Envelopar museu não é cultura

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Certa feita, o maestro Eleazar de Carvalho, douto apaixonado, louco vacinado e romântico lúcido, procurava subsídios para uma tournée.

Na reunião de apresentação do projeto, o solícito diretor do possível patrocinador disse ao maestro que infelizmente, naquele momento, a marca não precisava de propaganda. Naquele tempo, storytelling transmídia ativaction by design social engagment da sustentabilidade da concha de su madre também era propaganda, sem viadagem.

Por obra da divina providência, naquele instante, os sinos de uma igreja próxima, dobraram.

– Está ouvindo, Senhor?
– Os sinos, Maestro?
– Sim, os sinos. Já fazem mais de dois mil anos. E se não tocam, ninguém vai à igreja. A Coca-Cola não precisa de propaganda?

Às vezes, esquecemos que é mais simples a vida: as marcas, as agências e as metralhadoras que todos os dias idealizam envelopar com projeção 3D em som surround tal patrimônio histórico para dar mídia espontânea, gerar conteúdo engajador e fazer o mundo entrar em transe hipnótico.

Às vezes, esquecemos que relevância cultural não tem target, idade, classe, arquétipo e gavetas lacradas que tais.

Às vezes, esquecemos que os rótulos atrofiam a criação.

Galera pulando de alegria, celebridades alugando sorrisos hipócritas e merchandising no domingão paga um belo mausoléu. Se tudo correr bem, serás o mais rico do cemitério. Miserere nobis. [Webinsider]

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Para o estudante de propaganda

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Fernand Alphen (@Alphen) é publicitário. Mantém o Fernand Alphen's Blog.

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