Depoimento sobre a TV digital no Brasil

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A televisão digital foi estudada e já estava praticamente pronta, quando eu tomei conhecimento dela, em um congresso da Sociedade de Engenharia de Transmissão, na época, a convite de conhecidos na Sony.

Anos depois, eu tive o privilégio de conhecer o engenheiro Euzébio Tresse, por causa da TV Digital (DTV). Tresse é profissional formado em engenharia eletrônica, com carreira na TV Globo do Rio de Janeiro, e nesta atuou em diversos departamentos ligados à área de produção e engenharia. Foi também professor de Engenharia de Televisão, tendo lecionado na Universidade Gama Filho, Santa Ursula e Instituto Militar de Engenharia.

Tressee foi um dos fundadores da SET, em cuja proposta de criação fez questão de incluir não só engenheiros, mas todos os profissionais ligados ao broadcasting.

Eu pedi a ele que me passasse por escrito uma parte que fosse desta sua imensa vivência no campo da televisão no país, e ele, gentilmente, acedeu ao convite e escreveu este depoimento, que passo aos leitores da coluna:

 

Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre

ISDB-Tb – Uma visão sistêmica

 

Tudo começou com a criação da SET – Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão – em 25/03/1988. Veja mais em www.set.com.br. Por que ela foi criada? Na época as Emissoras de TV, isoladamente, pediam ao Governo Brasileiro autorização para produzirem em NTSC e usarem o PAL-M somente nas transmissões (1). O Governo não autorizou, mas a decisão não tinha suporte técnico; era um simples “achiologismo”. Um Grupo de Profissionais de Engenharia de Televisão, liderados por ADILSON PONTES MALTA, na época, Diretor de Engenharia da TV Globo criou a Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão cujo acrônimo é SET. Agora quem discutia com o Governo não era a Emissora A, B ou C, mas todas representadas pela SET.

Essa palavra set, em inglês, é muito usada por todos que trabalham na área de imagens. É fácil ouvir algo como: está pronto o set da cena 1?, ou, está OK o set-up da câmera e etc. Veja como o Babylon traduz a palavra (2). Finalmente o governo autorizou a produção em NTSC e as Redes puderam vender seus produtos no mercado internacional, de forma competitiva.

A SET iniciava seu trabalho para divulgar e profissionalizar a Engenharia de TV no país. Nessa época já se falava em vídeo digital e logo depois em TV Digital. Surgiram então três sistemas de TV Digital no mundo: ATSC (Advanced Television Systems Committee) americano, DVB (Digital Video Broadcasting (trademark of DVB Project; Geneva, Switzerland), europeu (até que enfim a Europa conseguiu algo em consenso) e ISDB-T (Integrated Services Digital Broadcasting – Terrestrial), japonês.

Agora, com respeitabilidade nacional e credibilidade internacional, a SET iniciou os estudos para analisar, em todos os aspectos, qual seria o melhor sistema para o Brasil (3). Com Parceria da Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, o apoio da NEC e a Gerência do Engenheiro Eduardo Bicudo (Diretor da SET e Professor do Mackenzie) foi montada uma Van para medir e comparar os três sistemas de TV Digital existente no mundo. ATSC, DVB e ISDB-T forneceram transmissores que foram instalados na torre da TV Cultura de São Paulo. Feitos os testes, a SET emitiu um relatório propondo ao Governo Brasileiro a adoção do ISDB-T como o mais adequado para a realidade brasileira.

 Em 2002 a SET apresentou na NAB (3) o resultado dos testes e informou a todos que o sistema japonês foi recomendado ao Governo como o ideal para a realidade sócio-econômica do país. Esse fato gerou reação dos perdedores que questionaram a metodologia da SET para fazer as medidas. O conflito foi parar na ITU (International Telecommunications Union) que deu ganho de causa para a SET.

