela tela de LCD para cada esteira mostrando em tempo real o CFTV. Talvez para vermos como são jogadas as malas e aumentar a angústia. Já em SSA só há a parede e o buraco por onde a bagagem surge. Lembro-me de um amigo que foi para Natal e a mala para Miami.

O risco agora é de algum gatuno pegar a sua mala e sair sem ser abordado pela conferência de bagagens. Aquela pessoa da companhia aérea que ficava verificando se o número da etiqueta da sua mala batia com o número que estava na sua mão. Os verbos da frase anterior estão propositalmente no pretérito imperfeito; pois esta pessoa, pelo menos para mim e muitos outros, não existe mais e o sistema manual de conferência é por demais sujeito à falhas. Sejam elas pelo cansaço humano, desídia ou outro motivo qualquer. Reitero que em ambos os aeroportos a minha bagagem não foi conferida. Saí sem ser abordado por funcionário algum.

RFID Radio Frequency Identification ou ainda, Identificação por radiofrequência. Uma solução barata e já usada em larga escala pelos mais diversos mercados por meio de várias aplicações. Sejam elas em pedágios sem interatividade humana, identificação de produtos, logística, hospitais, hotéis, etc. Recentemente a TV Globo instalou alguns destes chips em árvores na floresta amazônica e na medida em que os troncos são derrubados consegue rastrear os seus destinos. Método este que ajuda a polícia ambiental combater o desmatamento.

Por meio de suas microantenas identifica automaticamente sinais de rádio, recupera e armazena dados remotamente via etiquetas RFID tais quais esta da foto acima. Observe o minichip em sua parte metálica. Foi descoberto com o uso de radares na época da Segunda Guerra Mundial quando se realizava a identificação de aviões. Os ingleses desenvolveram o primeiro identificador ativo de amigo ou inimigo (IFF – Identify Friend or Foe). Foi colocado um transmissor em cada avião britânico. Quando esses transmissores recebiam sinais das estações de radar no solo, começavam a transmitir um sinal de resposta, que o identificava como Friendly (amigo).

Os RFID funcionam no mesmo princípio básico. Um sinal é enviado a um transponder, o qual é ativado e reflete de volta o sinal ou transmite seu próprio sinal. (wikipedia) Outro exemplo da praticidade do RFID que poderá ser rapidamente adaptado aos aeroportos é o seu uso em hotéis conjugado aos telefones celulares. Assim que o hóspede faz o check-in, o hotel envia o número do quarto e a “chave” para o celular do hóspede. Este se encaminha para o quarto e usa seu celular para abrir a porta.

O aeroporto de Frankfurt (Franport), o segundo maior da Europa, com movimento superior a 50 milhões de passageiros por ano, iniciou um projeto piloto em 2003 com o objetivo de testar os benefícios do RFID nas suas dependências. Com o advento do RFID, o aeroporto começou a se modernizar: os técnicos de manutenção agora usam dispositivos móveis para acessar os planos de manutenção e registrar as ordens de serviço. Todos os 22 mil extintores de incêndio foram equipados com RFID, identificando o histórico de manutenção, incluindo a última data de inspeção.

Diariamente os técnicos percorrem o aeroporto efetuando as tarefas de manutenção necessárias. Para tal, os técnicos se autenticam nos dispositivos móveis (usando também o RFID), recebendo suas atividades do dia. Após o término da checagem de cada equipamento escalonado para sua inspeção, o técnico registra seu RFID uma segunda vez, criando, assim, um registro de manutenção.

Observando o caso de sucesso de Frankfurt, fica evidente que o RFID, de fato, pode otimizar os processos de manutenção. Conseguiu-se um ganho extraordinário de eficiência administrativa ao introduzir tal tecnologia nos extintores, uma tarefa que antes consumira 88 mil páginas de papel que eram arquivados por ano. Isso passou a ser feito de forma automática e com baixo custo.

Portanto percebe-se que além do controle de acesso, o RFID pode ser utilizado para mitigar riscos e fraudes e incrementar a segurança física e lógica de processos e lugares além de se tratar de uma solução ecológica. Ainda há tempo para se implantar até a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Caso contrário, poderemos virar piada como a RIO+20, que nem tomadas elétricas possuiu a contento dos seus visitantes e jornalistas. [Webinsider]

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Leonardo Cardoso de Moraes (leonardo@cardosodemoraes.com.br) é diretor comercial da TI Safe e perito forense.

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