Por melhores palestras

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Após quase cinco anos no mercado de comunicação digital e mais outros sete na tradicional acredito já ter visto quase todo tipo de palestrante em ação. Muito dessa experiência vem do fato de ter sido convidado a participar como moderador ou palestrante de um número expressivo de eventos, cerca de trinta por ano, nas cinco regiões do Brasil.

Ultimamente venho me impressionando com a falta de qualidade das informações passadas pelos palestrantes. Boa parte das palestras que vi pouco agregaram em conhecimento e, infelizmente, quase nenhuma deu origem a novos questionamentos. Cada vez mais, vejo menos valor nas informações passadas.

Notei que os organizadores estão tentando lançar novos nomes, pois acreditam que a repetição dos “medalhões” faz com que o público não queira ir por já ter visto os mesmos nomes antes. Bobagem!

O que o público não quer é mais do mesmo. Temos duas situações: amadorismo e amadorismo. Sim, você não leu errado. O primeiro é por parte da organização e o segundo é referente aos palestrantes.

Chamar um grande nome na base do favor, sem remuneração, faz com que o profissional, em sua maioria, não queira preparar um material exclusivo para sua apresentação. Tudo pela vitrine… O que está parando de funcionar, pois o público que poderia ser interessante para o palestrante está se cansando da mesmice.

Por outro lado, falta qualidade como palestrante a uma boa porção dos “imortais”. Raramente vemos um case completo sendo apresentado, em sua maioria vemos jabás descarados das empresas que os empregam ou materiais de entusiasmo para iniciantes, com resultados impressionantes, mas desprovidos dos investimentos feitos na conquista dos objetivos.

Todo profissional de comunicação sabe comunicar bem?

Existe uma grande diferença em ser um bom profissional e ser um bom palestrante.

Lembro-me da primeira apresentação que fiz, em Curitiba… Foi um desastre! Cometi todo tipo de erro possível em uma apresentação. Não saí debaixo de vaias porque o público foi gentil. O conteúdo era bom, mas a forma como apresentei foi terrível.

Mesmo depois de muitas apresentações feitas ainda sinto que preciso melhorar, vez ou outra me expresso de forma inadequada. Fora o conteúdo é preciso prestar atenção na postura, entonação, respiração, movimentação, vícios (um dos que mais odeio ocorre quando um palestrante solta um “é…” antes de qualquer frase), linguagem e aspecto visual.

Repetição, novos talentos ou mundo pop?

A busca pelo público a qualquer preço e a falta de pagamento para o desenvolvimento de um conteúdo exclusivo estão transformando os eventos digitais em shows de egocentrismo e narcisismo.

O resultado disso é que profissionais que poderiam agregar estão minguando nos palcos, dando lugar aqueles que apenas trazem público e divertem a plateia.

Outro ponto é a criação de “grandes nomes” sem fundamento algum. Evito estar na plateia para não passar nervoso, pois é muito comum ver profissionais medianos, que fazem tradução de materiais escritos em outro idioma e publicam como se fossem de sua autoria, subindo em palco e falando como se realmente fizessem algo sério.

Isso é tão constante como outros que ensinam truques para “burlar” mecanismos de busca ao invés de ensinar a criar conteúdo que tenha relevância. Esses dois só não são mais abundantes do que os “especialistas” que não tem sequer um case prático de aplicação do que pregam.

O público, sem saber, é o maior prejudicado. Ao invés das apresentações mostrarem valor em seus conteúdos, motivando seus espectadores a uma série de questionamentos e transformações, nada mais são do que ilhas de conhecimento desconectadas. Ele é entretido, dá boas risadas, consegue frases ótimas para mostrar aos amigos, mas só.

Pode ser que eu tenha envelhecido, me cansado da mídia social e esteja vendo problemas onde não existem. Deixo então uma reflexão, o que você aprendeu ou te motivou nos últimos eventos que foi? Você teria pago o mesmo valor por eles se deixassem você pagar depois? Até mais! [Webinsider]

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Marcelo Vitorino (@mvitorino_) é palestrante e consultor de comunicação, marketing digital e gestão de crise. Mais informações em seu site pessoal.

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7 respostas

  1. Marcelo, sem puxação de saco, mas realmente é isso que acontece.

    Já assistir 3 palestras sua, duas no SMBR, que foram uma (de umas 3) que se salvaram nesse último SMBR.

    Bem como você disse, muito conteúdo que é passado em apresentações, se você fizer uma busca rápida ira saber mais do que foi falado. (não tirando os méritos dos palestrantes, como você disse acima).

    E sem falar que mostram coisa de outro mundo para a maioria. Bons trabalhos requer um bom investimento, mas alem de falar apebas de case próprios, mostram cases de empresas lideres de mercado, aonde investe facilmente acima de 6 dígitos, fica um pouco mais fácil de dar resultado assim, sem falar só pelo nome da marca os usuários irão “curti” por que gostam do produto (off), mas não pela ação em si.

    Mas finalizando, nos últimos eventos que fui fiquei pensando no que você concluiu, pois acho que coisas novas que irão me acrescentar foram uns 10%. E isso não quer dizer que sou “fodão”, longe disso, pois ainda não tenho nenhum case bom, sem nenhum nome na comunidade. Então fico pensando, será que estou lendo de mais e lendo as mesmas fontes?

    Mas por todos esses motivos acho que eventos (ainda) são validos para se relacionar off.

    Abraço.

  2. Marcelo, concordo em gênero, número e grau. Entretanto eu sou do tipo que paga para ver. Estou matriculada em algumas palestras, cursos e workshops na área de marketing digital apenas para confirmar minha desconfiança que é a sua certeza. Espero estar sem razão. 🙂

  3. Muito interessante sua colocação e é bom ler coisas que pensamos e nem sempre ouvimos. Uma coisa q sempre me pergunto é porque cases e fatos mais reais não são apresentados? O q sinto é que sempre vejo temas q estão fora da realidade q vivemos. Abs, Cris Dissat

  4. Prezado Marcelo ,muito louvável seu artigo pois, retrata o que realmente está acontecendo no mundo dos eventos fui á pouco em um evento de marketing e pude ver que o objetivo era ganhar dinheiro com o evento e a qualidade das palestras e palestrantes deixou a desejar.
    Alguns se acham realmente donos da verdade e se vangloriam de seus feitos mas os cases não são revelados.
    Estou realmente desanimado destes eventos.
    Parabéns.

  5. concordo com absolutamente tudo o que você disse. já fui a grandes eventos internacionais com palestrantes muito renomados e era um festival de bobagens, uma repetição (com as mesmas palavras inclusive) do que escreveram nos livros. tenho grandes decepções nessa área. poderia citar vários exemplos, mas na área dos processos jurídicos melhor não.

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