 Em 2006 LULA assina o decreto 5820/2006 adotando o sistema japonês e criando o FÓRUM do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre. Em 07/12/2007 todas as Redes Abertas transmitiram em Rede, com a presença do Presidente LULA, o primeiro programa da nossa TV Digital usando o sistema japonês, ISDB Tb (4).

 E porque o ISDB-T?

 A resposta não é simples; ela tem componentes técnicos e estratégicos. O sistema japonês era o único que permitiria às Redes Abertas continuarem vivas no mercado de mídia. A concorrência com as outras mídias já era grande e a audiência já tinha outras opções ”Para ver TV”. A receita estava se pulverizando e precisava chegar “dinheiro novo”. Se não fizéssemos nada, nossas Redes seriam vendidas, exceto as Públicas, claro. Só o ISDB-T tinha esse recurso com a Mobilidade (5) que permite assistir TV Anywhere, Anytime, Anydevice (6). No Japão já tem Horário Nobre na hora do almoço. Isso é “Dinheiro Novo”. Mas a concorrência não morreu, pelo contrário, continua cada vez mais viva e atuante. Hoje com as OTTs (Over The Top) até as TVs pagas estão sofrendo. Com um pequeno investimento, pode-se escolher qualquer conteúdo, inclusive filmes. NetFlix é um bom exemplo de OTT. As Redes de TV terão que ser também Grandes Produtoras de conteúdo, porque é ele que decide a audiência.

 E como anda a expansão da TV Digital por aqui? Vai com a velocidade definida pela nossa realidade sócio-econômica. Não podemos ultrapassar o Brasil. Porém quando nos comparamos com os países mais adiantados, só perdemos para o Japão. Hoje o ISDB-Tb já está disponível, pelo menos com uma Emissora, em todas as Capitais brasileiras e parte das suas respectivas regiões metropolitanas. Várias cidades do interior já tem a TV Digital. No site www.dtv.org.br é possível saber que cidades já têm a TV Digital com o/s respectivo/s canal/is. E quando vai cobrir todo o país? Vai ser igual carga de capacitor: começa rápido, mas demora chegar nos 100%. Pelas previsões governamentais a TV Analógica será desligada em junho de 2016, logo, até lá, todo o país deverá ter cobertura digital (7).

 Mas no âmbito da América do Sul só a Colômbia não seguiu o Brasil. Lá o Lobby do DVD agiu estrategicamente e conseguiu ser adotado. Na América Central, Costa Rica e Nicarágua são ISDB-Tb. Guatemala está avaliando o ISDB-Tb e Cuba é DTMB (chinês muito parecido com o DVB) por causa do embargo comercial que os EUA impuseram à ilha do Fidel Castro.  Na África, o DVB agiu com forte Lobby na África do Sul e venceu, mas alguns países – Angola, Moçambique e Botswana – ainda não decidiram, mas o ISDB-Tb é candidato forte. Na Oceania, as Filipinas adotaram o ISDB-T.

 Porém é bom lembrar que sendo a TV Digital transmitida livremente pelos canais de UHF, ela sempre terá alguma área de sombra nas cidades, principalmente nas de relevo irregular como o Rio de Janeiro, que é bela para o turismo, mas um pouco feia para as transmissões de RF. A cobertura é também dinâmica e pode variar de acordo com as interferências feitas pelo poder público e privado de cada município. Se um telespectador recebe hoje a TV Digital via reflexão em algum prédio, morro, pedra ou outro obstáculo qualquer, ele pode perder a recepção se uma interferência pública ou privada remover esse “REBATEDOR”. A cidade ideal para ver TV aberta é redonda, plana e com um morro no centro onde tem energia elétrica e água potável. Alguém escreveu que Minas tem uma cidade parecida, mas não a encontrei ainda.

 Uma outra dificuldade que a TV Digital enfrenta é “A perda da cultura de RF”. Com o advento das TVs pagas, os Antenistas, literalmente, sumiram e trocaram de profissão. Estamos ressuscitando essa atividade. O Fórum já treinou Antenistas em algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Belo Horizonte, mas é pouco.

 Quais são os aspectos mais significativos da TV Digital aberta para o grande público?

 Alta Definição FULL HD (8), tela de cinema no formato 16:9 e som Surround 5.1 e Interatividade são os principais pontos que diferenciam a TV Digital da Analógica e a coloca, em termos de resolução, comparável ao cinema tradicional. A Interatividade vai transformar a tela da TV num Canal de Serviços, permitindo entretenimento, interação com a grade de programação das Redes, fazer compras On line, e também resolver problemas administrativos envolvendo os três níveis de Governo: Federal, Estadual e Municipal. As atuais Smart TVs já fazem alguns desses serviços. Pessoalmente considero o som Surround 5.1 o principal diferencial da TV Digital. O som sempre foi “Maior que o Vídeo” (9), mas com o Surround ele domina o ambiente. Quem assiste um programa em FULL HD e som Surround 5.1 terá dificuldades para ouvir em estéreo.

E a programação das Redes?

 Esse é um ponto de discórdia para muitos telespectadores. Falar mal da programação das Redes é fácil; o difícil é propor uma alternativa que garanta a sobrevivência das Redes como empresas privadas; para as TVs Públicas é fácil. Elas são orçamentadas. Aqui há uma grande incoerência entre as Redes Privadas e Públicas, em termos de Grades.

 As Privadas, mantidas pelas Classes A e B da sociedade com seus anúncios, fazem uma grade cujo conteúdo atende mais as classes C e D. As Públicas, mantidas pelo grande público assalariado que pagam altos impostos, fazem uma grade para as classes A e B. E o que falar da audiência das TVs Pagas? Bem, a audiência delas dá, no mínimo, 70% para os Canais Abertos. Na verdade, as TVs por Assinatura surgiram inicialmente nos EUA pela dificuldade das Grandes Redes cobrirem todo o território com transmissão pelo espaço livre. Em resumo: o que dá audiência é conteúdo e não tecnologia.

Porém, ao analisarmos a grade de programação das nossas principais Redes de TV, vemos que, num intervalo de uma semana, elas atendem a todas as classes que constituem a nossa sociedade. A audiência comprova isso.

 Mas em termos de Tecnologia e Modelo de negócio, as TVs Abertas do Mundo estão atentas. Uma reunião na China, no fim do ano passado, discutiu o Futuro da TV Aberta no mundo. Estavam lá os principais Líderes mundiais dessa atividade. Criaram um Grupo de Trabalho Internacional para discutir o Futuro da TV Aberta. É o FoBTV, ou seja, Future of Broadcast TV. Em abril desse, durante a NAB (National Association of Broadcasters) em Las Vegas, USA, o FoBTV teve sua estrutura definida e foi eleita a primeira Diretoria. Um dos objetivos é procurar um padrão mundial para a TV Aberta. Pessoalmente acredito não ser muito difícil, em termos tecnológicos. Quanto ao modelo de negócio, parece mais difícil. O Brasil tem dois membros nesse Grupo: SET e Rede Globo.

 Conclusão: A TV Digital Brasileira caminha de acordo com a realidade do país e é a grande ferramenta de integração desse país de características gigantescas. As Redes têm uma responsabilidade sócio-política que não permite a elas errarem nas suas grades. No exagero costumamos dizer que se uma das principais Redes anunciarem que o/a Presidente da República renunciou, no dia seguinte, Êle ou Ela não entra no Palácio para trabalhar. O segurança não vai deixá-lo entrar, sem autorização.

 (1) O sistema NTSC, americano, era o melhor de todos para produção. Ele só era ruim para transmissão porque introduzia, de forma aleatória, erro nas cores. Os equipamentos PAL-M, por serem usados só no Brasil eram mais caros (jocosamente era chamado de Pay A Little More – na prática de 20 a 25% mais caros que o seu equivalente NTSC).

(2) (set) sm (ingl) 1 Teat e Telev Recinto, com cenários, onde se realiza uma peça ou se faz a gravação de algum programa. 2 Cin Local onde acontece a filmagem; set de filmagem. 3 Esp Subdivisão de uma partida de certas modalidades (vôlei, tênis etc.). S. de filmagem, Cin: V set, acepção 2.

(3) O mundo todo respeita o Brasil como um dos países que faz o melhor uso da mídia Televisão. Nosso povo gosta de TV e o brasileiro quando casa compra primeiro o fogão, depois a TV. São dados do IBGE que é um Órgão confiável. 

(4) O “b” que aparece na sigla é para caracterizar que o sistema japonês foi adaptado para ser compatível com as características técnicas da nossa TV Analógica. Um exemplo é a canalização diferente, obrigando o uso de um Conversor, a codificação de Áudio e Vídeo também é diferente, etc.

(5) Assistir TV em dispositivos móveis com celulares, netbooks, Laptops, tablets etc, mas GRÁTIS. Americanos e europeus já descaracterizaram seus sistemas para introduzirem esse recurso, mas geraram incompatibilidades. As Operadoras de telefonia oferecem esse recurso, mas é PAGO.    

(6) É ver TV a qualquer hora, em qualquer lugar com o dispositivo que tiver em mãos. Não tem que correr para casa e assentar no sofá para ver o futebol ou a novela. Pode ver nos bares/restaurantes com amigos/as. Eu estava em Porto Alegre jantando com um amigo. Jogavam Brasil e Paraguai. Falei para o meu amigo “Vou ligar o celular para ver o jogo, veja o que vai acontecer com as mesas em volta”. Imediatamente todos queriam saber como andava o jogo e como fazer para ver a TV no celular. A nossa divulgação ainda não é boa e perdemos alguns clientes para as concorrentes. Isso faz parte do jogo.

(7) É bom lembrar que até hoje o PAL/M não cobre todo o território nacional e a região Sudeste, considerada a mais rica, tem cidades sem TV Aberta. Eu conheço uma. O site do Fórum www.dtv.org.br tem esse dado atualizado por Estado e Cidade.

(8) Full HD é definido como resolução 1920×1080 – pixels na horizontal e linhas na vertical, respectivamente. Porém as Redes Abertas transmitem em varredura entrelaçada (I de interlaced), mas os DVDs Blu-ray usam varredura Progressiva (P de Progressive). Os especialistas em avaliação de imagens dizem que a P é melhor do que a I. Subjetivamente é verdade, mas tecnicamente não é porque a resolução é a mesma, ou seja, 2073600 pixels, ou 2K como se fala no dia-a-dia. O que acontece é que nas transições rápidas, a progressiva parece mais suave (os Pro P dizem que a I é um serrote, mas só quem tem muita experiência em análise de imagens em movimento, percebe). Por isso o Fórum decidiu chamar de FULL HD somente o 1920x1080P. Mas as TVs, inclusive no Brasil, já testaram o 4K, cuja resolução é o dobro do FULL HD, ou 3840×2160. A 3DTV, TV em 3 dimensões já é realidade aqui e no mundo. É bom lembrar que a primeira foto em 3D foi feita no final do Século XIX pelo Charles Wheatstone (1802 – 1875). 

(9) Entende-se um programa de TV sem o Vídeo, mas não sem o Áudio.

Tresse  06/07/2012.

Apesar de todas as dificuldades operacionais e financeiras recentemente expostas nesta coluna, a respeito da DTV chegam notícias de investimento de tempo pelas emissoras, para pesquisar e melhorar a qualidade da imagem.

Uma destas últimas notícias dá conta de um trabalho feito no recinto da Rede Globo, de geração de imagens a 4K de resolução. Ainda não é possível dizer qual o destino e aplicação deste trabalho, mas sem dúvida eles estão a par da prospecção em busca de novos padrões para imagens de qualidade. [Webinsider]

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Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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13 respostas

  1. Olá, Rubens,

    Tudo isso que você está falando é verdade, e eu fui dos principais críticos dentro do Webinsider sobre a escolha equivocada do AAC.

    Entretanto, o sistema escolhido foi o que permitiu se ter hoje imagem da TV aberta em dispositivos móveis (telefone, tablet, etc.) e na época era o único sistema que permitiu isso. Quanto a custos de hardware, eles no final acabam diluídos com o tempo de manufatura.

    O Ginga sim, eu acho que estão fazendo pouco uso dele e na verdade a ideia em si nunca me pareceu muito boa, principalmente porque as emissoras incentivam o espectador a usar a Internet, usando aquela frase lugar comum “as nossas redes sociais”…

  2. Além do problema da péssima escolha do AAC como formato de vídeo, o que eu achei mais estranho neste texto foi a afirmação que “a SET recomendou o sistema japonês ao Governo como o ideal para a realidade sócio-econômica do país.”

    Ora, se o objetivo era focar nossa realidade econômica, por que escolheram logo o sistema mais caro (mais uma vez, ja nao bastava o erro com o PAL-M)?… Todo hardware que é feito para o sistema ISDB-Tb é mais caro que o mesmissimo modelo feito para outros sistemas, especialmente o sistema ATSC (o mais barato de todos). Decoders, placas de captura para computador, tudo! Fora os equipamentos que sequer são lançados no Brasil porque nao possuem modelos compatíveis com o nosso sistema…

    Uma escolha ruim, pelo que vejo… Nem mesmo o Ginga tem qualquer serventia, como eu ja previa antes mesmo da tv digital ser lançada no Brasil… O ISDB, na prática, serviu apenas para manter os interesses das emissoras de tv brasileiras, nao para atender ao público consumidor.

  3. Olá Paulo

    Este tema me incentivou a postar um comentário.
    Sabe Paulo, como sempre as emissoras e o próprio comitê do forum SBTVD, estavam mais preocupados com o vídeo em dotar o sistema digital em alta definição, pois em relação ao áudio (pobre e esquecido áudio), usaram um “ACOCHAMBRE” para escolher o padrão de áudio que seria adotado, senão vejamos:
    Algum equipamento 5.1 ou 7.1 vendido no país está apto a reproduzir o sistema AAC ?
    Que adianta as emissoras como Globo, Bandeirantes ou Record transmitirem por exemplo algum filme com áudio em 5.1, se ninguém poderá decodificá-lo ?
    Não teria sido mais coerente adotar o Dolby Digital como padrão ?
    Pelo jeito os técnicos e engenheiros finalizadores do projeto optaram pelo mais barato, afinal os royalties do AAC devem ser infinitamente mais baratos que o Dolby Digital.
    Tai Paulo será que estou certo ou errado ?

    1. Oi, Rogerio,

      É claro que você está certo, e eu mesmo já fiz este comentário sobre AAC anos atrás, quando soube da implantação desta bobagem. Existem televisões no mercado que resolvem isto convertendo para Dolby Digital e liberando a saída digital para um decodificador externo. Funciona, mas esbarra na falta de experiência e outros problemas que as emissoras enfrentam. Além disto, muito do material que as emissoras recebem, de filme por exemplo, o 5.1 já morreu antes da transcrição. Então, não adianta transmitir em 5.1 porque o surround, na maioria das vezes, fica mudo.

  4. Engenheiros e profissionais ligados a TV entregam para o governo uma recomendação técnica que em vez de buscar o melhor padrão técnico de transmissão emitem laudos que visam garantir que a Globo, a Band, o SBT e a Record continuassem comercialmente viáveis… Técnicos fazendo defesa de interesse para os patrões da grande mídia – os mesmos das concessões e dos tentáculos no governo e no congresso. Lamentável. Odeio discussões políticas e de manutenção de monopólio travestidas como se fossem questões técnicas. Abraços..

  5. Continuação a para o Leeosvald e Leandro: A cobertura de 100% do território é quase impossível. O PAL-M cobre 98%, e no Sudeste conheço cidade sem TV Aberta. Noa EUA a TV Aberta ainda tem mais de 15% de sombra. Só o Japão cobre 100%. A competição com as TVs Pagas é saudável para todos, mas a Segunda Tela (ver OTT – Over The Top. Net Flix é um bom exemplo)é um fato novo. Na audiência das TVs pagas, as Redes Abertas tem quase 80%. È a força do conteúdo.

  6. Vou responder ao Leeoswald e Leandro: Não discuto conteúdo porque é subjetivo, mas a Globo e as outras Emissoras transmitem programa em FULL HD, mas existem outros padrões que são permtidos. Ver HD Ready no site http://www.dtv.org.br. HD pode confundir.Isso foi uma falha do Fórum. É impossível produzir e transmitir tudo em FULL HD. Nem o Japão ainda está 100% nessa resolução. Lembro que existe um acervo, principalmente no Jornalismo, que continua valendo. Continua.

  7. Estes dias me surpreendi por saber que tão poucas emissoras existem com sinal HD por cidade, isso é MUITO POUCO para o tanto que este projeto está tomando de tempo. O avanço da TV paga está rápido, e pode fazer boa parte deste plano HD-TV do governo irrelevante. E as cidades menores, será que em menores de 20 anos terão o sinal?

  8. Concordo plenamente com o Bruno,Pra que HDTV, se nem isso é transmitido pela Globo,só as bombas de suas novelas e malhação da vida em HD total,aonde vai parar essas culturas de baixo nivel?
    Ja a Record dano um banho de cobertura em HD total,tanto nos jogos olimpicos,como nos tele jornais, mas a grade de programação geral é lamentavél mesmo.

  9. Bruno,

    Eu esperei o Tresse responder, para acrescentar o seguinte:

    A questão da multiprogramação passa pelo receio justificado de problemas financeiros, na forma de burla, como legalização de caixa 2 por exemplo, mediados por estas redes evangélicas. Se elas fossem de fato transparentes, a situação já teria sido resolvida. Do jeito que aparenta, é mais provável que se vá restringir a multiprogramação para as emissoras estatais ou redes públicas.

    Eu não entendo nada de economia, mas aprendi o seguinte: quando o assunto é dinheiro, o cidadão que vê uma brecha em qualquer coisa e não tem escrúpulo nem consciência de cidadania, não perde a oportunidade de se locupletar.

    Na minha opinião, deixar rolar solta uma multiprogramação por conta das emissoras pode até parecer saudável e democrático, e até seria, mas convenhamos que deturpar o conceito de HDTV enchendo o ar de porcaria, eu sou um que não aceito e não apoio!

  10. Como dei o depoimento para o Paulo, vou responder ao Bruno. Multiprogrmação muda o modelo de negócio das Redes, logo tem que ser o mesmo para todas. Oa incentivos fiscais foram dados para as Redes iniciarem as transmissões. Quem se adeqou às normas foi atendido. Não sei se existirão outros incentivos. É bom lembrar que as Reds tiveram que instalar uma nova emissora (em digital) sem desligar a analógica, mas o mercado continua o mesmo. Legalmente, ninguém faz milagres no mercado.

  11. pra mim os grandes problemas da TV digital eh q o governo nao obriga as emissoras a transmitirem em formato digital, mesmo dando incentivos para a compra de equipamentos, nem as grandes redes tomam providencias para suas repetidoras aderirem ao sistema. Acho um absurdo tambem o governo ter cedido aos argumentos da globo de q a multiprogramacao seria ruim para as emissoras, elas deveriam ser livres para decidir o q fazer com o espectro, se a globo nao quer multiprogramacao, nao transmita! agora fazer guerra por isso e nao transmitir toda programacao em HDTV eh palhacada e o governo nao faz nada pra mudar isso…

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